South Blue. O nascer de uma nova lenda.

~ Meyru ~

A casa estava completamente vazia, segundo Hyume, a esposa de meu padrasto, todos estavam envolvidos com suas atividades diárias. Bianca e Haru, meus únicos amigos no vilarejo, estavam proibidos de se aproximar de minha casa, segundo os demais cidadãos nossa união resultaria na destruição da Ilha Yuga. A fina garoa que caia no lado exterior umedecia a terra, certamente as flores esse ano seriam extremamente belas.

Vila da Flor, um pequeno vilarejo localizado no South Blue, conhecido por sua grande variedade de flores, sejam elas medicinais ou não, pessoas do mundo todo fazem encomendas com os moradores locais.

Suspirei e andei em direção a comoda, meus cabelos claros, levemente amarelados, estavam soltos o que dava um destaque a cor azulada de meus olhos. Trajava uma camiseta avermelhada e um short jeans negro.

? Meyru. - A voz rouca de Hyume logo ecoou pelo pequeno corredor. - Vou comprar algo para o jantar, tente não destruir os aparelhos eletrônicos.

Bufei e logo escutei a porta principal ser fechada, essa mulher simplesmente me irritava. Só porque comi a Goro Goro no Mi ela vive me infernizando e colocando a culpa de qualquer acidente, que envolva descargas elétricas, sobre mim. Está certo que eu sou a responsável por grande partes desses acidentes, mas não de todos.

? Até parece que eu vou ficar trancada o dia todo. - Murmurei antes de pegar um casaco negro e pular a janela, apesar de estar no segundo andar eu já havia me acostumado a fugir dessa maneira. Digamos que apesar de possuir apenas quinze anos eu era realmente uma praga.

Corri pelas ruas, praticamente vazias, e logo cheguei ao meu local preferido em toda a ilha, a costa. A árvore mais importante de nosso vilarejo crescia nesse local, sua beleza era inconfundível e pessoas de todos os oceanos se reuniam uma vez a cada dois anos para admirar as flores que nasciam ali, naquela pequena parte da ilha.

Sentei-me sobre a grama e fechei meus olhos enquanto deslizava meus dedos pelas pequenas esferas avermelhadas de minha pulseira, um presente de uma pessoa especial. Havia perdido a conta de quantos anos estava nessa ilha, talvez dez ou onze, mas algo em meu interior me alertava que esse não era o meu verdadeiro lar. Lembro-me vagamente da festa que a cidade teve naquela fria noite de inverno, o dia em que ele havia me levado a sua casa, apesar da calorosa recepção, e do modo gentil que todos me tratavam, jamais consegui me sentir a vontade.

Iria realizar meu sonho e viajar pelos oceanos até finalmente encontrar minha verdadeira origem, e o motivo que levava ele a fugir sempre que a questão de meu verdadeiro pai surgia.

Eu vou me tornar a Rainha dos Piratas.