6 de Agosto de 1995
Três dias haviam passado até que os membros da Order pudessem acertar todos os detalhes da busca de Harry.
Mais ou menos às 7 horas da noite, Tonks, Remus, Moody, Kingsley, Elphias, Dedalus, Emmeline, Sturgis e Hestia saíram do quartel - general para poderem buscar Harry na casa dos Dursley.
Alguns minutos depois, Marlene (que queria ter ido, mas perdeu no ?zerinho ou um? para Tonks) e a Srª Weasley mandaram todos para cima.
- E não quero saber de nenhuma ?gemialidade? por aí - emendou a Marlene piscando um olho para Sarah, mas eles não precisavam mais delas. Sabiam que Sirius não aprovava a volta de Marlene para a ordem, que alguns membros estão seguindo Death Eaters, entre outras coisas
- Aparatamos no quarto de vocês - sussurrou Fred indo para o seu quarto com George
- Estejam vestidas - brincou George
- Idiotas! - murmurou Sarah dando um tapa no braço de George, antes de entrar no quarto - Como eu odeio esse lugar...
- O que prova que você é mesmo filha de Sirius Black - Amber tentou brincar, se jogando na cama.
Não podia negar que ainda estava chateada com Sarah. Mais cedo naquele dia, ela revirou o quarto inteiro em busca dos livros dela que Sarah fez o favor de esconder. Foi difícil porque a mesma colocou um feitiço redutor neles, então poderiam estar em qualquer lugar. Sua sorte foi que conhecia a amiga bem demais para saber que ela não teria paciência para pensar em um lugar bom para esconder e acabou os jogando na gaveta de meias.
Quando Sarah foi dar comida às corujas, se assustou com os gêmeos aparatando e Rustie fugiu da gaiola, sobrevoando o quarto.
- Rustie! - Amber gritou
- Vocês me assustaram, então vocês ajudam! - disse Sarah subindo na cama.
Resultado? Nessa busca incessante pela coruja agitada, Sarah caiu em cima de Fred, mas, por fim, conseguiram coloca-la de volta na gaiola.
- O que você deu a essa coruja? - perguntou George limpando o suor da testa com a parte contrária a palma da mão
- Nada além da ração habitual! - disse Amber afrontada - Vocês quem a assustaram com a aparatação. Ela não está acostumada a bruxos aparatando no nosso quarto. Provavelmente pensou que eram pessoas com más intenções
- Sarah, dá para sair de cima de mim? - perguntou Fred levantando uma sobrancelha, deitado de barriga para cima e com os braços apoiando a cabeça
- Desculpe! - disse Sarah levantando-se apressadamente, corada.
George riu da pose do irmão e estendeu a mão para ajuda-lo a se levantar.
- Qual o problema com essas corujas? - perguntou Ginny, fechando a porta do quarto - Primeiro Edwiges bica Hermione e Rony quase até a morte e, agora, Rustie tem um surto psicológico
- Harry enviou Edwiges para Hermione e Rony? - perguntou Amber
- Agradeça por ele não tê-la mandado para você também - disse Ginny sentando-se na cama de Sarah, ao lado da mesma
- Duvido que Harry tivesse pensado na mínima possibilidade de estarmos todos juntos - disse Sarah ajeitando o cabelo
- Acho que é mais porque sou a irmã dele - disse Amber
- ENTÃO VOCÊS NÃO ESTAVAM NAS REUNIÕES, GRANDE COISA! - eles pularam de susto ao ouvir Harry gritando no quarto ao lado
- Acho bom essa ?irmandade? entre vocês funcionar agora, porque Harry está furioso - disse Ginny com os olhos arregalados, trocando olhares com os demais
- Eu vou... - começou Amber
- Não! - disse Fred já levantado - Confie na gente. É melhor esperar ele se acalmar!
- Como? Descontando sua raiva em Rony e Hermione? - perguntou Amber - Aposto como ele nem leu minha carta direito!
- Eu não gostaria de ficar no escuro por todos esses meses - disse Ginny, dando de ombros
- Acontece, futura cunhada da Amber - disse Sarah, fazendo Ginny corar furiosamente - Que o Harry tem o temperamento Potter e Evans...
- Nós vamos lá daqui a pouco - disse George - Mas vamos esperar um pouco...
- Não quero ser uma das vítimas do Harry - brincou Fred, pegando a orelha extensível no bolso
- Nós não precisamos mais tanto delas - disse Sarah com o cenho franzido
- Acontece, cara parceira, que essa é uma das maiores reuniões que já tivemos - disse Fred - Snape está aqui
- Oh! - disse Sarah - Então, não é tão importante...
- ...Porque nada pode ser importante quando tem o Snape no meio - completou Ginny, acenando com a cabeça
- Querem parar de nos imitar? - disse George emburrado
- Convivência - responderam Sarah e Ginny juntas, dando de ombros
- Okay, vamos falar do futuro namoro de Bill Weasley e Fleur Delacour - disse Amber com um sorriso (maroto) de canto
- Eu nunca pensei que Fleur fosse gostar de alguém algum dia - disse Sarah - Ela sempre foi cheia de ?não me toquem? e parecia achar que ninguém seria suficiente para ela
- Né? - disse Amber - E as aulas particulares de inglês devem estar indo bem.
Os cinco gargalharam. Então, perceberam que os gritos diminuíram e os gêmeos aparataram, como prometido.
Ginny saiu do quarto atrás deles.
- Manda um beijo para o seu namorado! - brincou Sarah
- Vai se ferrar, Sarah! - disse Ginny batendo a porta
- Deixa ela em paz! - disse Amber empurrando Sarah
- Eu não estou fazendo nada que eu não faria contigo - disse Sarah rindo
- Que você faz, quer dizer
- Você escreve ao Harry que eu estou implicando com George, mas não menciona minhas provocações por causa do Wood. Por que será? Será que é por que não quer que Harry fique com ciúmes? Não quer...
Amber levantou-se e saiu do quarto, indo em direção ao de Rony e Hermione. Pôde sentir Sarah atrás de si, mas ignorou. Ao entrar silenciosamente no quarto, viu todos reunidos em uma roda. Provavelmente estavam contando a Harry tudo o que estava acontecendo, já entrou com as mãos na cintura, enquanto Sarah estava de braços cruzados, imitando (vulgo tentando irritar) a amiga.
- Eu não vou querer estar aqui para ver quando os irmãos brigarem sério - disse Sarah, atraindo a atenção dos outros - Será guerra declarada, com esse temperamento!
Os gêmeos seguraram o riso, Rony e Hermione concordaram discretamente e Harry olhou-os indignado.
- Juntem-se a nós! - disse George, abrindo os braços em um gesto exagerado - Estamos atualizando Harry das novidades
- George, agora você agiu extremamente gay! - disse Sarah fingindo estar animada, fazendo os outros gargalharem - Se não fosse pela Angelina, eu realmente acreditaria que você joga no outro time...
- Vai gritar comigo também? - Amber perguntou para Harry, que parecia envergonhado
- Com ela o Harry não grita - resmungou Rony
- É óbvio! - disse Hermione, revirando os olhos.
Ouviu-se som de passos subindo a escada, os gêmeos esconderam as orelhas rapidamente e aparataram com Sarah.
- Eles vivem grudados agora! - disse Ginny - Não me surpreenderia se pegasse Sarah e Fred aos beijos.
Eles riram e a Srª Weasley entrou no quarto.
- A reunião acabou, vocês podem vir jantar agora. Todos estão ansiosos para ver você, Harry.
Então, ela perguntou sobre as bombinhas, Ginny mentiu que era culpa de Crookshanks e a Srª Weasley disse que pensou que era Kreacher. Ginny e a Srª Weasley desceram, enquanto o Trio e Amber ficaram para trás, Hermione com medo que Harry voltasse a gritar.
Amber abraçou o irmão rapidamente.
- Senti saudades! - disse, antes de sair do quarto para deixar os três sozinhos
- Que droga, Amber! - sussurrou Hermione, puxando-a pelo braço - Você é do grupo agora, pare de ficar se afastando volte e meia
- Se quisermos ficar sozinhos falaremos - disse Rony.
Amber olhou para os sapatos, envergonhada.
- Ainda não me acostumei em como agir - murmurou
- Quer que o Harry desconte sua raiva para você ficar mais tranquila? - brincou Rony
- Engraçadinho
- Falo sério quando digo: não queira.
Eles desceram falando sobre a obsessão de Hermione quanto aos elfos-domésticos, deram de cara com as orelhas extensíveis dos gêmeos, antes do pessoal da Order sair da casa (quando os dois foram obrigados a recolher novamente).
- Tradição familiar - murmurou Sarah, atrás deles, olhando para as cabeças dos elfos, assim como eles - Como eu odeio isso! Não façam barulho para a velha não acordar!
- Não se esqueça dos monstros que esconderam aqui desde que a casa foi abandonada - acrescentou Amber
- Prefiro eles a ela, como parente.
Eles estavam indo a cozinha, quando Tonks esbarrou no guarda-chuva.
- Tonks! - berraram Sarah e a Srª Weasley desesperadas
- Eu sinto muito! - disse Tonks caída.
Ela tentou se explicar, mas o estrago já estava feito: o quadro da Srª Black começou a berrar. Harry permaneceu onde estava, mas Rony, Hermione, Amber e Sarah seguiram para o porão (que servia como cozinha).
- Será possível que essa velha não cala a boca? - resmungou Sarah se jogando em uma das cadeiras.
Marlene respirava visivelmente fundo, controlando sua raiva da mulher que berrava.
- Se aquela filha da p... - começou
- Marlene! - bronqueou a Srª Weasley, descendo as escadas com Harry e Sirius - Tem crianças na sala
- Que crianças? - perguntou Marlene, olhando em volta irônica - Faça-me o favor, Molly! As mais novas são a Sarah e a Ginny, elas tem 14 anos. Não são crianças há muito tempo!
Nuvens de fumaça envolveu a cozinha, enquanto as duas discutiam. Marlene se levantou com a varinha em riste, já sem paciência e jogou água em Mundungus, que se levantou indignado.
- Mas o que... - começou
- Quantas vezes já dissemos que mantesse esse seu cachimbo longe de nossos narizes? - perguntou
- Guarde isso, Mundungus - repreendeu a Srª Weasley mais calma que Marlene
- Alguém está irritada... - comentou Tonks de bom humor
- Não me diga! - ironizou Marlene, voltando a se sentar
- Minha madrinha - murmurou Amber para Harry, que parecia um pouco perdido - Você pode perceber o mal humor e ironia da Sarah nela
- Não só na Marlene - murmurou Harry
- Vem, Sarah. Vem ajudar um pouco - disse Marlene
- Ah, fala sério! - resmungou Sarah - Ficamos o dia todo arrumando essa bendita casa!
- Quer encontrar um diabrete enquanto estiver dormindo? Então, é realmente bom arrumarmos a bendita casa - disse Marlene - Anda logo!
Sarah bufou e seguiu os outros para buscar mais pratos, taças e comida na despensa. Permaneceram apenas Harry, Sirius e Mundungus na mesa. Amber ouviu um barulho alto e voltou correndo para a cozinha, deixando a louça para trás.
Quando chegou, viu a cozinha completamente suja, a Srª Weasley brigando com os gêmeos e colocou as mãos na frente da boca para evitar dar uma gargalhada da situação. Pôde perceber que Sirius e Harry estavam do mesmo jeito.
Depois da bronca, todos estavam jantando silenciosamente. Tonks, contrariada, mudou o nariz várias vezes, a pedido de Ginny e Hermione.
- Igualzinho ao Dursley - disse Amber, quando Tonks fez um que parecia um focinho de porco.
Harry riu concordando e Sarah se engasgou com a bebida.
Sr. Weasley, Bill e Remus discutiam em um lado da mesa. Já Mundungus contou de um negócio particularmente engraçado fazendo Fred, George, Rony e Sarah gargalharem. Mesmo Marlene teve que disfarçar, revirando os olhos.
Quando todos estavam sonolentos, a Srª Weasley sugeriu que já estava na hora de dormir.
- Ainda não, Molly - disse Sirius, olhando para Harry - Você sabe, eu estou surpreso com você. Eu pensei que a primeira coisa que você iria me perguntar eram coisas sobre Voldemort.
A atmosfera da sala ficou tensa e a grande maioria, mesmo sendo da Order, estremeceu ao nome de Voldemort.
- É, né! Eu esperava mais curiosidade de um filho da Lily e do James - Marlene murmurou baixinho
- Eu perguntei! - disse Harry indignado - Eu perguntei a Rony e Hermione, mas eles disseram que não podiam entrar na Order, então...
- E eles estão completamente certos. Vocês são muito jovens - disse a Srª Weasley
- Molly, Fred e George estão no último ano em Hogwarts - disse Marlene esfregando o rosto, em sinal de cansaço - Quando a guerra começar, eles...
- O que vai levar algum tempo - contrariou a Srª Weasley
- Molly, faça-me o favor! Nós duas sabemos que isso irá acontecer em breve. Seus filhos precisam aprender a se defender! E precisamos de apoio
- Dos meus filhos, não! Sem contar que já tive que aceitar Mundungus Fletcher sem pode reclamar porque ele ?nos é útil?. Não vejo nenhuma diferença do que ele faz para o que Fred e George fazem.
Sarah assobiou fracamente prevendo a discussão que viria. Afinal, a Srª Weasley andava discutindo bastante com seus pais, ultimamente.
Então, Sirius, Srª Weasley e Marlene começaram a discutir. Fred e George chegaram a protestar que Harry teria respostas, enquanto eles não.
A coisa ficou séria quando a Srª Weasley disse que Sirius não cuidou muito bem de Harry nos anos que ficou em Azkaban.
- Molly, você não é a única pessoa que se importa com Harry nessa mesa - disse Remus severo - Sirius, sente-se. Eu acho que Harry deve dar uma opinião sobre mim. Ele já é grande o suficiente para decidir por ele mesmo
- Eu quero saber o que está acontecendo - disse Harry imediatamente.
A Srª Weasley mandou as outras ?crianças? para a cama, extremamente furiosa. Todos, menos Hermione e Amber, protestaram.
- A Amber fica - disse Marlene firmemente
- Como? - perguntou a Srª Weasley, como se não tivesse acreditado no que ouviu
- 1º lugar: sou madrinha dela, ou vai questionar a minha autoridade também? - perguntou Marlene - 2º lugar: caso tenha se esquecido, ela é a irmã do Harry e eu duvido que Voldemort e os Death Eaters já não saibam de sua existência com o artigo que Skeeter publicou durante o Triwizard Tournament.
A Srª Weasley fez cara de quem queria discutir, mas não tinha argumentos, mesmo que desse para perceber que se ela tivesse, os usaria. Fred e George eram maiores de idade e puderam ficar, Rony e Hermione ficaram por serem melhores amigos de Harry e ele contaria a eles mesmo.
Sarah subiu, dizendo estar cansada daquela discussão toda e Ginny seguiu, a contragosto, atrás dela (tinha sido proibida de ficar), mas não subiu calmamente. Fez um estardalhaço que fez a Srª Black acordar novamente, Marlene saiu para restaurar a calma e depois voltou.
***
Depois de conversarem e a Srª Weasley achar que já tinham ido longe demais, todos subiram.
Amber imaginou que Sarah estaria sentada na cama, esperando pelo resumo da amiga, mas ela estava deitada de olhos fechados.
- Sarah? - sussurrou Amber.
Sarah não respondeu, estava de olhos fechados, com a respiração regular e calma: havia dormido. Amber deu um pequeno sorriso, a amiga estava mesmo cansada. Não podia negar que aquela atmosfera cheia de brigas e discussões também estava a irritando muito.
Se aproximou da cama da amiga e puxou o edredom para cima. Sarah deveria ter deixado cair nas suas viradas durante o sono.
- Boa noite, Sarah - sussurrou, apagando o abajour na mesa de cabeceira.
Ela se trocou rapidamente e também se deitou.
Estava tão cansada que não ousou pensar na conversa que tiveram naquela noite. Estava quase dormindo, quando ouviu um barulho na janela. Mesmo estando cansada, esticou a mão para deixar uma coruja entrar, soltar a carta em cima da mesa e voltar para a noite.
Pegou a carta e escondeu dentro da gaveta, imaginando quem era o remetente. A última coisa que precisava era que Sarah a enchesse mais. Fechou a janela e a gaveta silenciosamente e retomou a sua posição, caindo no sono.