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Após toda confusão, seus olhos não saiam de minha mente. Eu queria esquecer, mas ao mesmo tempo queria saber o que a deixava aflita.
Humanos são misteriosos, realmente era necessário afirmar isso.
Finalmente cheguei a casa do coronel. Pulei o muro dos fundos, rolei entre o jardim - eu poderia simplesmente matar todos ali- mas eu queria discrição. Com passos lentos e largos me movimentava. A adrenalina subia, me sentia mais vivo.
Logo me vi abaixo dos aposentos do coronel, me preparava para um salto que me levaria em segundos a janela do segundo andar. Mas fui interrompido com o grito de uma criada.
-O mestre está morto, mataram o mestre!!! - gritou a mulher desesperadamente.
Mas... como? Quem? Quando?
Havia calculado tudo para que fosse perfeito.
Que tipo de humano entraria ali sem ser notado?
Decidi recuar com essa dúvida em minha mente.
Me arrependi.
Deveria ter ficado e ouvido mais. Talvez um pouco mais seria o suficiente para saber quem o matou.
Havia terminado. Não precisava mais ficar ali, voltaria a minha casa e esperaria a próxima missão.
De certo modo eu havia falhado.
Mas fui dominado pela curiosidade, não só de saber quem o matou, mas saber mais sobre ela... sobre a Victória.
Dinheiro humano, impuro, causa de matança entre eles, mas eu precisava me envolver com isso.
Precisava parecer ser um deles, todos correriam de medo, chamariam padres que me encheriam de água benta.
Me alojei em uma pousada que tinha uma taverna. Homens bêbados, jogados ao chão, brigas, risos. Homens e mais homens, seria assim que eu imaginara.
Victória?!! Era difícil acreditar que uma mulher com vestes azul turquesa com rendas brancas estava ali. Seus longos cabelos loiros caia sobre sua silhueta, eu procura seus olhos, mas eles estavam baixos olhando para uma taça de vinho tinto.
-Victória - disse suavemente ao se aproximar.
Em um salto medonho aquela mulher colocou-se de pé segurando fortemente uma adaga.
Recuei. Ela relaxou. Todos a olhava assustados. Com sua mão quente ela me segurou guiando-me para fora dali.
Era a primeira vez que eu me sentia confortável ao lado de um ser humano.
Ao entrar em uma sala com um papel de parede levemente rasgados, garrafas de vinho jogadas pelo chão, roupas femininas por todos os lados, Victória me encarou fixamente.
-Qual seu nome? - disse ela já desviando o olhar.
-Brandon - não consegui mentir.
-Obrigada por tudo. Gostaria de dizer que deixarei a cidade essa noite - continuou ela colocando uma pequena mala sobre a cama e a enchendo de coisas de qualquer jeito.
-Por quê? - minha palavras parecia uma facada nela.
Ela negou com a cabeça. Então eu a ignorei caminhando para a saída.
-Eu assassinei o coronel - sussurrou entre pequenos soluços.
Como??? Ela?? Quando??? Minha expressão de dúvida foi bem clara.
Victória avançou em minha direção, eu recuei - eu não seria morto por ela, mesmo que tentasse ela não conseguiria - olhou-me novamente, mas nunca olhando meus olhos. Eles fugiam de mim, ou melhor, ele fugia de todos.
-Brandon - ela gritou vindo em minha direção e me abraçando.
Senti vontade de empurrá-la, ser abraçado por um ser humano seria uma tortura, mas eu... me senti bem... o que seria isso? Não retribui, apenas fiquei parado como um poste que ilumina as ruas.
Nunca irei entender os humanos, pensei comigo enquanto sentia a sua pele suave se apertando contra a minha.