Capítulo 20

Antes:

Kanon tinha visto a felicidade nos olhos do irmão ? amante ? e queria saber sobre o que se tratava. Ele achava que a greve de sexo tinha ido ralo abaixo. Pura impressão sua. Ele ficou sabendo desse ?plano? do médico loiro. Claro que não deixou de ficar feliz pelo menor, mas ele queria podervoltar a dormir no seu quarto, na sua cama e com o amante. Não queria ficar num sofá-cama junto com Camus... Quer dizer com a pelúcia de nome Camus que era um pinguim. Mas ele estava ali para outra coisa. Vinha trazer novidades do ?arredor? daquela casa onde tudo isso começou. A movimentação que antes era constante agora ficou escassa. Ninguém ia mais ali. Achou que as pessoas que a frequentavam era apenas góticos a procura de um lugar para uma diversão de contos góticos, beber vinho em crânios, recitação de poemas de mortes, essas coisas. Mas quem a frequentava era os mesmo que um dia fizeram mal a uma família inteira deixando vivos apenas os irmãos. Agora a policia teria que ter estrema cautela. E agir na surdina para surpreender essa quadrilha.

Agora:

? Kanon, como assim a movimentação naquela casa parou do nd?

? Não é que parou do nada, mas por enquanto esta muito calmo. E não dá para a equipe que você mandou entrar. A casa está caindo aos pedaços por causa do incêndio que foi provocado. Eu vou tentar entrar para dar uma olhada de como está à situação lá dentro.

? Você não vai fazer loucura. Nem na polícia você esta mais. Mande outra pessoa, mas você está proibido de entrar na casa.

? É eu realmente não faço mais parte da corporação, mas eu aceitei te ajudar neste caso e não se preocupe, pois eu me lembro de bem dos treinamentos da época da academia. Não sou nenhum idiota.

? Mas eu não que nada te aconteça. Eu não quero te perder ou que se machuque por nada.

? Não se preocupe. Mas tudo bem eu me rendo a você. Irei com mais um ou dois policias está bem assim?

? Sim agora esta bem melhor.

? Bom eu vou indo. Preciso ficar monitorando aquela casa de longe. Até mais tarde.

? Até kan. E tome cuidado, meu irmão.

? Irei tomar cuidado não se preocupe. Tchau.

? Tchau.

Shaka chegou ao portão de desembarque quase na mesma hora que seu irmão e sobrinho estavam saindo do mesmo. Foi Fudou quem avistou o Shaka primeiro. O garoto ?arrastou? seu tio Asmita para onde se encontrava Shaka. O médico notou que seu irmão estava transtornado com alguma coisa. O loiro mais velho só ?acordou? depois que seu sobrinho o cutucou com um pouco de força exagerada. Mas nada que deixasse roxo, só um pouco vermelho, mas que depois voltava a cor natural de sua pele. Shaka sentiu que eram observados e ficou procurando com os olhos de onde que vinha essa sensação estranha. Assim que achou a pessoa, ele arregalou os olhos um pouco assustado. Asmita notou isso e olhou para onde sei irmão estava com o olhar. Ele também se assustou um pouco. Defteros estava com o irmão mais velho, Aspros. Ambos os irmãos viram que os dois mais velhos estavam olhando. Fudou que não era bobo e nem nada, foi logo tirando os dois loiros dali junto com as malas.

Assim que se perderam de vista dos gêmeos, Asmita se sentiu mais aliviado. Ele contou sobre o que passou durando o voo. Shaka achou estranho sobre esse ocorrido. Ele conheceu o Defteros e ficou sabendo da suposta morte dele. Tinha algo estranho nesse caso. Como um morto volta a vida depois de anos? E sem deixar rastros?

Asmita havia lhe mostrado o recadoque recebeu durante o voo e Shaka achou aquilo cada vez mais esquisito: ? ?você continua o mesmo. Agora eu me lembrei de onde eu te conheço. Estudamos juntos até o colegial. E seus irmãos? Como estão? Eu estou indo para Grécia ver meu irmão mais velho. Lembra-se de Aspros? Meu irmão gêmeo? Queria poder te encontrar qualquer dia desses. Um abraço, Defteros?. Isso estava parecendo àqueles filmes de terror sem explicações e sei um final se não feliz, mas com alguma coisa boa no final.

Eles foram direto para a casa do médico loiro ficar um tempo antes de ir para um hotel em que ficasse longe do moreno ?morto-vivo?.

Genbu assim que saiu do quarto do mais novo, passou pela sala e viu que Shion que não estava, devia estar em outra parte da casa. Talvez na cozinha preparando alguma coisa para comerem. Ele só viu Mu na sala deitado no sofá assistindo a um programa qualquer na TV. Quando o lilás o viu, fez um gesto para que ele esperasse um pouco. O maior não entendeu de primeira e o garoto pegou um papel e um lápis e escreveu que Shion estava preparando um lanche com refresco para comerem. Gembu lhe avisou que seu irmão Kiki voltou a dormir. Mu sacudiu a cabeça inconformado pelo fato e escreveu mais uma vez no papel para que ele fosse até a cozinha pois o ariano mais velho queria falar com ele um pouco na sério. Mu disse também que iria voltar ao quarto para acordar o dorminhoco.

Assim que se viu sozinho, Genbu foi para a cozinha ver o que Shion queria com sua pessoa. Shion quando o viu o fez se sentar e pegar alguns sanduíches para comer. O refresco estava na jarra. O gelo estava separado num lado para se servir dele o colocando no suco.

No quarto dos mais jovens, Kiki estava dormindo com um belo sorriso no rosto. Mu notou esse detalhe e foi acordar o menor de seus sonhos. Kiki logo foi acordado e levou um susto, pois num esperava que fosse justo ele. Justo ele. Seu irmão pegou uma pena de cisne que estava saindo o travesseiro e começou a fazer cócegas no rosto do pequeno. Kiki começou a rir baixo por causa disso e logo foi revidando a traquinagem no irmão.

Mu notou que tinha um brilho a mais no olhar do menor, e perguntou pelo olhar o que seria aquele brilho a mais. O guri entendeu o recado e foi ditando tudo que se passou naquele quarto assim que Genbu entrou.

? Mu o Genbu... Ele... Ele me beijou... E... E foi tão bom. Acho que eu realmente estou gostando dele. E parece que ele também.

O maior voltou a procurar papel e canetas e quando achou foi fazendo novas perguntas. Uma coisa ele estava se cansando. Não aguentava mais ficar escrevendo quando queria se comunicar com as outras pessoas. Queria poder voltar a falar. Ele já havia tentado um tempo atrás, mas nem som havia saído. E ele esperava que Dohko pudesse ajuda-lo nisso.

? ?Como assim te beijou? Explique-se logo. Anda vamos?.

? Ahhh Mu ele que começou com isso. Ele me acordou me dando um beijo. E foi tão bom. Nós chegamos a conversar de hoje mais cedo. Aquela moça foi namorada dele. Hoje eles são apenas amigos e nada mais. Mas eu fiquei muito triste quando vi aquela cena. E ele me explicou. Antes de ele ir embora eu o segurei pela manga da camisa que ele usava e pedi mais um beijo. E me deu o que pedi.

? ?Você é doido isso sim. Onde já se viu ficar pedindo para ser beijado?.

? Você fala isso porque você nunca beijou ninguém... e isso é bom. Não dói nada. Você vai ver quando for beijar alguém, Mu.

??Vou nada. Nunca vou deixar que ninguém se aproxime de mim de novo. Não quero passar pelo que passei antes de chegar aqui?.

? O que fizeram com você? Fala-me. Pode se abrir comigo. Eu não conto a ninguém.

? ?Outro dia eu te conto. Agora não. Não quero relembrar do que passei. Meu corpo ainda dói por causa disso. Quando eu sentir que estou pronto pra contar, você será o primeiro. Eu prometo. Agora que tal se levantar e comer alguma coisa??

? Certo pode ser. Vamos então. Estou com um pouco de fome.

E foram juntos para a cozinha. Chegando, Kiki ficou um pouco vermelho por ver que Genbu ainda estava lá. Mu fez com que o menor se sentasse ao lado do advogado. Mu olhou para Shion e Shion olhou para Mu e ambos sorriram com a cena que estavam presenciando. Um Kiki completamente vermelho e sem graça ao lado de Genbu. O advogado percebeu isto e só para deixa-lo mais sem graça ainda, passou um dos braços pelo pescoço do menor e começou a lhe dar de comer na boca. Shion e Mu que assistiam a cena estavam de matando de tanto rir deixando Kiki ainda mais perdido com aquela situação. Ele queria que um buraco se abrisse no chão para poder se esconder dos irmãos.

Camus chegou à casa de Milo para a troca entre ele e Shura. Antes que pudesse ir embora, eles ouviram o telefone tocar. Camus e Shura correram para arrumar as coisas antes que Milo ou Tétis atendessem a ligação.

Com tudo pronto, Milo que estava mais perto atendeu a ligação após a autorização dos dois policiais que estavam lá. Do outro lado da linha a mesma voz misteriosa os ameaçava de morte e sabiam de que a polícia esta lá. Milo tentou prolongar mais a conversa, mas esta se encerrou logo, não dando a deixa para a identificação de onde ela vinha.

Camus gostaria de estar só tendo um mau pressentimento mas algo estava por vir. Ele só não sabia o que. Ele estava morrendo de medo. Não queria que nada acontecesse a Milo, a Tétis ou ao bebe que ela esperava. Mas algo estava muito errado. A família não tinha inimigo como já sabia. Então quem? Quem eram os responsáveis com isso?

Alguns dias tinham se passado. Mu começou o procedimento com Dohko para voltar a falar. Ele ensinou o pequeno a fazer alguns exercícios para ?aquecer? as cordas vocais. Mu achava aquilo muito estranho. Mas se era preciso então ele iria aquecer aos poucos e fazer tudo o que Dohko lhe pedia. Faria qualquer coisa para voltar a falar. Esse tratamento começou na própria casa mesmo. Kiki sempre ajudava no que podia. E quando podia. Pois ele estava estudando. Com o irmão mais velho. Shion tinha se formado em pedagogia. Então ele mesmo dava aulas para o mais jovem. Kiki preferiu assim e seria melhor. Em seu íntimo, ele tinha medo das pessoas de sua idade. Preferia ficar em casa perto de Shion, Dohko, Genbu e aora de Mu.

A campinha toca e Mu que vai atender. Ele já tinha acabado com a seção. Quando ele abriu a porta deu de cara com o advogado e com o médico loiro. Eles vieram falar sobre o exame de DNA. Shion não estava sabendo desse exame. Mas eles acabaram contando para ele. No começo. Shion não gostou nem um pouco sobre isso. Ele não havia permitido mesmo que Genbu o representasse. Shaka lhe explicou que ele sobre abuso sexual e que precisaram fazer esse exame para tomar providencias sobre o que iam fazer com os agressores do menor. Mu ouvia tudo em silêncio. Kiki estava com Dohko. Não queria que ele ficasse sabendo disso, ainda. Shion apenas ouvia o que dois lhe falavam.

Mu começava a ficar com lágrimas nos olhos. Não queria ouvir mais sobre aquilo. Sempre que ouvia, queria era pegar uma lâmina e cortar os punhos. Na última tentativa, Shaka o impediu lá no cemitério. E depois disso nunca mais tentou nada. Nos dias em que esteve na nova casa, ele chegou a pegar uma lâmina e cortou um dos punhos. Não foi fundo o bastante, mas o suficiente para sair bastante sangue, mas não o suficiente para lhe tirar a vida. Shaka viu o punho do mesmo enrolado com ataduras e quis ver. Mas dessa vez não houve nada que o fizesse mostrar o punho cortado. Afinal, já estava se cicatrizando. Não queria ter mais uma vez pontos. Ele estava entrando em depressão mais uma vez.

Shaka como um bom médico que era, e já tinha visto de tudo num hospital, pediu para Shion deixa-lo dar um presente vivo ao menor. O mais velho ficou com certo receio. Como assim um presente vivo? E Shaka vendo isto resolveu falar.

? Ele precisa de uma terapia para sair dessa depressão em se encontra. No hospital, eu leve meus gatos para uma seção de terapia com os pacientes que já perderam a esperança de alguma cura ou que perderam a esperança de viver. Os animais lhe deram o que faltavam em suas vidas. Mu ficou um dia em minha casa e quando estávamos saindo de lá, ele viu meus gatos e quis brincar um pouco com eles. Pode ser que esse tipo de terapia lhe ajude com a depressão. Muitos estudos apontam uma melhora satisfatória para esses tipos de pacientes. E se você me permitir, eu posso leva-lo a um lugar e ele pode escolher entre um gato ou cachorro. Ou qualquer outro animal que ele possa pegar no colo.

? Bom se você diz que pode ajuda-lo nessa depressão que ele vem sentindo... E então Mu? O que me diz? Aceita esse tipo de terapia? Você quer algum animal de estimação?

Os três homens apenas viram um brilho diferente nos olhos do ariano. Mu apenas balançou a cabeça num sinal positivo.

? Olhe Mu, não encare isso como uma terapia, mas como algo que irá lhe dar prazer. Animais ajudam muito nesse tipo de coisa. Se você quiser, nós vamos amanhã mesmo ver um bichinho pra você se sentir melhor.

? Mas com uma condição Mu! Você que irá cuidar dele. Colocará comida, água, se for um cachorro, o levará para passear, vai recolher suas sujeiras da casa a mesma coisa se for um gato. Sempre deixe a caixa de areia limpa. Eu vou assumir apenas as despesas com veterinário, remédios, vacinas e a ração. O resto é com você. Então? Está de acordo com isso?

Ele apenas balançou a cabeça mais uma vez em concordando com tudo o que lhe foi imposto sobre o animal de estimação.

Kiki ouviu a conversa sobre ter um animal em casa e disse que queria um também. Genbu lhe disse Mu poderia dividir o animalzinho com ele. Lógico que o garotinho ficou irritado. Porque seu irmão podia um bicho e ele não? Shion o lembrou de que ele tinha um aquário com alguns peixes. Então ele não podia ficar bravo com isso. Todos os presentes riram da cara emburrada que ele fez.

? Escuta Kiki. Acho que estou lhe devendo uma coisa. Você aceita ir amanhã na praia tomar um soverte comigo? Mu você também está convidado. Pode ser depois do almoço o que vocês acham?

? Jura mesmo Genbu? Ahh num sei. É bem capaz que o Shi num deixe.

? Pode ir sim Kiki. Agora se você for entrar no mar, sugiro que será melhor usar uma roupa mais apropriada. Você e o seu irmão isto é se ele quiser ir.

? Mu você vai né? Eu não quero ficar sozinho.

Mu olhou para o Kiki dizendo pelo olhar que ele não quer é ficar segurando ?vela? para o ?casal? que estava se formando. Kiki ficou vermelho pela olhada que seu irmão lhe mandou e ficou sem jeito. Shaka já estava rindo ali com aquela cena. E disse que ele mesmo estava se convidando pra ?segurar vela? junto de Mu.

? Mu se você quiser, eu posso ir junto sem problemas. Amanhã eu entro mais tarde no hospital. Dá pra ir a praia e depois podemos ir ver seu bichinho. Genbu não me convidou mais eu estou te convidando junto de Kiki para irem juntos. Assim os dois escolhem juntos o animal de estimação deles.

Os garotos gostaram dessa parte. Amanhã iriam a praia, talvez entrarem no mar, tomar soverte, água de coco, comer algum lanche lá, tomar refrigerante e depois iriam até um pet shop para escolherem seu bichinho.