Complementary

  • Poon
  • Capitulos 5
  • Gêneros Amizade

Tempo estimado de leitura: 1 hora

    16
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Kai.

    Homossexualidade, Nudez, Sexo

    Yutaka (pov)

    Esperar, eu odeio esperar, principalmente quando é por uma notícia que irá trazer alívio ou me deixar desesperado de vez.

    Mais uma pessoa de branco andando pelo corredor, levantei o olhar esperançoso que fosse o mensageiro, mas ele passou reto me fazendo suspirar aflito.

    Droga, tudo culpa minha, resolvi cortar caminho para não pegar trânsito, porém houve um acidente interditando a rua.

    Eu demorei, por isso Takanori estava assim, demorei para buscá-lo e ele que sofreu por isso.

    Quando cheguei à rua do apartamento do Kouyou, ele não estava me esperando, uma movimentação no outro lado da rua me chamou a atenção, mas ignorei. Já estava quase entrando no prédio quando ouvi grito pedindo socorro, eu conhecia aquela voz.

    Voltei desesperado, esperando que por um milagre eu tivesse errado, todavia quando consegui passar pelas pessoas aglomeradas ali, perdi o chão. Alguns garotos estavam sendo segurados, várias pessoas estavam impedindo que eles se aproximassem de uma pessoa que estava deitada do chão, olhei para baixo e vi que era o Taka ali no chão, ele tentou me chamar, corri em sua direção, a última coisa que eu vi antes que ele desmaiasse foi um olhar súplica... Medo.

    Olhei em volta decorando os rostos daqueles moleques que machucaram o pequeno, parei em um rosto que emanava puro ódio. Fechei a expressão, pegando o menino no colo, passei por ele olhando fixadamente naqueles olhos negros, isso não iria ficar assim.

    Coloquei-o no carro e corri para o hospital, agora estou aqui esperando que alguém desse uma notícia do garoto.

    Senti meu celular vibrando no bolso, o peguei e reconheci o número da casa dos Matsumotos.

    ? Moshi Moshi.

    ? Uke, vocês estão demorando, aconteceu alguma coisa? ? A voz da Chieko soou preocupada.

    Droga, fiquei tão atordoado que não avisei ninguém que estávamos no hospital. Respirei fundo.

    ? Chieko-san, está perto de uma cadeira? ? Perguntei, já prevendo sua reação.

    ? Não me assuste, fale de uma vez. ? Me advertiu nervosa.

    ? Só depois que a senhora se sentar. ? Ela parou de falar, ouvi alguma coisa se arrastando do outro lado da linha.

    ? Pronto!

    ? Eu estou no hospital... ? Parei de ouvir sua respiração ? ... Chieko?

    ? Como ele está? Foi com o Taka, não é? Meu coração está apertado, sinto que alguma coisa está acontecendo!

    ? Calma, os médicos já estão cuidando dele.

    ? Mas o que aconteceu?

    ? Não sei ao certo, quando cheguei só vi que alguns garotos sendo segurados por pessoas que deviam estar passando na hora, o Taka no chão todo machucado, estavam batendo nele. ? Expliquei tentando não demonstrar a raiva que sentia no momento.

    ? Ai meu Deus. ? disse em meio ao choro.

    ? Agora está tudo bem, já estamos no hospital, não tive notícias ainda, mas quando tiver eu te ligo, agora preciso ligar para os pais do Taka.

    ? Deixa que eu ligo. ? Ela me falou, soluçando.

    ? Tem certeza? Eu posso ligar não tem problema. ? Fui cortado.

    ? Não, deixa que eu ligo, sou mais velha e tenho meus meios para dar uma notícia dessa e... Uke...

    ? Hum? ? A julgar pelo seu tão de voz já sabia que viria um pedido.

    ? Não faça nada contra os garotos, eles são só crianças, não sabem o que fazem...

    ? Minha bateria está acabando, tenho que desligar. ? Cheguei a ouvir um 'Por favor' antes de desligar.

    Apoiei a cabeça na parede, tentando imaginar porque fariam uma coisa dessas, nenhum dos garotos que estavam lá me era familiar, o pequeno não tinha admiradores na escola, porém também esse tipo de situação nunca tinha acontecido antes. Ele era um menino quieto, na dele, não é do tipo que arruma briga, tenho certeza que ele não provocou ninguém, ou provocou sem intenção, será que é por causa de menina? Não, obvio que não, ele nunca demonstrou afeto especial para ninguém.

    ? Uke Yutaka? ? Pulei na cadeira quando ouvi meu nome, virando-me em direção à moça que estava me chamando.

    ? Sim?

    ? Você é o responsável por Matsumoto Takanori? ? Questionou me analisando.

    ? Sim, quer dizer não. Os pais dele não estão na cidade, então para qualquer coisa, eu estou aqui. ? Sorri simpático.

    ? Me chamo Ayame, sou a médica responsável pelo centro cirúrgico. ? Se apresentou diplomática.

    ? Cirúrgico? ? A interrompi surpreso.

    ? Bom, o Takanori teve uma fratura interna na perna direita, suspeitei que o osso tivesse partido em vários lugares pela forma como estava quando chegou. Fizemos radiografia que comprovou que estava quebrada em quatro pontos. ? Ela pegou a radiografia do Taka de dentro de uma pasta que estava segurando e levantou contra a luz ? O Senhor consegue ver?

    ? Sim. ? O formato do osso do pequeno estava desregular em quatro pontos entre o joelho e a canela, como a moça falou.

    ? Optei por fazer uma cirurgia para colocar o osso no lugar, a linha que usei para os pontos é uma diferenciada que não agride o organismo, então não precisa ser retirada, assim fica mais fácil para engessar a perna dele... ? Ela ia me explicando e eu só mexia a cabeça fazendo sinal positivo, absorvendo tudo o que ela me falava ? Ele também sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo que precisa ficar imobilizada, por isso ele vai ficar com as duas pernas imobilizadas por um tempo, também está com vários ferimentos, porém são superficiais. Ele ficará alguns dias aqui em observação, entendeu Sr. Uke?

    ? Sim, posso vê-lo?

    ? Só amanhã, hoje ele vai ficar medicado e em repouso por causa da cirurgia, aproveite esse tempo, vá para casa e descanse, porque quando ele acordar, vai precisar da família e dos amigos por perto. Alguns pacientes desse tipo de situação entram em choque depois do que sofreram, principalmente que se trata de um adolescente, qualquer coisa entrarão em contato.

    ? Tudo bem. ? Ela colocou a mão dentro do jaleco tirando de lá, um saquinho cheio de doces e o celular do Takanori.

    ? São os objetos dele. ? Me estendeu.

    ? Obrigado por tudo doutora. ? Ela sorriu antes de virar as costas, entrando em um corredor.

    Virei-me e fui em direção à saída, passei pela porta, dirigindo-me até meu carro.

    Desativei o alarme, antes que eu entrasse, abri o saquinho de doces e peguei um, o Taka sempre fala que chocolate acalma, não custa nada tentar.

    Entrei no carro e olhei seu celular, ele trincou a maior parte da tela, o pequeno devia estar com ele no bolso. Liguei para ver se ainda funcionava, demorou, mas ligou, vi o garoto tinha colocado a foto do Ranking como fundo de tela.

    Espera, fui capaz de ver uma luz se acendendo na minha cabeça, olhei os outros nomes que estavam ali, peguei meu celular e disquei o número que eu jurei para mim mesmo que nunca mais ia ligar.

    ? Quem é? ? Ríspido e direto, aquele cara nunca ia mudar mesmo.

    ? Uke Yutaka, preciso que descubra dois endereços, um carro e uma arma. ? Fui direto também.

    ? Pensei que nunca mais teria notícias suas.

    ? Eu também.

    ? Nomes?

    ? Toshio Hiroki e Emiko Aya.

    ? Uma mulher? Sabe que com mulheres envolvidas é diferente.

    ? Acho que ela não tem nada a ver com o caso, mas quero ter certeza, preciso dos endereços ainda hoje.

    ? Sabe onde me encontrar, é só vir aqui, quando chegar já vai ter tudo pronto.

    ? Já estou a caminho. ? Desliguei o telefone.

    Liguei o carro, indo a caminho do lugar que ano atrás fugi.

    Meu passado é um tanto quanto conturbado, me criei sozinho na rua, não é fácil para um garoto de dezesseis anos ficar órfão de uma hora para outra, não quis ir para um orfanato e não tinha familiares próximos, me restou poucas opções. Passei fome por muito tempo, até um senhor me encontrar e prometer dinheiro fácil, seu nome eu não sei até hoje, mas para quem estava morrendo de fome, para ganhar dinheiro qualquer coisa era válida.

    Ele me apresentou ao mundo do crime, fui levado para um desmanche fora da cidade, é para onde eu estou indo agora. Comecei roubando carros, depois fui para bancos, mas eu não era tão ruim, nos meus assaltos eu geralmente não feria ninguém, só pegava o dinheiro e me mandava, conheci Chieko-san em um mercado que eu estava assaltando, ela viu meu rosto, acabei sendo pego naquele dia. Eles precisavam que ela me reconhecesse para dar a ordem de prisão, foi uma surpresa quando aquela senhora pediu para conversar a sós comigo, me ofereceu ajuda, fez um trato comigo, ela mentiria para a polícia se eu largasse meu passado para trás.

    Até estranhei a sua atitude, mas para um cara tão ferrado como eu, aquela me pareceu uma saída, eu tinha dezoito anos, ela me colocou de volta na escola e cuidou de mim como se eu fosse um filho, talvez eu tenha sido mesmo, já que ela nunca teve filhos.

    Arrumou-me um emprego de motorista para os Matsumotos, não é o melhor emprego do mundo, mas dá para eu juntar dinheiro para a minha faculdade e eu tenho um lugar para morar, já que eu tenho que ficar vinte e quatro horas a disposição da família, o Senhor Matsumoto achou melhor que eu morasse na casa da piscina.

    Afastei meus pensamento quando parei em frente ao barracão.

    Um homem barbado e sem camisa, deixando a mostra várias tatuagens, estava me esperando na porta do barracão.

    Sai do carro e me aproximei dele.

    Ele tragou um pouco do cigarro que estava em mãos, antes de se dirigir a mim.

    ? Uke Yutaka? ? Perguntou enquanto soltava a fumaça.

    ? Sim.

    ? Me siga. ? Falou já se virando e entrando no barracão, vi que no cós de sua calça estava uma arma, fui atrás dele, passamos por vários carros sendo desmontados.

    ? Esse lugar não mudou nada. ? Comentei.

    ? Esse é o seu carro. ? Apontou um celta preto ? Trouxe o pagamento? ? Se virou para mim e estendeu a mão.

    ? Não. ? Assim que escutou minha resposta tirou a arma de trás da calça.

    ? 'Cê 'tá de brincadeira comigo? ? Apontou ela para mim.

    Se fosse qualquer pessoa normal, ficaria com medo, sentiria a adrenalina correndo pelas veias quando se tem uma arma apontada para seu rosto, mas não eu, já perdi as contas de quantas vezes fiquei em situações parecida.

    - Abaixe isso, Hideki. ? O senhor que anos atrás colocou uma arma em minha mão agora estava abaixando uma apontada para mim - Ele é o meu afilhado.

    Quando me tirou da rua eu era muito novo, como ele nunca me falou seu nome, apenas pedia para eu chamá-lo de padrinho.

    - Pegue tudo que precisar. - Dito isso, virou as costas.

    Sorri vitorioso para o tal Hideki e ele me olhou feio.

    - Tô com pressa. ? Disse em desdém. Peguei tudo o que eu precisava.

    Deixei o endereço da garota por último, tenho quase certeza que ela não tinha feito aquilo com o Taka. Fui até a casa do garoto, parei o carro a algumas casas do endereço, abaixei um pouco o banco ficando confortável, agora é só questão de tempo.


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