É por amor.

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 9

    O passado se faz presente.

    Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    A música que eu escolhi para o tema do capítulo é a Last song - Yamai . Que é muito linda e deixarei postada nas notas para que vocês possam escutá-la :3

    Link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=CxpqEhklPss

    Obs:

    --Leiam o capítulo atentamente para compreenderem, antes de tirarem conclusões!

    --No decorrer da estórias vocês notarão que o Sasuke-kun é quase um Tsundere (risos) enquanto a Sakura-chan é mais similar a uma Yandere u_u

    Nota:

    Moshi-Moshi: Equivalente ao nosso Alô.

    Chow-Chow: É uma raça de cão chinês muito peludo.

    Duração de viagens, distância entre locais dentre outros não são verídicos, são puramente fictícios.

    Boa leitura a todos!

    Os olhos do rapaz, pareciam enfeitiçados, fixados no rumo daquela garota que tocava com tanta paixão aquele instrumento musical. Mesmo que quisesse, naquele instante, ele não conseguia tirar a sua atenção daquela pessoa que, dentro de seu coração, naquele exato momento, havia tornado-se preciosa para ele e a partir daquele instante, mais do que nunca, ele passou a ansiar pela chegada do mês de abril, para que pudesse vê-la novamente.

    (...)

    O coração batia cada vez mais forte. Naquele momento o rapaz engoliu a seco e até mesmo podia sentir o rosto queimar, ruborizando cada vez mais.

    Embora estive receoso, decidido, ele levou a mão à maçaneta e abriu de uma vez por todas aquela porta, aproximando-se daquela pessoa:

    ? Você... E-Eu, eu... Eu apaixonei-me por você, portanto, tome a responsabilidade! ? ele apontou o dedo, na direção da pessoa.

    ? Hum? C-Como assim tão de repente? E-Eu nem te conheço e... ? justificou afastando-se do rapaz.

    ? M-Mas eu te amo... ? confessou amargurado.

    ? Hum, s-só que nós ainda não nos... ? suas palavras foram interrompidas.

    ? Sakura... Seja minha, apenas minha! ? ele pediu apanhando as mãos da outra pessoa e aproximando-se de seus lábios.

    ? S-Sasori-san, eu... ? corou desvencilhando o seu olhar do dele.

    ? Você...? ? o ruivo sugeriu que completasse a frase.

    ? Eu também te... Te... ? engoliu a seco. ? Ah! Fala sério, Sasori! Eu preciso mesmo fazer isso? ? indagou irritado, empurrando o amigo.

    ? Tsc, Deidara! Estávamos quase lá... ? foi interrompido.

    ? E o que você queria, hum? Tascar-me um beijão de verdade, seu nojento? ? inquiriu chocado com aquilo.

    ? Claro que não seu retardado! Eu sou macho, porra! ? advertiu enraivecido. ? Só que eu preciso fazer esse treinamento da maneira mais realista o possível... ? contou entediado.

    ? Que encheção... Nem sei por que aceitei essa merda a essa hora da noite! ? resmungou enfadado. ? Amanhã é sexta e eu tenho que levantar cedo para ir trabalhar, sabia? Não sou um desocupado igual a você... ? lembrou seguindo até a cama de solteiro posta ao canto do quarto e jogou-se sobre o colchão.

    ? Poxa, cara... Obrigado pelo apoio! Você é o melhor amigo que alguém poderia ter! ? ironizou dando de costas e caminhando até a porta.

    ? Maldição... Eu ainda vou me arrepender disso, mas... ? pensou engolindo a seco e logo em seguida se levantou. ? Olha só, Sasori... Sério mesmo que você se apaixonou a primeira vista por essa tal de Sakura? Tipo, você tem certeza de que ela é tão incrível assim como me disse? ? perguntou desconfiado.

    ? Sim! Ela é linda, pequena, meiga, graciosa, apaixonante... ? suspirou profundamente, com o olhar distante.

    ? Vish... Mas se ela é tudo isso que você está falando e te causou todo esse efeito colateral, porque não entrou naquela sala de música e se confessou a ela? ? inquiriu confuso.

    ? Tsc, as coisas não são fáceis assim como você pensa! ? expôs exasperado e olhou para o lado. ? E-Eu meio que fiquei um pouco intimidado pela presença dela, sei lá... No primeiro instante em que a vi tocando o piano, confesso que ainda me sentia confiante... Mas depois que ela deixou de tocá-lo, suspirou visivelmente entristecida e eu travei! ? esclareceu apático.

    ? Hum... Você não chegou perto dela porque não sabia o que diria para ela se a mesma estivesse triste, certo? ? indagou impassível.

    ? M-Mais ou menos por aí... ? o rosto enrubesceu e ele mordeu o lábio inferior.

    ? Saquei! Então eu irei te submeter a um treinamento intensivo apenas até o começo das aulas na Universidade, porque vida de pobre não é fácil e eu tenho que me concentrar nos estudos se eu quiser ganhar um salário melhor no futuro! ? ressaltou abatido.

    ? Valeu cara! Você é o melhor amigo que alguém poderia ter! ? elogiou sorridente.

    ? Então né... Quem diria que ?você? um dia iria me pedir ajuda, Sasori no danna! ? zombou em seguida bocejando preguiçosamente.

    ? Pois é... Pra você ver como esse mundo é redondo! ? completou aborrecido e levou a mão à maçaneta da porta, abrindo a mesma. ? Enfim, vou deixar você dormir em paz... Ja ne! ? despediu-se saindo do quarto do amigo e fechou a porta.

    ? Hummm... Será que essa tal de Sakura é mesmo tudo isso que ele disse? ? inquiriu-se curioso. ? Acho que quero conhecê-la também... ? o loiro murmurou deitando-se novamente na cama e agarrando o travesseiro.

    O jovem de cabelos ruivos seguiu pelo corredor estreito e rapidamente adentrou o seu quarto. Os dois rachavam aquele apartamento no bairro Chiyoda, perto de Nakano, desde que concluíram o ensino médio naquele ano.

    (...)

    Sentada sobre o futon estendido ao chão de seu quarto, a jovem de cabelos róseos ligou o celular e começou a procurar pelo número de um de seus contatos.

    Nem cinco segundos se passaram e ela já tinha finalizada aquela busca:

    ? Estou tão feliz... Antes eu apenas tinha o número da Minami-san e da Hiromi-san, mas agora eu também tenho o da Hinata-san, da Ino-san e da Chiyo-san! ? enumerou contente e discou para um dos contatos.

    ? Moshi-moshi? ? indagou a voz do outro lado da linha.

    ? O-Olá Minami-san... Sou eu a... ? começou timidamente, mas foi interrompida.

    ? SAKURA! Menina do céu, como você pôde fazer isso comigo? ? vociferou alterada ao celular quase deixando a amiga surda.

    ? O-O que... ? foi interrompida novamente.

    ? Você viajou na terça-feira e hoje já é quinta! Estive tentando te ligar, mas só caia na caixa de mensagens... Daí eu fiquei muito preocupada contigo! ? contou abaixando a voz.

    ? G-Gomen ne, Minami-san... ? desculpou-se entristecida.

    ? Né, Sakura-chan... Também não precisa ficar triste por causa disso, certo? ? inquiriu temerosa. ? Enfim, como estão as coisas por aí? Deu tudo certo? ? perguntou curiosa.

    ? Desculpa por não ter te ligado antes, é que aconteceram tantas coisas... ? expôs com a voz suave. ? Deu certo sim! Ino-san apresentou-me à dona da escola de música e eu começarei a trabalhar lá a partir de abril! ? avisou tranquilamente.

    ? Ufa... Que bom! E onde você está morando? ? indagou receosa.

    ? Ino-san convidou-me para morar com ela e com sua amiga Hinata-san, e cá estou! ? respondeu um pouco aliviada.

    ? Ai, ai... Ino-san pra lá, Ino-san pra cá... Já estou ficando com ciúmes, hein? ? advertiu irritada.

    ? N-Não diga isso, Minami-san... Mas conte-me, como andam as coisas por aí? ? inquiriu engolindo a seco.

    ? Ah, esse fim de mundo perdido entre as montanhas, continua sendo um fim de mundo perdido entre as montanhas... ? desabafou com uma voz entediada.

    ? Isso eu sei, Minami-san... Mas e quanto a você, a biblioteca e a Hiromi-san? ? perguntou preocupada.

    ? Ah... Eu estou bem! Continuo na mesma, morando com a chata da minha tia, só que agora eu trabalho no período diurno da biblioteca, que continua do mesmo jeito de que sempre foi! ? esclareceu enfadada. ? Quanto a Hiromi-san, ela está viajando de férias pelo norte do país! ? avisou com notável insatisfação na voz.

    ? Q-Que bom! Fico feliz de saber que está tudo bem aí! ? comentou alegremente.

    ? Aaaaah sua fofa... Eu já estou sentindo a sua falta! Como está o Hoshi? ? indagou com a voz melosa.

    ? Ele está bem, embora esteja mais quieto e lerdo do que o normal, ultimamente! ? contou pensativa.

    ? Hum... Deve ser porque ele ainda está se acostumando com esse novo lar! ? sugeriu a amiga.

    ? É... Você deve ter razão! ? concordou suavemente.

    ? Mas né, Sakura-chan... Quando você irá vir aqui me visitar? ? perguntou séria.

    ? No fim deste mês eu irei aí buscar as minhas coisas que ficaram no antigo prédio que eu morava! ? anunciou inexpressiva. ? Provavelmente eu irei vê-la novamente neste dia! ? informou contente.

    ? Hum... Tudo bem então! Porém, qualquer coisa você me liga, certo? ? pediu firmemente.

    ? Pode deixar comigo! ? confirmou determinada.

    ? Ficarei tranquila então! ? ressaltou amigavelmente.

    ? Né, Minami-san... Eu tenho que desligar agora, ja ne! ? despediu-se com calma.

    ? Certo! Até mais, Sakura-chan! ? ela terminou abatida.

    A menina de cabelos róseos desligou o celular, colocou-o sobre o fino colchão e se levantou, seguindo até a porta do quarto.

    Assim que deixou aquele cômodo, caminhou pelo assoalho escuro do corredor e quando se deparou com a sala, avistou a garota de longos cabelos loiros sentada ao chão, desenhando em várias folhas de papel sobre a pequena mesa de centro:

    ? Ai como eu sou demais! ? gritou de repente a jovem erguendo os braços para cima e deixando cair o lápis de sua mão. ? Olha só esses desenhos... Tão perfeitos! ? elogiou a si mesma, visualizando os modelos de roupas que havia desenhado.

    ? Quanta modéstia! ? ironizou com a voz suave a morena que vinha da direção da cozinha com um pote de sorvete em mãos e se sentou no sofá, atolando a enorme colher naquela delícia gelada.

    ? Sim, sim! Um coração muito humilde... ? completou Sakura aproximando-se mais da outra sentada ao chão para ver os seus desenhos. ? Mas realmente são bons... ? murmurou admirada.

    ? Claro que são! São maravilhosos, incríveis e... E... ? a loira começou a chorar. ? Porque, Deus? Mesmo eu tendo todo esse talento ainda sou apenas a recepcionista daquela maldita revista de moda? ? inquiriu-se por entre soluços.

    ? Acho que chamam isso de azar, Ino-san... ? comentou a rosada inexpressiva.

    ? Calada, Sakura! ? ordenou a amiga, abraçando a todos os desenhos sobre a pequena mesa e se levantando com todos eles. ? Preciso começar o meu plano para dominar o mundo! ? alertou correndo da sala em direção ao seu quarto no final do corredor, e assim que adentrou o mesmo fechou a porta.

    ? Ela pretende dominar o mundo desenhando roupas? ? indagou chocada.

    ? Essa Ino-chan... Sempre querendo o impossível! ? expôs a morena de boca cheia. ? Ainda bem que o meu sonho é mais realista! ? ela riu baixinho, engoliu e levou outra colherada de sorvete à boca.

    ? E-E o que seria o seu sonho, Hinata-san? ? a menina perguntou temendo a resposta.

    ? Reviver os dinossauros! ? respondeu com os olhos brilhantes.

    ? Impossível... Isso é impossível de todas as maneiras... É mais fácil a Ino-san dominar o mundo do que a Hinata-san reviver dinossauros... ? pensou incrédula com tudo aquilo. ? E como você pretende protagonizar esse feito? ? inquiriu chocada.

    ? Ora, Sakura-chan... Não é óbvio? ? indagou atentamente. ? Cursarei veterinária na Universidade! ? sorriu confiante.

    ? Isso é um absurdo... Está errado de todas as formas! ? pensou olhando transtornada para a outra. ? Acho que você se matriculou no curso errado, Hinata-san... ? murmurou mais para si do que para a morena.

    ? O que você disse Sakura-chan? ? perguntou curiosa, pois não ouviu o que a amiga havia dito.

    ? N-Nada não, eu vou... ? foi interrompida.

    ? HINATA! ? berrou a loira que havia acabado de abrir a porta do quarto.

    ? Sim? ? olhou para a garota.

    ? A Tenten acabou de falar comigo pelo facebook e pediu para que eu te avisasse que ela irá vir pra cá na noite do último sábado deste mês, às vinte horas! ? alertou animada.

    ? Ah, obrigada por me dar o recado! ? agradeceu a morena voltando sua atenção ao pote de sorvete outra vez.

    ? Tenten? ? inquiriu a menina de cabelos róseos confusa.

    ? Ah... A Ino-chan ainda não te contou? ? perguntou tranquilamente.

    ? Contou o que? ? indagou desarranjada.

    ? Tenten é uma amiga que conheci pela net, ela mora na China e fará intercâmbio aqui no Japão! Daí ela irá morar aqui conosco por um tempo! ? explicou notavelmente feliz.

    ? Hum... Entendo! ? comentou esboçando um leve sorriso. ? Incrível, não vejo a hora de conhecer essa nova pessoa que fará parte desta casa! ? pensou otimista.

    Após aquela revelação, logo as meninas puseram-se a dormir e daquela noite em diante, seguiram suas vidas tranquilamente em sua rotina comum, um pouco atrapalhada.

    Algumas semanas se passaram...

    A ansiedade havia tirado-lhe o sono durante a noite, os olhos verdes semicerrados ? contornados por profundas olheiras ?, eram as consequências daquela noite mal dormida.

    Um pouco tonta, a menina sentou-se sobre o futon e espreguiçou-se lentamente, em seguida pondo-se de pé e começou a dobrar o cobertor, enrolando posteriormente o fino colchão, encostando-o em um canto do cômodo.

    Ao término daquela organização, a jovem de longos cabelos róseos caminhou até a porta, deixando o quarto e foi em direção ao banheiro no final do corredor, adentrando-o a seguir.

    ? Preciso me apressar! ? murmurou para si mesma, penteando os cabelos em frente ao espelho.

    Alguns minutos depois, a morena chegou ao banheiro que se mantinha de porta aberta e entrou, topando com rosada que escovava os dentes:

    ? Ohayou, Sakura-chan! ? saudou bocejando ao mesmo tempo. ? Aonde você vai tão cedo? ? inquiriu despindo-se de sua blusa de pijama lilás.

    ? Hoje irei à Hinode buscar as minhas coisas! ? avisou finalizando a escovação e debruçando-se sobre a pia, para cuspir e lavar o rosto.

    ? Hum... Desculpa estar te atrapalhando aqui é que a Ino-chan acordou com dor de barriga e interditou o banheiro lá de baixo! Preciso chegar mais cedo hoje no pet shop por causa de um Chow-Chow travesso que vai pra tosa! ? justificou suspirando desanimada.

    ? E-Está tudo bem, eu já terminei por aqui! ? contou seguindo até a porta. ? Bom, provavelmente irei voltar pela tarde... Q-Qualquer coisa é só me ligar! ? sorriu acanhada.

    ? Nhá... Você fica tão fofa envergonhada! Vem cá, deixa eu te dar uma mordida! ? a morena que já estava apenas com suas roupas íntimas abriu os braços para a amiga e começou a aproximar-se dela.

    ? Hinata-san... Bye, bye! ? a rosada aterrorizada fechou a porta na cara da outra.

    ? Que cruel Sakura-chan... ? resmungou a jovem do outro lado da porta.

    A menina de cabelos róseos suspirou aliviada e deu de costas passando a seguir pelo corredor em direção às escadas, descendo pelas mesmas.

    Assim que se aproximou da sala escutou o estrondo da porta do banheiro que foi aberta com violência e olhou para trás, avistando a jovem descabelada que saíra de dentro de lá.

    ? Eu sobrevivi! Está tudo bem, olha que maravilha... Acho até que perdi alguns quilinhos que estavam me incomodando... ? murmurou com sarcasmo para que apenas ela mesma pudesse ouvir.

    ? Né, Ino-san... ? a garota caminhou até a amiga. ? Eu vou à Hinode buscar as minhas coisas que ficaram lá... Então só volto hoje pela tarde, certo? ? inquiriu justificativa.

    ? C-Certo! Espero que dê tudo CERTO! ? vociferou a última palavra da frase, entortando os olhos e contorcendo-se com as mãos sobre a barriga. ? Maldição... Porque isso está acontecendo comigo justo hoje que eles irão selecionar alguns dos empregados dos cargos mais baixos da revista para uma promoção? ? pensou suando frio.

    ? I-Ino-san, você está bem? Não deveria tomar um remédio e voltar para o quarto?! ? indagou preocupada. ? Tenho certeza que o seu patrão irá compreender e... ? foi interrompida.

    ? Nem morta! Eu vou ir trabalhar nem que seja me arrastando pelas ruas... O mundo da moda é cruel e se eu não me agarrar nas oportunidades que surgem por esse caminho turbulento, irei afundar com meu barquinho antes mesmo de chegar a algum lugar... ? expôs engolindo a seco e andando vagarosamente na direção do corredor, com uma das mãos apalpando a barriga.

    ? Tudo bem então! ? concordou a menina assustada. ? A Ino-san é realmente incrível... Quanta determinação! ? pensou admirada com a maior.

    Rapidamente a jovem despediu-se de seu cão que passeava pela sala e deixou a casa indo no rumo da estação de Asaka.

    Após quase duas horas o trem finalmente chegou a Akiruno e a rosada apanhou um ônibus em direção à Hinode, chegando lá depois de aproximadamente trinta minutos.

    As montanhas no horizonte, as ruas tranquilas, os arvoredos, as praças e as casas em sua maioria tradicionais daquela região do oriente, aquela cidade pacata carregava em sua história muitas das belas lembranças da menina que suspirou com nostalgia após descer do transporte coletivo e tocar os pés sobre aquele chão familiar.

    Como ainda estava cedo, ela resolveu primeiro ir até a biblioteca para visitar a amiga que não via há quase três semanas e logo chegou ao estabelecimento, adentrando o mesmo cautelosamente.

    ? Ohayou, Minami-san! ? cumprimentou esboçando um leve sorriso.

    ? S-Sakura-chan? ? pronunciou surpresa a mulher que logo em seguida jogou o livro que tinha em mãos sobre o balcão e correu até a outra, dando-lhe um rápido abraço. ? Que saudade... Você não cresceu nenhum pouco... Continua baixinha e fofinha como sempre! ? anunciou com os olhos brilhantes.

    ? Baixinha... Baixinha... Baixinha... ? a palavra ecoou em sua mente. ? S-Sinto muito por isso... ? olhou irritada para o lado.

    ? Mas né, Sakura-chan! Porque só hoje você veio buscar suas coisas e me visitar? ? perguntou curiosa e aborrecida.

    ? Porque o único caminhão de mudança que encontrei disponível para esse mês só estará disponível hoje, vinte e nove de março, à tarde! ? explicou inexpressiva.

    ? Hum... Entendo! ? murmurou compreensiva. ? KYAH! É mesmo, me perdoe Sakura-chan, eu sabia que estava esquecendo-me de uma coisa, mas realmente, estou com tantos problemas em casa que acabei nem me lembrando... ? curvou-se aflita à amiga.

    ? Hãn? Do que você está falando? ? indagou confusa.

    ? Como assim ?do que eu estou falando??! Você completou dezoito anos de idade ontem, dia vinte e oito de março, Sakura-chan! ? lembrou olhando incrédula para a outra.

    ? Hum... ? pensou por alguns segundos. ? Nossa, eu tinha me esquecido! Realmente, ontem completei mais um ano de vida! ? confirmou surpresa.

    ? Fala sério... Como ela pôde esquecer uma coisa como essa? ? inquiriu-se em pensamento chocada. ? Feliz aniversário atrasado! ? abraçou a rosada novamente. ? Como não comprei um presente para você, pegue algum livro que te interesse aqui e deixe por minha conta! ? sugeriu sorrindo levemente.

    ? N-Não precisa se incomodar com isso, Minami-san... ? foi interrompida.

    ? Sakura-chan... Aceite, por favor! ? pediu determinada.

    ? M-Mas isso não vai... ? foi interrompida outra vez.

    ? SAKURA, eu faço questão! ? rugiu a mais velha fuzilando a menor com os olhos.

    ? H-Hai, senpai! ? aceitou apavorada com a expressão da mulher.

    ? Isso mesmo! Boa garota... ? elogiou séria.

    Agilmente a menina apanhou um livro de uma das diversas prateleiras espalhadas pela biblioteca e seguiu até o balcão novamente, passando a conversar com a amiga.

    As horas transcorreram-se voando e logo a cálida tarde de primavera chegou, levando a menina de olhos verdes para o antigo prédio onde um dia residiu com o seu amado cão.

    A fachada continuava a mesma, adentrando o térreo ela avistou a velha síndica andando de um lado para o outro, resmungando para o velho porteiro que vez ou outra ? sentado na cadeira ?, cochilava ignorando o que ela dizia:

    ? Sakura? ? proferiu a mulher surpresa ao notar a presença da jovem. ? Veio buscar as suas coisas? ? indagou dedutiva.

    ? S-Sim... E também preciso checar o correio e deixar o meu novo endereço aqui caso recebam alguma correspondência minha! ? explicou acanhada.

    ? Entendo! Vou buscar a chave do depósito! Já volto! ? avisou dando de costas e seguindo para o balcão.

    Os olhos entristecidos da garota percorreram aquela recepção e avistaram em recordação uma menina descer correndo as escadas com seu amigo canino, para ir ao lago passear.

    Porém antes mesmo que suspirasse pesadamente a velha senhora voltou com a chave em mãos e entregou para a jovem.

    ? Aqui está! Coloquei a chave da sua ex-caixa de correio junto, para que você possa verificar a mesma! Devolva-me assim que terminar! ? exigiu pondo-se a caminhar até o velho porteiro novamente.

    A garota nada respondeu e deixou aquela recepção indo em direção ao depósito. Havia coisas pessoais que ela iria levar pessoalmente para sua nova residência, portanto, começou a procurar por entre as caixas.

    O que mais necessitava no momento era o seu certificado de piano, para assim poder tranquilizar os pais de seus futuros alunos que, aliás, começariam a frequentar as aulas a partir de segunda-feira.

    De repente ela abriu um baú e nele encontrou alguns dos diversos livros que colecionava desde a infância:

    ? Que saudade que eu senti de vocês! Estava me controlando para não surtar durante essas semanas, até mesmo apelei para as revistas de moda da Ino-san! ? confessou com os olhos marejados. ? Mas não tem como eu levá-los comigo, são muitos! Deixarei para que sejam levados com o pessoal da mudança! ? concluiu depressiva.

    Após reunir todos os pertences que levaria consigo de volta para Asaka, ela deixou o depósito e logo os homens que haviam acabado de chegar para realizar a pequena mudança, começaram o trabalho.

    Ela permaneceu em frente ao prédio, ao lado do pequeno caminhão baú que iria transportar os poucos móveis que possuía, inspecionando-o e assim que eles colocaram o último objeto dentro do container, deram a partida, deixando de vez a frente daquele prédio.

    Logo que aquele veículo dobrou a esquina e sumiu do campo de vista da garota, ela seguiu para a lateral do prédio, indo até a caixa de correio que possuía o mesmo número que o seu antigo apartamento.

    Quando abriu, avistou apenas uma carta e pegou a mesma, retirando-a do envelope, pondo-se a lê-la.

    ? ?Feliz aniversário?... ? ela leu em voz alta. ? Que estranho... Todos os anos que morei aqui, eu recebi uma carta igual a essa... ? analisou o papel por alguns instantes. ? Sempre está escrito apenas ?feliz aniversário? e nunca tem o remetente! ? murmurou observando o envelope. ? Mas enfim, deixa pra lá! ? guardou a carta dentro da bolsa.

    Naquela tarde, por volta das dezesseis horas, a menina de longos cabelos róseos deixou aquela pacata cidade ? que guardava tantas memórias de seu querido velho amigo de outrora ?, para trás mais uma vez, voltando para o seu novo lar em Asaka.

    (...)

    A insônia perseguia o rapaz que se virava de um lado para o outro, deitado sozinho sobre a sua enorme cama. Ainda era madrugada, entretanto, o jovem que estava sem camisa, sentou-se à beirada da cama, levantou-se e a passos pesados, descalço, deixou o quarto e caminhou até a ampla cozinha de seu luxuoso apartamento.

    ? Maldição... Já são quase cinco da manhã e eu ainda não consegui descansar! ? murmurou abrindo a geladeira e apanhando uma caixinha de suco de laranja e a entornando à boca. ? Mas até que isso será bom por causa do fuso-horário do Japão... ? pensou jogando a embalagem vazia sobre o mármore da pia. ? Velho desgraçado! Espere pela minha vingança! ? proferiu com um olhar furioso recordando-se do pai.

    Desleixadamente seguiu para a sala, jogando-se sobre o sofá e apanhou um envelope sobre a pequena mesa de centro.

    ? ?Fotos atuais?... ? ele leu o que estava escrito na capa. ? Como será que ela está? ? enfiou uma de suas mãos puxando vagarosamente uma das fotografias. ? Não! Não quero vê-la... ? antes que revelasse a imagem, enfiou-a novamente dentro do envelope. ? Eu só estou indo cursar a Universidade lá no Japão! Não é como se eu quisesse ou fosse encontrá-la, ou algo assim... ? corou, desviando o olhar para o lado. ? Tsc, que merda eu tinha na cabeça quando mandei um fotógrafo anônimo tirar essas fotos dela? ? jogou o envelope sobre a mesa.

    Inquieto com aquela chance de rever a sua antiga amiga, o moreno levantou-se abruptamente do sofá e voltou para o quarto, jogando-se sobre a cama.

    ? É Uchiha Sasuke, você é um lixo! ? ele xingou a si mesmo. ? Quero morrer! ? desabafou fechando os olhos, mas logo o sol nasceu e ele escutou o telefone tocar. ? Mas que porra! Quem é o filho da puta que está me ligando a essa hora? ? indagou fulo de raiva.

    O rapaz então se levantou da cama outra vez e saiu do quarto, indo em direção ao telefone perto da sala. De frente para o aparelho ele avistou o número na bina e atendeu:

    ? Hum? ? inquiriu com desdém.

    ??Hum? nada, atenda a esse telefone direito, rapaz! ? exigiu a voz masculina do outro lado da linha.

    ? Ah, vá pro inferno seu velho de merda! ? ofendeu o outro, entediado. ? Aliás, porque raios você me ligou a essa hora, eu estava dormindo! ? mentiu nervoso.

    ? Sasuke, quantas vezes eu vou ter de te falar para me respeitar? ? perguntou cansado. ? E sobre o telefone, se você tivesse um celular seria mais fácil para você atender! ? advertiu enfadado.

    ? Vai ter de falar até você morrer, palhaço! ? zombou deixando escapar uma breve risada diabólica. ? E não! Eu me recuso a ter um celular, inclusive, estou pensando seriamente em quebrar esse telefone! ? comentou indiferente.

    ? Humpf... ? bufou irritado. ? Enfim, esteja aqui no escritório às dez da manhã para a reunião com os nossos... ? foi interrompido.

    ? Não vou trabalhar hoje! ? avisou calmamente.

    ? Como assim você não vai trabalhar hoje? Eu sou o teu patrão, quem manda em você sou... ? foi interrompido outra vez.

    ? Dane-se! Não vou e ponto. Tchau! ? desligou o telefone na cara do pai. ? Que encheção de saco logo tão cedo... ? reclamou voltando para o quarto.

    Após algumas horas a empregada chegou, seguiu até a cozinha e assim que adentrou a mesma, ouviu a campainha tocar:

    ? Quem será que é? ? inquiriu-se caminhando até a porta. ? Parece que o menino Sasuke não foi trabalhar hoje! ? observou passando na frente do quarto dele.

    Assim que chegou à porta, avistou a pessoa do outro lado da mesma, pelo olho mágico:

    ? Oh my God! O senhor Uchiha Fugaku está aqui em pessoa... Ai, minha nossa senhora! Esses dois não se dão bem, é hoje... É hoje que o mundo acaba! ? murmurou aterrorizada, roendo as unhas e rapidamente foi até o quarto do garoto. ? Sasuke... O senhor está acordado? ? perguntou em um sussurro, pondo-se ao lado da cama do mais novo.

    ? Não estou para ninguém! ? avisou dando as costas para a mulher que parecia desesperada.

    ? M-Mas é o seu pai, senhor Uchiha! ? anunciou engolindo a seco.

    ? E daí? Fala pra ele que eu saí e que você não sabe quando irei voltar! ? sugeriu despreocupado.

    ? Meu Deus, porque esse menino faz isso comigo? Uma pobre mulher como eu ser obrigada a mentir para um homem tão poderoso quanto o senhor Uchiha Fugaku... Eu devo estar pagando pelos meus pecados! ? pensou amargurada. ? Hum... ? a empregada permaneceu olhando para o garoto, aflita.

    ? Tsc... Não vou conseguir dormir com você me encarando, Christine! ? ele se levantou da cama e caminhou até a porta. ? Pode voltar pra cozinha! ? informou deixando o cômodo.

    ? Ufa! Deus ouviu as minhas preces! ? comemorou aliviada. ? Agora deixa ir me refugiar na cozinha antes da terceira guerra mundial começar! ? correu até a porta e deixou o quarto.

    A campainha tocou mais uma vez e o moreno levou a mão à maçaneta, abrindo a porta com violência:

    ? O que você quer aqui? ? indagou exasperado.

    ? Vim te buscar para a reunião! Afinal, você é o meu lindo filho caçula popular entre as mulheres e um dos acionistas da empresa Uchiha! Você precisa se despedir devidamente dos nossos sócios... ? foi interrompido.

    ? É sempre assim, né? Na realidade você não precisa do meu trabalho na empresa... Você e o Itachi nii-san que são as cabeças do negócio e eu sou apenas o rostinho bonito para o marketing de toda essa merda! ? ironizou com desdém.

    ? Sasuke, você não é mais um adolescente, meu filho! Quando é que vai passar essa sua fase rebelde? ? inquiriu com sarcasmo.

    ? Quando eu me livrar de você! ? respondeu espontaneamente, esboçando um irônico sorriso.

    ? Engraçadinho! Só que até esse dia chegar, sou eu que mando em você! ? retrucou engrossando a voz. ? Vá logo se trocar! Ficarei te esperando aqui... ? alertou cruzando os braços e encostando-se na porta.

    ? Que bosta! Esse cara é muito insistente... ? suspirou desanimado, seguindo para seu quarto novamente.

    Quase meia hora depois, o rapaz ? já de terno e gravata ?, voltou para a sala.

    ? Incrível! Bem vestido e calado você realmente parece um homem sério de negócios! Bonito e de presença impactante... Deve ser por isso que é o queridinho da mídia! ? analisou o filho dos pés à cabeça.

    ? Obrigado pelo elogio, já você, calado é um sábio! Pois só fala merda! ? retrucou à altura, deixando o mais velho um pouco sem graça.

    ? Vamos logo, seu marrento! ? deu de costas para o mais novo e começou a caminhar em direção ao elevador.

    Aquela manhã no trabalho findou-se brevemente e logo o jovem de cabelos negros retornou ao seu apartamento luxuoso, pela tarde.

    Suas malas já estavam prontas, ele embarcaria no avião que estava marcado para partir às quinze horas daquela tarde de sexta-feira.

    Apanhou alguns pertences que ele mesmo levaria e assim que passou pela sala, pegou o envelope sobre a pequena mesa de centro, colocando-o dentro de uma das bagagens que iria levar consigo.

    Despediu-se de Christine e deixou o apartamento às quatorze horas, pegando o carro no estacionamento do prédio e seguindo para o aeroporto da cidade.

    Assim que chegou, avistou uma mulher ruiva em meio à multidão que andava de um lado para o outro. Aterrorizado com aquilo ele tentou se esconder em algum lugar, mas antes que conseguisse, para a sua infelicidade, ela o avistou e correu até ele:

    ? Sasuke! Adivinhe só... ? ela sorriu pondo-se a frente do jovem.

    ? Não quero adivinhar! O que você está fazendo aqui, Karin? ? perguntou aborrecido.

    ? Nossa... Como você é grosseiro! Isso daqui é um aeroporto, estou aqui obviamente para embarcar em um avião, seu bobo! ? proferiu chateada. ? Eu vou morar no Japão! Irei cursar economia na mesma Universidade que você! ? contou esboçando um largo sorriso.

    ? O QUÊ? Como assim? Você não é japonesa, o que pensa que vai fazer lá? ? indagou transtornado com aquela notícia.

    ? Ora, Sasuke! Eu nunca te contei? ? inquiriu confusa. ? O meu pai é um Uzumaki! Portanto eu tenho descendência japonesa, aliás, a família Uzumaki possui uma boa amizade com a família Uchiha, principalmente nos negócios, né?! ? ressaltou desfazendo o sorriso. ? Eu vou aonde você for! Achou que fosse se livrar de mim tão fácil assim, é? ? ela questionou com um olhar maligno.

    ? Tsc... Você acha que chegará a algum lugar só por se mudar para o Japão e frequentar a mesma Universidade que eu? ? perguntou com sarcasmo.

    ? Talvez não, mas me certificarei de te infernizar todos os dias de sua vida até que a morte nos separe! ? advertiu firmemente.

    ? Certo! Pois eu me certificarei de te ignorar todos os dias de sua vida até que a morte finalmente te leve para debaixo da terra, o lugar de onde você nunca deveria ter saído, estrupício! ? retrucou dando de costas para a mulher e pondo-se a caminhar.

    ? O que você disse? Seu desgraçado... Não me de as costas! ? exigiu furiosa.

    ? Que saco! ? resmungou enfadado, sumindo em meio à multidão.

    A viagem seguiu-se tensa dentro da aeronave, o moreno passou praticamente a maior parte do tempo fugindo da garota de cabelos vermelhos, mais que o diabo da cruz. Chegariam ao Japão às dez horas da manhã do dia seguinte.

    (...)

    Já era sábado de manhã. A menina inexpressiva na cozinha ? ao redor da mesa ?, decorava habilidosamente o bolo de chocolate com os pequenos e vermelhos morangos que estavam dentro de uma embalagem plástica, no entanto, antes que terminasse aquele processo ela foi interrompida pelo toque de seu celular:

    ? Pronto! ? ela atendeu suavemente.

    ? SAKURA-CHAN! ? gritou a voz feminina do outro lado da linha.

    ? H-Hinata-san... ? murmurou dando dois tapas no ouvido para aliviar o zumbido.

    ? Ai meu Deus, aconteceu uma tragédia! ? contou com o desespero eminente.

    ? O-O que aconteceu, Hinata-san? ? inquiriu preocupada, retirando o avental que vestia por cima de suas roupas e colocando-o à escora de uma cadeira.

    ? Aaaah... O que eu faço agora? ? indagou engolindo a seco.

    ? Né, diga-me o que aconteceu primeiro! ? sugeriu olhando para o lado.

    ? Lembra-se daquela amiga que te disse que irá morar conosco por um tempo, a Tenten? ? perguntou um pouco mais calma.

    ? Sim... ? foi interrompida.

    ? Ela me ligou de última hora e disse que o vôo foi antecipado para esta manhã! ? anunciou trêmula. ? Não tem como eu sair do serviço agora para ir buscá-la no aeroporto e a Ino-chan também está trabalhando... Então, Sakura-chan, eu te imploro! Quebra-me esse galho? ? suplicou apavorada.

    ? N-Não se preocupe Hinata-san! Eu posso fazer isso... ? prometeu amigavelmente.

    ? Nháaa... Eu vou ficar te devendo essa, Sakura-chan! Sério, muito obrigada... ? agradeceu emocionada.

    ? Fique tranquila quanto a isso! Aliás, que horas que o voo dela chegará? ? perguntou calmamente.

    ? Em vinte minutos! ? respondeu instantaneamente.

    ? Nossa... Às dez horas da manhã? Então eu preciso me apressar! Ja ne, Hinata-san! ? despediu-se e finalizou a ligação. ? Bom, vamos lá... Afinal eu só tenho vinte... Vinte... Vish, eu nunca fui ao aeroporto! ? lembrou-se chocada. ? Raios, eu preciso ligar pra Hinata-san... ? discou o número da amiga. ? Impossível! Caiu na caixa postal? Mas não faz nem dois minutos que nós nos... Deixa pra lá, vou ligar para a Ino-san! ? a ligação caiu na caixa postal também. ? Isso é uma maldição! Alguma força maior está conspirando contra mim... ? ela acusou temerosa. ? Acalme-se, Sakura... Entrar em pânico não é do seu feitio... ? respirou fundo.

    A garota jogou o celular sobre a mesa e correu até a sala visualizando um pequeno mapa da cidade ao lado do calendário pendurado na parede.

    Após alguns minutos ela decorou todo o trajeto até o aeroporto e caminhou até o quintal da casa, apressada:

    ? Ufa! Ainda bem que tem uma bicicleta aqui... ? comemorou e logo se pôs a pedalar a toda velocidade em direção ao aeroporto.

    Por sorte a jovem tinha uma boa memória e não se perdeu pelo caminho, embora ela não soubesse muito bem andar de bicicleta.

    Ela chegou ao aeroporto o mais rápido que pôde e passou a procurar pela garota chinesa por todos os cantos em meio àquela multidão que vez ou outra a deixava perdida.

    Enquanto isso, próximo dali o rapaz de cabelos negros caminhava a passos rápidos para longe da ruiva que o perseguia, reclamando freneticamente:

    ? Porque tivemos de descer aqui, hein Sasuke? ? indagou aos berros chamando a atenção das pessoas ao redor.

    ? Cale a boca... Toda a imprensa estava esperando que eu fosse descer em Tokyo, por isso o meu destino acabou sendo aqui em Asaka, idiota! ? respondeu irritado. ? Aliás, por que você está me perseguindo? ? inquiriu entediado.

    ? Ora, eu te disse que não iria te deixar em paz, Uchiha Sasuke... ? ela deu de cara nas costas do rapaz que parou de repente.

    ? Hey, porque você parou... ? foi interrompida.

    ? Tsc. Tem gente da imprensa aqui também, maldição! ? exclamou fulo de raiva ao notar uma mulher com um microfone em mãos, acompanhada de um cinegrafista, ali por perto. ? Cale esse bico e pare de me seguir! ? ordenou levando a mão disfarçadamente ao rosto para se esconder e se misturando na multidão.

    ? Não senhor! Eu vou com você aonde você for... ? ela continuou o acompanhando.

    De repente, a menina que procurava pela jovem chinesa em meio àquele mar de pessoas, avistou uma garota de coques, segurando uma placa com o nome Tenten escrito nela:

    ? Finalmente, achei! ? murmurou a rosada virando-se para o lado.

    Entretanto, um homem desatento acabou empurrando-a e ela se chocou de costas com um rapaz que desviou e a segurou pelo braço antes que a mesma caísse no chão:

    ? S-Sakura? ? ele pensou boquiaberto, arregalando os olhos e transtornado observou os traços delicados do rosto daquela menina que há tanto tempo não via. Seus olhos verdes, seus lábios pequenos e seus cabelos estranhamente róseos que estavam mais compridos.

    ? S-Sasuke-kun? ? finalmente, após alguns segundos muda ela pronunciou o nome daquele que a segurava em seus braços.

    Naquele instante, um olhando para o outro, surpresos, os olhos negros assim como os olhos verdes sequer piscavam. Era como se o destino tivesse arrastado aqueles dois amigos de outrora para aquele encontro inimaginável depois de todo aquele tempo. Porém, mal eles sabiam que a coincidência não acabaria ali.


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