Fanfic para o concurso da Manu õ/
Encostada à parede, iluminada apenas por um poste de luz, a puta espera... Espera por seu próximo encontro, o próximo cavalheiro que a levará para um quarto e a alimentará de prazer.
Seu uniforme de trabalho compõe-se de um short mínimo, aquele que revela as pernas brancas duma pessoa, os outdoors que propagam o produto das prostitutas, o sexo... O sexo cru e superficial, sem amor nem sentimentos... Sua camiseta branca folgada caía pelo braço esquerdo, revelando a alça dum sutiã preto quase rasgado, demonstração de que já fora aberto e fechado várias vezes... Apenas naquela noite.
Na boca, o quinto cigarro da noite. Ela puxa o trago e sente a fumaça envenenada adentrar o seu pulmão e, com um sopro, exila-a para fora... A noite está devagar, ela observa os faróis que vêm e vão, aqueles que vão à busca de sua casa e aqueles que vêm em busca de diversão, como o carro preto que vinha desacelerando pela encosta...
A puta aproxima-se devagar, erguendo seu braço com a bolsa pendurada como num sinal Estou aqui... O carro para, abre a porta do carona e ela entra, os dois partem... No motel, o retoque da maquiagem é essencial, é a funcionária limpando o produto antes de entregá-lo ao consumidor o qual a consumirá pela próxima hora e depois a devolverá à loja.
Seu companheiro a espera na cama, nu e com a camisinha já posta, ela aproxima-se devagar, nua também e com um andar sensual, sequer fizeram preliminares, deitou em cima dele e começou a descer o quadril... É disso que ele gosta, de apenas deitar e relaxar, enquanto ela faz todo o trabalho... Senta com força, soltando gemidos falsos, para ela era tudo igual, já não sentia mais nada, mas ele não podia saber, precisava inflar o ego dele...
Ela fica de quatro para ele, submissa igual a uma cachorra... Cachorra a qual ela é, sempre se forçando a agradar os outros, mas nunca se agrada... Ele mete com força seu pênis nela, segue num movimento ritmado e forte, batendo seu quadril na bunda dela, avermelhando-a. Puxa o cabelo dela, esse sentimento de dominação era tudo que ele precisava esta noite, alguém para dominar sem reclamar, agradecendo-o até... Na mente dele, esta é uma boa ação...
Na clássica posição ?papai-mamãe?, o sexo segue, ela já está cansada de ficar ali, começa a divagar por sua mente... Pensa nos clientes que perdeu, pensa no que poderia fazer caso não fosse puta, pensa em seus sonhos passados... Aos poucos, ele começa a diminuir o ritmo, está no clímax. Goza e sente o prazer do sexo carnal, enquanto ela apenas quer seu dinheiro.
De volta à rua, a puta sai do carro que sem demora vai embora, ela volta a encostar-se na parede. Na boca, o sexto cigarro da noite. Ela puxa o trago e sente a fumaça envenenada adentrar o seu pulmão e, com um sopro, exila-a para fora... A noite segue com a tragédia da vida.