Capítulo 3 - AoKuro

Estava uma tarde calorosa e soalheira de Verão e Aomine Daiki andava o mais rápido possível que o calor lhe permitia. Vestia uns calções de banho azuis escuros e uma camisa branca enquanto carregava uma sacola preta no ombro esquerdo. Caminhava incomodado pelo calor até à loja de conveniência onde costumava comprar picolés na Teiko onde se ia encontrar com o resto da Geração dos Milagres excepto Akashi mais o Kagami e a Momoi.

Já passaram meses desde que a Seirin tinha derrotado Akashi e sua equipa, e tinha que admitir que aquele dia foi um dos dias mais chocantes e confusos que já viveu. Com o jogo tremendamente intenso entre a Rakuzan e a Seirin até à derrota de Akashi, onde por momentos pensavam que ele tinha dado em doido e depois desmaiou e voltou a ser o Akashi que conheciam na Teiko, o mais calmo, compreensivo e gentil, que se importava mais com as pessoas e que não as tentava matar com tesouras.

Desde ai começaram todos a darem-se bem. Encontravam-se poucas vezes porque as escolas uns dos outros ainda se encontravam longe mas mantinham-se em contacto por mensagens e telefonemas. Achava que ainda eram melhores amigos uns dos outros do que antigamente, já que até o Midorima estava mais amigável e passavam mais tempo com os outros.

Mas era sobre passar mais tempo com os outros a verdadeira intensão desta tarde. Tinha sido tudo ideia do Akashi, aquele que menos se relacionava com eles e por isso deixou-os espantados, de passarem a tarde inteira na mansão que ele tinha nos arredores e onde estava a ficar agora nas férias de Verão para irem todos à piscina dele e passarem tempo juntos.

Agora que estavam no segundo ano as coisas mudaram bastante pra todos, especialmente para Aomine. Ao começar a ir a todos os treinos, ele costumava ajudar Wakamatsu a treinar os dribles, fintas e arremessos dos caloiros e já voltava a sorrir quando jogava. Só de pensar que esteve perto de abandonar completamente o desporto que tanto amava deixava-o zonzo. Ainda não sabia bem como agradecer ao Kuroko por salvá-lo do orgulho e torná-lo melhor. Todos os dias arrependia-se do que tinha feito na Teiko ao Kuroko mesmo que as suas expressões não mostrassem isso. Afinal, Kuroko acabava por sendo mais sua luz do que sombra, pois ele sempre o apoiou e tentou de tudo para salvá-lo. E era por isso que ele amava-o. Sim, ele amava aquele azulado magro e fofo, com os olhos mais lindos que alguma vez viu. E ele já tinha decidido confessar-se mas de cada vez que ia fazer isso via-o sempre junto daquele ruivo idiota do Bakagami e ficava com raiva desistindo da ideia. Mas ele iria ficar com ele. Sim, ele ia ficar com o seu Kuroko todo só para ele e depois o outro nunca mais se iria pôr entre eles os dois.

Já começava a ver a loja de conveniência e mais que tudo via o bando de idiotas em frente dela. Lá estava Kise, vestido em uns calções de banho amarelos com duas riscas brancas do lado de fora das coxas e em uma camiseta castanho claro, que estava discutindo com o Kagami, que vestia calções de banho pretos e camiseta vermelha, Midorima, que estava vestido com calções de banho laranjas e uma camisa de abotoar de mangas curtas preta e carregava na mão esquerda um pacote de batatas fritas que tentava tirar das mãos de Atsushi que mesmo com os seus dois sacos de aperitivos queria "provar um pouco" das do esverdeado, ele vestia uma camiseta cinzenta e uns calções de banho brancos e cinzentos; estava ainda a Momoi a tentar parar a discussões absurdas e stressantes pondo-se a gritar ainda mais alto que eles, ela vestia uns calções jeans curtos e um casaco branco apertado até ao de cima. Toda a confusão atraía a atenção da gente na rua mas de todos ainda não estava que ele realmente queria ver. Ao olhar com mais atenção lá viu o azulado entre o Kagami e Kise, com a sua expressão ilegível a tentar separar os dois da briga; ele vestia uma camiseta branca e uns calções de banho de um tom de azul que combinava com o seu cabelo e olhos.

Ah, só de ver o menor parecia que tudo se mexia dentro dele. Sentia aquele frio na barriga e ansiedade muito cliché. Mas em vez de ficar nervoso e comportar-se como o normal adolescente apaixonado, ele sorria e mantinha a sua aparência relaxada e expressão de indiferença.

? Yo! - dizia ao chegar perto do grupo escandaloso que se virou todo na sua direcção.

? Aominecchi! - Kise corria para abraçar Aomine que se desviou e fez o outro cair. - Hidoi~!

? Yo Tetsu! - sorriu.

? Boa tarde Aomine-kun. - respondeu com a mesma cara inexpressiva. Que saudades que tinha daquela cara.

? Dai-chan! Porque é que chegaste tão atrasado?

? Ah é, desculpem-me, o calor não me deixou andar mais depressa... - dizia indiferente.

? Você é tão fraco assim que até o calor o afeta, Ahomine - provocava Kagami.

? Não me compare com você Bakagami, afinal você é que é uma cópia barata de mim.

? O que é que disse, ganguro?! - irritava-se

? Disse que você era uma cópia, ó sobrancelhas estranhas! - estava ao mesmo nível de irritação.

? Idiota!

? Fracote!

? Gordo!

? Baixote!

? Porque é que eu ainda me dou com estes idiotas... - Midorima suspirava enquanto concertava os óculos com a mão esquerda...espere, não era suposto estarem .. - Murasakibara não coma meu item da sorte! - arrancava o pacote antes que fosse aberto.

? Mas, Mido-chin, é uma edição limitada~...

? Não interessa, coma os seus né?! - agora gritava tão alto como os outros dois.

? O Midorima-kun estava-se queixando do Aomine-kun e do Kagami-kun mas já está falando tão alto como eles. - afirmava Kuroko impassível.

? Kuroko!

? Ah, olhem, o carro do Akashicchi!! - afirmava Kise ansioso e com orelhas e caudas de cachorro a abanarem entusiasmado.

? Como sabe que é o---oh... - Aomine e os outros ficaram boquiabertos com o que viam. Um limusine exageradamente grande parou em frente da loja e de uma das portas saiu um homem vestido num smoking preto, que parecia estar nos seus 40 anos que se curvou em frente do grupo colorido.

? Jovens mestres, meu nome é Fujimoto e venho aqui levar-vos em ordens de Seijuuro-sama. Ele espera-vos na mansão dos Akashi, por favor entrem. - dizia enquanto abria a porta para o grupo entrar. Estavam todos chocados pela forma como o senhor os tratava e pela incomum polidez mas decidiram esquecer isso, apenas agradecendo e entrando no carro. Quando se sentaram até perderam o queixo. Era extremamente espaçoso com um teto alto e muito confortável, o local tinha até telefone privado, aperitivos, mini frigorifico e congelador, televisão e tudo mais.

? O...O AKASHI É BILIONÁRIO!!!! - Kagami gritou tudo o que os outros estavam pensando sendo o único que saiu do transe e tirando os outros também.

? Deixe-me corrigir, multimilionário. - afirmava Fujimoto ao sentar-se. - Seijuuro-sama disse que podiam servir-se por isso estejam à vontade.

Isso despertou um sorriso enorme na cara de Kagami e Murasakibara que começaram a comer. Midorima e Kise puseram-se a ver televisão enquanto a Momoi continuava agarrada ao seu amado. Mas nada das reações dos idiotas o importava. A única coisa em que ele pensava era no azulado. Era engraçado como alguém que primeiro pensou que era um fantasma fosse a pessoa mais importante para ele agora. Encostou a cabeça na janela e olhou discretamente para ele. Perguntava-se porque ele não olhava para ele. Porque ele não sorria para ele, porque ele não se encostava nele e confiava nele como dantes. Ele sabia que o tinha magoado mas ele queria voltar ao que tinha dantes, esquecer o passado e só ficar junto dele para sempre.

Quando reparou já tinham chegado a casa do Akashi e estava a ser constantemente abanado por uma mão pálida e pequena.

? Aomine-kun, já chegamos. Anda, o Akashi-kun estava à espera. - olhou para os olhos azuis e saiu do carro.

Era verdade, Akashi encontrava-se não muito mais à frente deles, vestido nuns calções de banho vermelhos da cor do cabelo dele e num casaco preto sobre o seu tronco exposto e calçando uns chinelos; dava para notar os seus cabelos molhados por isso já deveria ter entrado na piscina.

? Bem-vindos à minha humilde casa. Espero que a viagem tenha sido confortável. - dizia o ruivo sorrindo malicioso.

? Akashi-teme, como é que podes chamar a isto uma casa?! Isto parece mais um hotel! Estás nos a tentar fazer inveja, não estás?! - gritou Kagami. A verdade é que a casa era extremamente grande e luxosa que deixavam qualquer um a morrer de inveja. Akashi sorriu mais.

? O quê? Eu a tentar fazer-vos inveja? Porque faria eu um acto tão infortunado como esse? Por quem me tomas Kagami Taiga? - falava sarcástico enquanto indicava-lhes para segui-los e dizia para Fujimoto levar-lhes as malas para um quarto.

Passaram por umas salas grandes e espantosas até entrarem no jardim onde estava a piscina grande, limpa e brilhante.

Kuroko chegou-se perto de Akashi e pôs-lhe a mão no ombro.

? Akashi-kun - mesmo na expressão de sempre dava para ver os olhos a brilhar - Adotas-me?

Akashi riu-se - Acho que posso pensar nisso. Ia ser giro ter um irmão como tu, Kuroko.

?Eu estou a falar a sério Akashi-kun.

? Eu também.

Aomine já se sentia ciumento só de ver o seu Kuroko a falar com outra pessoa então deu um leve empurrão no Kuroko para ele se afastar de Akashi e pôs um braço no ombro de Akashi.

? Então Akashi, podemos ir logo para a piscina ou não?

? Aomine.... - começou a sentir uma aura aterradora e engoliu em seco - Tira o braço antes que fiques sem ele - olhava para olhos bicolores aterradores e tirou logo o braço - Mas sim claro que podemos já entrar na piscina.

Tiraram as camisas, descalçaram-se e entraram. A água estava fresca e mesmo agradável para o dia quente. Divertiram-se bastante a fazer todo o tipo de jogos desde polo-aquático, ao pega-pega, a quem aguentava mais tempo debaixo de água até ao "Quem consegue acertar com mais bolas nas caras dos outros" onde o objetivo principal passou de acertarem com bolas uns nos outros a protegerem-se da Momoi que ficou furiosa quando foi acertada.

Aomine não conseguia tirar os olhos de Kuroko. Ver todas aquelas pingas de água escorrerem-lhe pelo peito e barriga lisa, ver como a água fazia seu cabelo claro brilhar e dava uma certa luz à autoproclamada sombra, ver como todos os seus movimentos eram tão angélicos e como ele sorria enquanto jogavam e divertiam-se todos juntos estava a fazer com que ele ficasse doido só com a força que estava a fazer para não ficar ereto. Então quando viu que Kuroko ia para a casa de banho perto da piscina aproveitou a oportunidade para se divertir um pouco e foi também.

Ao entrar na casa de banho sorrateiramente viu que Kuroko já tinha acabado e estava a puxar os calções para cima então moveu-se rápido e agarrou a mão que puxava antes que fizesse isso, apoiando o outro braço na parede e inclinando-se no outro corpo pequeno.

? Aomine-kun, também precisas de usar a casa de banho - tentava tirar a mão da garra dele.

? Eu preciso de usar outra coisa..- sorriu malicioso e abaixou os cações do menor.

Kuroko apercebeu-se do que o outro estava a fazer e tentou soltar-se e gritar mas quando ia fazê-lo uma mão cobriu-lhe a boca.

? Vamo-nos divertir um pouco Tetsu - sussurrava roucamente no seu ouvido onde mordeu.

Kuroko gemeu de dor e sentiu-se ser guiado para ser encostado a outra parede, as suas mão presas em uma única do maior e estando ainda de costas para ele. A mão restante virou-lhe a cara e surpreendeu-se quando um par de lábios se encontraram com os seus e outra língua invadiu a sua boca e começou a brincar com a sua língua.

O beijo era intenso e só se separaram pela falta de ar do maior que deixou um traço de saliva escorrer da boca do azulado e deixou os dois ofegantes, mas isso não impediu a boca de Aomine de mover-se para o pescoço de Kuroko onde começou a chupar e morder deixando algumas marcas vermelhas enquanto sua mão se movia e apalpava suas coxas e nádegas.

Virou o menor para ficar de frente para ele e mordeu seu ombro enquanto largava as suas mãos e antes que pudesse fazer algo, pegou em suas pernas e enrolou as na sua cintura prendendo o menor contra a parede facilitando beijá-lo e o acesso ao tronco pálido do outro onde começou a morder a pele aproveitando aquele saborzinho único que tinha e chupava e lambia os seus mamilos enquanto uma mão masturbava o membro ereto que já deitava um pouco de líquido. O menor gemia loucamente.

? Por mais que eu ame ouvi-lo gemer vai ter que se conter se não quer ser ouvido. - sorriu malicioso.

Kuroko fazia de tudo para que o outro parasse tentando-o empurrar e fazê-lo parar mas sentia as suas forças serem drenadas pelo prazer que estava a sentir e lá por dentro ele estava a gostar muito disto.

Aomine foi baixando os seus calções o que foi um alívio para a sua ereção apertada e parou de chupar os mamilos do pequeno beijando-o enquanto levanta-lhe as pernas e esfregava glande do seu membro no orifício excitado do outro começando a penetrá-lo lentamente e dolorosamente deixando com que as paredes apertadas do pequeno apertassem o seu membro o que lhe dava muito prazer.

? Você era virgem não era? Bem, agora já não é, e como fui eu que lhe roubei a primeira vez quer dizer que você é meu.

Começou a estocar fortemente dentro do outro que tinha lágrimas a escorrer-lhe pelos olhos, e saliva a escorrer pela boca mas mesmo assim parecia já ter superado a dor inicial e parecia estar num céu de prazer.

Ele próprio estava no seu próprio paraíso. Nunca antes tinha se sentido tão bem, nunca tinha sentido algo como isto, e sabia que nunca mais iria querer sair de dentro do menor. Mas uma batida na porta da casa-de-banho chamou-lhes a atenção.

? Está tudo bem, Kuroko, Aomine? Estão a demorar bastante... - perguntava-lhes uma voz familiar. Akashi.

Estucou fortemente dentro do menor, acertando na próstata e Kuroko teve de morder fortemente o lábio para não gritar de prazer mas entendendo a mensagem como um sinal para falar.

? E-está tudo bem Akashi-kun. Apenas ocorreu um imprevisto e as c-coisas ficaram demoradas, ngh~, é um pouco embaraçoso. - tentava conter-se ao máximo para não gemer de prazer.

? Ah tá, então está bem mas MURASAKIBARA NÃO COMA NA MINHA PISCINA! se precisar de algo MIDORIMA TIRE O SEU PACOTE ESTÚPIDO FORA DAS MÃOS DE MURASAKIBARA SE QUISER VIVER! MOMOI, CONTROLE-OS! é só chamar tá?

? T-tá bom, obrigado Akashi-kun. - quando sentiu que o outro tinha se ido embora soltou um gemido um pouco alto.

As estocadas continuaram e não conseguiu impedir-se de chorar e perguntar.

? Porque está fazendo isto Aomine-kun?!

? Porque...porque eu amo-o Tetsu! - esta afirmação deixou Kuroko bastante chocado e surpreso - Eu sempre o amei mas irrita-me saber que você gosta daquele cara Kagami! Porque está sempre com ele?! Porque não olha para mim?! O que é que ele tem que eu não tenho?!

Kuroko riu-se gentilmente e depois olhou-o com a expressão mais angelical do mundo - ......Você é um idiota sabia.. - Definitivamente, as aparências iludem - Eu não gosto do Kagami, eu estou sempre com ele porque eu tenho de lhe pedir ajuda e conselhos porque pensava que a pessoa que gosto não se importava mais comigo...mas parece que estava errado....eu também o amo..Aomine-kun..

As estocadas antes violentas eram agora gentis e precisas para darem apenas prazer, as mãos que antes arranhavam as costas do moreno abraçavam-se docemente a elas, um beijo calmo e gentil foi iniciado e os corações descompassados uniram-se em um só até que chegaram ao ápice.

Saíram da casa-de-banho, agora já limpos e recompostos e foram bombardeados pelas perguntas de Kise que foram quase imediatamente ignoradas. Kuroko foi de volta para a piscina, para perto de Kagami que o olhava malicioso e fazia sinais ilegíveis para Aomine que pareciam fazer Kuroko corar mas agora já não sentia cíumes do Kagami pois sabia que Kuroko amava-o a ele e só a ele. Quando reparou Akashi andava na sua direção.

? Parece que ganhou um prémio hoje.

? Sim, pode se dizer que sim. Mas acho que fui apenas pegá-lo de volta das mãos de alguém bondoso pois ganhá-lo já o tinha ganho à muito tempo...mesmo que não soubesse...

Akashi arqueou uma sobrancelha e sorriu - Você sabe usar a cabeça quando quer...

? Uma pergunta, como sabia que eu gostava..?

? Eu sei tudo Ahomine - sorriu convencido e foi em direção da piscina o que deixou Aomine irritado com a sua arrogância " Há uns que nunca mudam..."

Mas uma coisa era certa. Kuroko era seu e só seu e nada mudaria isso. E mesmo se algum dia, com um acontecimento incrível o seu amor por Kuroko mudasse, o melhor era aproveitar enquanto o amava pois sabia que nunca amaria alguém como fazia a ele.

Fim.