12 de Agosto de 1995
Amber andava de um lado para o outro no quarto.
? Você quer fazer o favor de se acalmar? ? pediu Sarah sonolenta e impaciente.
? Meu irmão pode ser expulso de Hogwarts e você quer que eu me acalme? ? retrucou Amber.
? Não vão expulsa-lo ? disse Sarah.
? Eu já disse! O ministério quer uma desculpa para desacreditar Harry e Dumbledore!
? Tudo bem que Fudge não anda em seu estado natural, mas mandar dementors para Little Whinging?
? É isso que ele quer que as pessoas pensem!
? Se você diz... ? retrucou Sarah nem um pouco convencida.
Harry tinha saído fazia menos de meia hora e Amber já estava com os nervos a flor da pele.
? Não tenho ideia do por que eles saíram tão cedo ? resmungou Sarah ? O horário da audiência é 9 da manhã.
? Precaução nunca é demais ? retrucou Amber.
? Se você não parar de andar de um lado para o outro, eu vou te azarar ? ameaçou Sarah.
Amber sentou-se na cama, impaciente.
? Ficar andando de um lado para o outro que nem uma louca não vai ajudar em nada ? disse Sarah calmamente ? Já que não vou conseguir voltar a dormir mesmo...
? Que raiva! ? resmungou Amber ? A primeira vez que perco a hora é justo o dia em que Harry mais precisava de mim...
? Vamos almoçar! Os outros já devem ter descido.
Sarah se levantou bruscamente da cama, cansada da ladainha da melhor amiga. Elas tinham passado o começo das férias na casa dos McKinnon, em seus quartos separados, mas logo Marlene voltou a se juntar a ordem e elas foram para a casa dos Black.
Amber olhou para a porta aberta enquanto Sarah saía.
? Você vem ou não? ? perguntou Sarah.
Amber simplesmente se levantou da cama e a seguiu até a cozinha. Quando chegaram lá, todos já haviam descido e estavam almoçando.
? Meninas! ? cumprimentou Marlene sorrindo.
? Sabe, temos nome ? zombou Sarah, mas abraçando a mãe.
? Me surpreende que você tenha acordado tão tarde! ? disse Marlene para Amber.
Amber iria responder algo como ?a mim também? quando Sarah respondeu:
? Se você considera 9 horas da manhã tarde... ? resmungou Sarah, sentando-se ao lado de Ginny.
? Eu não pude falar com Harry antes dele ir para a audiência ? murmurou Amber.
? Oh! Não se preocupe! ? disse Marlene ? Ele ficará bem...
? Impossível não me preocupar ? respondeu Amber.
Marlene sorriu compreensiva.
? Coma alguma coisa! ? insistiu ? Vocês nem desceram para tomar café!
? Ué! Nos liberaram da limpeza da casa? ? Sarah perguntou baixo.
Marlene colocou o dedo na frente da boca em sinal de ?silêncio?. Aparentemente a Srª Weasley, com a tensão da audiência de Harry, tinha se esquecido. Ou talvez tinha finalmente se convencido de que a casa não tinha jeito e que aquilo era o melhor que podiam fazer.
? Harry! ? gritou Hermione, levantando-se da mesa.
Naquele momento, Harry entrava na cozinha com um sorriso enorme.
? Como é que foi? ? perguntou Hermione.
? Precisa mesmo responder? ? perguntou Rony retoricamente.
? Fui absolvido ? respondeu Harry, desnecessariamente.
A tensão da sala se desfez. Fred, George e Ginny começaram a fazer uma dança estranha e a cantar. Rony socou o ar animado e Hermione ainda tremia um pouco. Sarah olhava para o trio (gêmeos e Ginny) de uma forma estranha.
Amber não conseguiu se aguentar por cinco minutos e foi abraçar Harry.
? Eu fiquei tão preocupada ? murmurou ? Desculpe não ter conseguido acordar cedo para me despedir de você...
? Não tem problema ? cortou Harry.
Amber se separou meio sorrindo meio chorando.
? Não sei porque estão tão aliviados ? disse Harry ? Não tinham tanta certeza de que me daria bem?
? Mesmo assim dá um nervoso... ? murmurou Amber.
? Harry poderia ter sido expulso há séculos por causa do que já aprontamos, mas não foi ? disse Rony ? Não seria agora...
? Nossa! Me tranquilizou muito... ? ironizou Amber.
? Amber, você deveria já ter se acostumado ? disse Sarah.
? Eu nunca vou me acostumar! ? disse Amber, voltando a se sentar.
? Então vai morrer de preocupação antes dos 20 ? disse Sarah.
? Por que não se juntou a dancinha deles?
Sarah fingiu não ter escutado a pergunta e Amber, para se vingar, deu um chutão nela, por baixo da mesa.
? Ai! Amber! ? reclamou acariciando a canela.
? Depois a gente conversa ? murmurou Amber, voltando a comer.
Depois do jantar, Sarah correu para o quarto tentando escapar da Amber, mas ela correu atrás dela.
? O que deu nelas? ? perguntou Hermione, com o cenho franzido.
? Eu vou descobrir isso agora ? disse Ginny, se levantando da mesa e indo atrás das duas.
? Cuidado para não acordar a velha! ? disse Marlene.
Sarah fechou a porta rapidamente.
? Abre essa porta agora, Sarah! ? disse Amber batendo na porta do quarto.
? Não grita ou a velha vai acordar! ? disse Sarah com a voz abafada por causa da porta.
? Eu te juro que se não abrir essa porta agora eu grito o mais alto que eu conseguir ? ameaçou Amber.
? O que deu em vocês? ? perguntou Ginny, indo para o lado de Amber.
? Um... ? contou Amber ? Dois...
Amber abriu a boca para começar a gritar, quando a porta se abriu e ela e Ginny foram puxadas para dentro do quarto. Ginny olhou para as duas sem entender o que estava acontecendo enquanto Sarah trancava a porta do quarto.
? Comece a falar! ? exigiu Amber.
? Não tenho ideia do que está falando ? disse Sarah.
? Então por que fechou a porta? ? insistiu Amber.
? Porque você começou a me olhar feito uma maluca!
? Eu não estou entendendo droga nenhuma ? Ginny interrompeu.
? A Amber fica vendo coisa onde não existe! ? disse Sarah.
? Confessa que gosta dele ? disse Amber.
? Eu não gosto de ninguém, caramba!
? Você não vai conseguir esconder isso por muito mais tempo.
? Olhe só quem fala, Lily!
? Pelo menos eu admito o meu amor pelo Harry ? disse Ginny, meio risonha, meio corada.
Sarah e Amber olharam chocadas para Ginny. Não por causa do que ela disse sobre Harry, mas sobre o que ela insinuou.
? Vocês são duas cegas que não percebem o que está na sua frente ? finalizou Ginny, saindo do quarto.
Amber e Sarah se olharam ainda chocadas. Amber fez um sinal para Sarah que a olhou sem entender.
? Você está com a boca escancarada ? esclareceu Amber.
Sarah fechou a boca constrangida.
? Engraçadinha ? resmungou Sarah.
***
No dia 31 de Agosto, chegou a lista de materiais e a carta de Hogwarts.
? Só quando recebemos nossa carta pela primeira vez eles nos dão tempo para nos organizarmos? ? perguntou Sarah, entrando no quarto com Rony.
Crack.
Fred e George aparataram no quarto de Harry e Rony.
? É o que eu ia dizer agora mesmo! ? disse Fred ? Parece que eles esqueceram.
? Vai ver eles demoraram para nos mandar as cartas por causa da dificuldade para encontrar um professor de DADA ? disse Amber e Hermione concordou com a cabeça.
? Por que temos menos livros nesse período? ? perguntou Harry.
? Porque apartir de agora começaremos a aprender na prática e não apenas na teoria ? disse Amber.
? Existe alguma pergunta que você e Hermione possam não responder automaticamente? ? ironizou Fred ao que Amber corou.
? Imagino o trabalho que deve ter sido arrumar um novo professor de DADA ? disse George.
? Um expulso, um morto, um com a memória apagada e um trancado num malão por nove meses ? disse Harry, contando-os nos dedos.
? Vocês nunca me contaram por que Remus se demitiu ? disse Sarah.
? Snape ?soltou? que ele era um lobisomem na frente da escola inteira ? disse George.
? Maldito! ? rosnou Sarah.
? Se vocês perceberem bem ela tem uma risada bem canina também ? disse Amber rindo.
George e Harry riram, mas Fred olhou para Rony com o cenho franzido.
? O que há com você, Rony? ? perguntou.
George, Harry, Amber e Sarah olharam para Rony que estava com a boca aberta, olhando sua carta de Hogwarts.
? O que é? ? perguntou Fred, impaciente, indo para trás de Rony para olhar por cima de seu ombro o que estava escrito no pergaminho.
O queixo de Fred também caiu.
? Monitor? ? perguntou, olhando incrédulo para a carta ? Monitor?
George correu e pegou o envelope da mão do irmão e o virou de cabeça para baixo. Caiu algo vermelho e dourado na palma da mão de George.
? Não mesmo! ? disse George agitado.
Amber ignorou o resto da conversa que eles tiveram, pois já desconfiava da confusão que os gêmeos fariam.
? Eu nunca pensei que viveria para ver isso! ? ela escutou Sarah dizer, antes que Hermione irrompesse pela porta do quarto com lágrimas.
Houve uma confusão menor quando Hermione pensou que Harry tinha sido monitor.
? Eu acho realmente ótimo que Rony tenha sido nomeado monitor junto com a Hermione ? sussurrou Sarah olhando insinuante.
Amber colocou as mãos sobre a boca para conter uma gargalhada, enquanto a Srª Weasley comemorava.
? Eu não sabia que vocês eram filhos de vizinho ? zombou Sarah.
? Nós também não ? responderam Fred e George aparentemente indignados.
? Nunca monitores com muito orgulho? ? perguntou Sarah.
? Sempre!
Amber balançou a cabeça divertida.
? Bem, vamos deixa-los comemorando essa desgraça ? brincou Sarah, quando os gêmeos aparataram ? Vamos, Amber.
Amber pegou a carta e saiu do quarto.
? Espera, Amber! Voc... ? começou Sarah.
Amber olhou para trás e viu Sarah olhando-a desacreditada.
? Será que vocês Potter não podem ser um pouquinho normais? ? perguntou Sarah.
? Sarah? ? perguntou Hermione hesitante.
Sarah olhou para Amber olhou para o chão e pegou uma insígnia. Amber abriu a carta, confusa, e viu um pergaminho a mais que o normal com a letra da professora McGonagall.
? Isso não deve estar certo ? disse Hermione tão confusa quanto Amber ? Só existem dois monitores em cada casa.
? Monitores - chefes não precisam ter sido monitores para serem escolhidos ? disse Sarah.
? Mas monitores - chefes só são escolhidos no 7º ano
? Por isso que eu digo que nenhum Potter é normal... Harry foi apanhador mais jovem do século e a Amber a monitora - chefe mais jovem do século.
? A McGonagall só disse que ?conversaremos melhor em 1º de Setembro? ? disse Amber, colocando as folhas de volta no envelope.
? Sério? ? perguntou Sarah ? Só isso?
? Ela deve ter feito uma excessão para que nós duas pudéssemos ser monitoras ? disse Hermione, começando a sorrir.
Sarah revirou os olhos e saiu do quarto. Harry voltou a guardar algumas coisas no malão e Hermione foi despachar Edwiges para seus pais.
? Está tudo bem, Harry? ? perguntou Amber sem graça.
? Sim, claro... ? respondeu Harry vagamente.
? Eu vou procurar a Sarah.
Amber saiu do quarto, andando pelo corredor até encontrar o que ela compartilhava com Sarah.
? O que houve? ? perguntou Sarah, jogando algumas roupas dentro da mala.
? Eu não sei... ? disse Amber, puxando a mala para cima da cama ? O Harry está agindo meio estranho...
? Como assim?
? Acho que ficou um pouco decepcionado por não ter sido escolhido como monitor...
? Eu achei ele completamente normal.
? É... Eu posso estar imaginando.
Amber balançou a cabeça, abriu a porta do armário e começou a tirar as roupas para dobra-las e coloca-las dentro da mala.
? Por que se dá ao trabalho de dobra-las? ? perguntou Sarah ? Você vai usa-las uma hora ou outra.
? Eu gosto das coisas organizadas, ao contrário de você ? retrucou Amber.
? Faz para mim? ? pediu Sarah.
? Não ? Amber disse automaticamente.
? Por favor!
? Não!
? Eu te dou 5 galeões.
? Não.
? 10?
? Não.
? 20?
? Não vou fazer a sua mala!
Sarah gemeu olhando para a mala e voltou a jogar as roupas dentro da mala.
? Depois não reclame da minha organização ? Amber ouviu Sarah resmungar e revirou os olhos para a infantilidade da amiga.
Sarah deu um sorriso maroto olhando para a amiga.
? O que é? ? perguntou Amber com um pouco de medo.
? Eu que te pergunto ? disse Sarah, pegando um pedaço de pergaminho de cima da mesa ? Uma carta do ?Oliver??
? Ai, cala a boca, garota!
Sarah começou a rir e Amber pegou a carta da mão dela escondendo.
? Se você não sente absolutamente nada por ele, por que fica toda corada quando eu falo dele? ? perguntou Sarah.
Amber não respondeu. Ela não gostava de Oliver desse jeito, mas ficava envergonhada quando a amiga insinuava o contrário. Sarah continuou sorrindo vitoriosamente, enquanto Amber ignorava, colocando as coisas dentro da mala.