Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 15

    Décimo quinto ato ? Providência celestial

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Décimo quinto ato ? Providência celestial

    Lady Abel Oblivion Araghon

    Um som de trovão atraiu a atenção das pessoas que estavam naquele local, no mesmo momento em que uma chuva de raios pairou no céu. Os fios dourados cortavam o firmamento e desciam até a Terra, assustando alguns dos soldados que observavam a cena.

    Aquela exibição divina era assustadora. Não havia nuvens no céu para que houvesse relâmpagos, mas havia uma lenda conhecida naquele mundo.

    O relato dizia que, um dia, o céu choraria relâmpagos e soluçaria trovões. Os deuses mandariam seu escolhido e ele aniquilaria todo o mal da Terra. Ele seria como a luz da manhã quando o sol nasce e teria em seu corpo um brilho suave que irradiaria calor. Tocá-lo traria conforto e segurança. Mas seus olhos seriam a marca fatal de que ele veio ao mundo para purificá-lo.

    Era um ser celestial amado e protegido pelos Céus.

    Os homens recuaram um passo ao ver um relâmpago maior cortar o céu, abrindo uma fenda nele e, de lá, algo sair. Não havia meios para explicar qual a sensação sentida naquele momento, mas era algo entre um medo infernal e um alívio divino.

    Da mesma fenda de onde algo havia saído um relâmpago enorme cortou do céu até o chão, criando um estrondo e um terremoto que fez os homens balançarem por segundos. Desse relâmpago algo podia ser visto. Um vulto amarelado, que descia lentamente pelos céus, como se flutuasse sobre nuvens.

    De repente outros vultos apareceram. Quatro ao total: um vermelho, um azul, um preto e um branco. Os dois últimos voavam em torno do ser envolto no relâmpago, logo tomando forma.

    ? O-O que está acontecendo?! ? gritou Rufus ao céu, dando alguns passos para trás.

    Aos poucos a fenda ia se fechando, até que tudo o que havia acontecido naqueles míseros segundos sumisse, como se fosse apenas um delírio. Alguns homens riram, incrédulos, acreditando que estavam loucos, mas, quando o ser que aparecera revelou-se, todos se calaram, extáticos.

    ? Clo-Cloud? ? Sephiroth perguntou boquiaberto.

    ? Matteo? ? Rufus imitou-o.

    Mas não houve resposta. Aquele que descia lentamente dos céus, chegando à Terra, mas não encostando nela, era alguém sério, compenetrado. Seus cabelos loiros eram longos e seus olhos eram vermelhos como o sangue. Seu corpo era vestido por um quimono negro, mas em volta de seu corpo havia uma suave aura amarelada. Ao seu lado os dois pontos ? o azul e o vermelho ? tornaram-se em forma de homens, e os outros dois ? o branco e o preto ? pairaram atrás dele, dois enorme dragões.

    A águia amarela transformou-se em uma coroa, que encaixou-se perfeitamente na cabeça de Cloud.

    O que acontecia ali não podia ser real. Aquele ser parecia um deus.

    ? Cloud? É você? ? perguntou Sephiroth hesitante, erguendo-se com certa dificuldade, apoiado em sua espada.

    Os olhos vermelhos dirigiram-se ao homem que dissera seu nome, e Cloud esticou o braço, chamando-o. Sephiroth caminhou lentamente até ele, seu olhar preso no de Cloud, como se estivesse hipnotizado. Aquilo tudo era tão surreal que, ao chegar perto o suficiente, o General ergueu o braço, pretendendo tocá-lo, mas parou no meio do caminho, incerto se poderia tocar aquela divindade tendo em seus ombros o peso de tantos pecados.

    Mas parecia que Cloud não pensava o mesmo. Calmamente flutuou até o General e circulou seus braços no pescoço dele, abraçando-o e beijando-o nos lábios com suavidade, separando os lábios levemente. Um calor fluía do corpo de Cloud para o de Sephiroth através de suas bocas, enchendo-o de uma energia e uma felicidade inigualável.

    Sentia todo o cansaço, a fadiga e a culpa que sentia desaparecendo. Seu corpo parecia em estado de êxtase e suas feridas foram fechando, até que ele estivesse em um estado físico perfeito.

    ? Você está bem? ? perguntou a voz profunda e rouca de Cloud, muito diferente de sua habitual.

    ? Estou sim, obrigado. ? agradeceu o General, assistindo o rapaz afastar-se ao assentir. ? O que está havendo?

    ? Está na hora de acabar com essa guerra sem sentido ? disse, vendo o General assentir.

    ? E qual é o plano? ? questionou Sephiroth interessado, divertindo-se.

    ? Matar Rufus e impossibilitar seu exército de continuar batalhando ? explicou, fitando o outro General, que olhava-o abismado.

    ? Matteo! ? gritou Rufus irritado. ? O que está havendo? Quem é você?

    ? Digamos que sou o Filho da Natureza ? respondeu indiferente.

    ? Mas? por que nunca me contou? Quer dizer, você podia ter se tornado um soldado de Cães do Inferno. Podia ter nos emprestado seu poder e seríamos invencíveis! ? comentou Rufus exaltado.

    ? Eu nunca pude falar enquanto estava em Tempestade ? explicou Cloud calmamente.

    ? Quando você chegou não falava! Pensei que tivesse algum problema, embora você conseguisse emitir pequenos sons? ? disse o General com o cenho franzido.

    ? O que você queria que eu fizesse? Eu fui vendido para um comerciante de escravos que me levou para Tempestade e me vendeu para você. Durante esse meio-tempo eu fui tratado como lixo, obrigado a agir como um objeto. Minha verdadeira identidade não seria revelada, e você não acreditaria em mim ? disse Cloud com arrogância, indiferente ao modo como Sephiroth olhava-o.

    Por alguns minutos eles ficaram em silêncio, apenas fitando-se. Mas, com um assovio, Cloud ordenou que os dragões atacassem o exército de CI, o que eles acataram de imediato, sendo acompanhados pelos soldados de FF e pelos dois guerreiros de Cloud.

    ? Maldito! Eu planejava levá-lo pacificamente para casa, mas você está me obrigando a ser cruel com você. ? grunhiu Rufus baixo, erguendo sua espada na direção de Cloud. ? Quando voltarmos para casa seu castigo será triplicado! ? gritou avançando na direção do rapaz.

    ? Cloud não voltará com você! ? interveio Sephiroth, avançando na direção do outro General.

    Os dois começaram uma batalha feroz ali, bem na frente de Cloud. Rufus tentava, de todo modo, alcançar o rapaz, mas Sephiroth o impedia, atacando-o várias vezes, defendendo-se quando necessário e, sutilmente, afastando o inimigo do Sargento.

    O tilintar das espadas ao redor de Cloud fê-lo apertar os punhos, irritando-se gradativamente. Sabia o que era necessário fazer, e também sabia que não podia deixar que mais vidas fossem tiradas.

    ? O que pretende fazer agora? ? perguntou a voz feminina em seu ouvido. ? Seu poder está liberto, basta apenas uma palavra para tudo isso findar-se.

    ? Eu sei, mas preciso ser cauteloso. Não posso simplesmente explodir uma bomba aqui. Atingiria todos, sem exceção ? explicou, olhando ao redor.

    ? Sim, e o que fazer? ? questionou a voz, curiosa.

    ? Estou pensando ? respondeu rapidamente.

    E enquanto Cloud pensava, Sephiroth e Rufus encaravam-se raivosos. Os dois arfavam, estavam um pouco afastados um do outro, mas um único movimento em falso e um dos dois agiria.

    Aquele era um momento que Sephiroth temia.

    Era sim um General, um dos melhores de sua época ? se não fosse o melhor ?, mas não gostava daquele tipo de situação. Sempre esperou que não fosse necessário colocar seu exército diante da linha de fogo, arriscar perdê-los por causa de um conflito.

    E agora lá estava ele, trocando golpes com o General de outro exército por causa de um rapaz que conhecera há pouco tempo. Enquanto defendia um golpe de Rufus, pensou na primeira vez que vira Cloud.

    Ele estava sujo, ferido e desolado. Havia tratado ele como inimigo e recusara-o com veemência. Parecia, aos olhos de Sephiroth, muito frágil e fraco. Sentira que ele poderia partir ao meio a qualquer momento, principalmente ao toque de Sephiroth. Fora delicado temendo quebrá-lo, como se ele fosse uma boneca de porcelana, e por vários dias achara que o rapaz não duraria muito tempo por ali.

    Mas Cloud surpreendeu-o com sua força de vontade e vivacidade. O rapaz mostrara que não era fraco, que podia se cuidar sozinho e que, apesar de todas as dores e de seu sofrimento, era capaz de resistir ao mal que sua própria mente poderia causar-lhe. Cloud era um bom rapaz, mas valia a pena tudo o que estava fazendo por ele?

    Quer dizer, Sephiroth movera seu exército em prol do rapaz, e mesmo que todos ali houvessem ido por vontade própria, ainda sim era temeroso em seus atos. E se Cloud, no fim, não quisesse continuar no grupo? E se não quisesse ficar em Avalanche? Pior: e se preferisse voltar com Rufus?

    Sephiroth não conseguia entender porque estava tendo tais pensamentos. Se o rapaz quisesse ir embora, podia ir, não iria obrigá-lo a ficar. Mas por que pensar naquilo fazia seu coração disparar? E por que sentia uma dorzinha incômoda dentro de si? Nunca fora dado a seguir seus sentimentos, mas quando o assunto era Cloud, Sephiroth sentia que podia mover céus e terra pelo rapaz. Sentia-se capaz de fazer coisas impossíveis e queria saber que ele estava bem e seguro, mesmo que não fosse ao seu lado.

    Aqueles pensamentos eram tão estranhos para Sephiroth? Nunca fora do tipo passional. Possuía uma personalidade forte por natureza e orgulhava-se disso. Havia sido criado para suceder a posição de General que seu pai possuía. E embora houvesse conseguido tal posição bastante cedo, fora-lhe dada com méritos. Ninguém nunca duvidara da capacidade de Sephiroth ou de seus meios para chegar àquela posição. E Sephiroth sempre estivera satisfeito com o que conseguira alcançar.

    Mas por que, naquele momento, a única coisa que importava era proteger Cloud com sua vida? Por que o mínimo pensamento de vê-lo machucado deixava Sephiroth desesperado? Não entendia, mas precisava encontrar a resposta antes que acabasse fazendo alguma loucura.

    Uma loucura como esquecer que estava em uma batalha e distrair-se? Bem, agora era tarde demais?

    Quando Sephiroth viu o golpe de Rufus, não dava mais tempo de desviar. Fez o que pôde para que não acertasse nenhum de seus pontos vitais, mas o ataque fê-lo voar longe, passando rapidamente por Cloud e batendo contra um tanque de seu próprio exército. Arfou, cuspindo sangue por causa do choque. Suas costas reclamaram de dor e seu braço, que fora usado para defendê-lo, sangrava.

    Ao observá-lo pôde contemplar a enorme ferida nele. Sem dúvida aquele ataque teria causado muitos danos se acertasse em um ponto fatal. Riu de si mesmo, balançando a cabeça negativamente. Ainda bem que não era o braço que usava para segurar a espada, porque, senão, não poderia mais lutar. O membro estava dormente e latejava irritantemente.

    ? Sephiroth! ? Cloud ajoelhou-se diante dele, segurando o rosto cansado entre suas mãos e olhando profundamente para ele, parecia ver sua alma.

    ? Eu estou bem? ? tentou dizer, mas gemeu de dor quando tentou se mexer, suas costas doíam como se algo estivesse quebrado ali. Esperava sinceramente que não.

    ? Está bem? Não me tome como tolo! ? brigou, seus olhos vermelhos raivosos, mas os lábios crispavam-se preocupados.

    ? Estou bem, foi só um ataque. Fui pego desprevenido ? explicou, soltando-se de Cloud e levantando apoiado no braço bom.

    ? Desprevenido! Você é louco? Estava distraído no meio de uma batalha? ? perguntou nervoso, e ao ver os olhos verdes desviarem para o chão, suspirou. ? Tudo bem, fique aqui que eu irei resolver as coisas?

    ? Não! ? deteu-o Sephiroth. ? Eu irei matá-lo! Vou vingá-lo pelo que fez a você!

    ? Você acabou de ser atacado e mal consegue de mexer? ? começou Cloud, com a voz de quem tem razão, mas foi interrompido por Sephiroth.

    O General segurara-o pelo ombro com o braço bom e beijara-o fortemente, calando-o. Sua língua procurou a dele com urgência, e ao encontrá-la, o beijo tornou-se lento e sensual, como uma dança erótica e proibida em público. A mão de Sephiroth deslizou para os fios loiros e forçou a cabeça de Cloud a ficar quieta, enquanto a boca do mais velho devorava a outra com paixão.

    Separaram-se arfantes, e Sephiroth acariciou os lábios inchados de Cloud com o polegar, sorrindo encorajador e satisfeito. Não precisava de mais nada para decidir-se: daria sua vida para salvar o rapaz das garras daquele infeliz.

    ? Terminaram o showzinho? ? perguntou Rufus com asno, fitando Cloud com fúria. ? Você irá se arrepender por isso Cloud! Está fodendo com esse cara, mas no fundo deseja que seja comigo. Não se preocupe, estarei saciando seus mais íntimos desejos em breve ? disse sarcasticamente.

    ? Você é asqueroso! ? rugiu Sephiroth e, passando por Cloud, decidiu que estava na hora de lutar de verdade.

    E quando um arrepio passou pelo corpo de Cloud, fazendo seus pelos se arrepiarem, ele soube que Sephiroth estava falando sério. Um vento forte e frio balançou seus cabelos e, quando o Sargento virou-se para ver o que acontecia, viu Sephiroth correr na direção de Rufus, em torno dele o vento criava uma barreira que Cloud imaginava ser impenetrável.

    Aquele era o Mestre dos Ventos, mas não foi surpresa nenhuma para o rapaz quando o outro General sorriu com sarcasmo, sendo envolto por chamas ferozes e obedientes. Cloud sabia que Rufus era o Mestre do Fogo.

    Os deuses concediam para cada país/reino o dom de controlar os cincos elementos: água, fogo, terra, ar e raios. Cada elemento era dado a um recém-nascido de cada geração e o poder podia ser usado para o mal ou para o bem. Caso fosse usado para o mal, não só seu recipiente, mas também a nação onde ele residia, sofreria as consequências.

    Sephiroth era o Mestre dos Ventos de Avalanche, Rufus era o do fogo de Tempestade e Cloud, bem, o rapaz controlava diretamente dois elementos: fogo e água. Mas possuía consigo os espíritos dos cinco elementos. Os dois guerreiros eram os do fogo e da água, os dragões eram do vento e da terra, e a águia era do raio. Sendo assim, Cloud possuía poder sobre os representantes dos elementos, seus servos.

    Ele mesmo era um caso raro. Nunca na história da humanidade uma criança nascera com dois elementos, principalmente dois poderes opostos. Os anciões magos diziam que a qualquer momento o corpo de Cloud poderia entrar em colapso, não só por ser pequeno e frágil, mas também por ter que abrigar dois elementos.

    Mas o rapaz nunca sofrera com nada além de cansaço quando usava muito poder.

    Uma explosão tirou Cloud de seus devaneios e, quando olhou para frente, assustou-se ao ver um vento forte e várias chamas vindo em sua direção. Não daria tempo de desviar. Pensou em pegar sua espada e proteger-se com ela, mas o dragão branco não tardou em envolvê-lo em sua cauda, protegendo-o do ataque.

    Quando os ventos e o fogo acabaram, e o dragão deixou-o para voltar ao seu posto, Cloud pôde observar a batalha que se desenrolava diante de si. Sentiu seu sangue ferver. Precisava dar um jeito em tudo aquilo, e rápido.

    ?Estabeleça conexão com o Mestre dos Ventos?, ordenou Cloud ao dragão branco que, sem demora, fê-lo poder falar com Sephiroth. ?Preciso que você me proteja enquanto faço um ritual. Meus servos serão parte do sacrifício e ficarei vulnerável enquanto faço o encantamento?, disse o Sargento na mente do General.

    Pouco depois Sephiroth recuava para perto de Cloud. Sua respiração afoita e a pressão feita sobre o braço machucado com a mão fez o rapaz atentar-se ao estado físico do outro. Pensou em desistir e avisá-lo que lutaria no lutar dele, depois poderia fazer o ritual, mas Sephiroth não lhe deu chances de falar.

    ? Você só precisa que eu impeça qualquer pessoa de impedi-o? ? questionou sem olhá-lo.

    ? Bem, tecnicamente. Isso não é algo que se faz em um campo de batalha, mas não há outra alternativa. Se não fizermos agora, teremos que fazer depois. São muitos inimigos para se enfrentar diretamente, não quando podemos usar outra técnica e diminuir os danos em nosso exército ? explicou Cloud.

    ? Certo, Senhor. Estou sob suas ordens. ? disse Sephiroth divertido, recebendo uma careta de desagrado de Cloud. ? Cid, Zack, Vincent! ? chamou.

    ? Está desistindo, Sephiroth? ? perguntou Rufus sarcasticamente, aproximando-se deles com passos calmos.

    ? Cid está inconsciente ? avisou Vincent ao aproximar-se, acompanhado de Zack.

    ? Tudo bem, vocês dois serão o suficiente. ? comentou enquanto rasgava a manga de sua camisa e amarrava-a sobre o ferimento em seu braço. ? Estamos sob as ordens de Cloud. Diga o que devemos fazer, Senhor.

    ? Sephiroth? ? reclamou o rapaz, mas quando os olhos dos três estavam sobre si, viu que não tinha escolha. ? Sephiroth, continue batalhando com Rufus, e ganhe! ? ordenou.

    ? Sim, Senhor! ? respondeu ele, prestando uma continência e indo na direção de Rufus, pronto para voltar à batalha.

    ? Vocês dois: precisarei retirar meus servos de cena. Estarei fazendo algo para deter o exército de CI o mais rápido possível e preciso deles agindo diretamente no ritual, mas preciso de proteção. Vocês dois farão esse serviço. Devem me proteger e evitar que alguém encoste em mim a qualquer custo! ? decretou, vendo-os acenar positivamente antes de sumirem.

    Cloud suspirou, coçando a nuca. Nunca imaginou que tal dia chegaria. Sabia que havia nascido para manter a ordem naquele mundo, mas quem imaginaria que o motivo da desordem seria logo ele? Exclamou um muxoxo irritado e orou silenciosamente para tudo dar certo, ouvindo no pé de seu ouvido uma risada leve e divertida da Mãe Natureza.

    Ela estava achando divertido?

    Cloud estava apavorado.

    Fechou os olhos, suspirou, abriu-os. Não havia porque hesitar, era a hora.

    ?Recuar! Unir. Aproximar. Obedecer.? As palavras eram ditas com a certeza de alguém que estava acostumado com aquilo, mas Cloud não estava. Nunca havia feito aquele ritual, e esperava que não fosse necessário fazer uma segunda vez.

    Assoviou, sentado no ar, em posição de lótus, e separando as mãos na frente do peito. Começou o primeiro ritual: despertar dos poderes. Aquela era a invocação dos dois elementos dentro dele, e, como sinal de seu êxito, aos poucos a concentração de seus poderes aparecia em suas mãos. Uma tornava-se vermelha enquanto a outra tornava-se azul.

    Quando o canto baixo e rápido acabou, Cloud fitou os servos atrás de si, prontos para o que quer que Cloud fosse fazer. A águia, que estava em forma de coroa em sua cabeça, tomara a forma animal e voava sobre sua cabeça.

    ?Daremos início ao ritual que impossibilitará a continuação dessa guerra?, explicou Cloud aos servos. ?Faremos qual ritual, mestre??, questionou a águia. ?Jogaremos uma praga temporária sobre o exército de Cães do Inferno e colocá-los-ei para dormir?, explicou pacientemente, sabendo como eles reagiriam. ?Não há outro meio, não? Faremos esse ritual, mesmo que ele seja perigoso?, comentou o dragão branco.

    ? Não, não há outro meio. Espero que vocês estejam comigo nessa jogada arriscada ? disse em voz baixa, rindo levemente, ouvindo a confirmação de que fariam tudo o que ele quisesse.

    Aquilo acalmou um pouco Cloud, que ouvia claramente o tum tum rápido de seu coração nos ouvidos, de tão nervoso, receoso e ansioso que estava. Nunca havia duvidado de si mesmo, de suas capacidades ou habilidades.

    Bem, sempre há uma primeira vez, não? Pois a primeira vez de Cloud estava sendo na pior situação possível, porque, no fim, ele sabia que, apesar de seus temores, faria o que fosse preciso para acabar com aquela guerra, mesmo que isso significasse correr riscos, ou até mesmo colocar sua vida em risco.

    Suspirou, fechando os olhos e juntando as mãos, começando a longa reza que era parte essencial do ritual.


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