Zero

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    Capítulo 7

    O Dia dos Namorados

    Dia dos Namorados, o dia em que todos ficam agitados e loucos para sair para entregar chocolates para a pessoa amada. Eu sinceramente detesto esse dia, pois as garotas ficam agitadas demais para entregar seus chocolates para os garotos da Turma da Noite e quem tem que segurá-las? Euzinha claro.

    Mas meu Dia dos Namorados não começou assim. Assim que abri a porta do meu quarto hoje de manhã encontrei duas garotas com os olhos arregalados e brilhando de alegria que gritaram meu nome, me assustaram e eu quase caí no chão.

    - Yuuki, você vão deixar a gente ver os garotos hoje não vai? ? uma delas perguntou super animada.

    - Por favor Yuuki, diga que siiiim ? a outra implorava.

    - Farei tudo organizadamente ok? ? respondi.

    As garotas gritaram de alegria de tal maneira que quase fiquei surda e depois saíram correndo para contar às outras amigas.

    No caminho para a aula, encontrei Zero no lugar em que costumava encontrá-lo sempre e me lembrei para quem daria um chocolate hoje. Claro que não lhe dei uma indireta, apenas dei o mesmo sorriso de sempre para ele e ele me retribuiu com aquele sorriso torto e insignificante maravilhoso.

    Durante a aula ouvimos as garotas cochicharem para quem entregariam seus chocolates hoje.

    - Hoje as coisas ficaram bem difíceis de controlar ? disse Zero com um suspiro.

    - Pois é ? suspirei também e fiz uma cara triste ? Por isso odeio o Dia dos Namorados.

    Quando a aula acabou, saí com Zero mas comecei a andar mais rápido que ele.

    - Aonde vai com tanta pressa Yuuki? ? Zero perguntou.

    - Aaaam... preciso resolver algumas coisas com meu pai ? dei um sorriso enorme para Zero - Tchauzinho! Até mais tarde.

    Quando cheguei fui até a cozinha e comecei a preparar o chocolate. Foi um completo desastre, pois haviam restos de tentativas de chocolate em meu rosto, em meu avental, em todo lugar, mas chocolate nenhum conseguia aparecer. Acredito que a melhor coisa que eu já tenha cozinhado foi o yaksoba. De repente meu pai aparece na cozinha.

    - O que está tentando fazer Yuuki?

    - Tentando mesmo. Eu quero fazer um chocolate mas acho que não consigo.

    Meu pai começou a rir.

    - Venha, eu te ajudo.

    Meu pai começou a me ajudar a cozinhar, acabou que ele fez todo o chocolate enquanto eu apenas o moldei e o coloquei numa caixinha enfeitada. Pelo menos isso eu sabia fazer.

    Mais tarde, fui organizar as meninas para a entrega de chocolates. Eu as dividi em grupos, cada grupo correspondia a um dos garotos da Turma da Noite. Quando os garotos chegaram, os grupos se desfizeram e todas começaram a correr em direção ao garoto que queria. Tentei segurá-las ao máximo mas elas me empurraram tanto que acabei caindo nos braços de Aidou.

    - Eu sabia que um dia você correria para meus braços Yuuki.

    Me soltei dos braços de Aidou rapidamente.

    - O que você tem aí para mim?

    - Nada! O que tenho aqui é para outra pessoa.

    Me virei e saí de perto dele. Acabei desistindo de segurar as garotas. Elas investiam toda a força que tinham em mim.

    Mais tarde, na hora da vigia, fui para a fonte do ?jardim-floresta? e fiquei observando a água cair.

    - Yuuki?

    Olhei para trás e vi Zero.

    - Yuuki eu...

    Me levantei.

    - Sim?

    - Yuuki eu sei que... sei que você odeia o Dia dos Namorados mas... ? ele parecia meio sem jeito.

    Zero colocou a mão no bolso da calça e tirou de lá um ursinho de pelúcia cor de rosa com os olhinhos pretos brilhantes e com um lacinho vermelho sangue no pescoço, nas mãos do ursinho havia uma caixinha vermelha com detalhes rosas onde deviam estar os chocolates. Fiquei completamente paralisada ao ver o ursinho, eu não conseguia acreditar que Zero me daria um presente de Dia dos Namorados.

    - Yuuki? Tudo bem?

    Eu o abracei bem forte e super feliz.

    - Obrigada Zero.

    Ele me abraçou docemente e pela sua voz e seu jeito de me tocar, senti que Zero deu um breve sorriso.

    - Por nada Yuuki. Espero que goste.

    Demorei um tempo para soltá-lo e então me lembrei que tinha um presente para ele também. Parei de abraçá-lo e colocquei a mão em meu bolso.

    - Tenho algo para você também ? mostrei para ele a caixinha, era algo super simples em comparação ao que ele me dera mas...

    - Obrigado Yuuki.

    Zero pegou o presente e minha mão junto, me puxou para perto dele e me abraçou bem forte. Ficamos um tempão nos abraçando. Depois Zero afastou um pouco seu rosto de meu corpo e ficou me olhando. Nós nos olhamos nos olhos durante um longo tempo, a face de Zero se aproximava da minha, seus lábios se aproximavam dos meus, Naquele momento senti que aquele seria o melhor Dia dos Namorados da minha vida.

    - Não. Acredito.

    Pisquei duas vezes rápidas como se tivesse acordado e olhei para onde a voz vinha. Era Aidou .

    - O que foi agora Aidou? ? perguntei meio sem paciência pois ele havia estragado o melhor momento da minha vida.

    - Eu não acredito que você gosta dele.

    - Isso não é da sua conta.

    - Você sabe o que ele é?

    - Claro que sei.

    - Sabe no que ele irá se tornar? Sabe que ele se tornará um Level E?

    - Um Level E?

    - Sim. Um monstro sem sentimentos e seu único desejo será beber sangue, só isso. Ele pode te matar sabia?

    - Zero nunca faria isso, ele nunca se tornaria um Level E, eu nunca deixaria. E por que está se importando comigo agora? Você nunca se importou comigo, com o que eu faço ou o que eu deixo de fazer.

    - Não sou eu Yuuki. É Kaname.

    - Então diga para Kaname que eu não quero que ele tome conta de mim mais. Já sou bem crescidinha e não preciso de ninguém cuidando de mim. Se eu quero me matar o problema é meu. Diga a Kaname que não quero mais seus cuidados, estou farta de tudo isso!

    - Tem certeza que quer que eu diga isso Yuuki?

    - Certeza absoluta Aidou.

    - Você é quem manda.

    Depois disso, Aidou saiu e suspirei furiosa.

    Na hora de dormir, não consegui dormir. Fiquei pensando em Zero como um Level E, eu não conseguia imaginá-lo dessa forma. Fiquei observando o ursinho que Zero me dera e então me levantei e fui até o quarto de Zero.

    - Zero, posso entrar?

    - Claro.

    Entrei e Zero estava na cama.

    - Te acordei?

    - Não, eu não estava conseguindo dormir mesmo.

    Dei uma leve e breve risada.

    - Eu também não consigo dormir. Eu pensei em ficar aqui. Posso?

    - Aaam... claro ? ele disse sem muita animação.

    Me deitei ao lado de Zero e fiquei olhando para o teto, não consegui dormir novamente. Virei de lado e disse para Zero:

    - Zero, quer beber meu sangue?

    - O que? ? ele perguntou assustado.

    - Pode beber, estou percebendo que você quer isso. Você está inquieto e seus olhos estão vermelhos.

    - Desculpe por incomodá-la.

    - Não está me incomodando, pode beber.

    Zero tentou de tudo para não beber, mas eu sabia que ele queria e eu simplesmente não me importava com isso. Zero se virou em cima de mim, me olhou nos olhos, veio descendo até meu pescoço e me mordeu. Suas mordidas já não doíam mais, eu me sentia mais tranqüila quando ele fazia isso e eu não sabia explicar o porquê. Coloquei uma mão em sua camisa e de repente meus olhos começaram a se fechar lentamente até que não consegui segurá-los e eles se fecharam por completo.

    No outro dia de manhã, abri meus olhos e vi zero dormindo. Ele era tão lindo, tão perfeito. Fiquei olhando todos os detalhes de seu rosto. Ele era meu cantinho de alegria. Zero acordou assustado.

    - Yuuki.

    - Estou aqui.

    Ele olhou para mim assustado, deitou ao meu lado e se acalmou.

    - Achei que estava atrasado para te encontrar. E você me assustou essa noite.

    - Por que?

    - Achei que tivesse te matado ? ele fez carinho em meu rosto e desceu sua mão até onde mordeu. ? Desculpe Yuuki.

    - Tudo bem ? coloquei minha mão em cima da dele. - Não doeu nada. Você me acalmou e eu consegui dormir.

    Matamos aula naquele dia.

    Mais tarde meu pai me avisou que Kaname queria me ver. Como Aidou dava as notícias depressa. Fui até o Dormitório da Lua para encontrá-lo. E fui recebida por Aidou.

    - Yuuki, você por aqui.

    Aidou tentou parecer surpreso.

    - Acho que Kaname quer vê-la. Venha comigo, te levarei até ele.

    Suspirei e segui Aidou até um escritório. Kaname estava sentado em uma cadeira, olhando para a janela, de costas para mim. Aidou saiu e fechou a porta, me deixando lá dentro com Kaname.

    - Mandou me chamar Kaname?

    - Sim ? ele se virou para mim. ? Quer dizer que não quer mais meus cuidados.

    - Kaname... não é exatamente isso. É que... eu não quero Aidou me seguindo o tempo todo, não quero ninguém me vigiando o tempo todo, quero viver a minha vida.

    - Yuuki ? ele disse como um alerta -, você não sabe nem da metade da história.

    - História? Que história?


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