Depois de um bom tempo sem novidade, decidi lançar essa nova fanfic, deixe seus comentários e votem.
Muito obrigado por ler minhas fanfics :3
Era tudo tão nítido, eu um demônio, ela uma humana.
Humanos, hunf.
Seres mais tolos e miseráveis que havia visto.
Entre si mesmos geravam conflitos, cada um derrubando seus próximos para obter poder.
Mas o que seria poder para eles?! Fico sem resposta até então.
Fofocas ridículas, falsidade, morte, ambição, guerra e fome. Seria no mundo deles um segundo inferno?
Não sei o motivo que os mesmos temem o "fim".
Como de meu hábito tinha a missão de levar mais uma dessas criaturas para minha casa... o inferno.
Apesar de minha aparência ser próxima a eles, não poderia - e nem queria - me comparar e nem querer me envolver com eles.
Meu cliente - ou vítima, chame do que quiser- era um coronel muito influente até então, colocava homem contra homem, não poupava mulheres, idosos ou crianças - até eu mesmo hesitaria ao ferir tais seres- mas ele não.
Esperei a noite cair, caminhei calmamente pela cidade como um cavalheiro humano que voltava a sua residência para abraçar sua esposa e seus filhos após uma jornada de trabalho cansativa.
Foi então que eu a vi. Esperava ignorá-la. Mas... seus olhos... humanos, vazios, cheio de medo, como se sua alma tivesse abandonado aquele corpo a muito tempo. Carregava consigo um saco de papel com alguns pães.
O que uma mulher faria sozinha aquela a hora da noite? Seria ela uma mulher da vida?!
Parei. Ela continuou passando por mim. Levantei minha cabeça. Senti o seu medo aumentando. Voltei-me a ela e fui a sua direção. Ela recuou, seus olhos azuis agora eram mais visíveis. Decidi observá-la, mas ela decidiu fugir correndo. Hesitei, talvez assim ela voltaria ao ritmo normal.
Errado. Ela aumentou sua velocidade correndo pela rua escura.
Por que ela não gritou por ajuda?
Por que ela havia me chamado a atenção?
Ignorei e voltei ao meu trajeto que não deveria ter parado.
-Não!!!! - gritou ela.
Automaticamente me virei e corri a direção do grito.
Outro ato de se estranhar eu mesmo.
Havia mais humanos, não só ela. Tinha mais dois humanos, eles a seguravam e levantavam seu vestido.
Deveria eu me esconder e ver aquela semente de desgraça?
-Deixem ela em paz - minha voz saiu autoritária ecoando pelo beco.
Não houve reação, os dois continuavam como se nada tivesse acontecido. Somente ela desesperadamente tentava olhar para trás.
Minha adaga tinha sido polida para dilacerar o pescoço de um coronel, mas seria manchada por sangue de dois pilantras. Não seria difícil - e não foi- em segundos os dois estavam com suas gargantas cortadas caídos no meio do beco escuro.
-Obrigada - exclamou a mulher levantando-se manchada pelo sangue dos pilantras em suas vestes.
-Não chegue perto, não agradeça, não se lembre - respondi rudemente.
Não esperei mais palavras. Não corri. Apenas me retirei como se nada tivesse acontecido. O que era matar dois humanos para mim?
-Sou Victória - gritou a mulher enquanto eu virava a esquina mais adiante.
Não me importa, pensei comigo mesmo.
E realmente eu queria que não me importasse.