Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 18

    Décimo oitavo ato ? Negação persistente

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Décimo oitavo ato ? Negação persistente

    Lady Abel Oblivion Araghon

    ? Te assustei, foi? ? perguntou Sephiroth divertido, desabotoando lentamente seu paletó.

    ? É claro! Você entra aqui sorrateiramente e surge das sombras! ? explicou Cloud, gesticulando afoitamente.

    ? E quem mais poderia entrar nesse quarto? ? questionou enquanto puxava as mangas da roupa.

    ? O Vincent? O Kadaj? ? perguntou aleatoriamente. ? Mas isso não importa! O problema é você surgindo do chão! ? retrucou, cruzando os braços e deitando na cama, emburrado.

    Sephiroth deu de ombros, jogando a roupa que tirava no chão de qualquer modo. Sentira falta do jeito fofo do rapaz e, sem nem mesmo notar, fitava-o dos pés à cabeça lentamente, demorando inconscientemente nos lábios e no pescoço alvo e visível. Sua vontade era de correr sua boca por aquele local, dando pequenas e fortes sucções que deixassem o corpo do rapaz marcado.

    Suspirou ao sentir o incômodo contra a braguilha da calça. Não demorou em tirar a bota, as meias e a camisa branca, jogando-os de qualquer forma pelo quarto. Iria voltar-se ao mais novo para dizer-lhe algo ousado, mas foi surpreendido pelos olhos azuis, que concentravam-se firmemente na elevação em sua calça.

    Sephiroth sorriu sacana, divertindo-se com a cena de um Cloud paralisado, olhando-o com olhos desejosos. Não conseguiu conter-se e deslizou a mão para a calça, tirando o cinto rapidamente e abrindo os botões, tocando em seu membro por cima da cueca preta. Os dedos ágeis deslizaram rapidamente para dentro da calça, prontos para retirá-la, mas as mãos de Cloud impediram-no de prosseguir.

    Quando ele havia chegado em Sephiroth? O outro nem o vira levantando-se da cama.

    ? Deixe-me fazer isso ? sussurrou o Sargento ao afastar as mãos de Sephiroth e enfiar as suas dentro da cueca preta. O General segurou a respiração, incerto sobre deixar o rapaz fazer o que queria. Não sabia se ele podia fazer aquilo depois de tudo o que sofrera e não sabia se conseguiria aguentar-se por muito tempo.

    Ao sentir os dedos macios que deslizavam sobre aquela área tão sensível, Sephiroth foi incapaz de pensar em algo que não fosse ?uau?. Queria deveras aquilo, mas negara a si mesmo tanto aquele prazer que, agora que tudo havia começado, não conseguiria terminar mesmo que quisesse.

    Sentiu um arrepio passar por seu corpo quando seu falo foi exposto à leve brisa que provinha das janelas levemente abertas. Mas demorou muito pouco para o sangue ser bombardeado para lá rapidamente por seu coração afoito, que cavalgava de modo forte e intenso em seu peito.

    Cloud tinha aquele efeito avassalador sobre o General e Sephiroth não seria louco de negar que gostava demais de tudo aquilo. Havia anos que sentia falta de algo em sua vida. Sabia que faltava algo. Se todos vivessem com aquele enorme vazio dentro deles, então a raça humana estaria destinada ao fim certeiro.

    Mas Sephiroth vira muitas pessoas felizes. Pessoas satisfeitas com o que tinham e que sorriam muito e riam verdadeiramente.

    Foi naquele momento que notara que lhe faltava algo, e era algo crucial.

    Levou anos para ele descobrir o que era aquele vazio. E só descobriu ao ver o modo como Vincent e Kadaj se olhavam e sorriam, antes mesmo de revelarem que estavam juntos, na verdade, muito antes de estarem juntos.

    Eles haviam se apaixonado um pelo outro e isso fez Sephiroth parar para refletir. Aquele vazio dentro dele era solidão. Precisava de alguém ao seu lado, alguém capaz de preencher aquele vazio incômodo que lhe sufocava.

    Procurara, mas não encontrara. Lembrou-se de uma passagem bíblica, leitura obrigada por seus pais quando estava estudando.

    ?Em meu leito, pela noite, procurei o amado da minha alma. Procurei e năo encontrei! Vou levantar-me, vou rondar pela cidade, pelas ruas, pelas praças, procurando o amado da minha alma... Procurei e năo encontrei!...?

    Achava aquela uma das mensagens sinceras sobre o amor mais linda que já vira. Lindo havia sido o modo como seu coração reagira à presença de Cloud conforme passavam mais tempo juntos. Era uma satisfação tão grande que não cabia em seu peito.

    ? Ah! ? gemeu Sephiroth ao sentir a língua úmida e travessa de Cloud deslizar pela glande de seu membro sexual.

    O rapaz sorriu, massageando a extensão do falo túrgido enquanto beijava a ponta dele. Não havia inibição nele. Os olhos azuis brilhavam de puro contentamento e, para demonstrar isso, Cloud fez alguns movimentos calmos e leves de vaivém no falo do General e depois abocanhou-o.

    A língua do Sargento deslizou em círculos pelo falo em sua boca, instigando a glande, enquanto suas mãos deslizavam para as nádegas do líder, apertando-as fortemente. Sephiroth gemeu, adorando a ousadia do outro.

    Sabia que Cloud havia passado por situações desagradáveis quando esteve no poder de Rufus, mas não sabia se ele havia levado consigo todas as experiências vividas naquele ambiente.

    Para sua aflição, o rapaz mostrou que havia se adaptado a tudo aquilo ao abocanhar seu falo até que ele tocasse em sua garganta, fazendo uma sucção forte antes de deslizar os lábios lentamente pela carne pulsante, parando novamente em volta da glande e circulando-a com os lábios.

    Ele repetiu o movimento lento várias vezes, aumentando gradativamente o número de vaivéns feitos. Em uma tentativa desesperada de fazer o rapaz intensificar os movimentos, Sephiroth agarrou-o pela nuca e fê-lo engolir ainda mais seu membro sexual, movimentando sua cabeça para frente e para trás para que os lábios carnudos e macios massageassem sua ereção.

    Não havia nada mais gratificante do que sentir aquela boquinha sensual recebê-lo alegremente. E os olhos verdes semicerraram-se enquanto assistiam Cloud movimentar a boca em um movimento frenético por si próprio. Ele era, sem dúvida, um amante aberto aos gostos de seu parceiro e aquele pensamento agradou o General. Estava disposto a fazer qualquer coisa por Cloud.

    ? Oh, sim, isso? ? gemeu o General ao sentir a língua agitada deslizar por sua pele quente, do cantos dos lábios de Cloud um fio de saliva escorria.

    Cloud retirou o membro sexual de sua boca, sorrindo maliciosamente para Sephiroth antes de tocar sua glande com a mão e apertá-la fortemente, fazendo o General gemer de dor e prazer, um urro rouco que causou um estremecimento no rapaz.

    Sephiroth segurou-o pelo rosto firmemente, fazendo-o encará-lo por longos minutos. Seus olhos cerrados correram pela franja loira, pelos olhos nublados pelo desejo, pelas bochechas rosadas pelo esforço e parou na boca aberta, de onde a respiração afoita do rapaz saía.

    Hipnotizado, o General abaixou-se sobre o rapaz até que suas bocas estivessem próximas, mas ao invés de beijá-lo, Sephiroth tocou nos lábios de Cloud com a língua, deslizando-a lentamente de um lado para o outro. Seus olhos estavam focados nos azuis, enquanto sua mão acariciava o pescoço alvo e os dentes davam pequenas mordidas nos lábios suculentos aos seus olhos.

    Não demorou para Cloud suspirar, desistindo daquela batalha silenciosa e deixando que sua língua procurasse avidamente a do outro.

    O beijo que se prosseguiu foi intenso, molhado e lento, onde apenas as línguas se tocavam.

    Quando Sephiroth afastou-se, um fio de saliva uniu-os por alguns segundos, mas a risada leve de Cloud fê-lo desfazer-se. O General sorriu suavemente, guiando a cabeça do Sargento até sua ereção e incentivou-o ao masturbar-se lentamente, sua boca abrindo-se levemente diante da autossatisfação.

    O rapaz deu de ombros ao tornar à felação. Mas, dessa vez, focou-se naquele vai e vem rápido e decidido, como fazia com Rufus quando? quando? Bem, quando queria que tudo terminasse o mais rápido possível. Se o pesadelo podia ser encurtado, por que não fazê-lo?

    Mas não era o mesmo com Sephiroth. Tudo o que queria era proporcionar prazer ao mais velho, já que todo o tempo em que estivera ali com ele não fizera nada.

    Os movimentos do rapaz iam tornando-se cada vez mais rápidos, seus lábios deslizando para cima e para baixo no membro sexual do General. Cloud sentia em sua boca o gosto levemente salgado do pré-gozo, antecipando o momento em que Sephiroth gozaria e encheria sua boca. Aquilo, por mais estranho que pareça, fê-lo excitar-se e querer, misteriosamente, receber a ejaculação em si.

    Aprendera a engolir quieto o que recebia quando fazia aquilo, e foi por isso que, quando Sephiroth deixou que as ejaculações fortes fossem contra o interior da boca do Sargento, Cloud engoliu tudo sem pestanejar, limpando com as costas da mão o excesso que escorreu pelo canto de sua boca.

    O General ficou por segundos perdido na sensação do êxtase, seus olhos desfocados fincados no teto e sua boca aberta, por onde a respiração rápida saía livremente.

    Cloud afastou-se minimamente do mais velho, mas foi surpreendido quando braços fortes envolveram seu corpo, puxando-o contra a muralha de músculos que era o peito do outro. A mão abusada do General desceu até o membro sexual excitado do Sargento e liberou-o, fazendo com que os dois falos se tocassem lentamente, esfregando um no outro ao movimentar seu quadril habilmente.

    O mais novo suspirou, segurando-se nos ombros nus de Sephiroth enquanto esfregava-se também contra o corpo do líder, aquele atrito dos corpos criava uma deliciosa sensação para ambos, e quando o General segurou os dois membros sexuais com uma mão, movimentando-a de cima para baixo e fazendo-os se esfregarem, a sensação foi ainda melhor.

    Era como conhecer o paraíso temporário na Terra, ou encontrar o tesouro proibido um segundo antes de o esconderijo desmoronar.

    Não havia sensação melhor do que aquela, de total entrega, e Cloud deixou-se levar, sentindo algo que nunca havia sentido antes: verdadeira satisfação.

    Ninguém nunca havia se preocupado em proporcionar-lhe prazer.

    Quando adolescente, era ocupado demais para pensar em masturbar-se. Quando jovem, apaixonou-se por uma moça que lhe retribuiu os sentimentos apenas para enganá-lo. Logo em seguida caiu nas mãos de Rufus, e foi onde sentiu-se mais reprimido. Rufus queria apenas prazer, e Cloud só queria paz. Fazia tudo o que o outro queria, apenas para que acabasse logo e ele pudesse aproveitar as poucas horas, grande parte das vezes os poucos minutos, sozinho, desamparado, perdido.

    Naquela época aquelas sensações eram boas.

    Agora eram deploráveis.

    Só de pensar no prazer que fora negado a si por tanto tempo Cloud gemeu. Os dedos finos de Sephiroth deslizavam em sua carne inchada, enquanto beijos molhados eram distribuídos em seu pescoço. O General sorriu contra a pele alva do rapaz, parando os movimentos ao ouvir um gemido pedindo por mais sair dos lábios do Sargento.

    Cloud encarou-o aflito, hesitante diante do ato do mais velho, mas foi surpreendido quando Sephiroth empurrou-o pelos ombros, fazendo-o lentamente deitar-se na cama. O Sargento riu, uma mistura de diversão e vergonha, que deixou o líder ainda mais excitado.

    Sephiroth começou seu tratamento especial pelo pé do rapaz. Deslizou os lábios pela pele dele e mordeu o dedão, fazendo Cloud rir, sentindo cócegas. Depois apertou sua canela enquanto dava pequenas e fracas mordidas em sua perna, subindo pela panturrilha e pela parte interna do joelho.

    O Sargento segurou a respiração, tenso, quando o General separou suas pernas e aproximou-se daquela área. Sephiroth mordeu a área perto do membro sexual do rapaz, fazendo-o arquear-se, querendo que o outro tocasse naquele lugar que lhe era tão prazeroso.

    E Sephiroth arqueou-se para tocá-lo, sorrindo maliciosamente, contudo parou no meio do caminho. Seus olhos escurecidos pela luxúria examinaram lentamente o rosto de Cloud. Os olhos azuis estavam semicerrados na direção dele, sua respiração estava levemente alterada e suas bochechas estavam muito mais vermelhas de vergonha do que anteriormente estavam.

    Aquela pausa estava deixando Cloud frustrado, irritado e apreensivo, mas tudo piorou no segundo seguinte.

    ? Talvez você queira me contar mais sobre você? ? questionou o General suavemente.

    Aquela frase foi como um balde de água fria sendo jogado na cabeça de Cloud. No mesmo momento ele tornou-se tenso, suas pálpebras fechando enquanto um suspiro profundo saía de sua garganta.

    Sephiroth quis pressioná-lo mais, queria ouvi-lo falar, mas ao pensar que, se ele não falava, era porque não confiava nele o suficiente, afastou-se calmamente, arrumando a roupa no corpo de Cloud e levantando-se, caminhando até seu guarda-roupa para pegar um pijama.

    ? Sephiroth? ? chamou Cloud, apreensivo, mas o General olhou-o com uma expressão suave e olhos calmos.

    ? Não precisa forçar-se a falar. Eu quero muito saber, mas sei que você precisa de espaço. ? comentou o General indo até o rapaz e lhe dando um beijo casto nos lábios. ? Vou tomar um banho, use esse tempo para acalmar-se. Quando eu voltar vamos dormir. Precisamos de um descanso depois de tudo o que andou acontecendo por aqui.

    E Sephiroth deixou o rapaz lá, sozinho, deitado espaçosamente na cama e confuso. Cloud rolou para o lado, fitando a parede de modo distante. Sabia que o que estava fazendo com Sephiroth era errado.

    Gostava dele e confiava nele. Muito, muito mesmo. O que, então, impedia-o de contar ao General tudo o que passara? O que estava deixando-o hesitante?

    Cloud não conseguia entender seus próprios atos e sentimentos. Sua vontade era de simplesmente contar tudo, aliviar sua alma de todas aquelas cicatrizes e compartilhar com alguém de sua dor.

    Sabia que Sephiroth era uma pessoa leal e que podia confiar nele.

    Estava decidido a contar para Sephiroth assim que possível.

    Cloud fitou os dois corpos deitados na cama com curiosidade. Eles estavam em conchinha e ressonavam tranquilamente. Pareciam realmente um casal feliz. Aquela cena fez seu coração encher-se de alegria.

    Mas havia algo de errado acontecendo. E a confirmação vinha do magnetismo que puxava Cloud para fora do quarto.

    ?Não vai seguir seus instintos?? A voz zombeteira e madura de uma mulher soou em seus ouvidos. ?Devia?? Questionou Cloud incerto. ?Não custa nada tentar.? Respondeu ela com voz divertida.

    Dando de ombros, o rapaz pôs-se a andar até a porta e, pressentindo, com seu sexto sentido, que poderia transpassá-la sem abri-la, fê-lo, logo chegando ao longo corredor vazio e limpo.

    Cloud não sabia muito bem o que fazer, ou melhor, o que fazia, mas sentia uma força puxá-lo e resolveu segui-la. Que fosse o que Deus quisesse.

    ?Pare de ser tão dramático!? Replicou a voz em seu ouvido. ?Hum?? Respondeu desinteressado. ?Eu estou te mostrando que é confiável seguir essa sensação. Você não pode confiar em mim?? Questionou falsificando um tom magoado. ?Eu nem sabia que você voltaria a fazer comigo!? Exasperou-se Cloud, apertando a têmpora com os dedos como se sentisse uma dor de cabeça profunda, o que não acontecia.

    Virou em uma esquina e notou que cada vez menos conhecia aquele lugar. Sabia que a mansão era enorme e que ele não havia conhecido-a totalmente porque (a) não tinha tanto tempo disponível e (b) não tinha permissão para andar por ali, em qualquer local da mansão, já que várias áreas eram restritas apenas às maiores patentes.

    ?Cloud, meu menino, o que te fez pensar que não voltaríamos a nos falar?? Perguntou a voz feminina preocupada. ?Bem, eu pensei que depois de ter gasto tanto poder no conflito eu não conseguiria nem conversar com você nem chamar os servos.? Respondeu o rapaz dando de ombros. ?Mas, meu filho, você tentou?? Questionou ela sabiamente, o rosto dele tornou-se rubro e seus olhos desviaram-se para a janela do corredor, de onde podia ver o longo pátio lateral da mansão.

    Não, Cloud não havia tentado. Mas também não havia necessidade. Acreditara piamente que só precisaria usar aqueles poderes quando algo muito grande estivesse em jogo, e foi por isso que usara os poderes: Rufus precisava ser punido. Porém, sem o General para importuná-lo, não havia mais nada que o forçasse a chamar os servos.

    ?Não, porque não foi necessário.? Respondeu com sinceridade, ouvindo o risinho satisfeito dela. Cloud sorriu, virando em mais um corredor, mas agora não havia janelas nem portas. Ele era longo e estreito e o rapaz sentiu um arrepio quando um vento frio passou por ali.

    Sua mente dizia para ele sair dali, que não era uma boa ideia e que sua presença não era desejada, mas seu sexto sentido insistia que ele precisava seguir em frente, porque havia algo logo à frente que apenas ele podia fazer.

    De verdade? Cloud hesitou. Não se sentia à vontade o suficiente para andar na mansão, principalmente em lugares que expeliam a presença das pessoas.

    ?Você precisa ir, meu bem, pelo bem de Sephiroth.? Disse a mulher, suspirando. ?Pelo bem de Sephiroth? O que está havendo?? Questionou o Sargento aflito. ?Não queríamos ter que te contar nada, mas eu vou contar apenas que é muito importante você ir até onde seu instinto pede que vá.? Respondeu ela séria.

    Sem pensar duas vezes Cloud começou a caminhar pelo corredor. Ele era longo, muito longo, e cansativo. As paredes eram lisas, como se quisessem aprisionar quem estivesse ali, e quando Cloud chegou até certo ponto do corredor, parou.

    Olhou para trás e tudo o que via era as paredes aprisionadoras. À frente havia mais corredor, e pareceu que um peso formou-se em seu estômago. Um mal-estar e um cansaço anormal apoderaram-se dele e Cloud arfou, apoiando-se na parede.

    ?O que é isso?? Perguntou assustado. ?É uma magia de restrição. Se você olhar para frente, verá mais corredor, mas, na verdade, há uma porta bem aqui ao lado. Se você seguir em frente, será levado de volta para o início, e achará que conseguiu passar, mas, na verdade, você estava andando em círculo.?

    ?E o que eu faço se não posso ver aonde estou indo?? Questionou Cloud aflito. ?Dê um passo à frente e entre na parede à sua esquerda. Eu irei guiá-lo.? Ordenou a voz.

    Sem coragem ou vontade de questioná-la, Cloud obedeceu. Ao tentar transpassar a porta, fechou os olhos, temendo o choque contra a parede que logo viria, mas foi surpreendido quando passou por ela tranquilamente.

    Silêncio. Aquilo era muito estranho. Cloud chamou a Mãe Natureza em sua mente, mas ela estava quieta. Talvez fosse uma indireta para que ele fizesse o mesmo.

    Sem entender, Cloud caminhou pelo local grande e repleto de aparelhos estranhos. Será que lá era o laboratório? O local onde Sephiroth citara que o pessoal mantinha a barreira sob controle antes? Tocou na mesa computadorizada com dedos hesitantes e observou os barulhinhos que os computadores faziam.

    Naquele silêncio perturbador, um grunhido baixo chamou a atenção do rapaz. Caminhou silenciosamente até uma porta entreaberta e hesitante aproximou-se dela, olhando para a cena que se desenrolava lá dentro.

    Cloud prendeu a respiração ao ver Reno segurar um homem carece e com cavanhaque pelo colarinho, erguendo-o do chão enquanto encarava-o com olhos irados.

    ? Como foi que você conseguiu perder o controle da barreira? ? perguntou o ruivo raivoso, seus dentes trincados fortemente.

    ? E-Eu não sei. Em um momento a barreira estava muito fraca, no outro perdemos o controle dela ? respondeu o homem meio trêmulo.

    ? Eles descobriram que você era um traidor? Você contou que fui eu quem te mandei sabotar a barreira? ? questionou Reno furioso.

    Cloud arfou onde estava, arregalando os olhos quando os dois presentes ficaram quietos e olharam na direção dele por vários segundos. Mas parecia que eles não haviam visto ele porque, logo em seguida, voltaram a se encarar.

    ? N-Não Senhor. Não parece que eles tenham me descoberto, e eu não contei sobre o Senhor ? respondeu o homem, suspirando quando Reno soltou-o e ele caiu de bunda no chão.

    ? Então significa que alguém tomou a frente da barreira para sustentá-la. Mas Sephiroth estava na guerra quando a barreira foi tomada ? disse Reno para si mesmo, coçando o queixo, pensativo.

    ? Sim Senhor. Todos estavam na guerra quando tudo aconteceu. O General nos deu alguns dias de descanso e nos disse para não nos preocuparmos com a barreira, e que estaria nos informando o que aconteceu assim que voltássemos ao trabalho. O Senhor está sabendo de algo? ? perguntou curioso, levantando-se do chão e se sentando em uma cadeira qualquer.

    ? Parece que alguém de confiança está sustentando a barreira. Talvez Sephiroth desconfie que há um traidor no laboratório e tenha contratado alguém de fora para cuidar dela até ele encontrar o culpado ? comentou o Tenente-Coronel distante.

    ? Entendo. Seria muito sábio da parte dele ? confessou o homem, sorrindo satisfeito.

    ? Ou? ? começou Reno, encarando o outro com escárnio. ? Ele descobriu quem é o traidor e só está esperando ele baixar a guarda para pegá-lo.

    No mesmo momento o homem congelou. Seus olhos se arregalaram e seus lábios tremeram de medo. Todo o seu corpo começou a tremer e ele levantou-se, cambaleando um pouco. Suas mãos estavam fechadas em punho ao lado do corpo.

    ? Te-Tenente-Coronel. Temo que não possa continuar ajudando-o. Não posso correr o risco de ser destituído de meu cargo ou até perder meu emprego. Sabe lá Deus o que o General poderá fazer comigo se me pegar! ? murmurou gemendo de medo, parecendo um cão pequeno amedrontado por um maior e mais feroz.

    ? Oh não! Você não vai sair assim! Concordou, agora vai até o fim. E se ousar me entregar ou me abandonar vou matá-lo lentamente ? ameaçou Reno, caminhando até a porta onde Cloud estava e passando por ele, saindo pisando duro e bufando.

    ? Talvez a ira do General seja pior do que a do Tenente-Coronel? ? murmurou o homem para si mesmo. ? E agora, o que eu faço?

    ? Cloud? ? chamou uma voz masculina no ouvido do rapaz. ? Cloud! Ei, Cloud, acorda!

    Abrindo os olhos, Cloud viu o teto do quarto do General e o rosto preocupado dele, fitando-o seriamente.


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