Black

Tempo estimado de leitura: 26 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 3

    A todo custo

    Álcool, Adultério, Estupro, Linguagem Imprópria, Mutilação, Sexo, Suicídio, Violência

    - Olá!? - exclamou.

    - Oi Hanna, desculpe por ter acordar à essa hora...

    - Ah... Oi Lizzie! Aconteceu alguma coisa? ? Hanna então abriu a porta totalmente ao saber de quem se ?? tratava??, pela voz, claro.

    - Mais ou menos... Estou com uma pessoa ao meu lado.

    - Oi - Castiel falou, um pouco sem graça.

    - Seu namorado, Lizzie? - perguntou Hanna ainda sorrindo.

    - Er... Não não! - respondeu imediatamente tímida. - Ele só me deu uma carona.

    - Aaaah sim, desculpa! - riu.

    - Prazer, meu nome é Castiel- falou erguendo a mão, esquecendo que a menina não poderia ver. Fazendo Emily segurar uma risada.

    - Prazer Castiel, sou Hanna. Venha... entrem! - ela se afastou da porta, dando espaço para que passassem.

    Hanna andava pela casa como se pudesse enxergar normalmente; Obvio que tudo era planejado para facilitar sua movimentação e rotina, mas ainda assim, se Castiel não soubesse que a garota era cega, não teria percebido, principalmente quando Hanna lhes serviu chá com tanta facilidade.

    - Lizzie ... Emily não foi te buscar ontem à noite?

    Emily contou novamente sua versão da história, deixando Hanna comovida. Castiel observava quieto e com atenção.

    - Graças a Deus você escapou! - exclamou a menina com as mãos entrelaçadas sob o peito. Derramando lágrimas.

    Após o café Castiel se levanto, dizendo que precisava ir. Emily o conduziu até a porta.

    - Obrigada pela carona... De novo - disse com um sorriso de canto.

    - Sem problema ... Nos vemos por aí! - respondeu com um tom que mais parecia uma pergunta.

    - Nos vemos?

    - Aham... Se cuida Lizzie! - assentiu antes de agradecer Hanna pelo café e sair.

    Emily o observou entrar no carro e partir antes de ser guiada por Hanna até o banheiro.

    - Você está com um cheiro terrível ? Riu Hanna

    - Obrigada pela sua cooperação ? Emily riu junto com a irmã.

    - Bem vou arrumar sua cama.

    - Não precisa Hanna, eu irei dormi estou muito cansada.

    - Como quiser! - Exclamou a menina.

    A menina se despiu, colocando a roupa suja de sangue dentro do cesto de roupa e abriu as torneiras da banheira, deixando uma água morna cair. Quando cheia, Emily entrou na mesma e deitou-se, se permitindo relaxar e curtir aquele momento delicioso por quase 15 minutos.

    - Será que Hanna percebeu? ? Ela se questionava.

    - Emily ... Emily

    A água da banheira começa brilhar, as luzes do banheiro começaram a piscar. Ela viu em seu reflexo, sua irmã á olhava com tristeza.

    Ela se levantou da água e abraço-a.

    - Está frio. ? Lizzie disse com uma voz calma.

    - Hã? ? Emily respondeu.

    Lizzie puxa Emily para dentro da banheira, a água estava tão funda, era como um mar profundo sem fim. Sombras negras aparecem em sua volta, Lizzie aparece em sua frente dando-lhe um beijo. O beijo era como se sugasse o espírito de Lizzie para seu corpo.

    - Agora eu pertenço a você. ? Diz Lizzie.

    Emily levantou-se da banheira assustada.

    - Lizzie ... ? Ela não consegue se expressar.

    Após o banho, Emily dormiu até o fim da tarde. Ocupou o quarto de sua irmã Lizzie do terceiro andar; Era espaçoso e muito confortável. Emily ficou imaginando o porquê do aparecimento de Lizzie. Quando acordou, o sol começava a se por, e Emily ficou na cozinha ajudando Hanna à preparar o jantar. Enquanto a primeira cortava desajeitamente a salada, a outra cozinhava o arroz com facilidade, porém, parecia um pouco tensa. Emily percebera a expressão de Hanna assim que saíra do banheiro mais cedo.

    - O que aconteceu no banheiro? Eu pode ouvir seus gritos- Perguntou Hanna depois de muito tempo em silêncio.

    - Nada, eu adormeci e tive um pesadelo. Só isso. ? Mente

    - Eu sei que você está abalada pela morte de Emily, mais não deixe que isso te controle.

    - Eu sei ... ? Ela responde com a cabeça baixa.

    As 19:00 hrs, O pai das meninas chegou em casa, junto com Lysandre. A mesa do jantar já estava preparada e as garotas os aguardavam na sala de estar, onde assistiam Tv. Melhor dizendo, Emily assistia e Hanna fazia companhia.

    - Boa noite meninas! - exclamou Jason sorrindo ao aparecer na sala.

    - Oi pai! Como você está? Estão cansados, com fome? Lizzie me ajudou com o jantar. Está ótimo, né Liz? ? Hanna falava animada, levantando imediatamente para receber um abraço do pai, que a beijou na testa.

    - Estamos mesmo! ? Jason soltou Hanna e também abraçou Emily, que recebeu o ato inesperadamente. ? Onde está Emily? ? Questionou a menina.

    - Pai devo lhe contar uma coisa. ? A menina falava em um tom tristonho.

    - Diga-me! ? Jason seguro-a com força, quase gritando aquelas palavras.

    Emily contou sua versão da história novamente. Fazendo Jason chorar desesperadamente.

    Emily, pela primeira vez, sentia-se culpada pela mentira que estava vivendo e contando à sua família. Sentia-se uma pilantra, uma oportunista sem caráter que abusava da bondade de gente inocente. Mais era preciso fazer aquilo pelo bem deles.

    - Lysandre ficará hoje conosco, pois vou levar Lizzie à delegacia após o jantar para fazermos o retrato falado dos infelizes que tentou machucá-la e matou Emily, e aí ele fica com você Hanna, ok? - avisou Jason enquanto lavava as mãos na pia da cozinha antes de se sentar para jantar. Emily assentiu, mas desconfortável.

    - Oi Lizzie, que surpresa te ver aqui! - cochichou Lysandre ao se sentar na cadeira ao lado de Emily.

    - E você é algum tipo de escudeiro do meu pai? Porque será que não estou surpresa de te ver aqui - brincou.

    - Pode se dizer que sim ? Lysandre riu - Ele é como um pai... Pra todo mundo! - continuou num tom meloso enquanto se servia de uma grande colher do ensopado de carne. Emily concordou, olhando rapidamente para seu pai com um sorriso.

    Durante o jantar, os 4 conversaram basicamente sobre o dia de trabalho de Jason, que naquele dia havia sido bastante tumultuado, começando logo cedo com um pequeno acidente que aconteceu, e um homem havia se exaltado com um dos funcionários do pedágio. Mesmo com toda a animação de Jason em contar sobre o seu dia.

    - Trágico! - exclamou Hanna com aquela expressão chocada.

    - É realmente triste ver como o mundo de hoje está maluco e perigoso .. ? Jason balançava a cabeça negativamente com os lábios contraídos. Lysandre, como sempre, apenas ouvia atencioso sem acrescentar nada.

    Ao fim da refeição, as meninas recolheram a mesa e lavaram a louça. Enquanto isso, os homens se banhavam, e 20 minutos depois seu pai já aguardava Emily para levá-la à delegacia. Lysandre, agora limpo e sem o macacão, ficou na sala assistindo Tv e conversando com Hanna.

    A visita à delegacia demorou muito. Emily contou novamente a história que havia ??inventado??, mas na hora de fazer o retrato falado, detalhou as feições e características do pouco que se lembrava dos rapazes, fizeram identificação do corpo. E pediram que ela lhes mostrassem seus passos, da noite anterior.

    As 22:15 hrs eles já se encontravam de volta à casa, e o pai de Emily que estava mais que aparentemente exausto, correu para a cama depois de dar boa noite a todos. Hanna fez o mesmo, deixando Lysandre e Emily na sala assistindo Tv.

    - Boa noite... E juízo! - brincou Hanna subindo as escadas. Lysandre revirou os olhos como fazia sempre que o zoavam, mas corou ao olhar Emily de canto, que também ficara tímida.

    - Eles acham que eu sou o quê? Um tipo de tarado ou pervertido? ? Lysandre arqueou a sobrancelha e fez uma voz de desdém, mas ao perceber que da forma que falou podia parecer que havia desfeito totalmente da garota, e tentou consertar: Não que você seja feia... Sabe.. Mas.. Bem, você agora até que está ótima... A-agora que está limpa, com esse vestido branco sem aquelas maquiagens ...E c-com o cabelo penteado... - gaguejou extremamente sem graça - Mas é... Não é por isso q-que eu vou te agarrar ou coisa... Coisa do tipo - percebendo que não havia melhorado à sua situação, Lysandre desistiu, abaixando a cabeça - Droga!

    No fim, Emily acabou rindo, fazendo Lysandre também sorrir constrangido.

    - Sabe você me faz esquecer dos problemas, eu gosto principalmente de quando você me faz rir ? Emily falou tímida

    - Ah, sim... É! Mais quem poderia me resistir? - Lysandre falou carismático

    Os dois riram novamente juntos, e depois de alguns minutos subiram para seus quartos.

    Era madrugada e o ambiente parecia mais denso que o normal. Não havia quase luminosidade alguma, a não ser pelo luar refletido na janela. Emily abriu os olhos repentinamente e ergueu-se da cama como se fosse marionete. Não queria acordar, nem levantar, muito menos andar, mas o fazia sem controle sobre seu corpo. Saiu do quarto e desceu as escadas chegando ao segundo andar; Virou à direita e empurrou a porta de leve. Era o quarto onde Lysandre dormia. O rapaz estava dormindo de bruços sem cobertor, exibindo costas bem definidas que estavam à mostra pela falta de blusa. Emily parou ao lado de sua cama e o observou por alguns segundos. ?O que estou fazendo aqui?? ? se perguntava repetidamente em mente. Uma de suas mãos levantou, novamente sem ser por sua vontade, e a menina viu que segurava uma faca, provavelmente da cozinha, que ela não fazia ideia de como fora parar ali. Ainda involuntariamente, Emily ergueu o braço que segurava o objeto pontiagudo e com muita força, golpeou Lysandre nem no meio das costas. O golpeou mais de sete vezes, espirrando sangue sobre a camisola branca que ela usava e em toda a cama. Antes de morrer, Emily pôde ver os olhos do garoto arregalarem-se num susto e depois fecharem ao mesmo tempo que parava de gritar de dor. Emily chorava desesperada olhando o corpo de Lysandre ensanguentado à sua frente.

    ?NÃO!? ? gritou histérica, ao mesmo tempo em que abria os olhos.

    Sua irmã a abraçava, colocando uma de suas mãos em seus olhos.

    - Foi assim que morri, mais não acabo ... Você verá

    O quarto estava escuro e a única luminosidade existente era o luar refletido na janela. Mal conseguia enxergar o papel de parede verde musgo. Estava de volta ao quarto, deitada na cama, suando, sozinha.

    Tinha sido apenas um sonho?

    Emily podia jurar que tinha vivido aquele episódio horrível. Tinha sido tão real, que a garota precisou se levantar e conferir se Lysandre estava realmente vivo. Desceu até o segundo andar e abriu a porta do quarto onde ele dormia. O corpo do rapaz estava sobre a cama e sem sinais de sangue ou cortes nas costas, e era notável que ele respirava.

    - Lizzie? Pergunta Lysandre.

    - Oi Lysandre. ÉÉ ... Que eu tive-ve um pesadelo. ? Gagueja tentando inventar algo. ? Será que eu poderia dormi com você hoje, não estou me senti bem no quarto de Li.. No meu quarto! - Ela fala num tom alto

    - Claro, vem aqui. ? Ele deitou-se do outro lado, para que a menina pudesse deitar-se também. Ele acariciava seu rosto e cabelos, até faze-la adormecer.

    Na manhã seguinte, Emily não escondia a tensão que sentia. Depois do pesadelo, não havia conseguido dormir direito. De alguma forma, sentia que o sonho não era um tipo de aviso, mais só mostrando como sua irmã morreu ou entregando-lhe pistas.

    - Você está bem Lizzie? ? perguntou Lysandre no café da manhã, observando o comportamento totalmente retraído da garota enquanto o resto conversava extrovertidamente.

    - Sim, estou ótima ? mentiu, enfiando uma colher de cereal na boca.

    Jasson passou o resto da manhã assistindo Tv e descansando já que era sua folga, esperando notícias da polícia. Hanna o acompanhou e Emily foi para a varanda, onde sentou na rede e ficou olhando o pouco movimento de pessoas na rua. Visalia tinha um clima úmido, céu com nuvens e o ar tinha cheiro de folha seca, típico da estação de outono.

    - Sabe... Hoje nós poderíamos ... Sei lá ... Dar uma volta? ? a voz de Lysandre surgindo de repente pelas costas de Emily fizera a garota se contorcer num susto. Ele se aproximou e sentou-se ao seu lado na rede. Emily achava engraçado em como Lysandre a fazia esquecer todos os problemas que havia acontecido.

    - Hum ... Boa ideia!

    - A gente poderia tomar sorvete, quem sabe isso não distrai sua mente um pouco. ? o garoto sugeriu e Emily assentiu. Um silêncio se instalou e Lysandre sem perceber começou a balançar a rede com o leve impulso que fazia com os pés. O vento gélido fazia os cabelos da menina esvoaçarem, e incomodada, puxou algumas madeixas para trás da orelha. Notou pela primeira vez o rosto de Lysandre, que naquele momento estava tão próximo ao seu lado. Ele tinha um rosto muito bonito, que misturava a dose certa de aparência expressamente masculina com feições mais delicadas, e olhos incrivelmente verdes que brilhavam mesmo sem a presença de luzes solares.

    Ao perceber que a garota o observava, Lysandre encarou-a com interrogação e um sorriso extra, fazendo-a corar.

    - Eu ia dizer obrigada, mas já percebi que você não gosta de agradecimentos ? sussurrou Emily tentando disfarçar. Lysander apenas riu.

    Após o delicioso almoço feito pelo o Jason. Uma saborosa lasanha, Emily e Lysander foram caminhando a partir do lado da Hamilty que tinha o Centro Médico, que possuía mais residências, ao contrário do outro lado da avenida que tinha mais comércio. Andaram do hospital até um restaurante chamado ?Le a pepi?, chegando a um parque onde se sentaram em um banco e ficando conversando por horas, até decidirem volta a caminhar de novo. Depois de 3 horas de caminhadas e abordagens públicas, Emily e Lysandre decidiram voltar para casa.

    - Amanhã vou ver ser a polícia não tem alguma notícia ? disse Emily ofegante durante o caminho de volta.

    - Amanhã não poderei te ajudar. Tem trabalho no escritório. Tudo bem?

    - Sem problemas! Você já ajudou demais. Meu pai viajará amanhã de novo?

    - Huum ... Não sei.

    - Mais no fim de semana gente pode ir sim na delegacia.

    - Seria bom fazer outra coisa no fim de semana... ? a garota comentou. Lysandre olhou-a entendendo o comentário como um tipo de indireta, mas ficou quieto. Talvez ela tivesse falado aquilo inocentemente, e nem se quer envolvera-o na hipótese.

    Ficaram calados o resto do caminho e quando estavam chegando na Jersey, uma voz feminina chamou por Lysandre. Emily procurou a origem da voz e foi encontrá-la atravessando a rua. Uma menina que se aproximava trazendo consigo um sorriso enorme e um aroma de pêssego.

    - Oi Lysandre, quanto tempo! ? exclamou enquanto o abraçava. Ele respondia ao ato um pouco mais sem vontade ? Aonde você tem andado? Todo mundo tem perguntado sobre você, e eu não sei o que responder já que você sumiu desde que... Bem, você o quê ? a voz dela havia um tom naturalmente ácido e seu olhar exilava ira e luxúria em cima de Lysandre, ao mesmo tempo em que ignorava Emily completamente.

    - Er... Er... Nada a ver April... ? gaguejou estressado, alternando o olhar entre a loira à sua frente e Emily totalmente avulsa ao seu lado ? Só estou trabalhando muito.

    - Trabalhando?! Você? Como assim? Quem diria... Quem diria! ? a menina parecia realmente incrédula, ou desconfiada considerando o cenho franzido.

    - Oh meu Deus Lizzie! ? Ela exclamou enquanto abraçava Emily. ? Você está bem? Eu soube de sua irmã.

    - Estou bem April.

    - Certeza? Coitadinha ...

    - Sim, estou bem melhor. ? Emily respondia com um sorriso.

    - Er, a gente se vê April... Mas agora eu tenho que ir ? Lysandre falava já dando passos para trás antes da menina o puxar para estalar dois beijos em suas bochechas.

    - Te ligo depois então, ok ? April falou de uma forma que parecia mais um aviso do que sugestão. Lysandre assentiu e voltou a andar com passos mais apressados, não dando a oportunidade de ninguém falar mais nada, inclusive Emily se despedir de April. Como se isso fosse necessário...

    - Sem comentários ? Emily disse soltando uma risada

    Os poucos minutos que se levaram até chegarem em casa foram ainda mais silenciosos. Emily pensou em falar alguma coisa ou brincar, mas via que Lysandre não estava nada confortável, então se manteve quieta até entrar na sala e contar para Jason como havia sido o passeio. Lysandre subiu as escadas e voltou logo em seguida com uma sacola na mão e antes de sair pela porta, se despediu coletivamente de pé. ?Nos vemos amanhã no trabalho Jason. Até mais Hanna. Tchau Lizzie.? E a porta bateu atrás de si em um barulho alto.

    Jason e Emily se entreolharam sem entender e até mesmo Hanna estranhara a atitude do rapaz.

    - Aconteceu alguma coisa? ? perguntou.

    - Eu também queria saber...Deixando de lado o comportamento estranho de Lysandre, Jason voltou à atenção para as palavras de Emily, que terminava de lhe explicar o que haviam feito.

    Emily então ajudou a arrumar a mesa de lanche e subiu para o quarto no terceiro andar, deitando-se imediatamente. Não dormiu na hora, pois ficou pensando em todas as coisas que tinham acontecido naqueles últimos dois dias. Pai, Lysander, Hanna, Lizzie ... Imaginou o que aconteceria se descobrissem a verdade sobre ela, sobre a mentira que havia contado. Pensou o que faria depois se encontrasse os assassinos.

    ?Porque o Lysander ficou tão nervoso depois que viu a April?? ? pensou, lembrando do comportamento repentino do menino.

    Seus pensamentos foram interrompidos por alguns barulhos que vinham do primeiro andar. Emily não via à hora de dormir pra não escutar nada, mas estranhamente, mesmo cansada, não conseguia pregar os olhos.

    Como costumava deitar de barriga pra cima, Emily ficou contemplando a imagem do teto e das paredes por um tempo, enquanto voltava a pensar sobre infinitas coisas a fim de cair no sono sem perceber.

    ?Dorme Emily, dorme!? ? falava mentalmente seguidas vezes.

    O desespero pra dormir chegava a ser exagerado. Inquieta, ela mudava de posição várias vezes e fechava os olhos com força. Estranhamente, a garota começou a tossir insistentemente, como se um caroço estivesse entalado em sua garganta. Sentou-se na cama involuntariamente com a força da tosse, e a saliva que respigava de sua boca saia num tom avermelhado, como gostas de sangue. Quando a tosse ficou menos intensa, Emily voltou a pousar a cabeça no travesseiro, e ao olhar o teto, percebeu que estava tonta. Era como se a tivessem girado várias vezes rapidamente, deixando aquela sensação de que poderia cair a qualquer momento. Sua visão embaçava, seu corpo doía e podia jurar que sua temperatura aumentava gradualmente. Com tantas dores, Emily acabou desmaiando de sono, literalmente. Seus olhos fecharam e tudo apagou. A última coisa que viu antes da visão escurecer foi a imagem de Lizzie sumir de sua frente.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!