Zero

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    Capítulo 8

    Pesadelos

    - A história sobre seu passado Yuuki ? disse Kaname.

    Eu me assustei de imediato, minha respiração começou a acelerar.

    - O que você sabe sobre o seu passado? Antes de eu te salvar na neve?

    Nada, eu não sabia nada e também não conseguia responder, minha voz não queria sair, por mais que eu tentasse.

    - Você é uma vampira Yuuki, você é minha irmã biológica.

    Eu negava com a cabeça, não conseguia acreditar nas palavras de Kaname.

    - Você é uma puro-sangue. A mais nobre.

    - Não! Pare!

    Minha cabeça começou a doer e imagens estranhas vinham em minha mente, imagens de mim quando criança, imagens estranhas, imagens que eu não me lembrava de tê-las visto, imagens assustadoras e felizes, mas a cada vez que vinha uma pequena imagem, um pequeno momento da minha vida passada dita por Kaname, minha cabeça doía.

    - Yuuki, nossa mãe transformou você em humana para que pudesse viver em paz e pediu para que eu cuidasse de você. Você precisa acreditar em mim.

    - Não! ? a dor só aumentava. ? Não... aguento... pare!

    Saí correndo da sala de Kaname e fui correndo para meu quarto. Quando cheguei, fechei a porta e agachei atrás da porta. Fechei meus olhos bem forte tentando fazer com que a dor passasse, o que não tive muito sucesso. Quando abri meus olhos para ver a direção de minha cama vi muito sangue espalhado pelo quarto, saí correndo para minha cama, deitei e me encolhi. Peguei o ursinho que Zero me deu e o abracei bem forte.

    Passando um pouco de tempo eu consegui dormir e tive um sonho. Em meu sonho, eu estava no mesmo campo florido onde fiquei no sonho do dia em que Zero me contou que era um vampiro. O campo estava mais bonito do que da última vez e eu estava com o mesmo vestido branco de seda. Quando comecei a andar, senti um vento frio e percebi um pequeno floco de neve caindo à minha frente. Olhei para o céu e a neve começou a cair em meu rosto, estiquei a mão e um floquinho caiu em minha mão, eu o apertei e ele derreteu, quando olhei ao meu redor o campo havia sumido e tudo havia se transformado em neve, o que acabou me lembrando do dia em que Kaname me salvou. Comecei a andar para ver o que mais aconteceria e de repente caiu em um buraco, caí em um líquido que parecia água, quando abri os olhos, vi tudo completamente vermelho, dei uma leve mexida e senti aquilo um ppouco grosso, era sangue. Comecei a entrar em pânico e nadei para cima. Tudo em vão. Não tinha como sair daquela banheira de sangue. De repente ouvi a voz de Kaname dizendo: Você é uma vampira. Eu tentava rejeitar, tentava tapar meus ouvidos mas parecia ser tudo completamente em vão. Comecei a pedir ajuda, a gritar por Zero, por socorro.

    Acordei com um pulo e minha respiração ficou rápida demais. Zero entrou em meu quarto assustado e eu vi sangue espalhado por toda a parte novamente. Segurei mais firme o ursinho e senti os braços de Zero me envolver.

    - O que está acontecendo Yuuki?

    - Sangue. Vejo sangue. Em toda a parte ? minha voz era de sofrimento. ? Estou com medo, muito medo Zero ? comecei a chorar.

    - Calma. Estou aqui com você Yuuki.

    Zero me aninhou em seus braços e depois de um longo tempo consegui dormir. Não tive pesadelos nem sonhos depois que Zero chegou.

    Na manhã seguinte, eu e Zero fomos para a aula. Eu estava abatida, pois não tinha conseguido dormir e meus olhos estavam inchados por causa do choro. Eu ainda estava com medo de ver sangue novamente, era meu maior temor.

    Durante a aula, vi sangue nas paredes da sala. Eu não gritei, me encolhi na carteira tremendo de medo e comecei a chorar.

    - O que houve Yuuki? ? perguntou Zero.

    - Sangue... de novo ? eu disse em pânico.

    - Algum problema Sr. Kiryuu? ? perguntou o professor.

    - Yuuki não está muito bem, posso levá-la à enfermaria?

    Não sei como foi a reação do professor, mas sei que Zero me levantou, me apoiou em seu corpo e me guiou.

    - Não vai me levar pra enfermaria vai? ? perguntei.

    - Não. Vamos ao banheiro.

    Chegamos ao banheiro. Zero me ajudou a acalmar, respirei fundo e sentei no chão.

    - O que aconteceu pra você ficar assim?

    - Bem... Kaname me disse uma coisa e... isso me deixou cheia de pesadelos e dúvidas.

    - O que ele te disse?

    - Nada demais Zero.

    Eu não podia contar aquilo para Zero pois nem eu acreditava que aquilo fosse real. Eu temia que aquilo fosse real. Então me lembrei o que aconteceu da última vez para que eu me acalmasse.

    - Zero. Beba meu sangue.

    - Não Yuuki. Não estou com sede, não preciso agora e você não está bem.

    - Se você beber eu ficarei bem.

    Zero abaixou, pegou meu rosto e me fez olhar em seus olhos.

    - Eu não posso fazer isso Yuuki.

    - Claro que pode.

    Olhei para minha mão e enfiei minha unha na mesma.

    - Agora você pode ? eu disse e mostrei minha mão machucada para Zero.

    Zero tentou se conter. Tentou segurar a vontade de beber meu sangue. Comecei a andar na direção de Zero, ficando bem próxima e praticamente por cima dele.

    - Você não vai me machucar. Isso irá me acalmar. Será bom para nós.

    Zero tentou o possível para resistir. Uns segundos depois Zero me mordeu no pescoço, Aquela doeu um pouco a mais que as outras mas depois me deixou completamente anestesiada. Não senti mais medo de nada. Fechei meus olhos e deixei todos meus pensamentos ruins saírem.

    Zero parou de beber.

    - Desculpe Yuuki.

    - Não se desculpe, você me ajudou ? dei um beijo em seu rosto. ? Obrigada.

    Deitei no peito de Zero e me senti no paraíso.

    Não voltamos para a aula, eu não estava em condições.

    Na mesma noite, tentei ir para a vigia mas meus pesadelos atacaram novamente e sangue aparecia a todo momento. Não consegui prosseguir, fiquei encolhida em um canto do quarto. Minha cabeça doía, mais memórias vinham em minha mente, memórias do meu passado dito por Kaname, um passado nada comum para mim. Então, quando abri os olhos novamente, vi Kaname.

    - Posso acabar com essa dor Yuuki.

    - Como?

    - Venha comigo ? Kaname esticou a mão para mim.

    - Não! Você me dirá coisas que não quero ouvir!

    - Prometo que não direi uma palavra Yuuki.

    Olhei com dificuldade para Kaname e dei minha mão à ele. Kaname me carregou e antes que ele pudesse sair pela janela, pedi que parasse e peguei o ursinho. Kaname me levou até um local que não consegui distinguir muito bem. Aquela dor era intensa, era horrível, era torturante. Naquele momento, eu queria Zero no lugar do urso. Não larguei o urso momento algum, eu não podia ficar sem Zero naquele momento, mesmo que fosse apenas um pedacinho dele.

    - Prometo que todo o seu sofrimento irá passar Yuuki ? disse Kaname.

    Ele fez carinho em meu rosto e depois senti seus caninos perfurarem a pele de meu pescoço. Aquela mordida doeu mais que tudo no mundo, mas de tanta dor que eu estava sentindo, nem consegui gritar. Aquela mordida trouxe memórias à minha mente...


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