3 de Agosto de 1995.
Muy Nobre y Antiga Casa dos Black, Grimmauld Place, 12.
Harry James Potter
Surrey, Privet Drive, 4
Amber Lily Potter
Querido Harry,
Sei o quanto deve estar frustrado por não darmos notícias.
Infelizmente, não posso dizer nada ?comprometedor?. As corujas tem sido interceptadas e Dumbledore impediu a mim, Sarah, Rony e Hermione de lhe explicar o que está acontecendo por carta.
Eu sei como você é temperamental, por isso resolvi lhe escrever esta carta pedindo que você não se chateie com Dumbledore, Rony ou Hermione. Quando você vir para cá explicaremos e você entenderá melhor a situação.
- Socorro! - ouviu-se um grito feminino no Grimmauld Place e uma garota de cabelos negros desceu correndo as escadas, com um ruivo furioso atrás dela.
O retrato da Srª Black acordou e começou a gritar ofensas a todos.
- Retire o que você disse, Black! - gritou George Weasley.
Nesse momento, uma mulher ruiva e um pouco gorducha entrou na sala com as mãos na cintura, acenou com a varinha, fazendo o quadro se calar e olhou repreensora para os dois.
- Mas o que está acontecendo aqui? - gritou Molly Weasley
- Nada - disseram os dois, subindo as escadas apressadamente para continuar a discussão lá em cima. Afinal, ninguém queria levar uma bronca da matriarca.
A Srª Weasley balançou a cabeça, resmungando e voltou para a sala de onde havia saído (a cozinha).
Amber, que estava sentada no sofá escrevendo a carta, olhou para as escadas esperando ouvir os gritos dos dois discutindo, mas, aparentemente, eles pararam de discutir e, se não pararam, deviam ter posto um feitiço silenciador em uma das portas.
Quando ia voltar-se para a carta, Sarah desceu as escadas tranquilamente, com seu famoso sorriso maroto, e sentou-se ao lado da amiga.
Sarah tem infernizado George desde que o pegamos aos beijos com Angelina Johnson. Você sabe quem ela é, não? Eles foram ao Yule Ball juntos... Enfim! Fica um pouco complicado continuar a escrever a carta quando esses dois ficam berrando e a Srª Weasley também (tentando fazê-los parar). Eu queria realmente lhe buscar (e matar nossa tia de ataque cardíaco) mas, infelizmente, não vai acontecer dessa vez. Quem sabe uma próxima?
Sarah olhou risonha para a amiga.
- Parece que o lado maroto de alguém está aflorando - brincou
- Convivência... Fazer o que, né! - disse Amber dando de ombros e voltando-se para a carta.
Como tem sido suas férias? Espero que tenham tido um lado positivo... Pense que logo logo você estará aqui conosco! (melhor do que passar as férias inteiras com os Dursley).
Desculpe, acho que sou péssima para escrever cartas consolando pessoas quando elas estão presas com seus tios e seu primo trouxas... Deveriam escrever um livro de como reagir nessa situação!
- Isso é uma carta ou novela? - provocou Sarah - É difícil dizer se é maior ou menor do que a carta que escreveu para o Wood... Aliás, vocês tem escrito muito, não?
Uma almofada bateu no rosto de Sarah.
- Ei! - reclamou Sarah visivelmente indignada
- Cala a boca! - rosnou Amber - Estou tentando escrever para meu irmão, se não se importa.
?Por que diabos estou corada?? perguntou-se Amber abaixando a cabeça.
Espero que você esteja bem, tente não aprontar... Pelo menos não muito. Ginny me disse que no seu 2º ano você arrumou encrenca com seus tios quando o Dobby derrubou um pudim nos visitantes deles. Já Rony me contou que no seu 3º ano você transformou sua tia em um balão (pena que não foi a tia Petúnia... Nem sabia que o Dursley pai tinha uma irmã. Coitado de você!) e, que no ano passado, Fred e George deram uma bala que inchou a língua do nosso primo lá e o Sr. Weasley demoliu metade da sala de estar.
Sei que não é sua culpa, mas nossos tios, com certeza, arranjarão um jeito de te culpar da mesma forma... E duvido que os Weasley serão bem recebidos novamente depois disso (se é que foram bem recebidos).
Sarah começou a brincar com o fiapo que saía da almofada do sofá, claramente entediada ou pensando numa maneira de irritar a amiga.
Realmente, você não é maroto como papai, mas tem o azar dos Potter. Espero que não aconteça nada. Desculpe, eu posso estar parecendo paranóica, mas sinto que esse não será nosso melhor ano em Hogwarts.
- Pior que 70% das suas premonições dão certo... - comentou Sarah distraída - Não sei como você não se dá bem em Divination
- Por que eu odeio tanto a matéria quanto a professora - disse Amber - Aquela desgraçada ?prevê? a morte do Harry todo ano! Isso é irritante!
Sarah olha repentinamente para o outro canto da sala parecendo ter uma ideia.
Espero que não esteja se culpando pelo que aconteceu com Cedric. A culpa não foi sua! Você não poderia ter feito nada! Era Voldemort!
Sarah, entediada, pega a pena de Amber e rabisca na carta:
Quando a Amber começa a escrever uma carta não para mais ¬¬
Amber pega a pena da mão de Sarah fuzilando-a com o olhar.
Só mais uma coisa:
Não vou mentir, ontem escutei Marlene conversando com a Srª Weasley sobre você ter sido atacado por dementors, usado magia para se defender e que, agora, o ministério quer lhe expulsar de Hogwarts.
Isso é tudo porque você e Dumbledore estão dizendo a verdade, mas o estúpido do Fudge não quer reconhecer. Quando isso ocorrer, será tarde demais.
Se cuide,
Amber.
Depois que Amber dobrou o pergaminho, Sarah pegou da mão dela, amarrou a carta na pata de Halo e abriu a janela.
- Por que Halo? - indagou Amber curiosa
- Ela não entrega muitas cartas... Está começando a ficar emburrada - disse Sarah voltando a se sentar/deitar preguiçosamente no sofá - Eu não tenho ninguém para escrever que não esteja aqui...
- Puxa! Que horrível, não? - ironizou Amber
- Meninas! Venham logo! O jantar já está pronto! - gritou Marlene, da cozinha.
Sarah se espreguiçou e seguiu Amber até a outra sala.
- Finalmente! Estou morta de fome! - disse Sarah sentando-se a mesa.
Ouviu-se dois estrépitos altos e os gêmeos Weasley se materializaram do lado das duas.
- Diga-me, querida... - começou Fred
- ...Quando você não está? - finalizou George.
Sarah deu um tapa nos dois, antes deles também se sentarem.
- O que já disse sobre usarem magia desnecessariamente? - perguntou Srª Weasley com um olhar repreensor e os gêmeos ficaram calados a olhando falsamente arrependidos.
Amber revirou os olhos e Sarah cruzou os braços frustrada por não poder aparatar e usar magia fora da escola.
A reunião daquele dia seria depois do jantar. Provavelmente, para decidir como iriam levar Harry para lá. Seria a primeira reunião desde que Marlene, Amber e Sarah foram para lá.
- Ora, ora! Quem é vivo sempre aparece - rosnou Moody, mancando para dentro da cozinha
- Devemos usar veritaserum para verificar se você é o verdadeiro Moody? - retrucou Marlene - Sua aparência decididamente está melhor do que da última vez que nos vimos!
Sarah segurou o riso e Fred franziu o cenho.
- Por que você está usando óculos? - perguntou para Amber
- O Harry ?passou? miopia para ela - riu Sarah
- Cale a boca! - disse Amber guardando os óculos - Na verdade, o Harry não enxerga um pau na frente do nariz. Eu só não consigo ler a distância
- Dane-se! Os dois usam óculos - disse Sarah enquanto sua mãe lhes servia
- Não se preocupe! Não os usarei a todo momento - disse Amber
- O que eu não entendo é porque não existe nenhuma poção ou feitiço para curar miopia - comentou Ginny, sentando-se
- É porque é um defeito oftalmológico característico dos trouxas - disse Hermione
- Fale a nossa língua, Hermione - pediu George
- Só você não entendeu - retrucou Hermione tomando um gole do suco de abóbora
- George, querido - disse Sarah - Coloque a sua cabecinha para pensar um pouco.
Fred e Ginny riram da cara amarrada de George.
- Parem de conversar e comam logo! - disse a Srª Weasley dando um tapa na cabeça de Fred
- Acalme-se, mamãe! - disse George rindo de Fred
- Parem de rir um do outro! - disse Amber
- Há alguma coisa que possamos fazer sem sermos repreendidos? - perguntaram
- Não! - responderam Ginny e Sarah divertidas.
Os dois fizeram um bico com a boca e cruzaram os braços.
- Descruzem os braços e comam! - insistiu a Srª Weasley
- Quando pretendem buscar Harry? - perguntou Amber depois de comer a primeira colherada.
A Srª Weasley abriu a boca para responder, mas, nesse momento, alguém bateu na porta.
- Eu abro - disse Marlene saindo da cozinha.
Um momento depois, voltou para dentro da cozinha com Nymphadora Tonks ao seu lado.
- Ainda estamos acertando os detalhes - disse a Srª Weasley - Olá, Tonks! Quer comer alguma coisa?
- Não, obrigada, Molly - respondeu Tonks - Eu já jantei!
- Se as coisas derem certo, dia 6 eles o buscarão - disse Marlene - É para tratar desse e de outros assuntos que teremos a reunião de hoje a noite
- Os outros já devem estar chegando - disse Tonks
- Por isso vocês devem comer logo para poderem subir quando a reunião começar - disse a Srª Weasley
- Eu não entendo! - começou George
- Por que não podemos ficar aqui? Somos maiores de idade! - continuou Fred
- Não precisa jogar na cara - reclamou Sarah
- Porque nem eu e nem seu pai queremos que vocês se metam nisso! - respondeu a Srª Weasley - Agora parem de reclamar e comam!
Os dois acabaram de comer de cara amarrada. A porta bateu mais vezes, claro, e mais membros da Order entravam na casa. Quando todos acabaram de comer, a Srª Weasley recolheu os pratos e os mandou para cima.
Alguns minutos depois, os gêmeos apareceram no quarto que Amber dividia com a Sarah. Parecia que o único quarto que Amber não dividia com a amiga, era o quarto de Hogwarts.
- Querem ouvir? - perguntou Fred sorrindo
- Eles com certeza colocaram feitiço imperturbável na porta - disse Amber
- Mas não custa tentar - disse George dando de ombros
- E como vamos escuta-los? - perguntou Sarah.
Eles mostraram as orelhas extensíveis e todos, inclusive uma Hermione contrariada, se posicionaram em uma parte da escada onde pudessem posicionar as orelhas extensíveis de modo a ouvir a reunião.
- Você não vai entrar na Order - ele escutaram Sirius dizer
- Você não vai me impedir! - Marlene disse
- Sirius, nós precisamos da ajuda dela - McGonagall disse
- Eu não preciso da permissão de ninguém. Eu já sou maior de idade para tomar minhas próprias decisões - protestou Marlene.
Ouviu-se um barulho na porta, os gêmeos recolheram rapidamente as orelhas extensíveis e os outros subiram as escadas correndo. O rangir das escadas deve ter chamado a atenção, pois a Srª Weasley abriu a porta no momento em que os gêmeos subiam correndo.
- Frederic e George Weasley! - gritou.
Do topo da escada, Amber viu os gêmeos jogarem a Sarah as orelhas e desceram calmamente. Sarah fez um sinal para que eles ficassem quietos e tentassem subir aos poucos.
- Se eu souber que vocês estiveram escutando de novo - gritou enquanto os gêmeos subiam novamente as escadas
- Que falta de sorte! - murmurou Sarah ao ouvir a Srª Weasley fechar a porta.
Fred tentou escutar de novo, mas a Srª Weasley havia colocado um feitiço imperturbável na porta.
- Temos que modificar isso - ele disse para George, indicando as orelhas
- Vamos para o quarto antes que sua mãe volte - murmurou Sarah subindo as escadas silenciosamente
- Eu lhes avisei! - Hermione sussurrou
- Não precisa jogar na cara, Hermione - retrucou George
- Teríamos conseguido se vocês, meninas, não tivessem se assustado com o barulho na porta - disse Fred - Provavelmente alguém esbarrou na porta ou era mamãe, mesmo, testando para ver se nós estávamos espionando.
- Não duvido nada - retrucou Ginny subindo o último degrau
- Dessa vez, a velha não acordou - disse Sarah
- Ainda bem - disse Rony - Eu não aguento mais a sua avó berrando
- Sabe, você não precisa ficar me lembrando disso! - reclamou Sarah
- Ela já acordou mais cedo com a Sarah e o George brigando - lembrou Amber.
A essa altura, elas estavam entrando no quarto.
- Não posso fazer nada se o George não gosta de admitir o seu amor pela Angelina - disse Sarah fechando a porta.