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Capítulo 10 - A identidade do anônimo.
4 de Janeiro de 1994
Não saia da cabeça de Amber que alguém havia escutado a conversa entre ela e Hermione no corredor. Então, essa pessoa sabia sobre ela e Sarah. As perguntas que mais chamavam sua atenção eram ?quem era?? e ?por que ainda não se manifestou??.
Não era só Amber quem estava tensa por esse motivo, Hermione também ficou. Principalmente porque escutou os motivos que Amber tinha para manter tudo em segredo. Também não saia da cabeça de Amber que ela deveria contar logo a Harry antes que essa pessoa misteriosa o fizesse, mas não conseguia reunir coragem para tal.
Claro que a tensão entre as duas amigas afetou também Harry, Rony e Sarah. No dia anterior ao recomeço das aulas, Amber contou para Sarah o motivo de sua preocupação, mas toda vez que Harry e Rony perguntavam o por que daquela tensão toda, Hermione, Sarah e Amber desviavam o assunto.
Para sua sorte, Rony era tão tapado que nem percebia que havia algo de errado, mas, infelizmente, não podia dizer o mesmo de Harry, que as observava cada vez mais desconfiado.
- Agora que as aulas recomeçaram, ele deve se manifestar - disse Ginny
- Depende do modo que ele se manifestar - disse Sarah - Se for apenas com ameaças, contamos tudo para McGonagall
- Espere aí! - disse Hermione - Os professores sabem? Ginny sabe? Quem mais sabe?
- Fred e George - disse Sarah - Os professores teriam de saber. Por isso que Snape me odeia! Por qual outro motivo?
- Mas, Hagrid sabe? - insistiu Hermione
- Sabe - disse Amber impaciente
- Não era o Harry? - perguntou Ginny
- Se fosse Harry naquela tarde, teria ido direto pedir uma explicação
- Vai ver ele foi pensar um pouco antes de agir precipitadamente
- Não é muito característico do Harry - disse Hermione
- Conversamos depois - disse Amber para Sarah e Ginny - Agora temos aula de CMC, sem contar que os meninos estão nos olhando estranho
- Boa sorte! - disse Sarah indo para a direção contrária com Ginny.
Amber e Hermione desceram para perto da cabana de Hagrid, com Harry e Rony em seu encalço.
- Podemos ficar perto de vocês ou vão segredar mais um pouco? - perguntou Rony aborrecido
- Desculpe, Rony. É importante! - disse Amber
- Tão importante que não podem contar a nós?
- Você não entende! - disse Amber, agora com a voz irritada
- Como poderia entender se nem sei do que se trata?
Amber se vira irritada para Rony, mas Hermione a impede de falar qualquer coisa, pois conhecia bem o temperamento Potter.
Quando chegaram perto da cabana, porém, havia uma velha bruxa em vez de Hagrid. Ela se apresentou como professora Grubbly-Plank, professora temporária de CMC. Os Slytherin não pareceram surpresos com isso, inclusive tinham um ar satisfeito.
- Eles sabem alguma coisa que nós não - disse Amber para Hermione, Rony e Harry.
Hermione e Harry concordaram, já Rony continuava mal-humorado.
- Se você acha que eu e Hermione vamos falar coisas de menina perto de vocês dois, estão enganados - mentiu Amber.
Isso pareceu convencer Rony, que adquiriu um vermelho forte nas orelhas e murmurou algo inaudivelmente.
Amber achou a professora extremamente antipática, a maneira com a qual tratava Harry, enquanto esse só estava preocupado com o amigo.
A aula de hoje era sobre unicórnios e os meninos tiveram de ficar afastados, porque os unicórnios preferiam o toque das mulheres. Amber ficou para trás, simplesmente por teimosia, mas a professora pareceu não notar.
- Que é que você acha que aconteceu com ele? Acha que pode ter sido um explosivin? - perguntou Harry para Rony
- Ah, ele não foi atacado, Potter, se é o que você está pensando - disse Malfoy - Não, ele só está envergonhado demais para mostrar aquela caratonha
- O que você quer dizer com isso? - perguntou Amber rispidamente
Malfoy olhou para Amber sorrindo maldosamente e Harry, instintivamente, segurou a varinha por dentro do bolso.
- Detesto ser eu a lhes dar a notícia, Potter - disse Malfoy entregando o Daily Prophet - Sabe, se as pessoas quisessem guardar segredo não deveriam ficar conversando em plenos corredores de Hogwarts.
Harry começou a ler a matéria com Dean, Seamus, Rony e Neville.
- ?O Maior Erro de Dumbledore? - leu Harry - Alvo Dumbledore, o excêntrico diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, nunca teve medo de fazer nomeações controvertidas para o corpo docente, escreve Rita Skeeter, nossa correspondente especial. Em Setembro desse ano, ele contratou Alastor ?Mad-Eye? Moody, o notório ex-auror que vê feitiços por toda parte, para ensinar Defense Against the Dark Arts, uma decisão que fez muita gente erguer as sobrancelhas no Ministério da Magia, dado o conhecido hábito que Moody tem de atacar qualquer um que faça um movimento repentino em sua presença. Mad-Eye, porém, parece responsável e bondoso, em contraste com o indivíduo meio humano que Dumbledore emprega para ensinar Care Of Magical Creatures. Rúbeo Hagrid, que admite ter sido expulso de Hogwarts no terceiro ano, e desde então exerce na escola a função de guarda - caça, um emprego que Dumbledore lhe arranjou. No ano passado, no entanto, usou uma misteriosa influência sobre o diretor da escola para obter o cargo suplementar de professor de Care Of Magical Creatures, preterindo muitos candidatos com melhor qualificações. Um homem assustadoramente grande e de ar feroz, Hagrid tem usado sua recém - adquirida autoridade para aterrorizar os alunos ao tratar de uma coleção de seres horripilantes. Enquanto Dumbledore faz vista grossa, Hagrid já feriu vários alunos durante uma série de aulas que muitos admitem ?dar muito medo?. ?Eu já fui atacado por um hipogrifo e meu amigo, Vicent Crabbe, levou uma dentada fria de um verme? - declarou Draco Malfoy, um aluno do quarto ano. ?Todos odiamos Hagrid, mas temos receio demais para dizer qualquer coisa? Mas Hagrid não tem a menor intenção de desistir de sua campanha de intimidação. Em conversa com a repórter do Profeta Diário, no mês passado, ele admitiu que cria uns bicho a que chama de "explosivins", uma cruza extremamente perigosa de manticore com caranguejo - de - fogo. A criação de novas raças é, naturalmente, uma atividade em geral acompanhada de perto pelo Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. Hagrid, ao que parece, considera-se acima dessas restrições pouco importantes. "Eu só estava me divertindo um pouco", disse ele, antes de mudar rapidamente de assunto. E como se isso não bastasse, o Profeta Diário agora encontrou provas de que Hagrid não é - como sempre fingiu ser - um bruxo puro-sangue. De fato, não é sequer um ser humano puro. Sua mãe, podemos revelar com exclusividade, não é outra senão a giganta Fridwulfa, cujo paradeiro é atualmente desconhecido. Sedentos de sangue e brutais, os gigantes chegaram à extinção com as guerras que promoveram entre si no século passado. Os poucos sobreviventes se alistaram nas fileiras d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, e foram responsáveis por alguns dos piores massacres de trouxas durante o seu reino de terror. Embora muitos gigantes que serviram Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tenham sido mortos por aurores que combatiam o partido das trevas, Fridwulfa não foi um deles. É possível que tenha fugido para uma das comunidades de gigantes que ainda existem em montanhas no exterior. Mas se as extravagâncias de Hagrid durante as aulas de Trato das Criaturas Mágicas puderem servir de medida, o filho de Fridwulfa parece ter herdado sua natureza brutal. Mas, bizarramente, dizem que Hagrid criou uma grande amizade pelo garoto que provocou a queda de Você - Sabe - Quem - com isso obrigou a própria mãe, bem como os demais seguidores do bruxo das trevas, a procurar refúgio. Talvez Harry Potter não tenha conhecimento da desagradável verdade sobre seu grande amigo - mas não resta dúvida de que Alvo Dumbledore tem obrigação de providenciar para que Harry Potter, bem como seus colegas, sejam informados dos perigos de se associarem com meios gigantes?.
- Vamos, você não quer levar detenção - Harry disse para Amber que estava prestes a dar um soco em Malfoy
- Bom, acho que isso deve encerrar a carreira desse caipirão - disse Malfoy com os olhos brilhando - Meio gigante... e eu pensando que ele engolira um frasco de Esquelesce quando era criança... nenhum pai nem mãe vai gostar nem um pouco dessa notícia... vão ficar preocupados que o gigante devore os filhinhos deles - ele começa a rir
- Seu... - começou Rony
- Vocês estão prestando atenção aqui na frente? - perguntou a professora Grubbly-Plank - Senhorita Evans, o que está fazendo aí? Por um acaso é um menino?
As garotas da Slytherin deram risadinhas desagradáveis.
Amber cruzou os braços, mordendo a língua para não falar nada, mas também não se mexeu. Ela sentia Harry tremendo de fúria ao seu lado.
Quando a aula acabou, Malfoy esbarrou propositalmente nela e lhe lançou de novo um sorriso maldoso.
Hermione correu para alcança-los e Harry mostrou o artigo de Skeeter.- Foi o Malfoy, Hermione - murmurou Amber para Hermione
- Foi o Malfoy o que? - perguntou Hermione sem entender
- Que nos ouviu aquele dia no corredor. Tenho certeza disso! Ele me mandou uma indireta hoje
- Tem certeza de que não entendeu errado?
- Ele comentou: ?se as pessoas quisessem manter os seus segredos não deveriam ficar conversando sobre isso nos corredores?
- Talvez estivesse falando de Hagrid. Se acalme, Amber!
Então, se dirigiram ao Salão Principal.
A suspeita de Amber se confirmou no dia seguinte a matéria sobre Hagrid. Ela acordou assustada por causa da hora. ?O despertador não tocou! Que droga? pensou vestindo-se apressada.
Mal terminou de calçar o sapato, quando Hermione entrou no quarto.
- A droga do despertador não tocou! - disse Amber afobada
- Na verdade, eu desliguei ele - disse Hermione
- Mas, por que? - perguntou Amber sem entender - Eu perdi todas as aulas da manhã
- Sente-se. Eu preciso falar com você.
Amber tornou a sentar-se, desconfiada e Hermione sentou-se ao seu lado.
- Você estava certa quanto ao Malfoy - disse Hermione - Você e Sarah foram a matéria do Daily Prophet de hoje.
Amber abriu e fechou a boca chocada.
- Sarah levou uma detenção porque deu uma surra no Malfoy em pleno Salão Principal - continuou Hermione - Por isso, resolvi deixa-la dormindo. Agora a poeira já abaixou, não se preocupe!
- Mas e como o Harry reagiu?
- Ele ficou bem confuso e depois ficou um pouco chateado por ter sido o último a saber, mas entendeu quando eu expliquei a história toda!
- Mas eu perdi as aulas da manhã!
- Foi melhor assim. Você teria ficado muito estressada! Não precisa se preocupar, eu já falei com a professora McGonagall e ela concordou com minha atitude. Depois eu te passo a matéria.
- Obrigada, Hermione!
- Ok. Agora é melhor irmos, a não ser que queira perder o almoço.
Quando chegaram ao Salão Principal, ignoraram os cochichos e olhares que recebiam. Amber apostava que se Malfoy estivesse ali já teria ido inferniza-la, por isso agradeceu silenciosamente a Sarah.
- Mamãe nos escreveu! - disse Sarah assim que Amber se juntou a ela
- O que a carta dizia? - perguntou Amber
- Nada de mais! Perguntou sobre o baile e falou sobre essa matéria da Skeeter
- Vamos direto ao assunto. Quanto tempo de detenção?
- Três semanas com a professora McGonagall
Durante o almoço, Hermione ficava lançando olhares para Amber.
- Aja normalmente, cara - disse Sarah - Deixe que o Harry se acostume com a novidade
- Para você é fácil falar! Queria ver se desse de cara com o seu pai - retrucou Amber
Sarah deu de ombros. A sineta tocou e Amber se dirigiu para a aula de Potions.
Foi um pouco estranho nos primeiros dias após a notícia, porque nem Harry nem Amber conseguiram conversar direito. Mas, depois Harry se acostumou com a notícia e tudo voltou a sua normalidade.
Pela cara de Malfoy, quando saiu da enfermaria, não era desse jeito que ele queria que acabasse.
Na metade de Janeiro, ainda haviam primeiranistas que corriam de Sarah quando ela passava e essa, completamente marauder, se divertia provocando sustos neles. As provocações dos Slytherin já era algo cotidiano para ambas. Fora isso, a professora Grubbly-Plank continuava dando aula de CMC e Hagrid não apareceu nem para suas funções de guarda - caça.
Rony, Harry e Hermione tentaram falar com ele, mas ele não atendia a porta, então eles desistiram. A ideia de Harry era que, talvez, eles encontrassem Hagrid em Hogsmeade. Por isso, mesmo não tendo descoberto a pista do ovo, ele foi com os amigos para lá (mentindo para Hermione que já tinha uma ideia do que se tratava). Óbvio que Amber percebeu de cara que ele estava mentindo, mas não se manifestou, também estava preocupada com Hagrid.
Só que ele não apareceu.
- Sarah! - sussurrou Fred olhando para dentro do Three Broomsticks - É ele!
- Vem, Amber - disse Sarah - Vamos beber um pouco de butterbeer
Eles entraram no estabelecimento e Amber percebeu que Harry conversava baixo com Bagman, que parecia tentar persuadir o garoto a fazer algo.
- Vamos fazer nossos pedidos - disse George, se afastando com Fred
- Esperem! - sibilou Sarah indo atrás deles
Eles trocaram algumas palavras com Bagman e o mesmo saiu apressado do local, sendo logo seguido pelos duendes que estavam nos fundos.
Os três aproveitaram e pediram as butterbeers.
- Parece que ele não está com problemas apenas conosco - sussurrou Sarah para os gêmeos
- Conosco? - perguntou George levantando uma sobrancelha
- Também estou envolvida nisso agora - disse Sarah pegando as duas butterbeers e se dirigindo para a mesa em que Amber estava
- Está andando tempo demais com a Amber e a Hermione - disse George
- Está falando palavras complicadas demais para nosso vocabulário maroto - completou Fred
- Olha só quem fala! - resmungou Sarah
- Por que vocês foram falar com Bagman? - perguntou Amber pegando a caneca de butterbeer
- Não fomos falar com Bagman - disse George
- Fomos buscar as butterbeers - continuou Fred
- E aproveitamos para cumprimenta-lo - completou Sarah
Amber continuou os observando desconfiada.
- Não tem ideia do que Bagman queria com Harry? - perguntou Amber - Parecia estar o induzindo a fazer algo...
- Queria ajudar o Harry com a pista do ovo - disse George
- Mas ele não pode! - disse Amber assustada - É um dos juízes!
- Harry é o campeão mais jovem do torneio e ele não queria estar nessa - disse Sarah
- Mas é injusto Bagman dar prioridade a um campeão - disse Amber - Duvido que ele esteja ajudando Diggory
- Quem se importa com o Diggory? - disse Fred
Nesse momento, Skeeter entrou no estabelecimento com um fotógrafo gordo. Provavelmente, pensando em quem seria a próxima matéria do Daily Prophet. Sarah amarrou a cara assim que viu a mulher passando pela mesa deles para ir até o balcão buscar alguma bebida.
Amber ouviu Harry discutindo com Skeeter e, quando iria se manifestar, Hermione levou os meninos dali.
- Desculpem! Tenho que ir! - disse Amber para Sarah e os gêmeos, se levantando para segui-los.
Percebeu vários olhares em cima dela enquanto passava pela porta, mas, com muito esforço, ignorou.
- Harry! - chamou Amber correndo para alcançar os três que corriam em direção ao castelo
- Agora não, Amber! - respondeu Harry
Amber desistiu, cansada da correria, mas não queria voltar para o Three Broomsticks, de onde Skeeter ainda não havia saído. Então, decidiu voltar ao castelo. ?Já está quase na hora mesmo... E não tenho muito que fazer em Hogsmeade? pensou Amber.
Ao chegar perante o quadro da Fat Lady, disse a senha e leu um pouco até que o Trio chegou.
- Desculpe - disse Harry - Tínhamos que falar com Hagrid
- Tudo bem... - respondeu Amber - Eu entendo. E...?
- Ele vai voltar a dar aulas - disse Rony meio penoso, provavelmente pensando em que tipo de criatura teriam que enfrentar da próxima vez.
No dia 21, Harry contou a Amber e Rony sobre a pista que Cedric havia dado (não contou a Hermione, pois essa pensava que ele já havia desvendado a pista).
?Se Harry ainda não soubesse sobre mim, teria descoberto só de olhar para o mapa? pensou Amber quando Harry subiu fingindo ir dormir.
- Boa sorte, Harry - Amber sussurrou, supostamente, para o vento.
Rony logo subiu, mas ela ficou mais um tempo lendo e pensando um pouco.
?Duvido que o ovo dê exatamente tudo o que Harry precisar? pensou ?Nessa, Hermione vai descobrir que ele ainda não desvendou a pista do ovo. Quero só ver como vai ser!?
Quando era quase meia-noite, Amber fechou o livro e se retirou do Salão Comunal.