Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 12

    Décimo segundo ato ? Enfrentando diretamente

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Décimo segundo ato ? Enfrentando diretamente

    Lady Abel Oblivion Araghon

    ? Já está tudo pronto? ? perguntou Sephiroth a Tseng, dando um tapinha no tanque que o levaria até além da barreira do grupo FF.

    ? Sim Senhor, já está tudo pronto. Cid, Zack, Reno e Vincent já estão chegando até o exército inimigo com suas devidas tropas. ? o homem rabiscava algo em uma prancheta. ? Os equipamentos e os soldados já foram enviados, os que ouviram sobre o ataque e estão voltando já estão entrando direto no vestuário, pegando uma arma e indo se juntar ao exército. Brucios e Cornélius estão diante da barreira, atentos, e os pesquisadores designados pelo Senhor estão tentando descobrir o que está abatendo a barreira ? ele não parava em momento algum de rabiscar no papel.

    ? Ótimo, tudo está se resolvendo rapidamente. Quanto mais prevenidos estivermos, mais nossa chance de vitória aumenta ? comentou Sephiroth satisfeito. Fazendo um aceno com a cabeça e uma mesura, Tseng saiu do ambiente, entrando na mansão, deixando Cloud e Sephiroth lá.

    ? Todos estão se portando muito bem diante do anúncio do ataque ? disse o Strife com as sobrancelhas franzidas.

    ? Eles também foram treinados para não entrarem em desespero. Esse é o maior erro diante do perigo: estar inquieto ? explicou o General calmamente.

    ? Nem todos receberam esse treinamento ? murmurou Cloud para si mesmo, mas Sephiroth ouviu-o. Sorrindo, aproximou-se do rapaz, deitando sua cabeça em seu peito, afagando os cabelos loiros da nuca dele enquanto beijava o topo de sua cabeça.

    ? Você precisará confiar em mim e tentar manter a calma ? pediu o General.

    ? Eu posso tentar, mas não garanto que não sairei correndo atrás de você, querendo consolo ? choramingou ao aproximar mais os corpos.

    Sephiroth gargalhou, satisfeito. Sim, não podia negar sua vontade de ver o rapaz correndo até si, procurando consolo em seus braços, dependendo de si; era-lhe gratificante.

    Segurando-o pelos ombros, debruçou-se sobre ele, aproximando muitos os rostos, as bocas a centímetros uma da outra, os narizes se tocando. Sephiroth inspirou fortemente, sentindo o cheiro almiscarado que vinha de Cloud ? conseguia identificar limão, bergamota e um toque de cravo.

    Aquele cheiro misturado com a essência natural do rapaz fazia com que Sephiroth sentisse arrepios de desejo passarem por todo seu corpo. Enlaçando-o pela cintura, puxou-o contra si, mergulhando o rosto na curva do pescoço dele e beijando o local, bem perto da orelha.

    ? Você me fascina ? sussurrou roucamente ?, seu cheiro me deixa louco como mais nenhum outro é capaz. Eu quero me afundar em você, engoli-lo por inteiro, tê-lo apenas para mim ? sua voz era determinada, sensual e cheia de promessas.

    ? Se-Sephiroth ? gaguejou Cloud, corado, empurrando o General de leve, tentando contê-lo.

    ? Quando tudo isso acabar, esteja preparado ? aconselhou deslizando os lábios para a bochecha e o maxilar do Sargento, dando leves mordidas por onde sua boca passava. Cloud gemeu, resignado, envolvendo o pescoço do mais velho com seus braços e oferecendo-lhe os lábios.

    Sephiroth não tardou em beijar o rapaz, forte, firme, tomando tudo o que Cloud oferecia e um pouco mais. Suas mãos seguravam firmemente a cintura dele, seu corpo curvado sobre o dele, a língua requerendo a outra, brincando com ela. Naquele momento, nada além deles existia.

    Não havia guerra, exército, General e Sargento, Kadaj e grupo CI, não existia nada senão duas pessoas beijando-se intensamente. Ao separar-se do mais novo lentamente, Sephiroth deixou vários beijos demorados nos lábios entreabertos e úmidos, sorrindo ao segurar o rosto fino em suas mãos e dar-lhe um último selinho, mantendo os lábios colados por segundos antes de soltá-lo e caminhar na direção do tanque de guerra.

    ? Já está tudo pronto? ? perguntou Sephiroth.

    ? Sim Senhor, já podemos ir ? disse uma voz masculina de dentro do tanque.

    ? Ótimo, vamos ? ordenou entrando no carro de combate que, sem demora, afastou-se de Cloud, rumando para onde o rapaz havia sido achado.

    Fechando os olhos, Cloud fez uma breve oração à Mãe Natureza, pedindo que ela guardasse e cuidasse de Sephiroth e que desse ao grupo a vitória sem muitos danos.

    ? Agora é conosco, Sargento Cloud. Vamos, irei levá-lo até perto da barreira, onde Brucios e Cornélius estão de vigia ? chamou Tseng ao parar um carro enorme e todo fechado, apropriado para se andar pelo território extenso, um 4x4 ? o rapaz não tinha certeza, mas achava que o nome do carro era Jipe ?, perto dele.

    Cloud hesitou em ir, não sabia se era melhor ficar na mansão ou na fronteira, auxiliando de um ou do outro, mas acabou entrando no carro, sentando no lado do passageiro e colocando o cinto. E antes que pudesse fazer qualquer coisa o carro arrancou, jogando-o contra o encosto do banco. Tseng diria rápido, não indo na mesma direção que Sephiroth fora, mas se aproximando cada vez mais da linha do horizonte, para lá de onde podia ser visto da mansão.

    Ele dirigia concentrado na estrada à frente, sua mandíbula cerrada, os lábios pressionados fortemente, demonstrando desgosto pela situação. Cloud pensou que talvez ele não gostasse de ter que levar o amante do General até a fronteira.

    ? Você não precisa fazer isso? ? começou, mas vendo que não havia sentido em sua frase, a refez. ? Não precisa me levar até lá, eu poderia fazer isso sozinho. Minha intenção não era incomodá-lo e atrapalhar o seu trabalho ? desculpou-se encolhendo os ombros.

    ? Não é nenhum incômodo ? respondeu ele secamente.

    ? Mas você está tão tenso? ? observou em voz alta, arrependendo-se ao vê-lo encará-lo por poucos segundos antes de voltar seus olhos para a estrada.

    ? Não estou assim por sua causa. ? comentou, mas ao ver que sua afirmação era muito fajuta, continuou. ? Essa batalha me preocupa. Somos bons, temos um exército habilidoso e numeroso, mas estamos lidando com Tempestade. Nunca se sabe o que sai de lá ? disse, expondo o que deixava-o tão tenso.

    ? Entendo ? Cloud suspirou, aliviado por saber que não estava incomodando o outro como achava, mas também meio irritado com o modo como ele havia falado do outro país.

    Em pouco menos de dez minutos Tseng parou o carro, esperando pacientemente Cloud descer. E foi o que o rapaz fez, observando, ao descer, tudo ao seu redor.

    Havia uma vasta área de terra adiante, com o que parecia ser uma descida, já que ele não podia ver mais nada adiante, senão o céu. Havia mais ao lado um bosque, e do outro lado montanhas. A cidade de Avalanche ficava além daquele bosque, e, na direção das montanhas, além delas, ficava uma parte de Tempestade e de outro país.

    Cloud girou o corpo ao sentir a presença de duas pessoas, já conhecidas para si. Eles estavam sentados sobre uma rocha, um pouco além de onde ele estava. Cornélius, ao vê-lo, sorriu, andando em sua direção e abraçando-o pelos ombros, bagunçando seu cabelo distraidamente. Brucios manteve-se onde estava, de braços cruzados e olhos fechados, atento aos sons ao seu redor.

    ? E aí Cloud? Onde está o chefinho, seu amorzinho? ? perguntou o soldado de modo divertido, seus cabelos loiros, que batiam nos ombros, estavam presos com uma presilha discreta. Os olhos violáceos sempre muito brilhantes acompanhavam o sorriso alegre.

    Ele era muito agradável, bastante diferente de seu companheiro de treino. Brucios, embora possuísse feições gentis, era sempre muito quieto em seu corpo forte, rosto de maxilar levemente quadrado e cabelo e olhos marrons. Só aquela cicatriz em seu olho direito que dava-lhe um ar de experiência.

    ? Ele foi para a frente de batalha. Não passou por aqui? ? questionou franzindo o cenho.

    ? Oh, não. Provavelmente ele foi pela lateral da barreira ? respondeu, assoviando para Brucios.

    O homem abriu os olhos, descruzando os braços e atirando algo na direção dos loiros. Cloud estranhou, mas ao ver o objeto ? uma pedra ? jogado repentinamente parar, caindo no chão, foi capaz de ver o atrito da barreira ? causado pelo choque da pedra.

    Ela era meia amarelada, soltando algumas faíscas como se reagisse negativamente ao toque, o que era bem óbvio que poderia acontecer, já que ela existia exatamente para fazer aquilo.

    ? Está relativamente mais fraca. ? comentou Cornélius preocupado. Quando os olhos curiosos do Sargento fitaram-no, explicou: ? Antes era possível vê-la a quilômetros daqui. Seu amarelo era mais intenso e, embora não houvesse qualquer impedimento ao se passar, dava para sentir sua existência. Agora é como se ela se abrisse para nós.

    ? E isso é ruim? ? perguntou mordendo o lábio.

    ? É preocupante ? disse soltando o rapaz e olhando para trás, para além do Sargento.

    Cloud acompanhou seu olhar, intrigado, mas tudo o que viu foi o vazio. Não havia sinal de Tseng e o 4x4, nem da mansão onde o grupo FF residia. Existia apenas aquela sensação desagradável de muito espaço e pouca coisa para ocupá-lo.

    Quando Cornélius fez um som de desapontamento com a boca, Cloud fitou-o a tempo de vê-lo girar nos calcanhares e voltar para perto de Brucios, comentando algo com ele em um tom que Cloud não conseguia ouvir. As mãos cruzadas atrás da cabeça eram um sinal de despreocupação muito falso, porque, no fundo, o soldado estava extremamente receoso com tudo aquilo.

    Brucios repentinamente colocou a mão no cós da calça e tirou de lá uma arma, verificando sua munição e voltando a guardá-la, como se quisesse ter certeza de que sua arma funcionava antes de começar a lutar. E quando Cornélius fez o mesmo, passando a mão na espada em sua cintura, Cloud teve uma sensação estranha. Como se fosse um pressentimento.

    Estranhou, fechando os olhos. Não conseguia entender porque aquela sensação de queimação estava tomando seu corpo, mas ao sentir que havia algo barrando persistentemente seu sexto sentido, forçou um pouco sua mente, sentindo uma coceira leve em seu baixo-ventre, que fazia tempo que não sentia; conseguiu ouvir a voz de seu subconsciente.

    Ele dizia que inimigos estavam se aproximando, e que aquela barreira estava tornando impossível uma conexão direta entre ele e sua habilidade.

    Um som alto tirou Cloud de seus devaneios, e ele foi capaz de ver quando várias cabeças apareceram no horizonte. Acompanhadas de dois tanques, um tendo atirado para o céu, causando tal barulho, os carros vinham em direção ao território do Grupo FF, fazendo Cloud prender o ar no pulmão por breves minutos. Eram muitos homens, uns cem, deixando-o alarmado.

    Com um brado entusiasmado de Cornélius e um silêncio monótono de Brucios, eles prepararam-se para lutar. Eram dois contra um pequeno exército e dois tanques. O Sargento deu um passo à frente, pronto para se juntar aos dois na batalha, mas lembrou-se das palavras de Sephiroth: ?Me obedeça? Fique dentro da barreira??

    Suspirou, até certo ponto odiava sua submissão, mas não havia jeito, teria que ficar exatamente onde estava, era uma ordem dada diretamente pelo General.

    E ao pensar nisso, outro fato lhe ocorreu: se aqueles homens estavam ali, era porque haviam atravessado o exército de FF e estavam atacando a barreira, para chegar à mansão. E, se eles haviam vencido, então Sephiroth, Vincent e até Cid, por quem nutria certa simpatia, estavam (a) feridos ou (b) mortos.

    Ao pensar nisso, fechou os olhos. Preferia infinitamente a primeira opção, mas o único modo de saber era detendo aqueles soldados, vencendo-os e indo até onde seus líderes estavam, na fronteira do país.

    Saiu de seus devaneios quando a dupla à sua frente correu na direção dos inimigos, sacando suas armas, prontos para lutar. Pensando em um modo de ajudá-los, Cloud não viu outra opção: retirou rapidamente a parte de cima de sua farda, colocando-a de lado e deixando o tronco nu evidente.

    Esfregou os polegares por vários segundos, sentindo o atrito das peles. Quando sentiu a queimação característica, puxou um pouco a espada em sua cintura da bainha e passou os dedos na lâmina, criando um corte de onde sangue de modo abundante jorrou. Sem mais delongas passou os polegares pelo corpo: nos braços, peito, na área do diafragma, do queixo ao colo e, por fim, nas bochechas.

    Sentou no chão, fazendo posição de lótus e começou uma breve reza. As mãos unidas em frente ao abdômen, os olhos fechados. Sussurrou ?Doragon. Dansei. Washi.?*

    Fazia muito tempo que não realizava aquele ritual, então sabia que tomaria certa energia dele. Mas não havia escolha. Era a técnica de luta sem lutar mais eficaz que conhecia.

    O sangue que ele havia marcado em seu corpo começou aos poucos a desaparecer e, conforme Cloud continuava a reza, mais elas desapareciam. E quando sumiram por completo, um vento forte saiu dele e, desse vento, cinco criaturas surgiram.

    Elas saíram como se viessem de dentro do rapaz e, sem hesitação alguma, passaram pela barreira em direção ao inimigo.

    Dos cinco seres, dois eram homens. Um preto e um branco, e juntaram-se a Brucios e Cornélius na luta contra os soldados do exército inimigo. Dois dos outros seres eram dragões enormes, com cauda longa, um vermelho e um azul, lembrando muito as duas espadas que Cloud usara na exibição. E, por fim, o último ser era uma águia amarela que, sem cerimônias, cruzou o céu em direção à fronteira.

    Os dois dragões voaram por cima do exército e começaram a destroçar os inimigos, enrolando-os e esmagando-os em suas caudas, engolindo-os vivos ou dando-lhes golpes ao passarem em seu meio.

    Diante daquele episódio, todos sobressaíram-se, inclusive Brucios e Cornélius, que voltaram seus olhos para Cloud, surpresos. Um tiro de canhão cortou o céu, fazendo-os voltarem suas atenções à batalha, e o projétil lançado contra Cloud chocou-se com a barreira, que, apesar de anular o ataque, piscou várias vezes, faiscando, mostrando dificuldade em manter-se erguida.

    Cloud sentiu raiva da pessoa que sabotara a barreira e jurou para si mesmo que, quando ela fosse descoberta, caso chegasse a seu conhecimento sua autoria, sofreria muito em suas mãos.

    Quando outro tiro contra a barreira causou um barulho infernal dentro dela, mostrando as evidências de sua fragilidade, Cloud não viu outra escolha. Levando uma mão à boca, assoviou um cântico melódico, um som suave contínuo, que fez aos poucos mais um ser aparecer.

    Só que o daquela vez era uma mulher roxa, que fitou-o quietamente, aguardando.

    ? Restauração. Proteção. Barreira. Poder. Sacrifício. Força.

    Cloud continuou sussurrando palavras, e a mulher, como se entendesse aquilo como uma ordem, dissipou-se em uma névoa suave lilás. A névoa foi em direção à barreira, impregnando nela e espalhando-se em sua extensão. Palavras como ?alongar?, ?manter?, ?cuidar? eram proferidas pelo Sargento como se fossem ordens expressas.

    Uma pontada fez o corpo de Cloud curvar-se, ele arfou, mas não parou de sussurrar palavras, fazendo a névoa fundar-se cada vez mais à barreira. Só parou quando tornou-se possível ver o que acontecia do outro lado ? antes não era possível por causa da forma densa que tornava-se a barreira.

    Viu com satisfação Cornélius cortar o cano do canhão de um dos tanques com sua espada. Os dragões e os homens que criara divertiam-se com os inimigos, e Cloud ergueu-se cambaleante, sentindo tudo ao seu redor rodar.

    Havia gasto uma quantidade considerável de energia como há um bom tempo não fazia. Sabia que aquele seria um efeito colateral. Caminhou a passos lentos, arrastando-se na direção da barreira. Seus músculos reclamavam do esforço excessivo, mas ele não ligou. Enquanto caminhava, sacou aos poucos sua espada, tornando-a roxa ao tocar a barreira com ela.

    Uma fenda abriu-se do tamanho dele, e, sem hesitar, Cloud passou por ela, saindo do limite do Grupo FF. Estava desobedecendo Sephiroth, mas nem sabia se ele ainda estava vivo! Sua águia informante ainda não havia alcançado a fronteira e não contara-lhe nada, fazendo-o ficar cada vez mais apreensivo.

    O espaço por onde ele passara fechou-se. Olhando de fora, a barreira agora possuía um tom meio rosado e era possível vê-la claramente.

    O Sargento ergueu os olhos para fitar a batalha que ali acontecia, mas sentiu outra fisgada paralisá-lo. Dessa vez sabia o que estava acontecendo. Apoiou-se na espada e ergueu o olhar, vendo os braços de Brucios serem tomados pelas marcas conhecidas por ele. Outra fisgada informou que Cornélius também havia ativado sua marca.

    Franziu o cenho, não sabia que ele era capaz de fazer aquilo. Bem, talvez Brucios houvesse ensinado-o a domar a noroi que Cloud colocara nele. Àquela altura, tudo o que Cloud podia fazer era sentar-se encostado à rocha em que antes os dois soldados estavam sentados, observando a batalha desenvolver-se ao guardar sua espada na bainha.

    Eles haviam feito aquilo obviamente para poupá-lo de lutar, e provavelmente porque haviam recebidos ordens de manter Cloud dentro da barreira, ficaram preocupados. Deu de ombros. Não era obrigado a nada. Poderia muito bem se defender de alguns soldadinhos de Tempestade. Mesmo em sua atual situação.

    ? Cloud, por favor, volte para dentro da barreira ? pediu Cornélius ao chegar ao lado do Sargento.

    ? Recebemos ordens para mantê-lo lá dentro ? disse Brucios ao aproximar-se deles.

    ? Sim, Sephiroth irá nos matar se algo acontecer a você ? comentou o loiro preocupado.

    ? Nada vai acontecer comigo, não se preocupe, eu sei me cuidar ? sussurrou Cloud.

    ? Eu sei que sabe, mas, por favor, volte para a barreira. ? insistiu Cornélius. ? Ou nós seremos?

    ? Droga! Você não pensa que o Sephiroth pode estar morto nesse exato momento? A ordem dele é a menor de suas preocupações! ? gritou, estressado, mas ao ver o homem encolher os ombros, respirou fundo, procurando acalmar-se. ? O problema é que, no momento, não é possível passar pela barreira?

    Cornélius ergueu os olhos, olhando para a barreira com estranheza. Tocou-a, sentindo a densidade impedir que ele prosseguisse na ultrapassagem. Seus olhos se arregalaram para o rapaz ao seu lado, curiosos e confusos, mas quando alguns soldados avançaram na direção deles, ele distraiu-se lutando com eles.

    Havia muito menos homens do outro exército. O dragão vermelho destruíra o segundo tanque de guerra, causando uma explosão que matou vários soldados. Não devia ter sobrado nem trinta homens do lado de lá. Os dois homens criados por Cloud lutavam bravamente, e Cloud sentiu em seu subconsciente um aviso de sua águia de que ela chegara à fronteira.

    Saberia em breve qual era a situação de Sephiroth, mas, nos dois minutos em que esperou uma resposta, o mundo pareceu desabar ao seu redor. Cloud nunca havia sido muito crente, acreditando com fé em algo, tendo esperanças. Era melhor esperar o pior do que ser surpreendido pelas notícias ruins. Passara um bom tempo de sua vida apenas aceitando as situações, sem acreditar em milagres ou esperar uma luz no fim do túnel.

    Doía menos não ter esperanças. Não causava choque, não machucava nem deixava-o como estava naquele momento: receoso se queria saber o que acontecera na fronteira. Mas, ao mesmo tempo em que não queria saber, seu coração palpitava forte e rápido diante daquela espera agoniante.

    Ele queria uma resposta, queria poder suspirar de alívio, queria acreditar em milagres, em impossíveis, em finais felizes, em boas notícias.

    Queria que a águia avisasse que Sephiroth estava apenas ferido.


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