O caminho de George.

  • Finalizada
  • Chibusa
  • Capitulos 1
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

    10
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Tempo de mais.

    Drogas

    Fiction para o Concurso de Fics do O.A.

    Vinte e dois de abril... Ontem chegamos em casa tarde, novamente.

    Alec, meu marido, e eu não aguentávamos mais.

    Foram três meses de desespero, de um sentimento de aguardo, por algo que sabíamos que não voltaria.

    Nosso filho, George, tinha dez anos. Era uma criança calma e gentil. Nunca imaginei que o tirariam roubado de mim. Seria incomum não diagnosticarem-me depressiva. Ele era meu filho e desde aquela terça-feira, a vida tornou-se uma ilusão, assim como a morte.

    Ontem fomos a casa de Sam. Depois de todo esse tempo, descobrimos que não morava à muitos quilômetros da escola. Sam era um jovem delinquente. Viciado, costumava recrutar meninos mais novos, das ruas, para que conseguissem dinheiro para suas drogas. Ao que parece, não foi o suficiente. Passou a controlar meninos da escola, como George, influenciando-os a roubar, sob promessas de poupá-los de surras. Na casa,onde meu filho passou tanto tempo, onde provavelmente chamou por meu nome nas noites frias, na esperança de que alguém o levasse uma coberta a mais... Onde passou por coisas que nunca saberemos...

    Lá,encontramos apenas o silêncio. E então encontrei o bilhete sobre a mesa: ?O moleque está na estação abandonada. Sei que encontrarão esse papel, então tenham certeza de que não quero a polícia lá. Se correr, ainda poderá achá-lo, mas se houverem 'tiras', não acharão mais do que as cinzas dos ossos dele.?

    Não faço ideia de como ele soube que eu ou Alec acharíamos o bilhete, e não a polícia. Talvez já tenha feito isso antes. Chamei Alec, mostrei-lhe o bilhete e corremos para o carro. A estação abandonada ficava em uma descida ingrime, no outro lado da cidade. A única estrada que levava até ela estava bloqueada por uma carvalho atravessado na pista.

    Saímos no carro e começamos a descer o caminho, rapidamente, mas com cuidado pois as a pequena floresta que nos rodeava era úmida, deixando o chão escorregadio.

    Logo avistamos a estação abandonada, ainda muitos metros a baixo, e nosso filho. Não pudemos acreditar. Um zumbido tomou conta de meus ouvidos. Não olhei para Alec, mas sei que sentiu seu corpo enrijecer como o meu.

    George estava caído sobre os trilhos, apenas de calção. Seu peito estava tomado por hematomas e sua boca sangrava. Estava imóvel, até que nos viu, virou levemente o rosto para nossa direção e sorriu. A mistura de pânico e alívio fez meus olhos enxerem-se de lágrimas. Sorri de volta.

    George não disse nada, mas em minha mente eu ouvia sua voz.. ?Eu sabia que viriam?.

    Olhei para Alec, mas no lugar de um sorriso, vi sua expressão virando um grito de terror. Segui seu olhar até George, e só então pode ouvir.

    O trem apitou, mas já era tarde de mais.

    Hoje ninguém chegará tarde em casa.


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