Descoberta. I

Os olhos verdes olharam atentamente para o teste de gravidez. Seu coração batia em desespero e medo. estava sentada na tampa do vaso, e, em nem um momento tirava os olhos do teste. Já havia feito como mandava na bula. agora era só esperar. Os olhos verdes visualizaram os dois traços azuis que surgiram no pequeno teste. E seus olhos se encheram de lágrimas, uma de suas mãos foi a boca para abafar o barulho do choro. Apertou mais os dedos com força ao redor do teste de gravidez e sentiu o coração falhar uma batida quando escutou sua mãe lhe chamar.

?Anastacia, filha, você está ai? ?escutou a mãe lhe chamar com certa preocupação.

Limpou os olhos, e tratou de normalizar a voz.

?Sim, mãe. Já estou saindo. ?sua voz saiu um pouco tremula.

?Está tudo bem, querida? ?sua mãe pareceu notar sua voz.

?Sim, mãe. Só vou lavar o rosto e sair. ?dessa vez tratou de respirar com força e usar seu tom mais normal, ela pareceu acreditar, pois saiu deixando a filha.

Anastacia, olhou para o espelho com desespero, o que faria? Como cuidaria de uma criança, quando ainda era uma! Só tinha 15 anos, não podia ter sido tão burra, como contaria a seus pais? Passou as mãos pelos cabelos castanhos em uma falha tentativa de se acalmar e pensar. As mãos foram involuntariamente para o ventre, tocando ali, ao notar as tirou. Não queria e nem poderia ser mãe, no entanto estava grávida e ninguém mudaria isso, o que faria com o bebê? Tirá-lo estava fora de questão, era seu bebê e Jamais o faria mal, pois ele não tinha culpa. Olhou para o celular e uma ideia lhe surgiu, não havia feito aquele bebê sozinha iria conversar com o pai. Tratou de lavar o rosto, tentou parecer o mais normal possível, mesmo que seu nariz ainda continuasse vermelho e seus olhos inchados, ajeitou o cabelo e saiu do banheiro. Iria direto para seus quarto, não queria comer nada, tudo lhe dava enjoo. Deu apenas um grito da escada dizendo a sua mãe que estava cansada e iria durmir. escutou a mãe dizer um "tudo bem, querida" entrou em seu quarto e olhou para o celular, o que faria? Viu a foto de papel de parede. Nela estava Anastacia sorrindo e abraçando o Namorado James. Os dois sorriam e apreciam felizes. Mordeu o lábio tentando segurar o choro que ameaçava vir novamente. e começou a discar o número já conhecido, depois de dois toques a pessoa do outro lado atendeu.

"Oi, amor" disse o garoto, com carinho.

"Oi, James" respondeu.

"O que houve?" perguntou notando que a namorada estava estranha.

"Eu preciso falar com você, pode ser hoje a noite?"

"Sim, onde?"

"Naquela Pracinha perto da minha casa"

"Está bem, tchau."

"tchau"

foi tudo que o garoto disse antes de desligar, Anastacia já estava acostumada com isso. James, nunca foi de muitas palavras. Talvez tenha sido isso que a atraiu nele, os dois se conheceram na escola, ela fazia o primeiro ano e ele o segundo, James tinha 16 anos, os amigos os apresentaram e desde então, se apaixonaram e começaram a namorar, mas o namoro era as escondidas, pois seus pais jamais permitiria que namora-se tão nova, a verdade era que sua família era conservadora, por isso o seu medo era maior ainda de contar que estava grávida. Seus pais tinha planos para ela, ela mesma tinha planos, queria fazer faculdade de fotografia, queria viajar, trabalhar, e depois sim casar e ter filhos, mas foi idiota de ter se deixado levar pelo momento e nem ao menos ter lembrado da camisinha, e, agora estava ali, na maior confusão, sem saber o que faria, os pais de James erão tão o mais rigorosos que os seus, e Anastacia não sabia se conseguiria passar por tudo sozinha caso James a deixasse. Olhou para as horas eram cinco da tarde, deitou na cama de bruços e seus dedos foram até a pedrinha de seu cordão, era um presente de James, ele lhe deu de aniversário era uma Safira. o garoto lhe deu alegando que a cor lembrava seus olhos e assim ela nunca o esqueceria, Anastacia riu, nunca poderia esquecê-lo pois agora tinha algo ainda maior os unindo. continuou a admirar a pedra, era bonita tinha um brilho lindo, era de um azul escuro, e apesar de pequena brilhava bastante, a corrente era fina e ao redor da pedra tinha pequenos diamantes. James havia lhe dito que usou suas economias para compra o colar, mas ela sabia que não havia sido grande coisa para ele já que o garoto tinha pais ricos e todo mês tinha uma boa mesada. Já Anastacia não tinha tantas posses, seus pais apenas tinham uma vida estável. Mas o nome da pedra lhe agradava muito. Suspirou ao lembrar que talvez, tivesse que trabalhar agora para sustentar seus filho. Nem mesmo notou quando novas lágrimas escurregaram pelos cantos dos olhos e caíram em sua cama, fechou os olhos tentando imaginar que aquilo tinha Cido só um sonho ruim, mas sabia que não era assim, porém forçou-se a fechar os olhos queria durmir e quando acordar ver que tudo não tinha passado de uma sonho, um pesadelo só isso.