Depois de uma longa caminhada, finalmente chegara ao destino tanto desejado: MINHA CASA.
- Filho!! - Mamãe disse ao me abraçar.
- O que houve mamãe? - Disse assustado com sua reação, será que ela sabe?!
- Estava preocupada, ouvi rumores de que um carro havia capotado em frente sua escola, mas não sei da história ao certo... Por causa da sua demora, pensei o pior. - Disse mamãe chorando. Caramba, será que o motorista recorda-se de algo?!
- Sério mamãe? E o motorista? Sabe se está bem? Alguém se machucou?! - Depois desta "atuação", deveria seguir a carreira de ator de novela...
- O motorista está um pouco machucado, não se lembra de nada. Mas o estranho nisso tudo é que... Como do nada um carro capota?! Pelo que soube, não havia ninguém por perto, nenhum sinal de vítima ou batida. - Mamãe parou para pensar - Estranho...
- Realmente, estranho mesmo! - Concordei aflito.
- Mas saberemos depois. - Um sentimento de medo veio à mim - Então Benjamin, onde o senhor estava? Posso saber?! - Hora de "atuar" mais um pouco.
- Sim, claro mamãe. Fui ajudar Clar em sua lição de casa, depois fomos ao parque. Desculpa por não ter te avisado... - Fiz cara de arrependido.
- Hm...Tudo bem então.
- Bom...Vou para o meu quarto dormir um pouco. - Subi então as escadas aflito e com muito medo do que poderia vir daqui para frente.
Deitei em minha cama, ficando então a pensar, pensar e pensar sobre tudo isso. Primeiro: Como fiz aquilo? Tenho tamanho poder?! Como? Segundo: Será mesmo que o motorista não se lembra de algu.. Ou pior, alguém além de Clar viu a "cena"?!
Fiquei atordoado, não havia resposta alguma. Realmente, o jeito era esquecer tudo isso, tanto eu como Clar, coisa que acho ímpossivel da parte dela... E que infelizmente para mim também.
Virei várias vezes na cama, os pensamentos não me deixavam dormir.
- Não se desespere caro Benjamin! - Uma voz suave falava comigo. Afinal, de quem era essa voz?
Tudo ao meu redor estava escuro, exceto atrás de mim. Então virei-me, uma forte luz brilhava.
- "Momento nostálgico..." - Pensei. - Quem é vc? Onde estou? - Disse um tanto apavorado.
- Tantas perguntas... Deveria ouvir o que tenho a dizer. - A bela voz dizia-me.
Já sei, estou dormindo, é claro. Como sou idiota!
- Então diga-me o que tem a dizer!
- Eu sei a hora em que devo falar. - Francamente, que mau humor! - Você descobriu...
- Chega, chega!! Onde é a saida? ...Não quero saber de poder sobrenatureba nenhum! Quero ser normal, entende?! Normal!! ...Pode tirar de mim, não faço questão de tê-los! - Disse a interrompendo.
- Não lhe dei permissão para falar. - Disse tranquilamente - Não me interessa o que quer, apenas escute.
- Tisc... Você não...
- Calado! - Disse irritando-se um pouco, afinal, ela não era tão calma assim. - Vou dizer apenas uma vez, espero que escute. - Pensei em interompê-la, mas achei melhor não. - Você tem que ajudar sua amiga. - Agora estava confuso, essa amiga que ela dizia era Clar? ...Mas ajudá-la em que?! - E sobre os poderes, não conte a ninguém.
- Mas que diabos está acontecendo?! Aliás quem é você?! - Estava mais do que assustado.
- Uma pergunta de cada Benjamin. - Como sabe meu nome? - Não tem nada de complicado nisso, apenas vocês humanos é quem complicam as coisas, é tão difícil assim pedir segredo? E bom... Sobre dizer quem eu sou, não poderei lhe contar.
- Bravo! - Disse batendo palmas - Vem com um papo de "não se desespere", mas no final das contas, você me desespera ainda mais! Obrigado pela "ajuda", aliás, por que veio em meu sonho?...Para dizer bobagens, presumo.
- Não, apenas abrir seus olhos!
- Tisc... Receio lhe dizer que não está funcionando.
- Bom, se fosse um pouco mais esperto, entenderia.- Vozinha irritante - Bom, uma última coisa. Abra os olhos, o que pensas está completamente errado.
- Mas o que quer dizer com isso?...Francamente, diga logo, mais prático do que falar em enigmas, não acha?
- Ainda acredito na pouca inteligente que possui. - Se conseguisse vê-la claramente, bom, claro já estava, mas se pudesse vê-la sem aquela luz toda, lhe daria com certeza um soco!
De repente a luz começou a sumir. Uma voz chamava-me repetidas vezes, ficando alto cada vez mais.
- Benjamin? - Era mamãe a me chamar.