Black

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    Capítulo 2

    Um acidente previsível

    Álcool, Adultério, Estupro, Linguagem Imprópria, Mutilação, Sexo, Suicídio, Violência

    Era uma noite muito escura, a lua cheia brilhava forte no céu. Emily ao sair de casa, agasalhou-se porque as nuvens baixas faziam ventar bastante.

    Mais uma vez o bairro estava naquele aspecto sombrio: Mal iluminado e deserto. Com as mãos no bolso do casado de moletom, onde segurava com força a nota de 10 dólares.

    Mesmo longe de casa, ela podia ouvir os gritos de sua mãe:

    ? Traga sua irmã segura, caso ao contrario você já sabe.

    De fato, ao chegar no bar onde sua irmã costumava sempre ir, mesmo com o local tumultuado dificultando a passagem. Emily não leva muito tempo para encontrar sua irmã.

    Andou com determinação até o balcão, dando algumas cotoveladas para abrir passagem entre as pessoas, e evitando olhar demais em sua volta.

    O mesmo barbudo de sempre a atendeu, reconhecendo-a rapidamente. Emily sorriu sem graça e entregou a nota de dez dólares, e o homem entendeu seu pedido.

    Entregou-lhe a bebida, que cortaria os efeitos do álcool e disse:

    ? Melhor você leva sua irmã para casa logo.

    Emily não respondeu, só fez um sinal com a cabeça. E virou-se para direção de sua irmã, sem dizer nada ela entregou a bebida.

    Lizzie nem sequer olhou para Emily ou aceitou a bebida. Ela olhava fixamente para seu copo de vodka e resmungava.

    ? Aquela vadia pensa que é quem? Ela não sabe de nada, absolutamente nada.

    Emily não responde, só observa sua irmã reclamando.

    ? Aquela vadia ... Aquela vadia ... Ás vezes eu penso em matar ela.

    Emily já não aguentava ouvir sua irmã bêbada, então pega a bolsa de sua irmã arranca uma nota de 50 dólares e deixa em cima do balcão. Ela pega em sua mão e a puxa, cambaleava até a saída. Quando quatro rapazes a pararam, interrompendo a passagem.

    ? Olha o que temos aqui, um bônus!

    E o outro recrutou.

    ? Duas garotas para a nossa refeição.

    Emily nem olhou para os rapazes, com a cabeça baixa e disse:

    ? Por favor, deixe-nos passar.

    ? Ir embora nesse horário é muito perigoso, as mocinhas não gostariam de uma carona?

    Lizzie totalmente bêbada sem pensar respondeu.

    ? Claro. Vamos Emily, quanto mais cedo chegamos aquela mulher não vai encher meu saco.

    ? Pare com isso, você está bêbada! Não sabe o que está dizendo, vamos caminhando.

    ? Para de ser trouxa, uma vez na vida! Já que é assim, vá sozinha. - Lizzie soltou-se de sua irmã e saiu do bar com os rapazes deixando-a para trás. Emily suspirou forte, e seguiu o carro dos meninos. Que na verdade não corria muito.

    Emily não deixaria sua irmã em perigo, independente do que ela fazia ou não. Depois de muita perseguição, ela viu que o carro estava indo em direção da casa abandonada dos Rolliwents, onde viveu dois idosos que há muito tempo faleceram e como não tinha filhos e nem parentes a casa ficou abandonada.

    A casa era iluminada pela a lua deixando-a com um ar sombrio. Emily suspirava e xingava sua irmã mentalmente, decepcionada com si mesma. ?? Essa menina é besta ou o que? Saí com quatro rapazes e sozinha ...??

    Emily caminha até a porta principal e ao girar a maçaneta devagar, ela escuta alguns barulhos de uma cama rangendo e um dos rapazes falando.

    ? Vai logo cara antes que alguém descubra.

    Ao ouvir isso o medo invade a mente de Emily, ela ficou paralisada. Várias coisas passaram em sua cabeça, antes mesmo que ela pudesse correr um dos meninos abre a porta e se depara com ela.

    ? Seus idiotas eu disse que alguém descobriria!

    ? O que vocês fizeram com a Lizzie?

    ? Já que é assim vamos fazer o mesmo com ela.

    Antes que eles pudessem agarra-la, ela deu alguns passos para trás e quando teve a oportunidade saiu correndo pela floresta. Ainda podia-se ouvir os passos dos rapazes atrás dela. Então começou correr mais depressa, sem olhar para trás. Com lagrimas no rosto, toda tremula, sua respiração e seu coração estavam fora de controle. Sem olhar o caminho, ela cai em um barranco baixo. Ali mesmo ela se escondeu dentro de um buraco, onde poderia ficar segura por alguns minutos. Os rapazes ficaram procurando por algum sinal dela, más viram que não tinham mais chances desistiram.

    Depois de algumas horas, quando tudo estava calmo e de manhã. Ao sair do buraco com as roupas todas rasgadas e sujas. Ela avistou o caminho de volta a casa abandonada, onde ela havia percorrido a noite. Ao chegar na casa, com medo de que os rapazes ainda estivesse no local, ela entra tentando não fazer muito barulho. Andado pela casa, ela se depara no quarto principal sua irmã toda ensanguentada, nua e morta. Ela dirigiu-se até o corpo de sua irmã e a abraçou chorando disparadamente.

    Emily negava a realidade, não queria acreditar no que havia acontecido.

    ? Sua idiota, idiota!

    Depois de longos minutos de choro, Emily lembrou-se de sua mãe.

    ? Merda, o que vou disser a ela? Como vou explicar isso? Ela poderá ter outro ataque cardíaco e morrer. Não posso deixar isso acontecer!

    Emily revirou o quarto inteiro em procura das roupas de sua irmã, ao encontrá-las, vestiu-se e saiu da casa.

    As manchas de sangue que se espalharam na roupa de Lizzie já tinham secado, e um odor não muito agradável também foi despertado. Emily não estava em seu melhor estado: suada, suja, cansada, chorando, com fome e sede. Foi quando passava em frente de uma cafetaria que alguém pôde vê-la com atenção para estranhar sua aparência.

    ? Ei, garota, venha aqui! - exclamou um dos homens que estava ocupando uma mesa da cafetaria, provavelmente um advogado ou algo do tipo. Ele era alto, gordo, branco, usava um terno e segurava uma maleta preta. Ao notar que havia sido percebida, Emily precisou elaborar uma história rapidamente para dizer caso fosse perguntada sobre algo. Se aproximou do homem e forçou uma expressão mais perturbadora.

    ? Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou preocupado, observando as manchas de sangue pelas vestes dela.

    ? Eu.. Eu.. Quatro rapazes. Tentaram me estuprar... - fingiu gaguejar inocentemente enquanto tentava fazer os olhos marejarem.

    ? Quê? Onde? - o homem ficou eufórico, involuntariamente.

    ? Já faz algumas horas...

    ? Você sabe aonde aconteceu? E como isso aconteceu? Como escapou? - continuou perguntando ainda agitado, olhando para todos os lados como se tentasse achar o tal estuprador.

    ? Minha irmã foi me busca em um bar e na volta para casa, encontramos quatro rapazes. Eu estava muito bêbada então aceitei a carona, já minha irmã não. Eles me levaram até a casa abandonada, mais consegui fugir e cai de um barranco e me escondi. Minha irmã deve ter seguido o carro, então eles a encontraram na casa e mataram e estupraram.

    ? E como você sabe disso? - O homem ficou desconfiado.

    - Porquê depois eu voltei para casa, e a encontrei nua, morta, sangrando e cheia de marcas roxas pelo o corpo.

    ? Oh querida! Carona aonde seja que for nunca é seguro, ainda mais a noite! Você estava sozinha? Pra onde estava indo? Cadê seus pais? - agora ele estava mais tranquilo, voltando a observar a menina à sua frente com um olhar solidário, como se ela fosse uma criança.

    ? Eles devem estar em casa ... Talvez esperando notícia da polícia.

    O homem levou uma mão ao ombro de Emily, e ficou olhando-a com pena por mais alguns segundos.

    ? Bom onde você mora? Vou ligar para meu filho, ele te levara segura para casa.

    ? Eu moro no bairro Jersey.

    ? Hum ... Ok!

    O homem tirou um celular dentro de seu bolso, e fez uma ligação. Depois disso ele chamo uma garçonete e pediu um chá gelado para Emily. Minutos depois o filho dele chega.

    ?Castiel, essa menina sofreu um acidente e está sozinha. Leve-a até à sua casa, ela mora no bairro Jersey.

    ? Hum! -respondeu enquanto analisava Emily com um olhar desconfiado.

    ? Qual o seu nome mesmo, mocinha? - o homem perguntou.

    ? Lizzie .. Lizzie Horn.

    ? Tá certo, Lizzie... Você estará segura com o Castiel. Eu acho - brincou, fazendo Castiel revirar os olhos - Vejo você mais tarde. Tchau e se cuida! - o homem se despediu com mais um daqueles super sorriso.

    ? Vem ? chamou Castiel. Andando em direção de Emily. Abriu a porta do carona para a menina e depois entrou, dando partida imediatamente - O que aconteceu exatamente com você mesmo? Se quiser falar, claro - perguntou olhando para o sangue na roupa dela.

    ? Tentaram me estuprar - respondeu seca, sem encará-lo, diferente de como quando falava com o seu pai.

    ? Puxa! E você conseguiu escapar ilesa é?! ? Castiel começava a acelerar o carro, já deixando a cafetaria pra trás.

    ? Sim, eu corri e cai de um barranco e me escondi.

    ? Nossa! Que sorte a sua... No fim das contas.

    ? Uhum...

    ? E você estava indo para onde mesmo?

    ? Eu estava saindo de um bar, indo embora para minha casa ... Qual o nome dele mesmo? - perguntou se referindo ao pai de Castiel.

    ? O nome dele é Marx - respondeu com um sorriso, exibindo dentes brancos e perfeitos. Emily tentou não olhar demais para o garoto.

    Os dois ficaram calados por todo o percurso, que durou pouco menos de 20 minutos.

    Visalia não tinha prédios ou grandes construções. A maioria das casas era meio colonial de tijolinhos e todas as ruas possuíam árvores. Havia escolas, prisão, alguns comércios, mas era basicamente uma cidade de moradias.

    ? Chegamos, essa é sua casa?

    A casa era na cor de barro de 3 andares, cheias de janelas, e um jardim maravilhoso.

    - Obrigada... Por tudo - disse tímida.

    Castiel a encarou com um sorriso de canto e a sobrancelha arqueada.

    - Agradeça ao meu pai!

    Castiel e Emily saíram do carro, subiram os degraus da varanda da casa e tocaram a campainha. Considerando que era muito cedo (por volta das 6 da manhã), demorou um pouco pra se ter alguma resposta. "Um momento"- ouviu-se uma voz fina de dentro da casa, e logo depois uma moça apareceu cautelosa pela brecha da porta. Ela era alta, magra, tinha cabelos volumosos lisos e loiros. O sorrido dela era encantador. Era a irmã adotiva de Emily que por sinal era cega.


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