As vezes acontece...

  • Pusly
  • Capitulos 8
  • Gêneros Amizade

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Mãe.

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Boa leitura.

    _ ?Alô?

    _?Oi, sou o cara que amassou a porta do camaro, lembra?- perguntei um tanto aflito.

    _?Ah! O loirinho né? E ai, pronto para começar sua carreira?

    Engoli em seco. Esse cara realmente é doido.

    _?É por isso que liguei. Eu queria dizer que é uma besteira querer alguém como eu pra desfilar sua grif ou sei la o que. Eu não tenho experiência nesse ramo, então pensei em lhe propor um pagamento em parcel...-fui interrompido por um gritinho agudo.

    _?Claro que não! O combinado foi você trabalhar para mim como modelo desse semestre como forma de pagamento. E em relação a não ter experiência, pode ficar tranqüilo que eu vou te ensinar tudo sobre o mundo fashion!- a resposta me surpreendeu de certa forma. Como um ser consegue pronunciar uma fala dessas em menos de 10 segundos?- A propósito, começaremos amanha mesmo, gracinha! A que horas você estará livre?

    Respirei fundo enquanto era presenteado pela cantoria de uma ruivinha ao meu lado que faltava só dançar enquanto dirigia seu carro em velocidade um tanto quanto avançada por causa da animação.

    _"Pode ser depois do almoço...lá pelas 2. Pode serrrr hhaAA....!?- Pronto, acabo de arruinar com minha reputação, que já não era grande coisa, e com minha tarde de descanso. Graças a quem? ÀQUELA RUIVA QUE DIRIGIA FEITO LOUCA CANTANDO!

    _"Ótimo. Seguinte, pra me achar vai ser super fácil. É só ir até o teatro na ala de artes cênicas. Você pode perguntar por mim e depois vamos te transformar em um modelo! Mais uma coisa! Você não deveria ficar de safadezas enquanto conversa ao telefone. Posso levar esses gemidos seus a sério! Beijinhos!

    Sem me deixar responder, desligou. O que ele pensa que eu estava fazendo? E porque esse ?beijinhos??

    M virei para Chelsea, que ainda cantarolava e desliguei aquele radio infernal. Ela me olhou.

    _ E ai?

    _E ai que primeiro, eu tenho que estar no teatro amanhã as 2, e segundo, DIMINUE A VELOCIDADE DESSE TRECO!- gritei me segurando ao assento para não ter o perigo de escorregar, e olha que eu usava cinto.

    _ Que emoção! Meu filhote vai se tornar modelo internacional!- disse Chelsea com os olhos brilhantes.

    _ Claro, vou casar com a Madonna, vou adotar meio mundo de crianças e ter uma tartaruga de estimação!- respondi irônico, relaxando assim que ela diminuiu a velocidade do pseudo automóvel.

    Ela continuava animada sorrindo, mas parou em duvida.

    _Por que tartarugas?- perguntou.

    _ Sei lá, sempre quis ter uma...

    E assim, continuamos até chegarmos em frente ao portão de casa.

    _Beijo na bunda gatinho!- Despediu-se de mim aquela ruiva tarada por bundas, me dando um beijo na bochecha e me enxotando pra fora.

    Vi seu carro se distanciando e sorri. Não tinha como ficar zangado com suas palavras. Ela sempre seria assim e assim eu queria que ela fosse, minha melhor amiga maluquinha.

    Caminhei pelo gramado até chegar em casa.

    _ Mãe?- perguntei abrindo a porta e entrando finalmente.

    _Querido! Como foi?- ela apareceu pela porta da cozinha segurando um bolo de aparência muito boa.

    _ Nossa! Um bolo! Não precisava mãe!- eu disse indo em direção a ela e dando um beijo super demorado em sua bochecha.

    Minha mãe era a mulher mais linda desse mundo! Ok, sem melação, mas ela realmente era minha linda! Era super baixinha, apenas 1,55 de altura, o que todos diziam que eu puxei já que meu pai era um homem bem alto.

    _ Bolo de chocolate! Parabéns meu amor. Finalmente conseguiu realizar seu sonho e por te ver feliz, eu realizo o meu também. - ela ditava enquanto pousava o bolo na mesinha de centro da sala e sentava no sofá me acompanhando- Olhando pra você agora, nem parece que tivemos que passar por tudo aquilo...eu sinto não poder te dar mais.

    Me inclinei e abracei-a.

    _ Por favor mãe, vamos esquecer isso ok?! O importante é que nós estamos juntos agora! E eu to muito feliz!- tentei animá-la sorrindo feito um idiota. Não tive dificuldades com isso.

    _ É, você está certo! E eu me orgulho de ter o filho mais perfeito de todo mundo!

    E ai, o conto de fadas foi arruinado. Filho perfeito? Espera só ela descobrir o que fiz hoje!

    _ Então...sobre isso, eu tenho uma coisa pra te contar...- eu disse começando a me encolher no sofá.

    _ E o que seria?- ela perguntou desconfiada. Eu to lascado!

    Respirei fundo, fechando os olhos.

    _ Euamasseiaportadeumcamarohoje!- abri vagarosamente os olhos.

    Ela me olhou assustada esperando sua própria mente desembaralhar minhas palavras.

    _O QUE? De novo? Andrew!- ela exaltou zangada.

    _ Mas foi sem querer!- fiz bico enquanto encarava as listras do sofá.

    _Mas é a terceira vez que você faz algo parecido! Primeiro foi o farol do carro do seu Romeo, depois o retrovisor que você arrancou enquanto andava de bicicleta. Agora fez de novo. O quer foi dessa vez? A porta?!- perguntou. Acho que ela lia mentes, só pode.

    Acenti, ainda fazendo bico. Essa era uma das vantagens a serem usadas com pais.

    _Santo Deus! E se você tivesse se machucado? E...minha nossa! Dessa vez foi um camaro? Como vou pagar isso?- refletia tentando não arrancar os cabelos da cabeça.

    Eu arregalei os olhos.

    _Não mãe! Não vamos precisar pagar! Eu vou fazer um serviço pro dono e tudo vai ficar bem!- disse sorrindo com minha genialidade.

    _ Que tipo de serviço, Andrew Farell?- perguntou ela erguendo a sobrancelha esquerda.

    _Bom... -cocei a cabeça- O Tay, o dono do carro, faz moda lá então ele me ?contratou? como modelo dele durante esse semestre...- terminei e olhei para ela cauteloso.

    _Modelo...- ela ficava repetindo aquilo como se quisesse assimilar a idéia. E demorou.

    _ Ok, mas nada de vender drogas!- é impressão minha ou toda mãe pensa isso?

    _ vamos comer o bolo agora?- perguntei depois de acentir rindo da sua hipótese de ?trabalho?.

    Comemos o bolo assistindo um filme qualquer e depois eu finalmente subi para meu quarto.

    Não podia levar tudo, como por exemplo, meus bonecos nekos que eu tanto adoro. Nunca que eu deixaria aquele brutamontes tocar em algum deles!

    No final, terminei de arrumar minhas malas, e as coisas que eu levaria pra lá, às 01:30 da madrugada. Fui tomar banho. Depois de limpo, vesti meu pijama do bob esponja e me joguei na cama. Iria sentir saudades dela. Fechei os olhos e esperei o sono vir.

    Tive o desprazer de lembrar daqueles olhos verdes antes de dormir. Que merda.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!