Hocus Pocus To Me.

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 5

    O anjo de olhos negros.

    Álcool, Adultério, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Suicídio, Violência

    Olá pessoal!

    O capítulo de hoje traz algumas surpresas...

    Escrevi com muito carinho e espero que gostem :3

    A música do capítulo é a Not Alone - RED, que inclusive é muito linda, perfeita *-* e deixarei postada nas notas para que vocês possam ler escutando ela (se quiserem é claro).

    Link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=N9xbkVVRCqQ

    Bom! É isso...

    Boa leitura!

    Os cabelos desgrenhados, alguns fios pairavam sobre o rosto. A jovem permaneceu ali, inerte, estirada ao chão, enquanto alguns flocos de neve que não eram barrados pelas folhas das árvores, aos poucos a cobria.

    (...)

    Os olhos foram se abrindo lentamente, recobrando a consciência. Com certa dificuldade, analisou tudo ao seu redor:

    ? Hãn?! Onde estou? ? inquiriu-se ainda atordoada.

    Estava deitada sobre um ?futon?, aquecida com um cobertor espesso. Aquele lugar parecia ser uma espécie de tenda. Assustou-se ao sentar-se, olhar para o lado e notar que ali estava a fitar-lhe uma velha senhora de aparência fúnebre:

    ? É... Acho que eu morri! ? ela concluiu para si mesma após um longo suspiro, um tanto aliviada, deitando-se novamente.

    Porém, ao fechar os olhos outra vez, uma vaga lembrança viera à tona em sua mente...

    ? Não sinto mais nada, tudo está dormente. Acho que esse é o meu fim... Triste... Patético! ? murmurou a menina, desfalecendo vagarosamente, enquanto deitada sobre o chão de gelo, aos poucos era coberta pelos flocos de neve, que não eram barrados pelas folhas das árvores.

    Após alguns minutos, antes que perdesse completamente os sentidos, escutou o afundar de passos na neve que se aproximavam. Depois de breves segundos de silêncio, sentiu algo quente lhe envolver e o seu corpo elevar-se do chão congelado.

    Abriu os olhos com dificuldade, a visão estava turva, no entanto conseguira enxergar nitidamente aquele olhar arrebatador:

    ? Um anjo de olhos negros? Não... Esse olhar sombrio, seria mais como o de um demônio! Mas até que eu não me incomodaria de ser levada por ele para o inferno! ? pensou com ironia, logo perdendo de vez a consciência.

    ***

    Abriu os olhos novamente, arregalando-os assustada e sentou-se:

    ? Eu estou viva? ? Perguntou-se apalpando o próprio corpo.

    ? De fato, você está viva! Quando ele lhe trouxe aqui estava quase morta... Milagres não costumam acontecer nesse mundo, entretanto não deveria se esforçar como acabou de fazer ao se sentar com essa brutalidade! ? advertiu a velha entediada.

    ? Hãn?! ? sentiu-se tonta, o corpo pesado, tudo começou a girar, caindo deitada outra vez. ? Ai... Minha cabeça está latejando! ? resmungou levando as mãos ao rosto, massageando as têmporas.

    ? Eu avisei! ? lembrou a senhora olhando para o lado.

    ? Eh... ? interrompeu-se antes que dissesse alguma besteira. ? Claro... Só me avisou depois que eu me levantei! Que raio de velhinha ?fofa?! ? pensou sarcasticamente fitando o teto.

    ? Enfim, não tenho o dia todo para ficar aqui de babá para você! ? informou a velha pondo-se de pé e seguindo até a saída. ? Tenho muito trabalho a fazer... Fique aqui, tome esse remédio que está aí encima da mesa e descanse! ? avisou saindo do local.

    ? Espera! ? pediu em vão, pois a idosa não dera ouvidos, ou talvez fosse surda mesmo.

    Desistente a jovem de cabelos róseos desgrenhados, custosamente sentou-se de novo, se inclinando um pouco para o lado afim de alcançar a medicação sobre a mesa. Tomou a pílula e permaneceu em silêncio por alguns minutos, encarando o nada:

    ? Quem era aquela pessoa? ? ela indagou-se se lembrando daquele homem de olhos negros. ? Ah... Quem se importa? Eu estou é nervosa... Quem é que seja que tenha me salvado, foi um atrevido, cretino... Um completo infeliz! ? resmungou em voz alta.

    ? Nossa! Quanto elogio... Não há de que por ter salvado-lhe a vida! ? retrucou o rapaz adentrando a tenda.

    ? Hãn? ? assustada ela observou o garoto se aproximar. ? Eu... Eu não pedi para ser salva! Fala sério, eu nem queria ser salva... ? expôs corada de vergonha.

    ? Hum? ? ele a olhou incrédulo com o que acabara de ouvir. ? Eh... Essa é a primeira vez que vejo alguém reclamar por ter sido salvo da morte! Você... É interessante! ? confessou sentando-se na beirada do futon, ficando em silêncio. Aproximou-se do rosto dela, olhando-a profundamente em seus olhos verdes.

    ? P-Perto demais... ? proferiu com o rosto ainda mais enrubescido, se afastando daqueles olhos negros que, fixos, sequer piscavam enquanto a encarava.

    ? Qual o seu nome? ? ele perguntou inexpressivo, próximo da face feminina, sem deixar de fitá-la nos olhos.

    ? S-Sakura, Haruno Sakura! ? respondeu em voz baixa, acanhada, ficando em silêncio em seguida.

    ? Hum? Não vai perguntar o meu? ? o rapaz inquiriu confuso.

    ? Eh... Q-Qual o seu? ? ela indagou timidamente.

    ? Sasuke! ? ele respondeu instantaneamente, indiferente.

    ? S-Sasuke... Apenas Sasuke? ? perguntou levemente curiosa, buscando saber o sobrenome do jovem.

    ? Sim! ? confirmou seco, levantando-se e indo até a saída. ? Desculpe ter-lhe salvado a vida contra a sua vontade! Vá... Corra até a floresta gelada e tenha uma morte feliz! ? sugeriu com o olhar ainda mais sombrio, deixando de vez a tenda.

    ? Hãaan? ? arregalou os olhos assustada. Aquela havia sido a primeira vez em sua vida que um mero olhar havia a intimidado daquela forma. ? Eu estou com medo dele? Nem meu tio com toda a sua malvadeza, ao longo de todos esses anos, conseguiu esse efeito em mim e esse garoto, em poucos segundos... ? pensou engolindo a seco. ? Voltar para a morte? É fácil ele me falar isso depois de ter me tirado dela quando eu já estava tão perto... ? desabafou irritada. ? Ele acha que eu sou o que? Masoquista? ? indagou-se com ironia, suspirando com pesar.

    Poucos minutos se passaram, a garota ainda sentada, descabelada, fitava o nada enquanto tentava entender toda aquela situação:

    ? Nee-san! ? gritou alegre, a pequena adentrando de braços abertos o lugar.

    ? Nana-chan? ? olhou surpresa para a menina que se aproximava, logo esboçando um enorme sorriso e acolhendo-a em um caloroso abraço. ? Porque você correu de mim? Eu te vi ontem a noite da janela de minha casa... Você estava perto da floresta, então resolvi ir até você, mas daí quando cheguei lá você já não estava mais e eu não via ninguém, nem minha casa... E me perdi! Só me lembro de ter sentido o meu corpo dormente e tudo havia ficado escuro e... ? ela contou num fôlego só. ? Ahhh! Deixa pra lá... Eu fiquei tão preocupada, você está bem? ? inquiriu apreensiva.

    ? Gomen ne... Nee-san! Mas isso não aconteceu ontem! ? comentou inexpressiva.

    ? Hãn?! ? espantou-se com aquela notícia.

    ? Hum... Então de fato, você conhece a esquisita de cabelos rosados! ? concluiu o moreno surgindo na porta.

    ? Hãn?! O que está acontecendo aqui? ? perguntou perdida naquele assunto.

    ? Essa menina aí... Encontrei-a pelo caminho quando eu te achei inconsciente no chão! Ela disse que te conhecia, daí como só hoje você resolveu acordar, eu a trouxe aqui, pois ela pediu para te ver! ? ele contou impassível.

    ? Espere um momento... Como assim ?só hoje? eu resolvi acordar? ? a garota indagou temendo o que ouviria logo a seguir.

    ? Acho que já faz quase um ano que isso aconteceu... Você ficou em um estado de coma! ? respondeu com seriedade.

    ? Hãaan?! Um... Um ano?! ? proferiu aterrorizada com o que acabara de escutar, tão chocada que acabou desmaiando.

    ? Poxa nii-san... Isso não foi nada legal! Você pegou muito pesado... ? advertiu a menor em reprovação ao mais velho.

    ? Tsc... A culpada foi ela, por ter caído nessa fácil demais! ? ele acusou a jovem. ? É... Que seja! Quando ela acordar você conta a verdade para ela... Eu estou de saída, tchau! ? despediu-se começando a caminhar.

    ? Hey... Ele joga o fogo e me manda apagar? ? inquiriu-se indignada, a garotinha olhando para o lado.

    Alguns minutos depois, os olhos verdes se abriram com dificuldade, intimidados pela luz do dia que clareava fortemente por dentro daquela tenda:

    ? Que pesadelo! ? ela suspirou aliviada, se sentando outra vez.

    ? Não foi um pesadelo, nee-san! ? avisou a menina.

    ? Não foi não? ? perguntou apavorada.

    ? Não! Só aquele nii-san malvado que mentiu pra você! ? anunciou sorridente.

    ? O que? Como assim? ? indagou confusa.

    ? De fato, não foi ontem que ele te trouxe pra cá... Mas também não faz tanto tempo assim! Apenas três dias se passaram! ? esclareceu olhando séria para a maior.

    ? Ah... Ufa! ? suspirou novamente, tranquilizada. ? Hein?! Espere aí... ? ela pediu analisando o próprio corpo. ? Estou tão magra e debilitada, mas não estou me sentindo fraca como deveria! ? admirou-se enquanto apalpava os braços finos.

    ? Deve ser por causa do remédio daquela velhinha... Mas não se engane, são apenas efeitos momentâneos! Logo que passar você cairá novamente no abismo da dor! ? a pequena alertou.

    ? Ah... Entendi! ? comentou entristecida, se afundando debaixo do cobertor.

    (...)

    À noite, sozinha, deitada sobre o futon, a garota fitava o teto daquela barraca estranha enquanto mergulhava em seus pensamentos...

    Tudo isso foi tão repentino! Amanhã fará quatro dias que estou neste lugar... Espera, naquele dia aquele homem disse que viria dentro de dois dias para ouvir a minha resposta, ou seja, ele esteve lá em casa há um ou dois dias e eu não estava lá... Que bom, no fim ter vindo parar neste lugar estranho acabou me livrando daquele monstro... Espere aí, será que ele me dará como morta e venderá a minha casa? Ou ele virá me procurar?

    Aflita ela despertou de seus devaneios:

    ? Sem chance! Nenhuma das duas hipóteses presta... ? concluiu engolindo a seco. ? Ah... Chega Haruno Sakura! Vá dormir! ? ela danou consigo mesma, fechando os olhos buscando pelo sono. ? Poxa... Eu dormi por três dias, como posso continuar dormindo? ? ela inquiriu-se entediada. ? Pior ainda é dormir com a possibilidade de aquele maldito me achar aqui... ? cogitou a contingência. ? NÃO! De jeito nenhum... Tenho que sumir daqui ou me matar logo! Bom... Vontade não me falta, agora só preciso ter coragem! ? desabafou para si mesma irritada.

    De repente, decidida, reuniu toda a força que ainda tinha e sentou-se com cuidado. Pôs-se de pé com muita dificuldade e sorrateiramente caminhou até a passagem daquela cabana. Assim que projetou-se ao lado de fora, pôde finalmente ver o lugar onde estava.

    Eram várias tendas em meio ao pequeno campo aberto da mata coberta de gelo, parecia ser um acampamento.

    Ela seguiu pela trilha que ficava na direção da floresta fechada. Caminhou por quase vinte minutos até deparar-se no meio do caminho com um lago parcialmente congelado. Aproximou-se do mesmo, admirada com os peixinhos que nadavam por debaixo da fina superfície de gelo sobre a água. Resolveu agachar-se para vê-los mais de perto, estavam brilhando por causa da luz da lua que se refletia nas escamas douradas:

    ? Então você veio mesmo se matar? ? perguntou indiferente, o rapaz que havia se aproximado na surdina por detrás da garota.

    ? Ahhh! ? ela gritou apavorada, quase caindo dentro do lago, porém, ágil, ele rapidamente segurou-a pelos pulsos, impedindo a queda. ? Que susto! ? exclamou ao virar-se para o jovem, levando a mão ao coração acelerado.

    ? Desculpe-me! Acho que interferi no seu suicídio novamente... ? comentou desinteressado, olhando para o lado.

    ? Interferiu? Isso não foi uma tentativa de suicídio... Você foi o motivo pelo qual eu quase morri desta vez! ? ela salientou enraivecida.

    ? Hum? Como assim?! ? ele a encarou atordoado.

    ? Eu me abaixei para ver os peixinhos, daí você apareceu do nada, sem fazer barulho e me assustou! Foi por isso que eu quase caí lá dentro! ? inexpressiva, ela apontou para o lago.

    ? Hum... Que bom que isso não foi uma tentativa de suicídio... ? ressaltou friamente.

    ? Eh... ? foi interrompida antes que conseguisse reunir palavras.

    ? Afinal, se tivesse sido e eu tendo interferido outra vez, me sentiria muito mal por lhe impedir! ? completou com deboche.

    ? Haha... ? ela riu sem graça. ? Obrigada pelo apoio, eu acho... ? agradeceu confusa se soltando das mãos do rapaz, dando as costas e pondo-se a andar rumo floresta à dentro.

    ? Aonde você vai? ? ele indagou entediado.

    ? Eh... ?Correr até a floresta gelada e ter uma morte feliz??! ? ela sugeriu inexpressiva, imitando o que o rapaz lhe dissera mais cedo.

    ? Hum... Boa morte pra você! ? desejou dando de costas e tomando a direção do acampamento de novo.

    ? Obrigada! ? agradeceu prosseguindo o seu caminho.

    Já estava andando há meia hora, os passos sobre a neve fofa, os pés pequenos se afundavam no gelo e a cada segundo que se passava aquela experiência se tornava cada vez mais torturante. Começou a esfregar uma mão na outra por causa do frio insuportável, posteriormente sentando-se no chão para abraçar as pernas que já estavam latejando doloridas por conta da baixa temperatura.

    ? V-Vamos lá, Sakura! Como da última vez, só vai durar mais um pouquinho e logo aquela dormência seguida de sono virá novamente... ? consolou a si mesma, batendo o queixo, tremendo de frio.

    A jovem sentada sobre a neve, já conseguia notar a hostilidade da morte que se aproximava de sua alma até que, sentiu algo quente lhe envolver, arrebatando-a novamente para o mundo dos vivos. Olhou em seus ombros, avistando as mãos que seguravam um espesso casaco de inverno que a cercava:

    ? V-Você disse que não iria interferir outra vez! ? ela lembrou desapontada.

    ? Você é uma garota interessante! Sério... Nunca vi mais idiota! ? ele zombou sorrindo de canto.

    O rapaz rapidamente ajeitou o casaco que a envolvia, pegando no colo delicadamente o pequeno corpo frágil e gelado da menina de cabelos róseos:

    ? Poxa... Eu não posso nem morrer em paz! ? ela resmungou cansada, olhando para o lado.

    ? Hahaha... ? ele tentou, mas não conseguiu conter a risada maléfica com uma boa dose de sarcasmo.

    ? Você está rindo do que? Posso saber? ? ela exigiu exasperada.

    ? Eh... Nada não! ? ele segurou o riso.

    ? Ok! Então me solta! ? ela ordenou impaciente.

    ? Negativo! ? ele a contrariou, ignorando a vontade dela.

    ? Hãaan?! ? exaltada, ela tentou se debater na intenção de se soltar, no entanto, faltaram-lhe forças para que conseguisse escapar.

    O rapaz com a garota em seus braços seguiu mais uma vez rumo ao acampamento, indo até a tenda na qual, antes, ela repousava. Entrou naquela espécie de cabana e deitou-a sobre o futon, cobrindo-a dos pés até o queixo com um denso cobertor. Após isso, ele se sentou no chão ao lado dela e encolheu as pernas, abraçando as mesmas:

    ? Né, você vai ficar aqui? ? ela inquiriu indiferente.

    ? Sim! ? ele respondeu espontaneamente.

    ? Por quê? Você precisa dormir! ? aconselhou olhando para o lado.

    ? Se eu te deixar aqui sozinha, tenho certeza de que cometerá alguma loucura! ? ele contestou impassível.

    ? Garoto... Isso não é problema seu! ? ela ressaltou nervosa.

    ? Hum... ? ele a ignorou, fitando o nada.

    ? Ai, ai... Está muito frio pra você ficar aí sentado no chão! ? avisou sem encará-lo.

    ? Não me importo! ? ele exclamou instantaneamente.

    ? Ah... ? ela suspirou derrotada e desistente, ergueu-se um pouco, chegando mais para o outro lado do futon, caindo deitada sobre o mesmo. ? Deite-se aí na beirada! ? disse virando-se para o canto.

    ? Não há necessidade! ? recusou friamente.

    ? Olha só... ? ela começou a falar, sentando-se sobre as pernas e o olhando furiosamente nos olhos. ? Ou você deita aí, ou você some daqui! ? ordenou o fuzilando mentalmente.

    ? Tudo... Tudo bem! ? ele obedeceu assustado com a atitude repentina da garota. Aquela havia sido a primeira vez que se sentiu intimidado por um olhar.

    Calado, ele deitou-se ao lado da jovem que virara de costas e assim ele também o fez, ficando ambos, um de costas para o outro e acabaram encostando as mesmas:

    ? Raios! Dividir um futon com uma menina... Oh Deus, dei-me controle! ? pensou depressivo, logo fechando os olhos.

    ? Nunca convivi com um, mas até que esse garoto é normal! Só espero que quando adulto não seja um desequilibrado igual ao meu tio... ? comparou em sua mente, afinal a única referência masculina que tinha, infelizmente era o irmão de seu falecido pai. ? Acho que não, mesmo sendo chato, ainda assim ele parece ser uma boa pessoa! Mas enfim, eu não estou com um pingo de sono... ? ela pensou enfadada. Virou-se para as costas do jovem, começando a mexer em seus cabelos negros, o que fez com que o rapaz abrisse os olhos assustado.

    ? O que? ? ele indagou, virando-se abruptamente para a garota e dando de cara com os seus olhos verdes fitando-lhe.

    ? Hum? Eu estive dormindo por três dias... Não estou com sono! ? ela explicou colocando uma madeixa de cabelos, que caia sobre a testa do garoto, atrás de sua orelha, fazendo-o arrepiar ao sentir o toque suave de sua delicada mão.

    ? Hum... Ok, então! ? sem graça, ele engoliu a seco, dando as costas novamente para a garota. ?Bom... Ou ela está fazendo isso de propósito, ou ela é realmente inocente demais! Mas isso é muito bom, tenho que parar de pensar dessa forma, pois acho que o único que está sendo malicioso aqui sou eu... ? pensou, rendendo-se a aquele momento, apreciando o cafuné sublime que a menina estava lhe proporcionando e logo caiu no sono.

    (...)

    Amanhecera, o sol já estava alto e ainda estirado sobre o futon dentro daquela tenda, estava o moreno com os cabelos completamente bagunçados. Abriu os olhos lentamente, os mesmo estavam miúdos de tão inchados por causa do sono pesado que as carícias da rosada lhe propiciaram durante toda a noite. Quando olhou ao redor, assustou-se ao notar que estava sozinho:

    ? Não acredito! Eu dormi demais... Maldita, então essa era a intenção dela? ? perguntou-se fulo de raiva. ? Droga... Realmente, me fez dormir feito pedra! ? confessou enquanto se levantava às pressas. ? Fraca como estava, ela não deve ter ido muito longe... Só espero que não seja tarde!

    De certa forma aquela era a única coisa que lhe vinha à mente, afinal, ele já sabia que ela era uma suicida em potencial e aquela havia sido a oportunidade perfeita para ela fugir dali. No entanto, as dúvidas lhe sondavam a cabeça... Será que ela realmente se mataria? E porque raios ele estava se importando com isso?


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