Capítulo 2 - Dreams

Assim que deixei Gumball e o Lord seguros no reino doce voltei para minha casa.

Depois de toda a agitação o dia já estava no final e com a chegada da noite eu começava a pensar novamente no sonho...

? Fionna! - Ouvi Cake me gritar do quarto

? Diga!

? Telefone! É o seu príncipe! Vou lá fora brincar com BMA! - Disse ela de lá de cima

? Okay, já estou indo! - Subi as escadas em direção ao quarto enquanto Cake saia sendo seguida por BMA. Peguei o telefone em cima da cama e pus no ouvido.

? Olá Flame! - O cumprimentei

? Ah! Oi meu anjo. - Pude sentir seu sorriso através do telefone, mas de certa forma me sentia culpada... enquanto falava com ele não parava de pensar na voz do sonho. - Fi, está ouvindo? - Ele me chamou a atenção.

? Desculpe-me Flame... Eu estou meio distraída, então... O que você disse?

? Só queria saber como você estava, soube do ataque da Ice Queen hoje! - Ele era um tanto super protetor, mas era muito fofo.

? Oras você está falando com a maior guerreira de Aaa! Não sou tão frágil assim. - Ri

? Tudo bem, tudo bem! Você venceu... - Ouvi uns barulhos ao fundo, provavelmente era sua mãe fazendo algo - Bem, tenho que desligar agora, sabe como é sua sogra! - Ele riu sendo acompanhado por mim.

? Sim, tudo bem! Boa noite.

? Para ti também princesa.

E desligou... Joguei o telefone de lado e coloquei o travesseiro em minha cabeça. Droga! Mas que merda! Eu não conseguia esquecer o sonho!

Será que significa algo?

Repassei em minha mente tudo o que havia vivido em Aaa desde que eu me lembrava, nada me parecia estranho, nada me parecia fora do comum... Tudo sempre na mesma. E com tais pensamentos adormeci.

O lugar era muito escuro e parecia mal acabado, era muito similar a ruínas. Andei de um lado para o outro e só avistei uma única porta de madeira, rustica e com musgos, entreaberta. Meu espirito aventureiro falou mais alto e eu me enfiei no meio da fresta, agora me encontrava em um IMENSO salão, mais escuro que a sala anterior, porém nele não haviam portas e nem nada... Somente um carpete vermelho rasgado, mostrando um pedaço do chão do que me parecia linóleo, as paredes igualmente mal acabadas, de pedras e com musgos.

Apesar da aparência velha, grosseira, rustica, o lugar me agradava. Foi então que notei, no canto mais escuro do salão, um suave movimento, como o de alguém se escondendo.

? Olá? - Peguntei baixinho meio indecisa, chegando mais perto das sombras

? Se afaste! - Ele advertiu quando eu já estava bem perto, mas eu não me movi, o que fez ele repetir - Se afaste! Agora!

Em choque eu me afastei, mas logo voltei para o lugar onde estava;

? Por que está se escondendo? - Perguntei... Não houve resposta. - Me diga!

? Não importa! - Ele respondeu tenso, foi ai que eu reconheci sua voz... Era ele! A pessoa de meus sonhos! Era ele! Bem ali, na minha frente!

? E-Espera... É você! É você quem vem falando comigo em sonhos, não é? - Perguntei mesmo estando certa de que sim, e novamente não houve resposta. Precisava toca-lo, necessitava vê-lo, cada célula do meu corpo pedia isso. Então estendi minha mão em direção as sombras, tão rápido que eu mal podia perceber sua mão envolveu meu pulso, me mantendo longe.

Observei aquela mão, tinha um tom diferente, variava entre tom de pele comum e um azulado acinzentado, suas unhas, bem não eram unhas! Eram garras e sua pele era macia apesar da mão máscula, seus nós dos dedos estavam esbranquiçados. Ele estava se contendo.

? Não vou lhe machucar! - Tentei novamente e então para minha surpresa ele riu.

? Realmente... Não vais me machucar, mas eu vou lhe machucar! A Fionna me entenda... - Ele suplicou

? Como sabes meu nome?

? Eu te conheço faz muito tempo...

? Isso não responde nada! Quem és tu?

? Eu... Sinto muito, não devo lhe contar. Não sou bom para você, por favor vá embora!

? Não! Eu não vou! Quero saber quem é você... Não tenho medo do que és e nem de quem és... - Sorri levemente, mas logo o sorriso saiu de meus lábios, dando lugar a uma linha reta.

? Pois deverias. Não se preocupe... Não posso ir embora. - Olhei para a escuridão com um olhar de dúvida. E então notei que ele já havia soltado meu pulso.

? Por quê?

? Chega... Acorde!

E então ele estalou os dedos e eu acordei suando frio. Olhei o relógio que estava ao lado da cama, 430 da manhã. Joguei o travesseiro de lado e fui até o banheiro e me encarei no espelho.

? Que merda foi essa... - Perguntei como se ela pudesse me dar as respostas que queria. Lavei o rosto e desci para a cozinha, preparei um chocolate quente e fiquei lá até amanhecer.

Algumas horas depois Cake acordou e disse que os pelos de seu rabo estavam eriçados e que algo ia mal. Mas como não recebemos noticias de nada, deduzi que fosse somente impressão dela.

Ding Dong... A campainha soou e eu fui atender a porta.

? Hey girl!

? Ah! Bom dia Marcy, o que faz ai fora de dia?

? Bem o sol não está tão forte e eu decidi fazer uma visitinha - Ela sorriu

? Então... Entra ai! - E assim o fez, flutuando até o sofá e deitando lá.

? Hey gata! Ta com a cara mais amassada que a dela! - Marcy disse para Cake e apontou para mim.

? Engraçadinha! - Respondemos juntas eu e Cake. Fechei a porta e me sentei no chão ao lado de BMA e Cake

? Aliás, falando em sono. Fionna você acordou muito cedo hoje? - Cake me olhou desconfiada

? Hum... Sim, algum problema? - Perguntei

? Não... Nada! Só não é normal você acordar cedo, que horas eram?

? Aposto que para ela cedo são 9:00 da manhã! - Marcy riu

? Haha! - Ri sem humor e joguei um travesseiro nela. - Pior que não... Eu acordei 4:30 hoje! - Cake e Marcy me olharam desconfiadas e Marcy se pronunciou.

? Podemos saber o porque? - Ela perguntou sorrindo

? Não sei explicar muito bem... Estou tendo sonhos estranhos com... Um garoto. - Afirmei pensativa, mas elas entenderam errado e me olharam sorrindo de forma maliciosa. -NÃO É NADA DO QUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO!? Me apressei em explicar toda a história para as duas e quando eu terminei, para a minha surpresa, Marceline estava pálida.

? Marceline você está bem? - Cake perguntou e ela engoliu em seco.

? Sim... Eu estou bem! Fi, Cake, tenho que ir... Tenho... hã, coisas para fazer! - Ela disse já saindo apressada pela porta.