Capítulo 1
Capítulo Único
História escrita para a Semana Shiryu de Dragão, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.
Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada. Eu escrevo só por diversão, enquanto ele enche os bolsinhos!
NUNCA MAIS
Chiisana Hana
"Eu posso renascer
Mesmo quando estou ferido.
Eu tenho um caminho a seguir
O meu destino é sempre vencer."(1)
Eu despertei há dias. Bom, de certa forma, pois abro os olhos e não vejo, apuro o ouvido e nada ouço. Da mesma forma, não sinto o cheiro nem o gosto da comida quando me alimentam, não percebo quando me banham, não sinto absolutamente nada. É como estar dentro de uma bolha que me impede de ter qualquer contato com o mundo. Só sei que estou em casa porque de alguma forma captei isso na mente de Shunrei.
Shunrei... minha querida, meu amor, meu único amor. Nunca mais sentirei o beijo dela, o toque cálido dos lábios dela nos meus. Como viver sem a voz doce sussurrando que me ama nas horas em que fazíamos amor? Nunca mais fazer amor... Sentir o corpo alvo movendo-se sobre, sob, ao lado do meu... Nunca mais o cheiro inebriante dela... Nunca mais...
E o nosso filho... Nosso filho aprenderá a falar, a andar, e eu não verei nada disso. Estou aqui, mas pra ele será como se não estivesse. É engraçado como o destino joga com as nossas vidas... Quando Shunrei e eu decidimos ter um filho, foi tão difícil. Quando ela finalmente conseguiu engravidar, foi como um sonho. E então eu passava os dias imaginando como seria quando o bebê nascesse. Eu planejei ser um bom pai, no entanto...
Era tudo perfeito. Agora é só esse vazio, esse silêncio... O incômodo silêncio. Eventualmente, há algum lampejo de pensamento da Shunrei que eu consigo captar, mas totalmente insuficiente para chamar de contato com ela porque é uma via de mão única.
Desde que acordei, me pergunto se não seria melhor ter morrido de uma vez. Livrar-me-ia desse limbo, livraria Shunrei do fardo de cuidar de mim por sei lá quanto tempo. Agora dou mais trabalho que Ryuho... Sou como um bebê em tamanho gigante, sendo que ele vai crescer, vai se tornar independente e eu... Eu não sei quanto isso vai durar. Não quero ser um peso...
Mas morrer seria mesmo o melhor? De alguma forma, sinto que se ainda estou aqui deve haver um motivo. Eu preciso perseverar. Preciso acreditar... E então me lembro de uma coisa que sempre tive ao longo da minha vida de batalhas. Algo que não posso perder agora, que não posso perder nunca: a esperança.
FIM
