Capítulo 3

? Certo, Shaka podemos começar?

? Podemos Milo! Camus comece fazendo perguntas simples.

?Ok. Já sabemos seu nome, mas qual a sua idade nos fale um pouco de você.

? ?Tenho quinze anos, dois irmãos e pais mortos?.

? Puxa! Só isso? Conte-nos mais de você depois pode desabafar. - Disse um Camus muito frio.

? ?Como disse, tenho quinze anos, dois irmãos que não sei se estão vivos e pais mortos. Vivo num mundo que foi criado por mim, mundo este que não existe cores apenas preto e branco?.

? Ai Shaka, vai ser difícil arrancar algo dele para a investigação.

_ Paciência, Camus. Paciência é uma virtude. Vá com calma.

? Tudo bem. Vamos pular isto e conte-nos sobre a noite em que aconteceu a morte de seus pais.

_ Nossa Camy! Não esperava que você fosse começar com algo tão calmo... O garoto ainda esta traumatizado e já quer começar com algo desse nível? Olha eu sei que você é sarcástico, mas num esperava tanto.

? Olha Milo preocupe-se apenas nas anotações sim? Deixa que do interrogatório cuide eu!

? Ok mama. Vai fundo.

(Suspiros) ? Mu, por favor, pode começar.

? ?Naquela noite, estávamos na sala assistindo televisão. Eu e Kiki estávamos brincando e Shion ao telefone conversando sobre trabalhos escolas com um amigo de sala dele. Depois de um tempo, todos nós fomos para nossos quartos dormir. Kiki dormia no seu berço eu e Shion no beliche. Mais tarde naquela mesma noite, fomos acordados com o barulho de uma porta explodindo, passos rápidos forma ouvidos no corredor e gritos desesperados dos meus pais. Eu e meus irmãos fomos arrancados de nossas camas e levados pra sala nos amarrando em cadeiras e foi nessa hora em que a tortura começou?.

Mu mal conseguia escrever as palavras pois suas mãos tremiam e seus olhos verdes que encantaram um certo policial, estavam cheios de lágrimas.

? Gente que ta dar um copo de água pra ele, hein?

? Milo pela primeira vez você falou uma coisa certa. ? Disse Shaka para o amigo.

? Escuta garoto, você gostaria de um copo d?água com açúcar? Você esta nervoso demais.

? ?Sim, aceito.?

Camus que estava mais perto da jarra de água fez o que foi solicitado: água com açúcar e entregou ao menor. Mu apenas agradeceu com a cabeça.

Depois de beber todo o conteúdo do copo, voltou para seu relato numa folha de papel.

? ?A primeira vítima foi Kiki. Desamarram-no e começaram a esquarteja-lo com uma faca de cozinha. Gritos foram ouvidos tanto de meus irmãos quanto de meus pais e o meu próprio. Quando deram por suficiente eles o estupraram uma, duas, três vezes pra mais. Após se cansarem, foi a vez de Shion. Fizeram a mesma com ele. O próximo foi meu pai, usaram a faca para arrancar os olhos, nariz, orelhas, tudo e depois disso, lhe cortaram a garganta bem lentamente. Minha mãe já não sabia se gritava, se chorava pois eles estavam jogados no chão como se fossem lixo e eu e ela ainda estávamos amarrados. Ela foi a próxima. Estupram-na ate num aguentarem mais de todas as formas possíveis para se fazer a uma pessoa logo a seguir tiraram sua vida restando somente eu. Fui esfaqueado nas costas, barriga, peito, pernas, tudo foi cortado por esses homens. Por fim, me estupraram também de todas as formas possíveis. Nessa hora, fui vendado e senti que colocaram algo em minha boca que mais tarde senti um líquido viscoso nela e fizeram engolir aqui. No final perdi a consciência quando esse episódio acabou. Mas teve uma hora em que teve um cheiro de queimado... haviam colocado fogo em casa porém quando recuperei um pouco da minha consciência, senti que estava sendo carregado para os fundos da casa junto a outro corpo para longe do fogo. Lembro de ter ouvido vozes porém não sei de quem eram, aí perdi de vez a consciência. Quando acordei, descobri que estava num hospital depois de dez anos em coma. Soube também que queriam desligar todos os aparelhos em que eu estava ligado mas por pedidos de uma pessoa, não desligaram nada. È tudo isso que sei e lembro. Peço desculpas caso não tenha ajudado em nada.?

? Puxa garoto, eu não esperava que houvesse passado por tudo isso. ? Disse Camus após ter lido o papel.

Depois, entregou o papel a shaka que leu voz alto tudo de novo para que Milo pudesse anotar.

? Milo, você anotou tudo o que li ou acabou dormindo? ? Dizia Shaka com a folha em mãos.

? Anotei sim oh barbie de farmácia... olha aqui loiro. ? Erguendo o computador portátil.

? Ótimo, mas se me chamar de barbie de farmácia de novo em serviço vou ser obrigado a te dar voz de prisão. A sua sorte é que estou de branco e de folga na corporação.

? Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ficou nervosa... digo ficou nervoso.

Shaka lançou um olhar mortal para o colega engraçadinho e se virou para olhar Mu e foi ai que reparou melhor no menos e viu em seus braços faixas que o enrolavam ate a altura dos cotovelos.

? Ei garoto, o é isto em seus braços? Porque das faixas?

Mais uma vez a sensação de querer sair correndo daquela sala lhe bateu porém respondeu o que solicitado.

? ?Eu os cortei com lâmina para morreu mais rápido. Infelizmente me pegaram antes do sangue parar de jorrar das minhas veias?.

? Desenrole! Deixe-me ver isto. Apesar de trabalhar na polícia, sou médico. Gosto do que faço na polícia, mas prefiro o hospital.

Mu ficou com medo e sem querer, revelou outros segredos em seu corpo por ter afastado os longos cabelos.

? ?Tu-tube bem?. ? E foi desenrolando as faixas, dando lugar a hematomas roxos e as linhas dos cortes que havia feito.

Com estranhamento, Milo acabou se assustando um pouco, pois nunca imaginou que alguém pudesse se mutilar dessa maneira como esse garoto fez. Ele ficou olhando os pontos nos braços de Mu e deduziu que seriam bem profundos para levar todos esses pontos. Acabou por contar ao todo 60 pontos que já estavam bem secos e tinham passado da hora de tirá-los a tempos.