Circunstâncias

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 2
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 14 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Parte dois ? Reação

    Violência

    + Parte dois ? Reação +

    § Lady Abel Oblivion Araghon §

    Caminhou até sua casa com pensamentos de ódio, revolta e amargura. Não morava muito longe da escola ? e fora por isso que escolhera estudar ali ?, por isso logo estava abrindo a porta de sua casa, sendo acudida por sua mãe que, fitando-a com preocupação, já imaginava o que, novamente, acontecera.

    ? Cloue, minha filha, o que houve? ? questionou a Senhora que não parecia tão velha para a sua idade. ? Fizeram algo com você de novo, né?

    ? O que você acha, mãe? ? perguntou indiferente, sabendo que aquilo era ridículo. Não havendo mais nada para ser dito, subiu as escadas para seu quarto.

    ? Philip, precisamos conversar? ? disse a mulher andando na direção da cozinha.

    Já em seu quarto, Cloue bateu a porta, parando em frente ao espelho enquanto despia-se das roupas sujas. Ficou apenas de lingerie, olhando sua figura com interesse. Tinha um corpo bonito, magro, esbelto, embora estivesse sempre coberto. Soltou o cabelo, bagunçou-o, fitando aquela imagem rebelde refletida no espelho.

    Gostava daquilo, daquela sensação de liberdade. Sorriu, rumou ao banheiro, tirou o resto das roupas e entrou no chuveiro, querendo livrar-se daquele cheiro horrível que empregara-se em si.

    Odiava tudo aquilo, sua vida escolar, seus colegas de classe, sua condição. Odiava os professores que nada faziam, e a diretora que verdadeiramente não podia impor-se, porque aqueles alunos era quem pagava seu salário, mantinham a escola. Não podia fazer algo por causa de uma única aluna.

    E embora não fosse só ela que sofresse daquelas situações, poucos se importavam em reclamar, sofriam calados.

    Cerrou os punhos, cansada demais para questionar se aquilo era algo são. Estava na hora de mudar, de fazer algo, deixar de acreditar que as coisas melhorariam por si mesmas.

    Sorriu com escárnio, sim, faria algo. Mas o quê? Confrontaria seus agressores? Quebraria algo do colégio? Ou quebraria algo do colégio neles? Riu maldosa. Uma vontade louca de fazer algo insano, de causar dor naqueles alunos, de fazer com eles exatamente o que faziam nela.

    Terminou seu banho, entrou no quarto, abriu o closet. Pegou uma blusa justa e uma saia curta que ganhara de sua tia. "Viva a vida, minha filha. Não deixe que os estudos a impeçam de ser feliz."

    No momento aquilo não fizera sentido algum, mas, naquele momento, fazia. Vestiu uma lingerie preta e a roupa escolhida, penteou e arrumou o cabelo e olhou-se no espelho, satisfeita consigo mesma.

    Sentia-se renascida, feliz, satisfeita. Acabaria com tudo aquilo de uma vez e, descendo as escadas, entrou na sala de estar cantarolando. Seus pais estavam sentados no sofá, fitando-a com um olhar sério. Parou, esperou, sabendo que eles queriam conversar consigo.

    ? Filha, tomamos uma decisão e já está tomada. Já resolvemos tudo e não há volta ? disse sua mãe, Emily, fitando-a com culpa nos olhos azuis como os seus.

    ? O que houve mãe? ? questionou preocupada.

    ? Nós mudamos você de escola ? disse Philip, seu pai, decidido. Cloue abriu a boca para falar, mas calou-se diante da expressão de "quieta" dele.

    ? Nós estávamos muito preocupados com você. ? os olhos tristes fitaram o joelho ralado. ? Você não está tendo uma vida escolar fácil, né? Podemos ver que não, não negue. Hoje foi o cúmulo filha, eu não aguento vê-la assim ? disse Emily com lágrimas nos olhos.

    ? Ligamos para a diretora, conversamos com ela. Ela disse que não poderia fazer nada por você, então pedimos que ela preparasse todos os papéis da sua transferência e já ligamos para outra escola, um pouco longe, mas tão boa quanto a sua atual. Eles aceitaram-na lá, já que você tem ótimas notas. A mensalidade é um pouco mais cara, mas não será um problema. Filha, só queremos o seu bem ? finalizou sorrindo suavemente, tentando mostrar a ela que tudo aquilo era apenas o instinto deles exigindo que fizessem algo.

    Cloue andou até os pais, abraçando-os enquanto chorava de alívio. Estava pensando em como conversaria com eles, como contaria que não queria mais estudar naquela escola, que não queria sequer ter que pisar lá novamente. Mas, como sempre, seus pais sabiam exatamente do que ela precisava e, com alívio, sentou no sofá, sorrindo boba.

    ? Podemos ser, às vezes, cruéis, impiedosos e injustos. Nunca imaginamos que um dia o veneno pode voltar-se contra nós³ ? disse Emily, ainda chorando.

    ? O que foi mãe? ? questionou Cloue.

    ? Desculpe filha, você está passando por tudo isso por minha culpa. Deus está castigando-me por tudo o que fiz aos outros quando era uma colegial. Eu era tão ingênua e infantil e maltratava alguns alunos por serem feios e eu tão bonita ? desabou, sendo abraçada carinhosamente por seu marido.

    ? Tudo bem querida. ? comentou ele rindo. ? Você já pagou pelo que fez, todos nós fazemos coisas ruins na vida. Não se culpe, veja, Cloue não está culpando-a ? Cloue abraçou a mãe, provando que não estava com raiva dela.

    ? Tudo isso vai passar mãe, eu sei que vai, então, relaxe. ? sussurrou para ela. ? Então pai, quando eu vou mudar de colégio? ? perguntou ansiosa.

    ? Vamos amanhã fazer a sua transferência, depois dependerá do colégio, mas creio que já estará estudando na semana que vem ? respondeu Philip.

    Assentindo, Cloue voltou para seu quarto, satisfeita. Não era uma solução, mas era um começo. Sabia que muitas outras pessoas passaram por o que ela passou e outros ainda passavam, mas dependia apenas deles a solução para o problema.

    Por hora, estava feliz. Pegou o celular e ligou para Elise, sua melhor amiga da internet, para contar-lhe as novidades.


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