Revenge

Tempo estimado de leitura: 14 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Things Are Not Always As We Want

    Drogas, Estupro, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Olá pessoal, estou aqui trazendo uma fic da Fairy Tail *-------------* Minha primeira deles. Aqui terá uma personagem minha, o restante da trupe é de autoria de Hiro Mashima. Espero que gostem dela tanto quanto eu ^^

    Tradução: As coisas nem sempre são como queremos.

    A gente aguenta como dá,

    Sorri falso enquanto pode,

    E finge que está bem

    Enquanto consegue.

    Fevereiro 16, X797

    Tarde

    - Ate quando pretendes ficar-te a esconder-se de tudo e todos Lucy? ? indagou-a a bela garota de cabelos longos e lindos olhos castanhos.

    Gabryella era seu nome. Dezessete anos, amiga de infância de Lucy, mas a maga celestial não se recordava dela, após um trágico acidente, havia perdido toda e qualquer memória sobre a amiga.

    Lembrando-se apenas quando ela lhe contou.

    Não era maga. Possuía um belo corpo esbelto, cheio de curvas e seios fartos.

    Uma linha fina era o que parecia suas sobrancelhas, suas mãos apoiadas no quadril, seu pé batendo freneticamente no chão. Odiava quando a amiga se trancava no quarto.

    - Estou cansada, apenas deixe-me.

    Retrucou Lucy com a voz magoada e arrastada.

    - Não! ? gritou ela prestes a derrubar a porta. ? Aquilo já faz um ano, não achas que estas na hora de esquecer?

    - Jamais irei esquecer o que Natsu me fez. Jamais irei esquecer a dor que senti naquele dia... Jamais.

    Gaby suspirou cansada, deixando os braços caírem flácidos ao lado do corpo. Fechou os olhos e bateu a cabeça na porta, escorando as duas mãos na madeira.

    Lucy havia sofrido com a traição de Natsu. Ela o amava e o maldito apenas a estava usando feito boneca de pano. Gaby nunca pensou que sua amiga, que sempre sorria, poderia se tornar uma pessoa tão depressiva e triste como ela estava se tornando.

    Naquela noite... O que Lucy não sabia, e por Gaby e Juvia, ela jamais saberia, fora que ela não era a única que guardava grande dor, humilhação e nojo daquela noite. Ela não fora a única que sofrera nas mãos daqueles magos que um dia as chamaram de nakamas.

    Ela não fora a única.

    Naquela noite, fazia frio. Ameaçava chover, em pleno verão. Era como se os céus já previssem o que aconteceria naquela noite fatídica.

    Makarov, Mirajane e Laxus haviam saído da cidade. Havia uma reunião que o velhote iria comparecer junto dos outros mestres de guildas, onde deveria levar alguns de seus magos como proteção.

    Eles estavam em constante guerra.

    Gaby se lembrava perfeitamente daquele dia... Fazia apenas três meses que ela havia entrado para a guilda...

    Flashback Onn

    February 10, X796

    Tarde

    - Nee Lucy.

    - O que foi, Gaby? ? indagou-a com um belo sorriso no rosto.

    - Você vai acabar caindo. ? repreendeu-a ela, apenas recebendo uma gargalhada boba como resposta.

    - Relaxa, se eu cair, Natsu irá me salvar. ? dizendo isso, ela dera um giro 360º logo sorrindo por tê-lo feito sem cair.

    - Sei. ? resmungou. ? Engraçado como você quer ficar em perigo apenas para seu Natsu vi-la salvar. ? a outra riu de novo. ? E ele nem esta aqui.

    - Relaxa...

    O caminho até a casa da loira fora demorado. Plue corria tentando alcançar sua mestra, mas com as pernas curtas, mesmo Lucy caminhando ele demorava a alcançá-la, já que vivia caindo nos pedregulhos da rua.

    - Ei, cuidado Lucy-san.

    Berrou um dos homens que passava em seu barco.

    - Não vá cair, Natsu-san ficaria bravo. ? gritou outro, apenas a fazendo rir e acenar.

    Gaby suspirou, erguendo o rosto e fitando o céu. Nublado? era estranho, ainda mais em pleno verão. Sua mãe sempre dizia que quando ameaçava chover, em um dia bonito, assim de repente, era por que algo ruim iria acontecer. E ela estava certa, pois naquele dia estava chovendo... naquele outro?

    E hoje também.

    Suspirou cansada, era sempre assim em dias de chuva, sua cabeça doía mais do que o normal, e sempre ficava enjoada. O porquê disso?

    Ela tinha muitas lembranças ruins nesses dias.

    Primeiro: Sua mãe, Annabelle havia morrido num acidente de carro. A rua molhada, um temporal, um asfalto escorregadio e um penhasco escuro. Bastou que um veado saísse da floresta, e desse uma de suicida no meio da rua para que a vida de sua mãe fosse tirada sem escrúpulos e sem piedade.

    Pelo menos a libertou daquele maldito que chamava de pai.

    Roberto Ackles. Um maldito bêbado nojento, que após a morte da mulher, passou a convidar muitas prostitutas para viverem em sua casa. Com sua filha de nove anos. Alguns meses se passaram, depois anos. As visitas deixaram de ser apenas das mulheres, e agora, os homens viviam enfurnados em sua casa. Havia dias em que Gaby nem ao menos saia do quarto, temendo o que aqueles bêbados poderiam fazer a ela.

    E não estava errada.

    Quando completou quatorze anos, seu pai acabou por perceber algo que passaria despercebido se um de seus amigos não tivesse feito um simples comentário maldoso.

    ?Sua filha está crescendo, não é??

    A partir daquele dia, sua vida mudou. Naquela noite, seu pai adentrou seu quarto, e cheio de más intenções, abusou de sua filha sem o menor carinho, sem a menor pena ou algum sinal de futuro arrependimento. Depois daquilo, ele a forçou a sevir de ?comida? para seus amigos, que passaram a deixar as prostitutas de lado, para deliciarem-se e saciarem suas vontades com a pequena.

    Pagavam por aquilo.

    Pagavam bastante.

    Mas houve um dia, quando fizera dezesseis anos, que ela cansou daquilo. Estava magra, estava machucada, ferida e se sentia a pessoa mais nojenta do mundo. Com uma força, que não sabia de onde tirou, ela avançou contra o pai assim que se viram a sós. E com a faca da cozinha, perfurou a jugular do homem, pegando a grande quantia de dinheiro que ela ganhou, com todas aquelas transas forçadas.

    E fugiu atras de Lucy.

    Naquele dia também chovia.

    Quando sua mãe era viva, ela passava grande parte do tempo com Gaby na casa dos Heartifilia. As pequenas eram grandes amigas, mesmo Lucy sendo sete anos mais velha que ela.

    Um acidente aconteceu com a matriarca Heartifilia, enquanto ela estava no mesmo carro que sua falecida mãe e a pequena herdeira. Lucy perdeu a memória, Layla desapareceu dois anos depois, enquanto o corpo de Anabelle jamais fora encontrado.

    Chovia naquele dia.

    Passou um ano a procura de Lucy, quando soube sobre ela estar em uma guilda chamada de Fairy Tail. Quando encontrou a amiga, a emoção fora tanta que acabara esquecendo sobre a amnésia e teve de lhe contar e relembra-la de tudo, de novo.

    Desde então passou a viver com a maga.

    Despertara de seus pensamentos quando ouviu Lucy fechar a porta atras de si com força e sair correndo para o banheiro. Sem opção do que fazer, apenas jogou-se na cama da loira, que ambas compartilhavam, e tapou a cabeça com o travesseiro, sentia que ela logo explodiria.

    Sua barriga estava dando voltas, Lucy deveria ir logo no banheiro, sentia que precisaria usá-lo em breve. Gemeu em desgosto, odiava dias de chuva.

    - Plue... Plue... Plue, Plue... ? ouviu o pequeno mascote saltar ao lado da cama, ele parecia preocupado e querendo ajudar.

    Ela retirou o travesseiro da cabeça e o encarou, com um sorriso amarelo, passou a mão sobre sua cabeça.

    A porta do banheiro fora aberta com força, dando passagem a uma Lucy enrolada numa toalha e com outra na cabeça. Viu a amiga correr para lá e para cá procurando por uma peça de roupa adequada e bonita.

    Quinze minutos de procura, e a loira já estava bem vestida. Gaby ainda encontrava-se atirada na cama. Mais dez minutos e a maquiagem havia sido feita, mais dez minutos o cabelo estava pronto.

    E em quarenta e cinco minutos, Lucy saia correndo da casa em direção a guilda, apenas acenando e dizendo a amiga que voltaria tarde naquele dia.

    Com um suspiro, Gaby se ergueu da cama e entrou no banheiro. Pensava em ficar no apartamento, esperando por Lucy, que voltaria apenas a uma da madrugada, como costuma fazer desde que ela e Natsu começaram a namorar.

    Mas havia algo nela que dizia para ir junto da amiga. Não sabia se era para ver a felicidade dela e estar junto para parabenizá-la, ou... Ou... Não sabia por que mais. Talvez fosse isso mesmo.

    Mas deveria ficar no apartamento.

    ? ¤ ?

    A corrida até a guilda levou menos da metade do tempo que costumaria a levar se ela estivesse caminhando. O sorriso estampado em seu rosto mostrava que não se importava nem um pouco com o tempo horrível que estava se formando. Sua vida estava uma beleza de perfeito.

    Estava com o garoto que amava.

    Havia reencontrado sua amiga de infância.

    Conseguia pagar seu aluguel em tempo certo.

    Tudo estava em seu devido lugar.

    Mas as vezes, mesmo quando sua vida esta perfeita, a de outra não está. E ver Lucy feliz, deixava outra pessoa triste e com raiva. Afinal, ninguém podia ter o que ela não tinha. A loira parou em frente à porta da guilda, que se encontrava entre aberta. Apoiou as mãos nos joelhos e tentou acalmar o coração acelerado e o ar descompassado.

    Sua garganta doía.

    Ouviu um burburinho dentro da guilda, apurou os ouvidos e ergueu o rosto, podendo ver pela fresta da porta, que todos pareciam festejar alguma cerimônia. Seria talvez o fato de ela e Natsu estarem completando dois meses juntos?

    Mas por que festejariam sem ela?

    - Ora Natsu, já que está comemorando hoje três meses de namoro com a Lisanna, já não está na hora de marcá-la como sua companheira de vida? ? a voz de Erza soou feliz pelo recinto.

    Lucy arregalou os olhos, sentindo o ar antes escasso, não existir mais.

    - Calma pessoal, ele ainda tem que resolver o que vai fazer com a Lucy, afinal, ela acha que eles estão namorando.

    Gargalhadas altas, divertidas e sinistras encheram o ar.

    Quando a maga deu por si, seus olhos já encontravam-se turvos e as lágrimas desciam como cascatas por eles.

    - Juvia não acha que isso seja certo, Gray-sama. ? a voz da azulada despertou a loira uma segunda vez, enquanto via Gray murmurar algo no ouvido dela e a mesma encolher-se, com um olhar assustado a fitar a parede do bar.

    Com um sorriso funesto o mago do gelo afastou-se, apenas para lançar um olhar na direção da porta, vendo lá, a maga celestial a debulhar-se em lágrimas.

    - Veja quem chegou para participar da festa, Natsu.

    Lucy sobressaltou-se quando viu a porta sendo aberta com brusquidão, e o sorriso zombeteiro de Natsu espalhar por seu rosto.

    O olhar era de puro desprezo.

    - N-Natsu... O que significa i-isso? ? tentou perguntar, mas sua voz saiu totalmente embargada pelo choro.

    Natsu riu.

    - Isso o que? Como você pode ser idiota Lucy? ? ele aproximou-se dela, pegando-a pelo braço e encarando-a fundo nos olhos. ? Eu amo Lisanna, sempre amei. Você era apenas minha putinha particular.

    Ela sentiu seus olhos despejarem mais lágrimas, que rolaram grossas e pesadas.

    - Natsu, pare, por favor. ? podia ouvir uma voz ao fundo, dentro da guilda...

    Juvia talvez? Quem sabe.

    - M-Mas você, m-me marcou...

    O rosado trincou os dentes, soltando um rosnado baixo apertou mais o braço da garota, que gemeu devido a dor.

    A voz estridente de Lisanna ecoou num grito de pura raiva e ódio. Algumas pessoas dentro da guilda tinham os olhos esbugalhados, em pura surpresa. Não sabiam que Lucy havia sido marcada também.

    - Você tinha que abrir a boca, não é? ? ele a apertou tão forte, que os joelhos da mesma fraquejaram e ela se viu ficando aos pés dele, enquanto era fulminada pelos olhos ônix. ? Mas não esquenta, irei apagar o erro que cometi, eu mesmo.

    Lucy não pode assimilar direito, mas após ouvir a fala do rosado, sentiu seu ombro queimando, a dor lancinante parecia percorrer todo seu braço, todo seu corpo. O cheiro de carne queimando, seu grito aterrorizado de dor era tudo o que enchia aquele lugar.

    A não ser pelo som da chuva começando a cair.

    Podia ouvir risadas de escárnio, alguns ate mesmo batiam palmas, jogavam glórias e diziam ao dragon slayer para fazer mais.

    Quem eram aqueles seres que um dia Lucy chamou de amigos?

    - Natsu, o que está fazendo? Ficou maluco? ? essa era a voz de quem?

    ?Gaby??

    - Dêem um jeito nela. ? Lisanna? Desde quando ela mandava neles?

    - Sim. ? desde quando eles a obedecem?

    Desde quando?

    Desde...

    Sentia a consciência lhe deixando, ouvia os gritos de desespero de Gaby, até mesmo Juvia, por que apenas as duas pareciam sãs o bastante para perceberem que aquilo que Natsu estava fazendo era loucura?

    Quando ele cansou-se de queima-la, jogou seu corpo em meio ao asfalto, sendo banhado pela chuva do futuro temporal que estava por vir.

    - Você é tão fraca... Tão... Lixo. ? riu. ? Sim, você não passa de lixo pra mim. Seu lugar é no meio da rua, junto de outros lixos como você. Alias... ? ele virou-lhe as costas. ? Você está fora do time, Lisanna ficara no seu lugar.

    Lucy não podia acreditar naquilo, era um sonho, só podia ser um. Queria acordar, queria desesperadamente acordar e jogar-se nos braços do real Natsu.

    Podia ver Gaby sendo arrastada para dentro da guilda, nos braços de Gray, enquanto Juvia era segurada por Elfman. O que eles pretendiam?

    Sentia seu corpo ficando dormente, a dor lancinante já nem era mais sentida, tudo estava ficando escuro, tudo estava ficando vazio.

    Com um suspiro, lágrimas desceram de seus olhos chocolates, mas antes de jogar-se a escuridão... Pode ver o sorriso de repleto escárnio vindo de todos... Inclusive de Lisanna.

    Inclusive de Natsu...

    Flashback Off

    - Sabe Gaby... ? pode ouvir a voz abafada da loira por detrás da porta.

    - Sim?

    - Eu quero ir embora da guilda.

    Gaby suspirou, ela já sabia daquilo.

    - E por que está me contando isso, de novo? ? ouviu-a suspirar.

    - Por que eu quero ir treinar... ? a loira estreitou os olhos.

    - Ainda continuo confusa Lu..

    - Eu quero ir sozinha, Gaby.

    O silencio reinou sobre elas. O apartamento parecia um lugar vazio. A loira engoliu em seco, mas tentaria entender o ponto de vista de Lucy... Se ela o impor.

    - Por quê? ? indagou-a com a voz fraca.

    - Eu não acho que... Você deva ir atrás de mim. Eu quero ficar mais forte, quero poder me proteger, proteger a você Gaby. Quero ser tão forte quando aqueles idiotas... Mas para onde eu vou, você não pode ir, você não é maga.

    A loira suspirou.

    Por que parecia que aquela frase sempre rondava sua cabeça? Por que parecia que o mundo inteiro insistia em gritar que ela não era maga, que ela era fraca, que ela não deveria estar na guilda mais forte de Fiore, quando ela não tinha magia, quando ela não era nada.

    - Eu entendo. ? concordou.

    - Eu irei partir amanha bem cedo. Conversei com a Mira, o mestre e o Laxus, eles me disseram sobre um mago, em outra cidade que poderia me treinar. Mas ele é muito rigoroso, e eu posso acabar me arrependendo. ? ouviu-a rir sem animo.

    - Mas você vai mesmo assim?

    - Sem dúvida. ? disse alto e forte. ? Eu irei me vingar daqueles malditos. De Natsu principalmente.

    Gaby fechou a mão em punho, enquanto trincava os dentes.

    - Se você for embora... Eu vou fazer algo a respeito também.

    A porta se abriu, quase fazendo a jovem cair.

    - Fazer o que? ? indagou-a Lucy, com os olhos esbugalhados e a boca levemente aberta.

    - Vou me tornar uma maga, Lucy.

    - Como?

    - Oras... Eu darei meu jeito. ? respondeu convicta.

    Era mentira. Não tinha como ela se tornar uma maga. Quem a treinaria? Quem iria perder tempo tentando ensinar magia a alguém sem o dom para a coisa. Ela apenas sabia lutar corpo-a-corpo, e mesmo assim não era o suficiente.

    Será que se ela comprasse chaves de espíritos estelares, ela poderia ser uma maga? Não... Ela não se daria bem com espíritos estelares. Achava que poderia ser um alvo fácil. Afinal, muitas das vezes que Lucy perdeu suas chaves, ela se tornou apenas um alvo fácil.

    Ela estava cansada de ser ferida e machucada.

    Iria virar o tabuleiro a seu favor.


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