Rose Kiss

Tempo estimado de leitura: 40 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Sonho

    Heterossexualidade, Spoiler, Violência

    Olá outra vez ^^^

    Demorei um pouco desde a ultima vez que apareci, mas acabei o capítulo 10 ontem :3

    Obrigada àqueles que comentaram, fico muito agradecida :3

    Boa Leitura!

    Depois da enfermeira sair a carregar o tabuleiro com a loiça que usei, ouvi uns passos largos e vagarosos pelo corredor e quando chegaram à umbreira da porta, não pude deixar de ficar surpreendida com o que vi.

    - Ba-Kanda??? ? A minha voz saiu um pouco mais alta que o esperado, devido à surpresa. Se não me doesse o corpo já tinha corrido até ele para lhe dar porrada.

    Não disse nem uma palavra. Chegou e sentou-se na cama, tal como a enfermeira que aqui esteve antes dele. Demasiado próximo para mim! Devia ser proibido ele estar a menos de quatro metros de distância da minha pessoa? e mesmo assim já é pedir muito.

    Kanda olhava fixamente para o chão, como se fosse desconfortável estar aqui. Que pena, ninguém o mandou vir.

    - O que é que tu queres? ? Perguntei, rispidamente.

    - Quero saber mais sobre ti e onde está o Allen.

    - Não tenho muito a dizer sobre mim, sou a irmã gémea do Allen, ponto final. E achas mesmo que eu sei onde ele está? Se soubesse podes crer que eu não estava aqui de certeza.

    - Oi, calma aí, pirralha. Escusas de me falar assim, eu não te fiz nada.

    - Não me fizeste nada? Transformaste o meu irmão num Noah. Devias ter vergonha! Sabes que mais? Não te quero ver. Vou chamar a enfermeira? Senho? ? Ia chamá-la, se não fosse o idiota do Kanda a tapar-me a boca com a mão.

    - Ouve, ainda não acabei o que venho fazer aqui. Há certas coisas que te quero dizer que nem toda a gente pode ouvir. ? Enquanto falava, num sussurro irritado, eu tentava virar a cara para fugir à sua mão e refilava? Só que eram apenas murmúrios. Não está a resultar. Hora do plano B!

    Mordi-lhe os dedos e ele retirou a mão da minha cara, queixando-se de dores.

    - Estás parva?

    - Vá, começa lá o teu discursozinho. ? Disse, sentindo-me dominante.

    - Quero que me oiças até ao fim, entendido? ? Acenei com a cabeça, dizendo que sim. ? Aquilo que aconteceu com o Allen? Foi irracional. Admito, a culpa é minha, mas a raiva estava tão em mim que não pensei nas consequências. Devia ter reportado a transformação que se deu no Allen à minha frente por segundos, mas odeio a Ordem por tudo o que nos fez passar, a mim e ao Alma. E ainda me senti mais culpado por tê-lo atingido, pela segunda vez, pois ele estava a fazer algo para o meu bem. Se não fosse ele eu não teria descoberto que a pessoa que eu procurava era afinal alma e se não fosse ele eu não teria dito tudo o que queria a Alma, nem dar-lhe um final que ele desejou. O que eu quero dizer é? Eu devo-lhe muita coisa e vou fazer de tudo para que eu possa pagar essa dívida. E sinto que parte desse processo depende de ti. Afinal, o Allen não ia ficar contente comigo se eu magoasse a sua irmãzinha? É por isso que eu peço que não me odeies, pois irrito-me facilmente e as coisas podem sair facilmente de controlo.

    - Eu não sei o que dizer Kanda. Não sei se te consigo perdoar.

    Não peço que me perdoes, simplesmente peço-te que não me odeies. E agora vou indo, uma longa jornada espera-me e só de pensar nisso fico enjoado.

    Levantou-se e antes de sair, sorriu e disse:

    - Moyashi, cuida-te enquanto estou fora. Não me vais ver por um bom tempo e prometo: vou trazer o outro Moyashi de volta.

    Ao vê-lo sair, tive um pouco (só um pouco, porque ele é irritante) de pena.

    Ía chamar a enfermeira para perguntar quando é que tenho alta, mas senti alguém entrar no quarto? Alguém que não era nem Kanda nem a enfermeira.

    - Ally, estás bem? Assim que ouvi que acordaste vim logo. ? sim, ela praticamente correu a abraçar-me.

    - Claro que sim, aquilo não foi nada. eheh ? Quer dizer, ainda estava um pouco dorida mas a Lenalee preocupa-se demasiado.

    Aproximou-se de mim e num sussurro, em tom de ?mexerico? perguntou:

    - É impressão minha ou o Kanda acabou de sair daqui? E digo-te que ele estava a sorrir e muito. Passou-se alguma coisa entre vocês?

    A expressão que ela estava a fazer era assustadora/preversa... Aposto que coisas estranhas se passavam na cabeça daquela rapariga.

    - N-Não! Claro que não! Nunca ía acontecer algo! Sabes bem que o odeio. ? Corei, não por estar a mentir, mas sim devido à natureza da questão. Alguém que me visse diria que a minha resposta não era lá muito confiável.

    - Dúvido, sabes? Oh tristeza...Sempre pensei que o teu género fosse do tipo ?Lavi?...Não alguém que não é calorento...Logo o Kanda! Minha amiga, vais sofrer muito com a personalidade dele...

    - Lavi? Quem é o Lavi? ? nunca tinha ouvido falar desse nome e isso pôs-me curiosa, e não era pouco...

    Quando lhe perguntei ela ficou rapidamente séria, mas mesmo assim continuou.

    - O Lavi é um exorcista que foi capturado pelos Noah já há algum tempo. Tentámos de tudo para o encontrar... mas nem uma pista. Suspeitamos que esteja a ser mantido noutra dimensão. Ele pertence a um clã, os Bookman. Duvido que já tenhas ouvido falar deles por isso vou explicar: os Bookman fazem parte de um grupo de pessoas que relatam o lado escondido da história sem a poderem interferir. O Lavi ainda é um aprendiz e o seu mestre também foi capturado. Espero que não os tenham sequestrado para obterem indormações pois assim eles terão de se suicidar porque ao darem informações estarão a mudar o curso da história, coisa que não podem fazer.

    - Estou a ver...- não pude deixar de sentir pena deles, embora não os conhecesse. Logo tive que entrar para a Ordem quando esta estava a sofrer um período complicado.

    - Bom Ally, terei que ir. Não te quero incomodar e tens que descansar. A Klaud era para vir, mas eu pedi para vir no lugar dela, espero que não te tenhas importado.

    - Claro que não, sinto-me mais confortável quando te vejo. ? E era verdade, sabia que Lenalee era uma pessoa na qual podia confiar.

    - Adeus Ally...

    - Adeus e bom trabalho, Lenalee.

    Assim que ela saiu, adormeci num sono profundo.

    ***

    ?Usa a chave?

    Usa a chave?

    ?Sim, usa a chave?

    Ouvia uma voz vinda de não sei onde que eu não conhecia a dizer-me para usar uma chave que nunca ouvi falar.

    Chave? Que chave?

    ?A chave que está à tua frente?

    Não conseguia ver nada. Estava tudo negro com excepção de uma mesinha branca pequena de tampo redondo onde pousava uma chave dourada brilhante.

    Seria aquela chave? Quer dizer, só podia, não havia mais nenhuma.

    Caminhei até à mesa. Queria tocar na chave, mas parei a meio, insegura.

    ?Usa a chave?

    Outra vez aquela voz. Decidi tratar disto de uma vez por todas e toquei na dita chave.

    Assustei-me com o ruído que se deu a seguir. À minha frente estava uma espécie de porta vermelha, mas com uma forma estranha. A parte de cima parecia um coração, mas acabava com uma base retangular. Tinha retalhos amarelos e os puxadores eram da mesma cor destes.

    Fui até à porta lentamente. Não sabia o queme aguardava.

    Puxei os puxadores para abrir a porta.

    A princípio não conseguira destinguir os vultos do quarto que dava para a porta.

    Estavam lá duas cadeiras a serem ocupadas por um velhinho e por um jovem ruivo, uns dois ou três anos mais velho que eu.

    Este último parecia estar inconsciente e aparentemente o velho estava a ser interrogado por dois Noah.

    O primeiro, o mais bem parecido, disse:

    - Bookman, ou nos dizes qual é a relação entre a Road e o Décimo Quarto. O velhinho, que eu agora sabia que era o Bookman, nada disse.

    - Eu não queria que Bookamn júnior tivesse uma morte dolorosa, mas estou a ficar irritado. ? O Noah fez sinal ao segundo e este atacou o jovem, fazendo-o cuspir sangue.

    - Eu tinha que fazer alguma coisa, mas justamente quando ía entrar na sala, senti a minha consciência a ser levada para outro lugar.

    Enquanto a minha mente viajava, ouvi outra vez a tal voz:

    ?Faças o que fizeres, não te esqueças que a chava é essencial para ajudá-los.?


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