Iniciando minha fic do CDZ, espero que gostem.
Obs: Os personagens são de minha autoria, são todos OC's.
Século XII, ano de 1187. As batalhas não cessaram para os "comuns" e nem para eles. Aqueles eram anos difíceis, onde a Igreja era a força dominante e reunia jovens e homens para rumarem à Terra Santa, Jerusalém. Muitos foram escolhidos sobre o pretexto de terem seus pecados perdoados, uma passagem direta ao paraíso e um bom pagamento. Um belo e persuasivo discurso. "Dez anos de serviço e terão cinco pecados perdoados, fora o soldo" Naquela época o dinheiro era escasso e qualquer homem pobre aceitaria qualquer punhado para se livrar da miséria e fome, alguns tinham bons motivos, e outros tinham motivos não tão nobres . Generais e capitães escolhidos pela Igreja seguiam, de vilarejo a vilarejo, cruzando territórios, rodando por toda Europa sobe ordem direta do Papa. ? Grécia, terra de pagãos -resmungou um jovem auxiliar.
? Bom, gosto de pensar que este belo lugar é o berço da sabedoria humana. São pagãos, mas são humanos e isso é o que importa. Deus nos vê como iguais, mesmo aqueles que acreditam em outros deuses. - Rebateu Don Rafael III, Arcebispo da Arquidiocese de Milão. A calma viagem dentro de uma charmosa e engomada carruagem de época, os levou para as terras Helênicas em buscas de suprimento humano, algo raro um Arcebispo fazer tal convocação. Tanto Don Rafael III quanto seu auxiliar trajavam Alvas simples com detalhes de crucifixo em alto relevo e cíngulos brancos em volta de suas cinturas.
? Senhor, Don Rafael. O que víamos fazer nesse lugar? Soube que da última vez que vieram aqui, estava acontecendo eventos estranhos e muitos diáconos e coroinhas foram embora com sua fé abalada. Hesitante com uma pose formal de mãos em seus joelhos o coroinha, Marco, que auxiliava Don Rafael em todas as suas "peregrinações" ou missões, sentiu medo, receio de ir a um lugar que dificilmente se convertera e respeitar o domínio absoluto da Igreja .
? Estou numa tarefa delegada pela vossa Santidade, o Papa Clemente III para falar com uma jovem moça que se diz ser Atena.? Os olhos de seu auxiliar tremeram, seus dentes rangeram, a ponto de um humor sarcástico brotar em sua face. ? Não tem que achar graça Marco, Vossa Santidade foi bem clara quanto a isso e sinceramente temo que ele tinha certeza de que essa jovem é mesmo quem diz ser.
Durante a viajem, ambos conheceram diversas vilas e fortalezas caídas, como também templos ainda intactos. Nestes mesmos templos o culto aos Deuses, principalmente Atena, eram regulares. Sempre com eventos dignos da historia de sua Deusa amada. Para Don Rafael e Marco, o culto praticado pelo Gregos, era algo praticamente impossível de se acabar , contudo, o Arcebispo era um tanto versátil se comparar ao seu auxiliar, que não aceitava sobre hipótese alguma o culto a seres que se diziam Deuses, para ele, Deus era apenas um. Seguindo um mapa escrito e desenho pelo próprio Papa, Clemente III, eles adentraram pelas vastas Paisagens helênicas, onde campos de trigo se espalhavam pelas planícies que margeava uma lendária Atenas, antiga cidade Estado e principal centro comercial e cultural de toda Grécia.
A simples aproximação da carruagem de Don Rafael chamara a tenção de diversos nativos. As mulheres usavam o "chiton", uma vestimenta similar a um lançou com cerca de três metros de comprimento plissado e presa em um dos ombros, algumas, as que aparentavam ter mais condições usavam um véu que se estendia até o chão. Muito belas e de pele bronzeada devido a grande e instável temperatura da região, olhos claros e cabelos longos e quase sempre escuros. Os homens, que também vagavam despreocupados por aquele grande campo de trigo, vestiam a mesmas túnicas, contudo, menores nas pernas, assim como as mulheres, tinham corpos bronzeados e na grande maioria dos casos um notável porte físico. Era uma região de grande historia e grandes feitos e todos seus habitantes que mesmo após a queda de seu esplendor de outrora, vivam sobe a reputação de sua cidade, Atenas.
? Heresia, Heresia!! - Incrédulo, Marco observava cada cidadão que se aproximara e alguns que não devam atenção a sua carruagem. - Olhe para essas pessoas senhor, nenhuma delas respeitam as leis de Deus.
? De fato, Marco.? Num tom simples e sereno de um homem ocupado com sua leitura, Don Rafael respondeu ao seu coroinha sem dar muita atenção aos habitantes gregos.? Estamos chegando Marco arrume as bagagens, por obsequio.
A estadia de ambos era simples, casas de arquitetura jônicas com quartos moldados a mão e pilares que sustentavam os tetos. Janelas grandes de cortinas brancas quase transparentes , com uma sacada consideravelmente espaçosa e de frente para a rua principal da Metrópole, dali, eles tinham total visão de todos os mercadores que saiam e entravam na cidade. A frente, numa praça onde o movimento era grande, estava uma imponente estatua erguida em homenagem a Deusa Atena. Para Marco, outra heresia, para Don Rafael, não passava de uma construção qualquer que não se comparava as de Roma.? Vamos, Marco. O jovem confirmou positivamente e saíram.
Vestidos como qualquer Grego, ambos saíram a procura de rumores, pessoas que poderiam estar ligados a jovem. A procura foi intensa e sem segredo, faziam questão de deixar claro que estavam procurando alguém, que até então, era apenas um fantasma, uma lenda. Após horas e horas de perguntas e procura intensa, a noite caiu. Majestosamente a lua subiu ao estrelado céu, espalhando seu brilho e beleza a todos que estavam ali para contempla-la. Nem mesmo a noite impediu que a população Helênica saíssem para as ruas. Crianças, homens, mulheres e idosos, caminhavam calmamente conversando e aproveitando o clima quente, a aconchegante rua iluminada pelas lamparinas com seu fogo dançante deva um toque arcaico a antiga Cidade Estado. Era um clima auspicioso e sereno contrastando com a dificuldade aparente na cidade e com o rumo em que a Europa estava seguindo.
Igual ao primeiro dia, Don Rafael e Marco voltaram as ruas, eles exibiam em seus rostos o cansaço da procura no dia anterior, como também, a certeza de que colheriam frutos, que de fato, colheram. Um dono de uma taverna próxima, os encontrou dizendo que conhecia uma certa jovem de cabelos longos e lilás, que passara por ali a cerca de dois anos atrás e que a mesma seguiu por uma rota ao leste onde ninguém era autorizado a passar e desapareceu. Ambos os religiosos se intrigaram e procuraram a saber mais sobre tal rota.
? Parece que estão nos procurando - Sobre um morro próximo da cidade, dois sujeitos de vestes que cobria todo o corpo, deixando apenas os punhos, que cintilavam um brilho prateado, a mostra, capuz que revelava apenas parte de sua face exibindo um leve sorriso. ? Quer dizer, estão procurando por Atena. O que faremos?
O outro encarou, se moveu para a ponta de morro e então falou. - Os seguiremos, vamos observar o que querem e quem são, mesmo sem emanar cosmo nenhum, precisamos ser cuidadosos.? Desapareceram, dissipando toda a presença que cairá no local e uma pequena poeira que levantara com seus rápidos movimentos. Assim, a noite cairá novamente. Sendo seguidos de longe por dois homens, os viajantes permaneciam sobre uma movimentada Atenas, conhecendo a culinária e costumes de um lugar milenar.