É por amor.

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 2

    A amarga saudade.

    Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Olá pessoal do OA, trago para vocês o segundo capítulo desta fanfic!

    O tema musical é Spending My Time - Roxette.

    Link da música: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=eG0IYV6G0I0

    Boa leitura!

    Estirada em sua cama, olhava para o teto de madeira de seu quarto, perdida em seus pensamentos, quando escutou alguém bater na porta.

    Por um momento cogitou permanecer calada, fingindo não estar em casa. No entanto, a personalidade tão correta e gentil nunca lhe permitira isso e jamais o faria:

    ? Já estou indo! ? ela avisou, cansada.

    Custosamente sentou-se na beirada da cama e espreguiçou-se. Calçou o par de pantufas de coelhinhos azuis e seguiu até a porta. A pessoa do outro lado batia freneticamente. Ela então levou a mão à maçaneta:

    ? Pois não?! ? inquiriu inexpressiva ao abrir a porta. Os cabelos róseos, estavam desgrenhados, a enorme camiseta larga, desleixada, deixava um dos ombros descoberto.

    ? Bom dia para você também, senhorita Haruno! ? ironizou a velha rabugenta, fazendo cara feia.

    ? Oh... Desculpe-me! B-Bom dia senhora Takeda! ? saudou com a voz suave.

    ? Bem... ? ela pigarreou, mudando o tom de voz. Após a doçura daquele bom dia vindo da jovem a sua frente, ela falaria mais amigavelmente. ? Como síndica... Venho em nome dos teus vizinhos que vivem reclamando dos latidos do seu cachorro. Preciso que você faça alguma coisa em relação a isso, ou terei que fazer uma votação para o seu despejo! ? informou seca.

    ? Mas... Senhora Takeda, ele é apenas um cãozinho, quase não faz barulho e... ? foi interrompida enquanto explicava aflita.

    ? Apenas um cãozinho? ? indagou incrédula com o que ouvira. ? Ele é uma besta enorme que perturba os seus vizinhos durante todas as noites!

    ? Mas... ? ela foi interrompida outra vez.

    ? Sem mas... Dê um jeito nele ou será despejada e ponto final! ? ela advertiu autoritária. ? Você tem uma semana... Uma semana, ouviu? E depois não diga que eu não avisei. Humpf! ? ela bufou nervosa, dando de costas e seguindo a passos pesados pelo corredor.

    Sakura chocada, ainda em frente à porta fechou a mesma, se encostou na madeira lisa e deslizou-se até se sentar no chão, com o olhar distante.

    Desde a partida do único amigo que tivera, o cãozinho, que na época havia acabado de nascer e lhe fora dado por Sasuke, era sua única e fiel companhia.

    A jovem não conteve suas lágrimas, encolheu as pernas abraçando-as, abaixando a cabeça por entre os joelhos e pôs-se a chorar. O cão que passava pela porta da cozinha, avistou-a e seguiu até ela. Esfregou sua cabeça bagunçando ainda mais os cabelos da garota e logo a lambeu na lateral do rosto fazendo com que ela o olhasse:

    ? Ah, Hoshi... Eu te amo tanto! ? com os olhos cheios de lágrimas ela abraçou o cão que correspondeu envolvendo as duas patas dianteiras nas costas dela.

    Hoshi era o apelido de Hoshiko, um cão de grande porte da raça Akita, no entanto, o que tinha de grande, tinha de desajeitado, bagunceiro e carinhoso. Adorava dormir sentindo o cheiro das meias de Sakura... E o sabor de suas sandálias? Para ele não havia nada igual!

    Sakura cessou suas lágrimas ao ver o cão acompanhá-la em seu choro:

    ? Gomen ne... Eu o fiz chorar também! ? ela pediu desculpa secando suas lágrimas com suas mãos que estavam cobertas pelas mangas largas e compridas de sua desleixada blusa cinza.

    A garota então acariciou rapidamente o pescoço do cão, se levantou e seguiu outra vez até seu quarto.

    Era um cômodo simples, estava um pouco bagunçado, afinal era domingo de manhã, fora que Hoshi não dava trégua. Sakura ia na frente limpando e o cão atrás seguia bagunçado. De fato era muito complicado manter a ordem em casa.

    Em seu quarto havia sua cama de solteiro, que era extremamente baixa e sem cabeceira, mais ao lado um pequeno colchão largo e fofo jogado ao chão, era onde seu adorado cachorro dormia. Também a escrivaninha no canto esquerdo com o seu notebook ainda ligado sobre a mesma, perto da cômoda. A televisão ficava ao centro da parede, sobre uma pequena raque em frente a sua cama.

    Seu apartamento era simples, provido apenas de um quarto apertado com banheiro e uma pequena cozinha.

    Morava sozinha desde os seus dezesseis anos, idade com a qual conseguiu emancipar-se se livrando de uma vez por todas de sua tutora gananciosa, que torrara quase toda a fortuna que a jovem herdara de seus pais.

    Desde então, Sakura teve de levar uma vida simples, sem regalias, porém, ela não via isso como uma coisa ruim. Mesmo antes quando ainda possuía grande riqueza, não era esbanjadora, não ligava muito para bens materiais. Assim conseguira sobreviver apenas com o dinheiro que lhe fora deixado por seus pais e que ainda não havia sido gastado pela mulher quando ainda era menor de idade, no entanto, assim que conseguira um emprego parou de usar daquele dinheiro, o guardando para futuras necessidades.

    Amante dos livros, Sakura já havia devorado durante a infância e adolescência, centenas deles, o que viera a calhar quando saiu em busca de um emprego, pois fora numa biblioteca que, ainda aos dezesseis, começara a trabalhar pela primeira vez em sua vida, sendo este ainda, o mesmo lugar aonde trabalhava atualmente.

    Não apenas a leitura, ela também era apaixonada pela música. Autodidata no piano, mostrara seu talento desde os cinco anos de idade, aprimorando assim as suas habilidades natas com sua mãe que era uma dedicada professora de música, além de sozinha, desenvolver técnicas vocais exímias, dando-lhe um canto afinadíssimo de ?anjo?.

    Perfeccionista até na cozinha, sua culinária era refinada e diversificada. Confeitaria era um de seus passatempos prediletos.

    Talvez assim fosse por ela ser uma pessoa focada, empenhada em tudo o que fazia, ou como o pai costumava dizer, ao nascer ela havia sido banhada pelos Deuses em águas abençoadas.

    A vida sempre fora complicada para a menina de olhos verdes, de pele clara como a neve, magra, de baixa estatura e de cabelos compridos estranhamente róseos, no entanto, até hoje, tudo estava suportável... Até a velha síndica vir reclamar do cachorro ameaçando-a com um possível despejo.

    E agora?

    Jamais se desfaria de seu cão. Sendo assim, sua única opção seria mudar-se dali, porém, para onde?

    Quase não havia casas ou apartamentos desocupados na cidade. Raramente encontrava-se um anúncio imobiliário em frente de residências para se alugar.

    ? Ah! Não quero mais pensar nisso por hoje! ? ela desabafou para si mesma, entristecida.

    Seguiu até a cozinha e abriu a geladeira. Retirou uma caixinha de leite de morango e uma jarra de suco de laranja, foi até o armário e pegou dois potes cheios de bolachas de chocolate. Aproximou-se da mesa colocando tudo sobre ela de forma desajeitada. Sentou-se na cadeira como se, livrar-se da responsabilidade de sustentar seu próprio corpo em pé, fosse um alívio.

    Em absoluto silêncio, molhava uma bolacha de cada vez no leite cor-de-rosa e em seguida levava-as à boca, devorando-lhes com vontade.

    Molhar bolachas no leite era um vício incurável. Sasuke lhe chamara atenção algumas vezes no passado, entretanto, sempre acabava rindo e fazendo o mesmo que ela.

    De repente ouviu o telefone tocar, seus olhos se iluminaram de esperanças. Levantou-se rapidamente e seguiu até o aparelho:

    ? Alô! ? ela atendeu contente.

    ? Oi! Sakura?! ? perguntou a voz do outro lado da linha.

    ? Sim! Sou eu... Quem fala?

    ? Sou eu, Yamanaka Ino! Lembra-se de mim? Estudamos na mesma sala no colegial e... ? foi interrompida.

    ? Ah... Sim, sim! Lembro-me de você! ? confirmou simpática.

    ? Hum... Que bom! Bem, eu estou morando aqui na capital e... ? ela se calou, parecia estar prestando atenção em outra pessoa que falava perto dela. ? Um amigo meu é dono de uma escola de música aqui em Tokyo e bem... Como está muito difícil achar professores de piano, eu estava conversando com ele e me lembrei de você...

    ? Né... Ino-san, eu... ? foi interrompida.

    ? Olha Sakura, tipo, me lembro das aulas de música na escola. Você tocava muito bem, mas enfim, não sei se já está trabalhando em outra coisa, mas pense com carinho... Até porque, se for cursar o ensino superior, aqui na capital será muito bom... Então pense bem, ok? ? inquiriu amigável.

    ? Tudo bem, eu pensarei sim, Ino-san... ? foi interrompida outra vez.

    ? Pode me chamar apenas de Ino! Bom... Eu tenho que desligar, aguardo sua resposta, até mais!

    ? Obrigada e até! ? despediu-se também, desligando o aparelho.

    De certa forma, pelo menos uma pessoa havia se lembrado de que ela existia, no entanto, estava um tanto desapontada. Durante todos esses anos esteve esperando por ao menos uma ligação do Uchiha. De início suspeitara que aquela fosse, afinal, ninguém nunca ligava para ela, pois não havia quem ligar a não ser do trabalho que, em questão não seria afinal era domingo.

    Ainda era de manhã e já estava com a mente exausta de tanto pensar. Foi até o banheiro para tomar um banho um pouco mais frio, por conta da boa temperatura proporcionada pela primavera, naquele mês de março. O sol já estava alto lá fora, seria um belo dia para passear.

    Assim sendo, a rosada rapidamente se retirou debaixo d?água, se enxugou e vestiu uma camiseta cavada verde clara, com um top preto por baixo, uma calça larga azul-marinho de tecido leve e um par de sandálias rasteiras simples. Seguiu até frente ao espelho, penteando os cabelos úmidos e saiu de lá indo até a cômoda em seu quarto em busca de seu suave perfume e pronto! Nunca fora antenada na moda, não costumava usar maquiagem e sequer esmaltava as unhas.

    ? Hoshi! ? chamou docemente indo pegar sua bolsa. ? Venha cá, amigão! Vamos passear!

    Levou as mãos até a bolsa sobre a escrivaninha, pegou-a e seguiu até sua cama, apanhando um caderno posto sobre a mesma. Pegou-o e o enfiou na bolsa junto de um lápis e uma borracha.

    Era um caderno de rascunhos. Quando saia de casa para dar a volta no lado com Hoshi, gostava de levá-lo consigo para desenhar as coisas que via. Seu primeiro caderno lhe fora dado por Uchiha Sasuke, sendo ele mesmo a pessoa que lhe apresentara a essa arte.

    Antes, Sakura acreditava apenas na estética da arte escrita. As letras das palavras assim como as notas musicais, para ela apenas isso fazia sentido, apenas essa era a beleza suprema. No entanto, um dia Sasuke lhe mostrara essa arte que até então era inexplorada pela menina.

    De início, não se interessou muito por essa nova descoberta, porém, sempre que o avistava desenhando, sentia uma enorme vontade de tomar-lhe o lápis e continuar seus rabiscos. Então, com o tempo, ela demonstrara interesse, assim Sasuke, que desenhava extremamente bem, passou a lhe ensinar várias técnicas.

    Particularmente, ele adorava o fato de ser como um professor ensinando-lhe a delinear cada detalhe, dando forma às figuras, até o surgimento de uma imagem.

    A jovem então pegou a coleira e seguiu até o cão que não havia se aproximado dela:

    ? Hoshi! Vem aqui, a mamãe tem um presentinho pra você... ? ela contou amigável.

    O cão foi correndo até ela, quando chegou perto, a garota deu o bote. Rapidamente enfiou a coleira no pescoço do animal.

    ? Haha... Te peguei! ? ela riu, divertindo-se com aquela situação.

    Sempre era muito trabalhoso fazê-lo entrar na coleira. O bichinho odiava ser aprisionado mais do que tudo na vida.

    ? Ora, vamos! Não fique triste... ? ela pediu olhando para a carinha de tristeza do animal. ? Eu não tenho culpa se você é enorme e parece ameaçador para as pessoas! ? ela salientou sem jeito. ? Que tal um ?hot dog? no capricho, hein? Daquela barraquinha que você tanto ama? ? sugeriu alegremente.

    Os olhos do cachorro logo se encheram de luz. Desfez a cara de enterro e saiu na frente de sua dona.

    ? Calma aí! A barraquinha não vai fugir de lá! ? ela avisou sendo arrastada pelo cão enquanto tentava trancar a porta de seu apartamento.

    Caminharam tranquilamente até chegarem no lago. Havia muitas árvores ao redor, o gramado estava bem verde e fofo. A menina seguiu até a barraquinha, comprou o prometido para o amigo canino e um sorvete de chocolate para ela mesma.

    Aproximou-se de um banco se sentando no mesmo. Retirou o caderno da bolsa, pegou o lápis e folheou buscando por espaços em branco para desenhar, mas antes que achasse algum, viu uma folha destacada cair do meio do caderno. Era um desenho que sempre guardava ali. Ela observou a imagem, os traços inconfundíveis.

    Sim! Sasuke o havia feito antes de partir e lhe dado de presente. A imagem era a cópia da foto que haviam tirado juntos. Nela Sakura lia um livro tranquilamente, quando fora surpreendida por ele que a agarrara e grudara o seu rosto no dela, tirando a foto.

    Em um dia, ao revelar, ele esqueceu-se de tirar uma cópia para Sakura e acabara apagando a mesma da máquina, então quando soube que partiria, resolveu reproduzir a foto no papel e dar como presente de despedida a ela, ficando com a original para si.

    ? Sasuke-kun... ? ela murmurou enquanto deixava de fitar a imagem para observar o lago. ? Será que já se esqueceu de mim?! ? indagou-se entristecida. ? O que será que está fazendo neste momento? Espero que esteja bem!

    (...)

    No outro lado do mundo ainda era tarde da noite de sábado devido ao fuso-horário. A vida noturna naquela grande cidade, badalava as ruas iluminadas de Las Vegas. Cassinos, prostituição e bebidas, eram o que resumia os interesses de muitos ali.

    Em um dos numerosos prédios de luxo daquela enorme metrópole, dois jovens um pouco alterados por causa do álcool consumido na balada, se agarravam dentro do elevador, rumo ao apartamento na cobertura.

    ? Hãn... Hum... Calma Sasuke-kun, vá com calma... Ui! Acabamos de chegar da boate, ainda nem chegamos no seu quarto... ? ela comentava manhosa entre gemidos.

    ? Tsc... Karin, me poupe desse teatrinho de moça decente... ? foi interrompido pela porta do elevador sendo aberta. ? Chegamos! Venha...

    Ele pegou a mulher no colo, levando-a para dentro do quarto. Jogou-a com brutalidade sobre a cama:

    ? Ai Sasuke! Seja mais delicado... ? resmungou a ruiva, irritada.

    ? Cale a boca! ? ordenou impassível, despindo-se rapidamente. Ficando apenas com sua cueca boxer preta em frente à mulher.

    ? Hein?! ? ela inquiriu nervosa. ? Como assim calar a bo... ? ela foi silenciada pelo dedo indicador do rapaz que se aproximou, ficando por cima dela.

    ? De boca fechada você é... ? ele a analisou de baixo à cima. ? Comível! ? ele completou com um olhar malicioso e sarcástico ao mesmo tempo.

    ? Desgraçado! Você tem sorte de ser tão irresistível, senão... ? ela se calou embriagada pelo cheiro do rapaz.

    ? Senão o que? ? ele indagou com os lábios próximos aos dela, olhando-a com extrema malícia.

    ? Esquece, nem me lembro mais o que estava falando... ? ela confessou desnorteada e enlouquecida pela presença do moreno. ? Me possua, seu GOSTOSO! ? ela gritou desesperada.

    ? Espera... Diga mais! ? ele exigiu com a voz roucamente sensual ao pé do ouvido dela.

    ? Filho da puta! Me fode logo caralho... Prometo que depois eu inflo esse seu ego imenso! ? ela pediu não suportando mais o seu desejo.

    ? Vadia! ? ele a xingou nervoso. ? Não te quero mais... ? levantou-se e vestiu a calça.

    ? Hãaan?! ? ela o olhou com um misto de fúria e indignação. ? Por quê? Só porque não fiquei te elogiando?

    O rapaz olhou-a dos pés à cabeça novamente e disse:

    ? Bom! Não apenas por isso, mas enfim, perdi o tesão... ? foi interrompido após ser surpreendido pela mulher que se levantara rapidamente da cama e grudara em suas pernas.

    ? Gostoso, gato, lindo, Deus grego, delícia... ? ela começou a bajulá-lo, escalando-o pelas pernas, o olhando com cara de safada.

    ? Uau! Pensando bem, acho que podemos continuar de onde paramos... ? ele decidiu pegando-a pelos pulsos e jogando-a sobre a cama outra vez.

    ? Yes! Consegui... ? ela comemorou em pensamento.

    O rapaz tomado novamente pela excitação arrancou-lhe as roupas sem pudor, deixando-a completamente desnuda e em seguida deitou-se sobre ela.

    A noite seguiu-se agitada na luxuosa cobertura daquele prédio e em meio à vida noturna daquela grande e movimentada cidade...


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