Um Dia De Provas

Takuya acabava de ser acordado por seu irmão mais novo.

- Me deixe dormir mais um pouco. - resmungou o menino.

- Não! - disse seu irmão. - Mamãe mandou eu te acordar. - disse já montado nas costas do irmão.

- Dá pra você sair de cima de mim?

- Me tire!

- É assim? - perguntou Takuya com um sorriso de brincalhão no rosto. - Você vai ver então.

Ele, que estava de barriga para baixo, com uma manobra tirou Shinya de cima del, pondo o irmão para baixo de si.

- E agora? - perguntou Takuya olhando para o irmão. - O que faço com você?

- Me solta. - disse Shinya tentando soltar os braços que o irmão estava segurando.

- Se você quer assim... - disse Takuya tirando as mãos e logo dizendo. - Ataque de cócegas. - disse atacando o irmão com cócegas, provocando risos.

- Para! Para! - gritava Shinya rindo.

A sua mãe, Yuriko passava pela porta do quarto com o sexto de roupas nas mãos.

- Chega de brincadeiras meninos! - disse ela. - Vão logo se arrumar.

***

- Filhinho. - disse a mãe de Tommy, o acordando.

- Oi mamãe... - disse ele abrindo os olhos.

- Tá na hora de acordar...

- Onde tá o Yutaka? - perguntou Tommy olhando para a cama ao lao e percebendo que ele não estava lá.

- Você não lembra que seu irmão foi para um passeio ontem? - perguntou ela.

- Não. - respondeu coçando os olhos.

- Agora vá escovar os dentes, se arrume bem para ir à escola, e depois tome seu café da manhã que já vou pôr na mesa.

- Aham... - fez um barulhinho estranho com a boca, afirmando.

***

- Mãe, o café já está pronto? - perguntou J.P. gritando de seu quarto.

- Está sim querido. - respondeu a mãe. - Não demore, ou vai se atrasar.

- Tá bom! - disse gritando de seu quarto.

Após pegar a mochila que estava pendurada em uma das cadeiras disse para si mesmo:

- Hoje vou ter a prova de que ela gosta de mim! - e sorriu para o nada.

- Ela quem filho? - perguntou seu pai que acabava de sair do banheiro com a toalha enrolada da cintura. - Tá falando sozinho é?

- Não é nada pai! - respondeu ele sem jeito. - Nada...

***

- Espero que você se supere na prova. - disse Koichi para o irmão.

- Eu também. - disse ele amarrando o cadarço de seu tênis. - Só não sei porque você não vai ter essa prova...

- Minha turma não tem o professor Kynko.

- Ah! Então é por isso. - disse ele pondo a mão na testa. - Acho que eu deveria ter estudado mais...

- Também acho. - concordou sorrindo. - Mas você ficará bem.

- Espero também. - disse se levantando.

- Meninos café da manhã. - gritou a madrasta Satomi.

Koichi estava morando com o pai e a madrasta, pois sua mãe havia morrido, então agora ele estava enfrentando mais um destino em sua vida.

***

Takuya estava batendo na porta do apartamento de Zoe.

- Vamos, Zoe. - dizia Takuya cada vez que batia na porta da amiga.

Bateu novamente.

- Ai, meu Deus! - exclamou Zoe levantando da cama, após olhar o relógio de mesa que mostrava já ser 6 horas e 30 minutos. - Calma Takuya! Já estou indo. - gritou.

"Ai, acabei de acordá-la.", pensou ele sabendo que seus pensamentos não mentiam.

Em menos de um minuto, lá estava Zoe abrindo a porta e dando bom dia para o amigo.

- Acordou agora, né mocinha?

- Agora? Não imagina... - disse sarcasticamente e riu.

- Quer ajuda? - perguntou Takuya vendo que ela estava carregando muitos livros nos braços.

- Aceito. - respondeu entregando a metade para Takuya.

- Vejo que estudou muito. - disse ele parando na entrada do elevador.

- E como. - o elevador havia chegado e os dois entraram. - Acho que agora posso ser chamada de miss inteligente!

Riram os dois. Somente eles estavam no elevador.

- E você? - perguntou ela. - Estudou?

- Um pouco... - respondeu Takuya mentindo, sabia que não havia estudado, somente tinha passado o dia inteiro em frente ao computador.

- Acho que desta vez eu tiro um DEZ!!!

- E eu um 10, menos o 1* deste número. - disse Takuya baixinho para que Zoe não o ouvisse.

- Disse alguma coisa? - perguntou quando o elevador parou e os dois saíram.

- Nada.

***

O grupo de seis se encontraram no caminho e foram para a escola. Lá cada um foi pra sua turma, e enquanto Zoe, Takuya e Kouji estavam fazendo a prova, os outros três estavam de tempo vago e ficaram no pátio da escola.

- E o que vamos fazer? - perguntou Koichi.

- Eu estou afim de procurar a Kiki! - exaltou J.P. sorridente.

- Pra quê? - perguntou Tommy.

- Quero falar pra ela que... que... - disse ele sem jeito.

- Que? - perguntaram Tommy e Koichi ao mesmo tempo.

- Que... que eu gosto muito dela e se ela me aceita como namorado.

Quando J.P. acabou a frase, Koichi havia ficado corado. Ele não imaginava que seria aquilo que o amigo iria dizer, principalmente porque ele também gostava dela, e por respeito sabia que a partir daquele momento não poderia ficar com ela.

- E aí? - perguntou J.P. - Vão me ajudar ou não?

***

Lá estava Takuya comendo o lápis. sabia que devia ter estudado mais, ou melhor estudado alguma coisa.

"Caramba eu não sei nada disso de Biologia, parece até grego, romano, hindi... sei lá!", pensou Takuya soando.

No fim da sala lá estava Kouji fazendo a prova.

"Sabia que ele não tinha estudado.", pensou Kouji observando que Takuya não parava que roer o lápis.

Próximo a mesa do professor Kynko, lá estava Zoe, que fazia a prova com tanta agilidade, que já havia passado do meio, e estava quase acabando.

"Que bom que estudei mais do que ele pediu. eu sabia que eu daria coisas que nem havia passado em sala de aula.", pensou Zoe.

"Ai, Deus! O que eu faço... bem vou fazer uni-duni-tê. Quem sabe eu acerto alguma?", pensou Takuya.

***

- Está é a sala dela. - disse Tommy.

- Boa sorte amigo. - disse Kouji pondo a mão no ombro de J.P.

As palavras de Koichi pareciam ser verdadeiras, porém não eram. Como ele podia se render assim tão fácil?

- Valeu.

- Vou no banheiro e vocês ficam aí, ok? - disse Koichi se afastando. - Depois me contem o que aconteceu.

- Pode deixar. - respondeu J.P.

"Agora é só bater na porta.", pensou J.P. sorrindo.

***

- Acabei, professor! - disse Zoe levantando com a prova na mão.

- Entregue a prova e pode sair.

Zoe entregou a prova e foi em direção a porta, saindo então da sala.

"Finalmente acabei, mas só não entendi a pergunta da questão 18. Do que são feita as cores da borboleta?"

"Ela já acabou?", perguntou Takuya em pensamentos. "O tempo já tá acabando. Vamos Takuya pense! Pense!"

- Aaahh! - gritou Takuya.

- Algum problema, Kanbara?

- Não, não senhor! - respondeu ele. - Desculpe.

"Tinha que ser o Takuya.", pensou Kouji que já estava acabando a prova.

***

Koichi estava perambulando pelos corredores quando esbarrou com Zoe.

- Desculpe! - disse ele levantando a cabeça, pois estava cabisbaixo.

- Foi nada não. - respondeu Zoe percebendo que os olhos que Koichi estavam cheios d'água. - Você tá chorando?

- Não. Não. - respondeu Koichi rapidamente. - Eu estava treinando para o teatro escolar.

- Treinando choro?

- Sim. - disse rindo.

- Tá bom então. - disse Zoe retribuindo o sorriso. - Onde estão os meninos?

- Eles estão na sala da Kiki. - disse ele. - J.P. vai revelar seu amor por ela.

- O quê?! - respondeu Zoe sorrindo marotamente. - Não posso perder isso!

- Então é melhor você ir correndo...

- E você vai pra onde? - perguntou ela.

- Vou resolver uma coisa.

***

Na sala de prova Kouji acabava de entregar sua prova ao professor. Ele olhou para Takuya enquanto saia da sala com suas mãos nos bolsos da bermuda.

"Vejamos...", pensava ele observando o tanto de alunos que restara na sala. "Vejo que sou eu e mais cinco alunos. Ah, quer saber... Uni-duni-tê salame mingué o sorvete coloré o escolhido foi você. Sabia que ia dá a resposta era A".

- Vamos gente! - disse o professor. - Faltam somente vinte minutos.

***

- Então foi isso que aconteceu. - disse J.P. à Zoe.

- Foi engraçado, Zoe. - disse Tommy levantando do banco daquele corredor.

- Não acredito que você entrou na sala, falou com o professor, e ele disse que ela não estava. - disse Zoe. - Ela nunca falta.

- É verdade. - disse J.P. cabisbaixo.

- Talvez ela esteja doente. - disse Tommy.

- Quando sairmos da escola passamos lá na casa dela. - disse zoe. - Aí, você diz o que quer dizer à ela.

- Que ideia genial! - disse J.P. mostrando o dedo positivo.

***

No banheiro masculino, lá esta Koichi limpando o rosto em frente ao espelho. Ele jogou mais água no rosto e quando olhou novamente para o espelho viu Kaseki Kai.

- Kiki! - disse ele olhando o espelho e depois para tás dele para ver se ela estava atrás dele.

- Socorro, Koichi. - disse a menina. - Socorro!

- O que você faz aí dentro? - perguntou ele aflito.

- Socorro! - disse ela escrevendo uma palavra no espelho.

- Digimundo. - leu Koichi o que ela escreveu. - O que tem o Digimundo?

- Socorro, Koichi! - disse antes de desaparecer.

- Kiki! Kiki! - gritou Koichi.

***

- Acabou o tempo! - disse o professor pegando a prova de Takuya, pois ele era o único aluno que ainda estava fazendo a prova. - Como estava a prova, Kanbara?

- Muito fácil para não dizer ao contrário. - respondeu.

- Então dá próxima vez estude mais.

- Com certeza. - disse Takuya baixinho e saindo da sala.

***

- Espero não estar ficando louco... - disse Koichi com as mãos no espelho do banheiro.