Minna-san, esta é uma fic do Kuroshitsuji, como devem ter notado. E o meu querido Sebastian Michaelis (lindo deus grego *-*), assim como alguns outros, não me pertencem.
Esta historia não é sobre o Ciel e o Sebby, então quem esperava um Yaoi, sinto muito :( Mas... garanto a vocês que não iram se arrepender de lê-la.
postarei a cada quinze dias... Ou menos, dependendo da bondade de vocês >< A capa foi uma montagem feita por mim (Ah vá??)
espero que gostem dela tanto quanto eu ^////^
Fanfic postada no AnimeSpirit e no Nyah fanfiction, se encontrá-la em outro site, é plágio. Denunciem.
http://animespirit.net.br/fanfics/historia/fanfiction-animes-kuroshitsuji-meu-querido-mordomo-1052037
http://fanfiction.com.br/historia/391885/Meu_Querido_Mordomo/
Capitulo 01 - Prologo
"Unleash the demons could be very educational in some occasions."
Gabryella Phantomhive : Cabelos longos e loiros. Olhos azuis turquesa, e um olhar indiferente e superior, que puxou por seu tataravô, Ciel Phantomhive,. O mesmo casara-se com Elizabeth Middlefor, alguns anos depois que havia ido embora com Sebastian.
Alguns anos após o nascimento do seu primeiro filho, Ciel desapareceu novamente, sem deixar pistas. Seu contrato com Sebastian havia sido quebrado, e com o desaparecimento do Conde, muitas coisas foram mal esclarecidas. Como o fato do demônio se ver livre. Teria ele feito contrato com outro demônio?
Possui um temperamento forte, que herdara de Ciel, mesmo seu pai e avô não serem tão arrogantes e prepotentes, é muito parecida com o tataravô nos seus quinze anos.
É a primeira mulher da família Phantomhive, por isso existe certa descriminação quanto a ela. Que passou a odiar as demais pessoas, não sendo muito comunicativa e sempre preferindo ficar na mansão.
Seus pais morreram assassinados por um ser sobrenatural, e quando quase morreu, firmara contrato com o mesmo demônio que Ciel, mas não pudera dar-lhe um nome, já que o demônio se apresentou como ?Sebastian?.
É uma garota meticulosa, inteligente e astuta. Não é mimada, mesmo sendo arrogante e prepotente, age normalmente na presença de certas pessoas, assim como na presença de Sebastian.
Não tem amigos, alem de alguns jovens que trabalham em sua casa. Possui algo escondido dentro de si, que herdara do tataravô também. O anel passado de geração em geração na família Phantomhive esta desaparecido junto com Ciel.
Nathaniel Trancy : É um garoto bonito e inteligente, ao seus dezesseis anos esta de casamento marcado com a herdeira Phantomhive, mas ambos nunca se deram muito bem, por ele ser um Trancy e desde anos atras ter havido essa richa entre as familias.
Possui cabelos loiros e lindos olhos azuis. Tem um corpo atlético e é bom em quase tudo que faz.
É meticuloso, frio, insensível, traiçoeiro, egoísta e egocêntrico, típico da família Trancy. Tem uma Irma de seis anos, chamada Madelaine, que é muito pior que ele, sendo quase um chicle, e sentindo um ciúme imenso do irmão.
Conhece Gaby desde que eram crianças, e quando os pais da mesma morreram, ambos se afastaram, restando apenas os encontros devido ao casamento e algumas discussões entre eles ou com a menor, que odeia Gaby por estar de casamento marcado com o irmao. Tem contrato com um demônio, Dante Henriques.
Dante Henriques: É um demônio mordomo como Sebastian. É intimidador, como Claude, que por vezes parece mandar em seu contratante do que o contrario.
Possui cabelos pretos e longos, seus olhos carmesim, lembram vagamente uma cobra, assim como seu rosto e sua forma de falar.
Seu símbolo na mão direita, é um triangulo invertido, interligado a alguns círculos e linhas. Enquanto o de Nathaniel fica no peito, que esta sempre coberto por roupas.
Tem certa richa com Sebastian, e é traiçoeiro, podendo ate mesmo trair o próprio mestre se isso lhe convier. Deseja uma alma tentadora, e ganhou certo interesse por Gaby, mas mantêm escondido de qualquer um, mesmo que Sebastian tenha certa desconfiança dele perto de sua mestra.
Seu contrato fora feito com o sucessor de Alois, logo depois de sua morte, o novo jovem Conde da família Trancy fez um contrato com Dante, e depois disso, começara a ser passado a diante, como uma herança de família... Uma cobra imortal de estimação.
Londres ? Século XXI
A janela fora aberta com brusquidão, despertando a jovem condessa que dormia tranquilamente. Respirou fundo antes de abrir os olhos mais uma vez.
? Hora de levantar... Jovem mestra! ? Aquela voz rouca e tão persuasiva a fez despertar de vez, encontrando os olhos carmesim a lhe fitarem.
? Sebastian!? ? Ergueu-se, levando a mão ate a boca e bocejando. ? Hoje é sábado... Por que me acorda tão cedo? ? Encarou-o com uma feição irritada, enquanto tinha as cobertas retiradas de cima de si.
? Você é uma condessa Phantomhive, não pode se dar ao luxo de dormir ate mais tarde! ? Disse sorrindo.
A garota bufou irritada, enquanto sentava-se na beira da cama. O mordomo parou um carrinho ao seu lado, enquanto abria a imensa tampa sobre seu desjejum.
? Hoje teremos café com as melhores sementes colhidas na Itália, e como acompanhamento temos brownies e torradas. Qual se assemelha ao seu apetite hoje?
? Ahm... Torradas. ? O mordomo assentiu e depositou sobre um pires uma torrada, enquanto servia em uma xícara o café. ? Essa torrada esta uma delicia hoje! ? Disse enquanto mordia um pedaço da torrada em sua frente, logo depois umedeceu os lábios, o que não deixou de ser notado pelo mordomo.
? Realmente jovem mestra! ? ?Deliciosa...!?
? Quais compromissos tenho para hoje Sebastian?
? Pela manha, terá a visita do Conde Nathaniel, e pela tarde, terá seu tempo livre. ? A loira limpou o canto da boca, enquanto erguia-se para que ele retirasse a vestimenta de si.
Andou pelo quarto apenas nas roupas intimas. Parou em frente a um espelho, e prendeu os cabelos longos num rabo de cavalo frouxo, mas os fios lisos demais caíram novamente, mãos ágeis e quentes se colocaram sobre as suas.
Baixou os braços e deixou que o mordomo cuidasse de seus cabelos, como sempre fazia.
? Tsc... Nathe? Por que ele tem de vir logo pela manha? ? Bufou irritada, arrancando um riso do mordomo. ? Prefiro ficar a dormir.
? E é por esse mesmo motivo que é considerada uma condessa anti-social! ? Ele a encarou pelo espelho.
Ela nada disse, apenas ficou a encará-lo pelo espelho, esperando que terminasse de arrumar seu cabelo. Assim que terminado, envolveu-a com um roupão, o qual ela mesma fechou e se encaminhou para o banheiro, a fim de fazer sua higiene matinal.
O moreno continuou no quarto, enquanto arrumava a cama que a pouco sua senhora estava deitada. Por nenhum momento, deixou de lembrar-se de Ciel... Os dois eram tão parecidos, não na aparência, e sim na personalidade, assim como nas palavras frias e vazias, mas ao mesmo tempo tão diferentes.
A porta fora aberta, algum tempo depois, mostrando a loira com os cabelos ensopados, lhe caindo sobre o roupão, enquanto massageava o braço direito.
Encarou o demônio a sua frente, enquanto erguia a mão direita ate os cabelos, mostrando que nas costas da mesma, havia o símbolo do contrato entre eles.
? Nem nos finais de semana aqueles dois me dão um descanso. ? Revirou os olhos. ? Mesmo dizendo que apenas Nathe virá, eu sei que aquela nanica vem junto.
? Que rudeza! ? Disse divertido, pegando uma toalha no closet e caminhando ate a loira, que sentou-se em frente á um espelho, sobre uma cabeceira cheia de perfumes.
Envolveu os cabelos dela e começou a secá-los, enquanto a mesma apenas observava.
? Vocês estão de casamento marcado. A senhorita e o jovem Conde Nathaniel. ? Ela encarou os olhos vermelhos do demônio mais uma vez.
? Isso não é nem cabível Sebastian! Desde quando ainda existem casamentos arranjados? ? Cruzou os braços, arrancando uma gargalhada baixa do outro, que a fez virar a cara e fechar os olhos, emburrada.
? E se você se apaixonar por Nathaniel? ? Fez uma careta. ? Ele é bonito, jovem, inteligente, educado e muito talentoso.
? Isso é menos cabível ainda do que um casamento arranjado em pleno Século XXI ? Abriu os olhos, mostrando aquelas lindas Iris azuis turquesa. ? Sem falar que é mais fácil eu me apaixonar pelo meu mordomo do que por ele. ? Sorriu de canto divertida, um sorriso falso, mostrando que não levava a serio aquele assunto. Um ato que acabara pegando de Sebastian, com tanta convivência.
? Que isso!? ? Riu. ? Sou apenas um mordomo e tanto! ? Ela abriu mais o sorriso, mostrando os dentes brancos. ? Pronto! ? Quando se deu conta, seus cabelos já estavam penteados e amarrados, num coque chique, deixando as franjas pelo rosto e alguns fios soltos na nuca.
? Não irei colocar aqueles vestidos quentes Sebastian! ? Bradou ela indo ate o closet, onde podia se ver muitos vestidos de varias cores, tipos, marcas e formatos. Mas eram todos no estilo do século XIX.
? Você recebera visitas, deve usá-los. ? Repreendeu ele, enquanto passava pelos vários trajes, com a mão abaixo do queixo.
? Tsc... Outro motivo para eu odiar visitas. ? Ela sentou-se numa poltrona que havia dentro do lugar.
Sabia que Sebastian iria demorar um bocado para escolher algo para vestir. Mas não se importava. Levou a mão ate os cabelos, massageando a cabeça.
No dia que firmaram contrato, ele havia se apresentando como Sebastian, mas ao ler o diário de Ciel, ele dizia que o contratante podia escolher o nome do contratado... Então, por que ela não pode?
A ligação deles era tão forte assim?
É claro que era. Mesmo o demônio não podendo demonstrar suas emoções, e provavelmente nem sendo abastado de sentimentos bons, ele devia sentir algo pelo garoto. Mesmo que algo como carinho ou afeição, mas que preenchia-os de forma igual.
Mas demônios sendo arrogantes e não acreditarem nessas coisas, e Ciel ser orgulhoso em demasia, nenhum dos dois lados quis admitir que gostava um do outro, apenas como amigos pelo menos.
? Aqui! ? Ele pegou o cabide de um lindo vestido todo rodado e rosa bebe. Era bonito, mas extravagante de mais, na opinião da loira.
Ela piscou algumas vezes, voltando ao mundo real, onde ela tinha contrato com Sebastian, e devia deixar aquele assunto melancólico e antiquado para trás.
? Por que não coloco aqueles vestidos menores ahn? ? Ele nada disse. - Qual é Sebastian! Não há necessidades desses vestidos, só por que eu moro num palácio? ? Virou a cara. ? Que obsoleto. ? Ele riu.
? Vista! ? Após muita resistência, a loira se colocou de pé, pegou o vestido entre as mãos e se vestiu, enquanto continuava de bico.
O vestido lhe caiu bem. Justo no peito, e bem rodado nas pernas. Calçou um salto qualquer que vira na frente, enquanto apoiava-se em Sebastian para conseguir encaixá-lo.
Depois de terminado toda aquela tortura, a loira se olhou no espelho. Sorriu torto, não gostava de usar vestidos assim, mas tinha de confessar, ficava bem neles.
? Ficou perfeita em você senhorita!
Mesmo estando no ano que estavam, Sebastian continuava educado e refinado como antigamente. Velhos costumes não morrem dizia o velho ditado. O qual o mordomo devia saber também.
? Já disse para me chamar pelo nome. ? Sua voz saiu tediosa, como se já tivesse repetido aquilo mil vezes.... E de certa forma repetira.
Seus cabelos prendidos graciosamente no topo da cabeça, com uma pequena trança envolta, deixando um toque real naquele penteado improvisado. Passou a mão pelas franjas, tirando-as da frente do olho, enquanto dava um pequeno suspiro cansado.
Ambos desceram ate a sala de jantar, onde a mesa já estava posta, assim como os únicos servos do palácio. Mina, a empregada, August, o chefe de cozinha e Thomas, quem cuidaria do jardim e da plantação.
? Uou... Você esta linda senhorita!!! ? Elogiou a garota, com as mãos sobre o peito, enquanto os olhos brilhavam.
Mina era uma jovem de dezoito anos. Tinha cabelos longos e castanhos, e penetrantes olhos verdes, com uma pele bronzeada. Era descendente de Indianos, e o pai Inglês.
? Poupe-me disso Mina. ? Disse seria, enquanto Sebastian puxava a cadeira para a mesma sentar-se a ponta da mesa. ? Tenho um trabalho pra vocês. ? O moreno colocou um prato com um pedaço de bolo de chocolate, o preferido da mesma, sobre a mesa.
? Sim, minha senhora! ? Disseram os três em uníssono.
? Quero que levem Pluto para passear! ? Os três ficaram assustados, afinal sair para passear com um cão demônio era de mais, ainda mais para três humanos. ? Receberei visitas mais tarde, e seria um problema se um homem nu... ? Mordeu um pedaço do bolo. ? Atacasse-os, certo? ? Encarou os empregados, enquanto os mesmo voltavam a sua posição ereta e de queixo erguido.
? Yes, my lady! ? Disseram juntos, enquanto caiam na gargalhada e saiam correndo.
? Sempre quis dizer isso. ? Falou Thomas rindo já no corredor.
O garoto não devia passar dos dezesseis anos. Tinha cabelos pretos e olhos castanhos. Um corpo frágil e delicado, mesmo fazendo um trabalho duro.
? Gostei disso, acho que começarei a chamá-la assim! ? Os três gargalharam pela fala do mais velho.
August já era mais carrancudo, tinha cabelos loiros e olhos verdes água, quase brancos, nos seus trinta e cinco anos, solteiro e fumante, era bom na cozinha, mas não chegava aos pés de Sebastian, que além de ser um exímio cozinheiro, era bom na limpeza do palácio, e com qualquer coisa que fosse necessário.
O que causava o descanso total dos demais empregados da mansão. Aqueles três apenas passavam o dia brincando com o cão ou destruindo a mansão, causando dores de cabeça tanto no demônio quanto na condessa.
? Bando de desocupados. ? Disse ela de boca cheia.
? Quanta falta de educação senhorita! ? Ele curvou-se para perto de seu rosto, limpando o canto da boca da mesma. ? Deveria falar apenas depois de engolir a comida. ? Ele riu malicioso, enquanto Gaby dava de ombros, como sempre.
Já estava acostumada com esse jeito todo incentivo do mordomo, mas ainda sim, se sentia incomodada com tanta aproximação.
Alguns minutos após o café da manha, o barulho no jardim se fez presente. Gritos, correria, som de passadas fortes e altas, latidos... A loira se ergueu abruptamente, furiosa com tanto incomodo numa única manha. Não que já não estivesse acostumada.
? Mas o que esses inúteis estão fazendo? ? Indagou Sebastian se aproximando da janela, logo seguido da loira.
Lá fora, mostrava os três correndo de um lado para o outro, assustados, enquanto um cachorro de quatro metros corria atras deles, cuspindo fogo pela imensa boca aberta.
Gaby suspirou derrotada, levando a mão ate a cabeça e balançando-a negativamente.
? Faça algo sobre aquilo, Sebastian!
? Yes, my lady! ? Curvou-se, sem tirar o sedutor sorriso do rosto.
Logo a janela fora aberta, e dela saltou um moreno, parando perto de uma plantação de hortaliças bem cuidadas. Caminhou calmamente ate onde estavam os bagunceiros. Retirou a luva da mão, levando-a ate a boca, assoviou, chamando a atenção do imenso cachorro. Ele parou, mas logo voltou a correr atras dos três, deixando Sebastian confuso, afinal, Pluto sempre o obedecera.
? O que houve Sebastian? ? O mordomo se sobressaltou.
? Por que esta aqui jovem mestra? ? Olhou para a janela, vendo que a altura era de quase quatro metros.
? Vim cuidar disso oras! ? Deu de ombros, cruzando os braços.
O demônio riu malicioso, voltando a atenção para os inúteis que corriam feitos condenados.
? Socorro Sebastiaaaaannnn-saaaannn.... ? Gritou Mina correndo em sua direção.
? Ele não gostou da nova raçã.... ? Falou August, mas o mesmo tropeçou e foi pisoteado pelo cachorro.
? E a loja só abre segunda-feira. ? Thomas se aproximou dos dois, escondendo-se atras de Sebastian, assim como Mina.
? Caramba... ? Bufou a condessa, chamando a atenção dos três. ? Se quer algo bem feito, faça você mesma! ? Ela negou com a cabeça, agachando-se e puxando as pontas do vestido.
Sentou-se na grama, enquanto era rodeada pelo tecido rosa bebe, deixando-a com um contraste belo, infantil e formoso, que fez com os olhos da empregada e do jardineiro brilhassem.
? O que esta fazendo jovem mestra? ? Ela riu de canto, inclinando o rosto para o lado.
? Pluto!? ? Chamou com a voz fina e delicada, surpreendendo o demônio ao seu lado.
O cachorro a olhou, e logo abaixou as orelhas, abanando o rabo correu ate ela, mas antes de se jogar em seus braços, assumiu a forma humana, deitando o rosto em suas pernas, enquanto a mesma lhe fazia um carinho na cabeça.
O ? agora ? homem sorria deixando os dentes caninos de fora, enquanto fazia um som parecido com o ronronar de um gato, mas era algo mais rouco e baixo. Envolveu a cintura de sua dona, para se aconchegar melhor no colo dela.
? Co... ? Tentaram perguntar os dois empregados, mas foram interrompidos quando a mesma estendeu a mão.
? A ração! ? Ela encarou os dois de forma assustadora. ? Rápido. ? Thomas estendeu um pacote com a comida nova, passando em frente ao nariz do animal, que ergueu o rosto. ? Vamos Pluto... Coma! ? Sorriu carinhosamente, pegando um biscoito em formato de osso, e oferecendo.
O homem rosnou, assustando os dois empregados que se encolheram atras do mordomo implacável, enquanto este, e a loira, não se mexeram.
? Se você comer... ? Inclinou a cabeça novamente. ? Lhe compensarei hoje a noite.
Mina levou a mão ate o nariz, enquanto deste escorria sangue, maliciosa como sempre não pode evitar pensar em besteiras.
? Poderá dormir na mansão! ? O cão pareceu pensar.
Sebastian não permitia que ele entrasse na mansão, e aos seus olhos parecia uma boa oferta. Abocanhou o biscoito, e depois o saco inteiro de ração.
Gaby se ergueu, enquanto limpava o vestido, sobre os olhares meticulosos de Sebastian.
? Obrigado jovem mestra! ? Disseram os dois medrosos e o cozinheiro esmagado.
? Agora o levem para passear.... ? Bufou.
Virou-se para a janela, deu dois passos, ate que sentiu alguém abraçar suas costas, e envolver suas pernas, tirando-a do chão. Notou apenas que estava dentro da mansão quando Sebastian a colocou de volta no chão, sorrindo da mesma forma maliciosa de sempre.
? Aquilo me surpreendeu jovem mestra! ? Disse enquanto a via caminhar ate a poltrona na sala. ? Você tem o poder de acalmar as bestas. ? Ela gargalhou baixinho.
? Basta saber dizer as palavras certas, Sebastian! ? Inclinou o corpo para o lado, enquanto apoiava o braço na poltrona e o rosto na palma da mão, olhando o moreno com diversão e perversão.
? Verdade! ? Parou ao lado da mesma. ? Entretanto... Você consegue acalmar ate mesmo o mais feroz dos demônios, mesmo sem palavras!
Riu. O que aquele demônio não sabia, era que ele também possuía um poder sobre ela. Algo estranho, forte, incompreensível, que conseguia deixá-la perdida e fascinada ao mesmo tempo.
Não era um sentimento, nem submissão que ele causava nela, era... Encanto, como se o seu corpo puxasse o dela para si. Qualquer palavra dita por ele, a fazia se arrepiar. Ele era um demônio no final de tudo, e a especialidade dos demônios era exatamente essa... A persuasão.
Ele era quase um íncubo¹... O íncubo que apenas tentava uma única humana.
? Quem me dera fosse a única... ? Murmurou baixinho para que o outro não ouvisse.
? E você não é? ? Tentativa falha da garota. ? Quem mais teria o poder de acalmar as feras jovem mestra? ? Ele debruçou-se sobre sua poltrona, enquanto um sorriso rasgava-lhe o rosto. Perverso... Sádico... Tentador!
? Não sei... ? Bradou ela fingindo uma falsa irritação, para tentar esconder o rubor e o arrepio que sentira com a voz e a respiração dele em seu pescoço. ? Não me amole com isso Sebastian! ? Segurou o riso.
Divertia-se tanto com aquela humana... Que chegava a ser engraçado!
? Yes... My Lady!
[...]
? Os convidados estão a esperando na sala de estar jovem mestra! ? Sebastian curvou-se em frente a ela.
Gaby estava sentada em uma imensa poltrona, em seu escritório, enquanto tentava mudar o foco dos seus pensamentos do demônio, para os documentos de suas varias empresas e filias espalhadas pelo pais e o mundo.
Muita responsabilidade para uma adolescente... Muita confusão e sentimentos controversos para uma única cabeça.
Respirou fundo, enquanto olhava de esguela para o mordomo, impassível com seu sorriso debochado. Não conseguia decifrar aquele demônio, e provavelmente, pensava, que nunca conseguiria.
? Tsc... ? Bufou e ficou de pé, enquanto colocava um fio de seu cabelo atras da orelha. ? Madelaine está junto? ? Perguntou indiferente.
Sebastian sorriu divertido como sempre e se endireitou. Ela era tão previsível, que se assemelhava a um vidro, que podia ser visto e analisado sem o menor esforço.
? Está sim madame! ? Ela revirou os olhos.
? Para de em chamar desse jeito. Estamos em Londres ainda, mas não existe mais toda essa cortesia. ? O mordomo estendeu a mão para que a jovem acompanhasse-o.
? Ou talvez seja você que não sabe de como deve ser tratada, já que... Vive trancada dentro desta mansão. Parece solitária. ? Alfinetou ele.
A loira pegou a mão do mordomo com força, logo depois, enlaçando seu braço e saiu da sala.
? Não sou solitária! ? Disse virando o rosto. ?Conheço a estupidez humana... E não quero me contagiar... ? Novamente o moreno riu.
Ela fez um bico, mesmo sem notar, era um movimento involuntário. Ele vivia a alfinetando, tirando-a do serio, assim como sempre tentava um toque, um olhar... Ela não se importava de andar agarrada ao braço de Sebastian, aquilo lhe dava conforto, um sentimento controverso e ridículo, ainda mais quando a pessoa em que esta agarrada é um demônio.
Sebastian segurou o riso novamente. Como aquela criança era tola. Sentir-se segura nos braços de um demônio. Ela o via quase como seu anjo da guarda, com suas asas protetoras, seu toque reconfortante, as palavras que lhe serviam como calmantes.
Era fascinante ver como seu corpo relaxava quando ele estava ao seu lado, ou como naquele momento que a segurava firmemente, ver como suas feições, independentes de quais estivesse sentindo antes, relaxavam depois de um toque carinhoso dele, como seu corpo se retrai e as vezes se arrepia com a respiração dele, com a voz dele... Nossa! Aquilo lhe era tão tentador, que já tivera de acalmar os ânimos muitas vezes, para não tomá-la para si de uma vez. Balançou a cabeça minimamente, não deveria pensar naquelas coisas. Tinha apenas que cultivar, cuidar e proteger seu precioso jantar.
Quanto mais cultiva-se aquela alma, mais tentadora e deliciosa ela seria no momento do pagamento. Mas algo dentro de si sempre se remexia, quando a imagem de aquele pequeno ser frágil e ao mesmo tempo perigoso, sendo devorado por si, sempre lhe parecia incabível, algo errado e impensável, quando se imaginava naquela ilha, prestes a dar-lhe o ?beijo do demônio?.
Sentia-se inquieto, como se algo faltasse.
Gaby sentiu o corpo se retrair quando o seu braço fora enlaçado pelo dele. Era já costume fazerem isso as vezes, assim como era também costumeiro a inquietação e a retração que sentia depois do toque.
Ele sempre conseguia deixá-la desconfortável, e para se ver livre daquilo, ela aumentava o tom de voz e empinava o nariz. Ela era uma Phantomhive, por Deus, não podia se sentir oprimida por um ser tão corrupto e sujo feito ele...
Sempre que estava sozinha com seus pensamentos se pegava pensando naquele maldito demônio. E isso a irritava. Não queria sentir-se daquela forma perto dele, não queria ser motivo de diversão para ele, pois no final, ela seria devorada, era apenas um prato raro preparado com muito cuidado e devoção, para que quando chegasse a hora de provar, o gosto continuasse na boca por muito tempo.
Continuaram a andar pelo imenso corredor. Sebastian parou em frente a uma porta, e a abriu, desvencilhando-se do braço da mais nova.
? É melhor ficar por perto, não quero matar ninguém... Ainda. ? Ele riu.
Sabia da rixa entre a condessa e a pequena Trancy. A garota não era de falar muito nos encontros do irmão com a sua futura noiva, mas quando abria a boca, era para reclamar, alfinetar ou irritar a Phantomhive, que não era de ficar calada para crianças, por isso sempre resultava em uma imensa discussão.
? Com licença Cond... ? A fala do moreno fora interrompida, causando certa curiosidade em Gaby, que adiantou-se e abriu toda a porta, mostrando a sala totalmente quebrada, com uma garota de seis anos correndo atras de seus empregados, com uma imensa vara.
Nathaniel estava apenas no canto do lugar, sentado na ponta de uma pequena mesa, com um tabuleiro de xadrez no meio.
? Esqueça o que eu disse Sebastian... ? Começou ela cerrando os punhos. ? Irei matar essa nanica dos infernos. ? Deu um passo em frente, quando fora surpreendida por um caco de vidro voando em sua direção.
Sebastian fora mais rápido, pegando o objeto antes de chocar-se no peito da loira.
? O que significa isso tudo Nathaniel? ? Bradou ela sem se importar com o fato de que quase teve o peito perfurado.
Todos na sala pararam, podendo agora, ver um mordomo do outro lado da sala, segurando Mina e Thomas pela gola da camisa, enquanto August tentava se proteger das investidas da jovem Trancy com uma cadeira.
? Ora... ? O loiro ergueu-se, aproximando-se da garota. ? Desculpe, apenas achei mais sensato deixar minha querida irmã, gastar suas energias agora, para não nos importunar mais tarde. ? Beijou a palma de sua mão, enquanto a condessa o encarava friamente.
O loiro vestia um belo smoking branco, com seus cabelos desgrenhados lhe caindo na testa.
? Primeiro... Não haverá ?Nós mais tarde? Nathe. ? Ele riu, enquanto a garota revirava os olhos. ? E espero que não se importe que eu destrua sua mansão quando lhe fizer uma visita! ? Ele a conduziu ate a mesa, que logo fora rodeada, por Sebastian, que parou ao seu lado direito, e Dante, que não deixou de encarar o mordomo desde o inicio.
Os três empregados saíram da sala assim que tiveram a chance, temendo serem atacados pela pequena lady, que se sentara no colo do irmão mais velho, encarando Gaby com certo desprezo.
A pequena usava um vestido também rodado, mas era de um vermelho chamativo, cheio de babados e com mangas ate a metade do braço. Usava também um laço branco nos cabelos, prendidos em duas chuquinhas.
? SE... Saires dessa imensa mansão, para algo alem de cuidar de assassinatos ou negócios, e visitar-me em meus aposentos... ? Ele riu, escorando o rosto na mão. ?... Poderás destruir toda minha mansão se quiser. Mas é claro, que duvido que algo assim aconteça, afinal, preferes ficar confinada aqui com seu... Mordomo, do que ver o mundo lá fora. ? Ela riu.
? Se ver o mundo lá fora significa ter um pedaço de vidro voando em sua direção a qualquer momento... Eu dispenso. ? Inclinou o corpo, escorando o rosto na palma da mão, enquanto sorria de forma sinistra.
? Desculpe por isso condessa Phantomhive, mas é que estava apenas me livrando desse objeto indesejado, que não vi quando estavas entrando! ? Dante interveio, sorrindo como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
? Por sorte Sebastian conseguiu pegá-lo! ? Elogiou o jovem Conde.
? Como mordomo da família Phantomhive, o que faria se não pudesse nem ao menos cuidar disto? ? A loira riu de canto, lançando um olhar para o moreno.
Era estranho que, mesmo ambos se alfinetando quase que o tempo inteiro, nos momentos críticos, como em lutas ou conversas como esta, ambos tinham uma conexão incrível, sabendo o que o outro estava pensando apenas com meias palavras ditas ou ate mesmo com gestos e insinuações.
Gaby sabia que o demônio a via apenas como uma refeição, mas as vezes, ele agia de forma estranha, ate mesmo chegava a ser reconfortante para com ela, envolvendo-a em seus braços quando se sentia irritada de mais, essas eram coisas que deixavam a condessa confusa as vezes.... E mais irritada ainda muitas delas.
Por que em uma hora ele a instigava ao máximo, tentando ver ate onde era o limite da paciência e racionalidade da garota, e em outros, ele a reconfortava e a ajudava?
A porta fora aberta, entrando Mina, carregando uma bandeja com um bule enfeitado com flores pretas, e algumas xícaras. A garota parou ao lado da mesa com um sorriso encantador, enquanto Sebastian se aproximava e servia o chá nas xícaras combinadas com o bule.
Entregou as xícaras aos loiros, que pegaram cuidadosamente, e de forma elegante, levaram ate a boca, bebericando um pouco do chá, que era tão bem feito pelo mordomo Phantomhive.
? Esta uma delicia! ? Elogiou Nathaniel, voltando o olhar para a empregada.
? Obrigada senhor, mas fora Sebastian quem preparou o chá. ? Curvou-se e depois apontou para o moreno, que continuava com seu sorriso, já ao lado de sua mestra.
? Muito bom Sebastian, como preparastes? ? Perguntou ele sorridente.
? Coloque apenas uma semente de cacau, e equilibre o chá com o açúcar, ficará com o mesmo gosto e cheiro que esta agora. ? Levou a mão ate o peito.
? Oh, não irei me esquecer disso! ? A loira suspirou discretamente, mas seu fiel mordomo escutou, sorrindo de canto.
Latidos altos e incômodos foram ouvidos, fazendo Gaby ter uma veia saltada. Encarou Mina, que arregalou os olhos e saiu da sala quase correndo. Balançou a mão perto de Sebastian, e o mesmo se curvou para perto de sua boca, para que ela lhe sussurrasse.
? Parece haver um problema em meu jardim com... Cachorros! ? O mordomo sentiu sua espinha arrepiar, mas disfarçou, como se nada tivesse acontecido, mantendo-se firme e impassível.
A loira frisou a palavra, fazendo ambos voltarem seu olhar para fora da janela.
? Dê um jeito nisso, Sebastian! ? Ele levou a mão ate o peito, e curvou-se novamente, sorrindo malicioso.
? Yes, my lady!
Saiu da sala as presas, enquanto os três a sua frente não perderam nenhum movimento dos dois.
? Madelaine, saia um pouco da sala! ? Pediu o loiro, o que fez Gaby arquear a sobrancelha.
? Mas mano...
? Saia, Madelaine! ? Ele a encarou feio, fazendo a garota se encolher.
Com a feição de choro, colocou-se de pé e caminhou ate a porta, mas antes de sair, mandou um olhar matador para a condessa, como se dissesse ?Isso é culpa sua!?. A loira deu de ombros e voltou-se para o garoto a sua frente.
? O contrato seu e de Sebastian parece estar bem forte! ? Sorriu carinhosamente.
? Por quê? O seu e de Dante não estão? ? O mordomo encarou a loira com uma feição irritadiça e intimidadora, mas ele se esquecerá que Gaby convivia vinte e quatro horas com Sebastian.
? Engano seu, meu mordomo faria qualquer coisa que eu mandasse. ? Vangloriou-se.
A garota pensou um pouco, voltando a escorar o rosto na mão e inclinar o corpo para o lado. Sorriu debochadamente e encarou penetrantemente o jovem.
? Mesmo? ? Encarou-o de forma tediosa e descrente do que acabara de ouvir. O conde sentiu-se ultrajado, como ela ousava pensar que ele mentia? Ela se achava superior por que seu mordomo fazia tudo que pedia?
? Quer um deleite para os seus olhos? ? Perguntou divertido e meio irritado, fazendo com que a loira sentisse vontade de rir, mas se conteve.
? Iria adorar! ? Encarou o mordomo ao lado de Nathaniel, que sorria da mesma forma que Sebastian.
? Dante! ? Chamou.
? Sim meu senhor?!
? Corte seu dedo fora. ? O mordomo arregalou os olhos.
Não esperava que algo assim fosse mandado a ele fazer. Não que tivesse medo ou algo assim, apenas não acreditava que aquela jovem garota conseguiu fazer seu mestre lhe mandar cortar o dedo fora.
O que mais lhe parecia impossível, fora que ela mal precisou de muitas palavras. Aquele condezinho de merda não percebia que era o jogo dela? Que fora apenas uma afronta, uma forma de testar seus dons peculiares?
O que mais ela poderia fazer seu mestre acatar se usasse coisas alem das palavras?
Riu internamente. Aquela alma era tão surpreendente, que se permitia admirar-se a cada minuto que passava, e não podia deixar de comparar o arrogante e presunçoso Nathaniel a astuta e inteligente Gabryella.
Qual seria o gosto da alma daquela garota? Tão perversa, tão malvada, tão... Excitante!
? Sim, meu senhor. ? Curvou-se, e logo depois tirou uma pequena faca do bolso do paletó.
?Parece Sebastian carregando talheres na roupa!!?
Riu a loira, chamando a atenção do homem, que a encarou brevemente.
Dante esticou a mão, e em apenas um movimento rápido, cortou o dedo indicador fora, sem fazer uma careta de dor, ou gritar. Nathaniel sorriu satisfeito, enquanto a loira sorria presunçosa, como se dissesse ?Isso é por antes.?... Talvez fosse mesmo, afinal, ele quase a matou.
? Já cuidei do... Problema madame. - Sebastian entrou na sala e encarou o homem com a mão ensanguentada, e logo depois sua mestra, que sorria de forma diabólica.
? Ótimo! ? Disse ela enquanto o via parar ao seu lado.
? Por que não mostre a lealdade de seu mordomo também Gaby? ? Perguntou desafiador o loiro, fazendo o sorriso da loira transformar-se em um sorriso de canto, enquanto o encarava de forma divertida.
? Se me perdoe, mas não preciso provar-te da lealdade de meu mordomo. Confio em Sebastian, o tanto para confiá-lo minha vida. ? O mordomo a encarou surpreso. ? Afinal, se não confiasse, não estaria aqui agora, já que quase tive minha jugular arrancada fora. ? Sebastian sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha, algo que o fez arregalar os olhos, afinal, nunca sentira arrepios.
Por que a ideia de vê-la morta lhe pareceu tão insuportável. Quando ansiava por experimentar aquela alma pecaminosa e deliciosa?
Era isso que mais odiava. O fato de que coisas assim, tão humanas o ocorressem quando estava próximo dela, quando a ouvia falar em seu ouvido, quando tocava aquele corpo esguio durante a manha, enquanto trocava lhe a roupa.
? Entendo! ? Assentiu o loiro levando as duas mãos em frente ao rosto.
Quando ia dizer algo, a porta fora aberta, mostrando uma garotinha seria e furiosa.
? O senhor Julius ligou mano, ele precisa tratar de algo com você agora! ? Bradou.
Gaby suspirou aliviada, o que não passou despercebido pelo moreno, que sorriu malicioso e estendeu a mão ao seu lado, para que ela se colocasse de pé.
? Bom... Acho que nosso encontro de hoje terminou! ? Sorriu e aproximou-se da loira, pegando em sua mão e depositando um beijo cálido e demorado.
Encarou-a com um sorriso deslumbrante, e logo depois aproximou-se de seu rosto, lhe beijando o rosto. Sebastian rosnou baixinho, enquanto era encarado pelos olhos de Dante.
Por que aquela raiva escondida atras da mascara de indiferença? Por que se importava com quem tocava sua mestra de forma mais intima, como por exemplo, um beijo no rosto, um olhar malicioso ou um beijo cálido na palma da mão?
?Por que se importa Sebastian??
Curvou-se e saiu, logo seguido de seu mordomo, que apenas assentiu. Mas antes de sumirem na porta, Gaby agachou-se perto da mesa, sorriu e ergueu-se novamente.
? Dante, esqueceu algo! ? Quando ele virou-se, ela tocou o dedo que havia sido arrancado fora.
Sebastian riu baixinho enquanto o mordomo sorria, falsamente, agradecendo. Mas não pode não sorrir malicioso... Qual seria o gosto que aquela alma tão pura e tão perversa teria? Queria muito saber!
Assim que a porta se fechou, a garota jogou-se na poltrona novamente. Torcendo o pescoço e desfazendo o belo cabelo amarrado, deixando-o solto e lhe caindo nos ombros.
? Podia ter me dito para fazer qualquer coisa, que eu faria. ? Disse ele curvando-se perto de seu ouvido, causando um arrepio por todo o corpo da mais nova.
?Não pense demais Sebastian, apenas não mandei fazer nada, pois Nathe sairia vencedor! ? Disse indiferente.
Sebastian notou algo a mais na voz dela, algo estranho. Sentiu seu corpo mover-se sozinho em direção a poltrona, e quando se deu conta, já a abraçava. Pegou sua mão direita, apertando-a entre seus dedos.
? O que... ? Queria se afastar, mas a única coisa que conseguiu fazer, fora corar absurdamente.
? Eu sei jovem mestra! ? A voz dele em seu ouvido, aquele maldito arrepio, aquele calor por seu corpo... Por que se sentia tão calma e relaxada? A condessa suspirou baixinho, deixando o corpo relaxado nos braços dele, que apenas sorriu.
O que tinha na cabeça?
Aquilo era errado... Era confuso! O que estava fazendo? Por que necessitava puxá-la para mais perto? Por que quis aproveitar aquele momento para tocá-la de novo? Estava se sentindo um idiota.
Não deveria sentir isso, não deveria permitir-se fazer isso. Almas que demonstram amor por seus mordomos não devem ser muito boas, e não merecem todo um sacrifício a mais para degustá-las no final... Ela se deixou ser tocada, ela demonstrou que não se importava que ele a tocasse... Almas assim são ruins, mas isso não se encaixava a ela.
Parecia que quanta mais bondade ela transmitia, mas sua alma lhe era tentadora. Tão tentadora que chegava a ser insuportável.