Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Décimo ato ? Decisão precipitada

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Décimo ato ? Decisão precipitada

    Lady Abel Oblivion Araghon

    Durante três dias Cloud havia desviado furtivamente do caminho de Sephiroth. Passava todo o tempo cuidando para que não se esbarrassem ?sem querer? nos corredores. Usava seu sexto sentido para sentir a presença do outro e, quando via que não havia como não dar com ele no fim de um corredor, entrava em um quarto qualquer e esperava, esperava e esperava, até que o General estivesse longe o suficiente.

    Funcionou por três dias, três longos dias onde comer e dormir era difícil. Suas feridas ardiam cada dia mais, conforme cicatrizavam, e o esforço para vigiar a presença de Sephiroth deixava-o exausto, ao ponto de cair na cama e dormir em poucos minutos, mesmo não sentido o corpo quente e protetor do General ? sono esse que durava pouco, já que acordava várias vezes sentindo dor.

    Aquilo estava virando um inferno e Cloud sentia-se preso em uma emboscada. Fugir dali seria ir deliberadamente para um inferno pior.

    Naquele momento estava caminhando por um corredor largo, aéreo, não ouvia nada do que Vincent dizia. O Coronel lia uma carta e fazia comentários, tentando deixar Cloud familiarizado com a reunião que teriam naquele dia, onde, pela primeira vez, o Sargento teria contato com um patrocinador do Grupo FF.

    Naqueles três dias eles haviam aproximado-se muito. Era Vincent quem cuidava das feridas do rapaz, e impressionava-se com a rapidez com que elas cicatrizavam. Também era ele quem ia de noite ao quarto do Sargento verificar se ele dormia, se estava bem. Eles estavam criando uma amizade profunda e sincera, que, naquele momento, ajudava muito Cloud, já que ele estava sentindo-se muito sozinho com o afastamento de Sephiroth.

    ? Vi-Vincent... ? chamou Cloud, mas já era tarde demais. O rapaz já desvanecia. Com as mãos ocupadas com papéis, Vincent desesperou-se por não poder segurá-lo, mas braços fortes intercederam pelo rapaz, segurando-o e pegando-o no colo.

    ? Sephiroth! ? exclamou o Coronel num misto de surpresa e apreensão.

    ? O que está acontecendo? Cloud emagreceu e está pálido. Eu o deixo alguns dias com você e o que recebo é um desmaio? ? questionou o General irritado, andando rumo ao quarto do Sargento.

    ? Cloud anda esforçando-se demais e seus machucados exigem muito dele. Cai na cama e dorme rapidamente devido ao cansaço diário. Sephiroth, eu sei que não devia questionar seus atos, se você quiser me punir, puna-me, mas o que você fez foi exagerado e imperdoável. Por que o espancou daquele jeito? ? sua aflição sincera era facilmente notável, e Sephiroth manteve-se quieto. Quando o Coronel achou que não teria uma resposta, ela veio:

    ? Eu estava frustrado ? confessou ao abaixar a maçaneta da porta do quarto de Cloud, entrando silenciosamente com ele em seus braços. Vincent ia protestar, contudo preferiu apenas escutar ?, mas não era frustração do trabalho, sexual ou coisas do tipo. Eu queria saber mais sobre ele, céus!, Kadaj está demorando demais!, não aguento mais esperar. Preciso descobrir mais sobre Cloud, mas ele se recusa a me contar. Eu lhe questionei, ele negou-se a falar e eu explodi.

    ? Sephiroth...

    ? Eu sei que errei, que exagerei, na verdade. Eu queria que ele confiasse em mim. ? confessou enquanto deitava o rapaz na cama, acariciado a pele clara de seu rosto, alisando as bochechas levemente coradas. ? Foi um belo método, não? ? e riu com escárnio. ? É agora que ele não confia mesmo em mim.

    ? Ele precisa de tempo. Um dia nos contará tudo ? disse Vincent, não notando que usara o plural e nem a sobrancelha de Sephiroth, que arqueou-se.

    ? Eu não posso lhe dar tempo. ? respondeu o General frio, caminhando na direção da porta. ? Não conte a ele que eu estive aqui, nem que o socorri. É melhor que fiquemos separados por um tempo.

    E se foi, como se nada daquilo houvesse acontecido. Vincent suspirou, fitando o rapaz que repousava sobre a cama, preocupado não só com ele, mas também com seu melhor amigo.

    Eles teriam que se resolverem sozinhos.

    Do dia em que Sephiroth espancara Cloud até o dia atual já se passara uma semana, e quatro dias em que o Sargento não mais conseguia evitar de encontrar o superior nos corredores.

    Por causa da súbita fraqueza que lhe acometera, seu sexto sentido enfraquecera ao ponto dele não mais ajudar-lhe. Cloud andava irritado, encontrava com Sephiroth em vários corredores e era obrigado a abaixar o rosto, pois o General fazia questão de encará-lo abertamente.

    Sephiroth estava tentando-o, provando-o; fazia aquilo para ver como ele reagia. Cloud sabia disso, agarrava-se firmemente àquela conclusão. Estava sofrendo. Não conseguia mais dormir, seus ferimentos já estavam quase que completamente sarados. Andava irritado, estava tendo problemas com alguns soldados no grupo e andavam dizendo que, depois de fodê-lo, Sephiroth havia descartado-o por cansar-se dele.

    Apenas ele sabia que eles não haviam transado; e apenas ele, o Coronel e Sephiroth sabiam que andava suspenso das atividades físicas por causa de suas costas, não porque fora fodido tanto que mal conseguia mover-se, como andavam presumindo.

    Cloud apertou o punho, irritado, aqueles imbecis estavam realmente deixando-o irritado. Bufou, saindo pela enorme porta da sala do segundo andar e indo para a varanda, inspirando o ar puro do local. O cheiro de rosas invadiu suas narinas, extasiando-o, acalmando-o. Não havia sentido em estressar-se, eram apenas boatos bobos, e, por Deus!, Sephiroth ? felizmente ? não estava forçando-o a contar-lhe sobre si ou a voltar para seu quarto.

    E embora Cloud não houvesse confessado nem para Vincent ? que havia tornado-se seu amigo ali ?, estava com saudade do General. De sua presença forte e altiva, de seu cheiro, de seu gosto, de seu humor instável, do modo como tratava-o ? com carinho, mas com possessão.

    Só queria voltar a conviver normalmente com Sephiroth, queria que as coisas voltassem a ser como eram antes.

    ? O que está te incomodando, Cloud? ? a voz profunda era acompanhada pelo cheiro de cigarros caros, importados.

    O Sargento deu um pulo onde estava diante da voz que anunciava a presença de ninguém menos do que Sephiroth. Não era que Cloud não quisesse vê-lo ? muito pelo contrário, queria ?, mas não sabia se estava preparado para tal. Hesitante, tremendo levemente pelo encontro a sós depois de tanto tempo, virou o rosto, fitando o General parado do outro lado da varanda, com o cigarro entre os dedos, a camisa de botões aberta no peito, altivo como deveria ser.

    Os longos cabelos brilhavam e chacoalhavam com a brisa leve do início de noite. Sabia que seus instintos haviam levado-o para lá de propósito, porque seu subconsciente sabia que ele, querendo ou não, precisava do General.

    Engoliu em seco, observando o líder ali, soltando a fumaça do cigarro tão naturalmente ? nunca havia visto-o fumar muito. Ele era tão? belo, natural, prepotente e forte. Possuía não só o físico que atraía Cloud, mas também a personalidade que tanto intrigava-o. Gostava de homens fortes e protetores desde descobrira que relacionar-se com homens era mais fácil do que com mulheres ? pelo menos era o que acontecia com ele ?, e isso fora algo que descobrira em um momento não tão agradável.

    ? Tudo isso é muito estranho para mim ? sussurrou, olhando para sua frente. A extensão de terra adiante era deserta, e um pouco mais adiante do que podia ver com aqueles olhos limitados era onde estava a fronteira, onde foi achado, jogado, depois de toda aquela cena traumatizante.

    Aqueles homens haviam arrastado-o, espancado-o, abusado de si como cães no cio, bestas incontroláveis, como os vermes que eram. Eles eram brutos, insolentes, perversos. Se Cloud pudesse, mataria todos de um em um, arrancaria cada um de seus dedos das mãos, depois cortaria suas línguas, arrancariam seus olhos, cortaria seus peitos, deixando o coração exposto e, com todo o prazer do mundo, enfiaria sua mão no rasgo e arrancaria seus corações palpitantes, sorrindo prazeroso diante da cena.

    ? Cloud, ei ? chamou Sephiroth, tocando-o no ombro, puxando-o para si. Ao ver os olhos azuis vidrados, com alguns traços de um vermelho demoníaco, abraçou-o apertado, beijando seus cabelos loiros com carinho, sentindo-o, aos poucos, retribuir o abraço.

    ? É tudo muito estranho para mim ? repetiu perdido, reflexivo, apertando seu rosto contra o peito forte, sentindo a pele quente e, diante do silêncio que estendeu-se, ouviu o coração que batia ritmamente, forte e potente.

    ? Shii, já passou. Você não precisa me contar agora o que houve com você, esperarei até que você esteja pronto, até que queira me contar. Eu fui apressado e peço desculpa por isso, também peço desculpa pela surra que te dei ? disse o General olhando para o céu, reflexivo.

    ? Tudo bem, eu me esforçarei para melhorar, para conseguir te contar tudo. Eu quero contar, quero mesmo, é tão horrível guardar tudo para mim. Cada vez que sonho com meu passado passo mal, qualquer cicatriz que eu tenha dói, mas ainda não consigo falar sobre isso ? contou Cloud, lágrimas formaram-se em seus olhos.

    ? Certo ? disse Sephiroth, segurando o rosto do rapaz com as duas mãos e fitando-o carinhosamente ?, vamos começar de novo, ok? Vamos fingir que você acabou de chegar no grupo, transferido de outro local para cá. Começaremos do zero, mas não se afaste de mim. ? ele estava sério. ? Dormiremos em quartos separados, conversaremos normalmente, vamos nos tornar amigos acima de qualquer coisa ? terminou a fala com suavidade, sorrindo com carinho para o outro.

    ? Obrigado Sephiroth ? agradeceu Cloud, tocado pelo modo como o General estava lidando com tudo aquilo.

    ? Não me agradeça, agradeça ao Vincent por tudo o que ele tem feito por você ultimamente e tente comer mais, não quero ter que te segurar e te carregar porque você anda desmaiando ? brigou fazendo careta, mas sua voz não era brava de verdade, apenas preocupada.

    ? Fo-Foi você! ? apontou Cloud, corado. ? Por isso o Vincent desviou os olhos ao dizer que havia me carregado até o quarto? ? perguntou-se, intrigado.

    ? Você é bem perspicaz. Vincent não consegue mentir para alguém próximo e encará-lo por muito tempo, embora ele minta e blefe muito bem quando lhe é conveniente ? explicou, mostrando que conhecia muito bem seu melhor amigo.

    ? Ele é? um bom amigo. Kadaj encontrou alguém em quem realmente pode confiar ? comentou, sorrindo docemente

    ? Senhor ? chamou uma voz rouca e evasiva atrás do General, logo recebendo a atenção dos dois homens ?, uma carta acabou de chegar da cidade, endereçada ao Senhor. O remetente é o Subtenente Kadaj ? o homem carregava em suas mãos uma pilha de cartas, todas endereçadas ao General, desde cartas de Governadores a recados de seus pais, todas eram levadas diretamente ao líder por aquele mensageiro, um homem que viu muitas guerras, participou de algumas, mas sobreviveu e, sem família, foi viver com o jovem Sephiroth e permaneceu por muito tempo ao seu lado.

    ? Leve as cartas aos meus aposentos. ? ordenou, recebendo um aceno afirmativo. Virou-se, segurando levemente a mão do Sargento. ? Venha, irei acompanhá-lo até seu quarto. Preciso ver algumas cartas importantes que estou esperando há um bom tempo.

    Assentindo, Cloud acompanhou-o sem pestanejar, caminhando ao seu lado pelo longo corredor. Aquela varanda era no fim daquele lado da mansão, feita especialmente para que o General pudesse acessá-la facilmente.

    Não demorou muito para que chegassem à porta do quarto de Cloud, onde Sephiroth deixou-o com um beijo em sua testa e um acenar leve com uma mão antes de afundar os punhos no bolsa da calça e caminhar até seu quarto, logo atrás do velho mensageiro. O rapaz ainda ouviu-os conversar, mas estavam muito longe e conversavam sutilmente ? algo característico de Senhores de guerra ?, dificultando que o Sargento pudesse ouvir a conversa.

    ? Está tudo aqui Senhor ? apontou o mensageiro ao deixar as cartas sobre a mesa no quarto de Sephiroth ?, todas as correspondências de ontem e de hoje. Eu estarei levando as cartas da mansão depois de amanhã para o centro para que sejam enviadas para os destinos ? informou, fazendo uma reverência sutil para seu superior.

    ? Obrigado, não sei o que seria de mim sem você ? disse o General ao sentar-se no sofá e pegar a pilha de cartas, separando-as sobre a mesa como importantes, pessoais e trabalho.

    ? Ora, o Senhor continuaria o mesmo, apenas teria outro mensageiro ? comentou o velho com voz divertida.

    ? Eu confiei em você para receber minhas cartas e confio para entregá-las. Quando isso tudo passar espero que o Senhor aceite o meu sutil presente: uma viagem temporária ou definitivamente para sua terra natal esquecida; pense no assunto ? propôs, acabando a conversa ao colocar a última carta na mesa.

    O monte maior era o de trabalho, mas no importante havia apenas uma: a carta de Kadaj. Eles haviam combinado que ela teria que parecer completamente informal para que ninguém suspeitasse do que realmente o Subtenente andava fazendo longe do Grupo.

    Sephiroth abriu-a sem pressa. Não que não estivesse interessado no assunto, mas, tendo em mãos talvez toda a informação de que precisava, não sabia se queria ou não saber mais sobre Cloud através de uma investigação. No fim, deu de ombros. Fingiria que nada sabia acerca do outro, apenas para saber através dele e ter certeza de que Cloud realmente confiava em si.

    Ao ler a carta, suspirou, sorrindo sarcasticamente para si mesmo. Não era muito longa, mas Kadaj avisava que estava voltando para a mansão, e que havia descoberto tudo sobre o jovem Cloud, mas que não confiava em escrever sua descoberta em uma carta, eram coisas complicadas e secretas e informações que, em mãos erradas, poderiam ser fatais. Terminava informando que todas as informações escritas haviam sido queimadas e que apenas ele tinha ciência da verdade, e que apenas Sephiroth conseguiria tirar qualquer informação dele.

    O General sorriu em desistência ao jogar a carta no lixo. Sabia que Cloud era encrenca desde que vira o rapaz. Aqueles olhos azuis e inocentes escondiam segredos profundos e perigosos. E aquela pequena exibição quando fizera o teste fora algo que piscava "perigo" em sua mente toda vez que lembrava-se dela.

    Andava ouvindo boatos dentro do grupo que estavam realmente irritando-o. Desde especulações de que havia "terminado" com Cloud ? quando na realidade não haviam feito sexo nenhuma vez ? até de que o rapaz deveria ser analisado pelo Centro de Pesquisa para que suas habilidades fossem conhecidas. O primeiro havia sido criado pelo fato de que ele e Cloud estavam em quartos separados, mas o segundo Sephiroth sabia quem havia inventado.

    É claro que Cloud não precisava ser analisado ? como se ele fosse uma aberração da natureza? O que queriam era saber do que ele é capaz para aproveitarem-se dele. E Sephiroth sabia exatamente quem andava fazendo tais coisas dentro do grupo, desde quem mandava até os pesquisadores envolvidos em pesquisas que não possuíam seu consentimento, mas deixava que tais rebeldes fizessem as coisas que queriam apenas para aproveitar-se da situação no final.

    E, no fim, já possuía provas o suficiente para poder matar cada um deles, até o mandante, mas estava apenas esperando a oportunidade perfeita.

    Pegou uma carta qualquer e abriu-a, com a cabeça nas nuvens. Estava pensando em Cloud quando, passando os olhos rapidamente nas informações da carta, captou a data de envio. Lembrou-se que, no dia seguinte, seria a apresentação mensal do Grupo FF. Era o dia em que ele e Kadaj, ou Vincent e Kadaj, faziam uma apresentação de habilidades para incentivar os membros em seus treinamentos.

    Jogou-se no sofá, franzindo o cenho. Havia esquecido-se completamente daquele fato. Não havia como fazer a apresentação no dia seguinte, afinal, nela, Kadaj representava os membros mais fracos do grupo e ele ou Vincent representavam os mais fortes; a intenção era mostrar que o físico poderia ser irrelevante se você treinasse e fosse habilidoso.

    Mas não havia como fazer a apresentação sem a presença de Kadaj.

    Franziu os lábios, coçando o queixo, a barba por fazer fê-lo irritar-se. Jogou a carta na mesa e levantou-se, rumando ao banheiro. Não podia simplesmente cancelar o evento, os homens apostavam durante semanas quem levaria o melhor na apresentação, haveria tumúlto diante de qualquer possibilidade de cancelamento.

    Fechou os olhos, precisava pensar. Se não havia como cancelar, então teria que arrumar um substituto para Kadaj, assim como arrumara para si quando fora necessário, colocando Vincent em seu lugar. Mas quem ele poderia colocar? Quem mais poderia representar a força que há em uma aparência desfavorável?

    Quando uma ideia iluminou-se em sua mente, Sephiroth caminhou rapidamente até o telefone e chamou um mensageiro interno. Quando o rapaz chegou, explicou a ele que fosse até o quarto de Cloud e explicasse a ele sobre a exibição, que sanasse suas dúvidas e que perguntasse se ele aceitava participar juntamente com Sephiroth daquele desafio.

    O rapaz foi, animado diante da possibilidade de uma exibição completamente diferente das anteriores. Deixou um Sephiroth tenso para trás, preocupado se Cloud toparia em participar de algo tão diferente como uma exibição.

    Enquanto preparava-se para fazer a barba, o General questionava-se o que será que Kadaj descobrira que não podia simplesmente contar através de cartas. Talvez fosse muita coisa para escrever, ou envolvesse alguém importante ou de outro Estado, talvez o rapaz fosse um criminoso, assassino ou fugitivo da polícia.

    Fazia sentido ele não querer voltar para sua casa.

    Mas aquilo tudo soava muito estranho para Sephiroth. Kadaj era cauteloso, mas ele contaria algo apenas para não deixar o General irritado em ter que esperar. Então por que não havia revelado nada? Sephiroth já estava começando a pensar em coisas piores sobre Cloud quando batidas na porta tiraram-no de seus devaneios.

    Sephiroth permitiu que entrassem enquanto secava o rosto, sentando-se em sua cama. Sem Cloud ali aquele quarto parecia muito mais grande do que normalmente era antes, o que irritava o General e fazia-o lembrar-se que sua maior vontade era arrastá-lo para lá, mas precisava manter a calma e guiar as coisas no ritmo de Cloud.

    ? Senhor, o Sargento Cloud aceitou participar amanhã e mandou avisá-lo que fará o melhor possível para que tudo saia perfeitamente. Eu lhe disse que não havia uma meta final, a intenção era mostrar aos soldados que eles devem dar o máximo de si em seus treinamentos. Espero não ter feito algo ruim ? desculpou-se, abaixando a cabeça.

    ? Não, está ótimo. Obrigado por fazer esse serviço tão tarde. Vá descansar, amanhã você não irá visitar seus pais como sempre faz? ? questionou sem muito interesse.

    ? Se o Senhor não se importar, amanhã eu irei assistir à exibição ? respondeu, sorrindo esperançoso para o líder.

    ? Não me importo. Assistir à exibição não é algo obrigatório. É o dia de folga de vocês ? disse começando a despir-se.

    Os dois trocaram mais algumas palavras, mas logo Sephiroth estava sozinho no quarto. Pensando no evento que aconteceria no dia seguinte, logo ele já havia trocado de roupa e estava deitado na cama, fitando o teto.

    Não sabia o que poderia acontecer ao colocar Cloud para fazer aquilo. Exibir suas habilidades daquele modo seria forçar a barra, não sabia do que Cloud era capaz, por isso ficava receoso. Daquela vez havia sido capaz de segurar o rapaz, barrá-lo, mas será que ele não perderia a cabeça?

    Esperava que não, seria péssimo se as coisas saíssem de seu controle. Colocar seu grupo em perigo eminente não era e nunca foi algo que cogitara fazer, muito pelo contrário, faria o possível e o impossível para mantê-los a salvo.

    Pensando nisso, prometeu para si mesmo que ficaria de olho em Cloud todo o tempo em que ele estivesse controlando e expondo seus poderes, atento a qualquer insinuação de descontrole.

    Talvez estivesse tão ansioso por participar daquela exibição quanto os membros do grupo estavam em assisti-la.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!