Escute Seu Coração

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    10
    Capítulos:

    Capítulo 15

    Capítulo XV

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    ESCUTE SEU CORAÇÃO

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Capítulo XV

    Uma semana depois.

    (Shiryu, ao telefone) Isso mesmo, Seiya, estamos em Tóquio, nos hospedamos na casa de Saori. Pensei em marcarmos uma reunião. O que acha?

    (Seiya) Eu acho uma maravilha!

    (Shiryu) Pronto. Eu tenho uma consulta agora, mas estarei na mansão à tarde. Me encontre lá para combinarmos alguma coisa.

    (Seiya) Ok. Não vai chamar Ikki e Shun?

    (Shiryu)Você é o único que não faz nada, tenho que combinar as coisas com você. Falarei com eles depois.

    (Seiya) Humpf... até você dizendo que eu não faço nada.

    (Shiryu) Não faz mesmo! Até mais tarde!

    Pouco depois, na sala de espera do melhor oftalmologista de Tóquio.

    Nervoso, Shiryu esfrega as mãos.

    (Shunrei) Não fique assim tão tenso. Estamos aqui só para ter uma opinião.

    (Recepcionista) Sr. Suiyama, pode entrar.

    (Shiryu) Obrigado.

    Shiryu e Shunrei entram no consultório. O médico examina Shiryu com o auxílio de diversos aparelhos. Quase uma hora depois...

    (Médico) Bom, senhor Suiyama, o dano ocular que você tem é muito grave. O senhor relatou que já sofreu problemas nos olhos diversas vezes e que agora vem perdendo a visão gradativamente.

    Enquanto ele fala, Shiryu assente com a cabeça.

    (Médico) Não há como recuperar o que já se perdeu.

    (Shiryu, resignado) Eu já imaginava...

    (Médico) Mas podemos deter o processo. Você ficará enxergando como está agora e um simples par de óculos lhe deixará com a visão próxima da de uma pessoa normal.

    (Shunrei, sorrindo) Isso é ótimo! E o que temos que fazer?

    (Médico) O senhor Suiyama terá de passar por uma cirurgia.

    (Shunrei, decidida) Pode marcar a cirurgia, doutor.

    (Shiryu) Mas já?

    (Shunrei) Claro! Assim você terá tempo para se recuperar e quando o bebê nascer já estará tudo bem, não é, doutor?

    (Médico) Sim. Duas ou três semanas depois da cirurgia, o senhor já poderá usar os óculos. E parabéns pelo bebê!

    (Shunrei) Obrigada! Assim está ótimo! Pode marcar a cirurgia!

    (Médico, folheando a agenda) Tenho uma data livre em uma semana. É tempo suficiente para fazermos mais alguns exames.

    (Shunrei) Está bom, Shiryu?

    (Shiryu) Está sim. Podemos ficar aqui em Tóquio.

    (Shunrei, feliz) Então, nos veremos em uma semana, doutor.

    O médico responde com um aceno. Shiryu e Shunrei saem do consultório. Ela o abraça com empolgação.

    (Shunrei) Eu disse que não ia desistir. Eu disse!

    (Shiryu) É, disse.

    (Shunrei) Vai dar tudo certo!

    (Shiryu) Estou começando a acreditar que sim!

    Shunrei responde com um sorriso maroto.

    (Shunrei) Agora vamos almoçar, porque o nosso fofuchinho está reclamando aqui dentro.

    (Shiryu, rindo) Então vamos! Não podemos deixar nosso filho com fome!

    O casal almoça num shopping.

    (Shiryu) Vamos passar mais tempo aqui do que esperávamos.

    (Shunrei) Mas é por uma excelente causa. E tenho certeza de que Saori não vai se incomodar.

    (Shiryu) Ah, não. Ela vai gostar muito. Hoje cedo, quando chegamos à mansão, achei Saori um tanto triste. Acho que ela tem se sentido sozinha.

    (Shunrei) Deve ser muito ruim morar sozinha naquela casa.

    (Shiryu) É. E além disso, agora cada um de nós está cuidando de sua própria vida. Não temos dado muita atenção a ela.

    (Shunrei) E o namorado dela ainda mora longe, coitada. Será que ela não gostaria de passar uns dias em Rozan conosco?

    (Shiryu) Não sei. Podemos convidá-la.

    (Shunrei) Então vamos convidá-la! Vai ser bom pra ela.

    (Shiryu) Vai sim.

    (Shunrei) Aham! Shi, o fofo está completando quatro semanas por esses dias.

    (Shiryu) É verdade. O médico disse que aconteceu nas primeiras noites, talvez até mesmo na primeira.

    (Shunrei) Eu sabia! Intuição de mãe. O médico também disse que agora ele é do tamanho de um grãozinho de arroz.

    (Shiryu, rindo) O nosso grãozinho! Engraçado como os enjôos diminuiram, não acha?

    (Shunrei) Pois é, achei que iam aumentar.

    (Shiryu) Acho que ele queria avisar: "Olha, gente! Estou aqui!"

    (Shunrei, rindo) Agora que já sabemos, ele se acalmou.

    Depois do almoço, Shiryu e Shunrei vão a uma loja comprar o primeiro presente do bebê. Só então retornam à mansão Kido. Ao chegarem lá, encontram Saori ao telefone. Os dois iam passar direto por ela para que falasse em paz, mas ela faz sinal para ficassem.

    (Saori, ao telefone) Ainda não conseguimos encontrar nenhum registro dessa criança, Saga. Mas não se preocupe, estamos tentando.

    (Saga, do outro lado da linha) É muito importante, senhorita Kido. Qualquer registro que possa me ajudar a começar essa busca será de grande valor.

    (Saori) Encontraremos alguma coisa, pode ter certeza.

    (Saga) Obrigado.

    Saori desliga o telefone e fala com Shiryu e Shunrei.

    (Saori) Ah, já voltaram! Como foi a consulta?

    (Shunrei) Muito boa!

    (Shiryu) Terei que fazer mais uma cirurgia, mas ao que parece, tudo ficará bem.

    (Saori) Que notícia ótima! Vamos, sentem-se! Quero saber as novidades. Quando chegaram eu mal os vi, tamanha a pressa que tinham!

    (Shunrei) Mil perdões. Não queríamos nos atrasar para a consulta.

    (Saori, rindo) Tudo bem. Agora contem a novidade que eu já sei...

    (Shunrei e Shiryu) Já?

    (Saori) Sim! Um certo avô babão andou me contando.

    (Shunrei e Shiryu) Aaaaaaaah, sim. Estamos grávidos!

    (Shunrei) Ele está tão feliz quanto nós com a chegada do pequeno.

    (Saori) A chegada de um bebê é sempre uma alegria quando o casal se ama como vocês.

    (Shunrei) Verdade.

    (Saori) Estou bastante feliz por vocês!

    (Shiryu) Obrigado. E você, o que nos conta de novidade?

    (Saori, suspirando) Nenhuma, infelizmente. Mas me diga, Shiryu, pensou no que conversamos há alguns meses?

    (Shiryu) Pensei. Ou melhor, pensamos. Eu e Shunrei. Agora tudo tem que ser decidido por nós dois.

    (Saori, apreensiva) E o que decidiram?

    (Shiryu) Decidimos que será muito bom ajudá-la a cuidar da Fundação.

    (Saori, muito feliz) Ah, vocês não sabem quanto isso me deixa feliz e aliviada!

    (Shiryu) Podemos imaginar! Bom, vamos aproveitar esses dias antes da cirurgia para procurar uma casa, já que teremos que morar aqui.

    (Shunrei) Mas os finais de semana serão em Rozan. E, aproveitando, queremos convidá-la a passar alguns dias conosco quando voltarmos para lá.

    (Saori, comovida) Ah, acho que vou aceitar. Vai ser bom respirar aquele ar maravilhoso. (ela abraça os dois) Estou realmente feliz por vocês terem decidido vir para cá. Acho que o Seiya também vai adorar ter vocês por perto. Erh... Shun e Ikki também, claro.

    (Shiryu, olhando para Shunrei) Claro, claro. Por falar em Seiya, convidei-o para a vir até aqui, algum problema?

    (Saori) Não, nenhum.

    (Shiryu) Quero combinar com ele a programação para esses dias que passaremos aqui.

    (Saori) Todos poderiam vir jantar aqui em casa hoje!

    (Shiryu) Pode ser, mas temos que combinar também com Ikki e Shun.

    (Saori) Claro!

    Pouco depois, Seiya chega à mansão. Tatsumi abre a porta e o anuncia. Seiya e Shiryu se abraçam. Depois, Pégaso acena para Shunrei e cumprimenta Saori formalmente. Ambos demonstram claramente o quanto se assustaram com as sensações que experimentaram no abraço de outro dia e por isso preferem evitá-las. Seiya se senta no sofá.

    (Seiya) E aí, Shiryu? Como é que foi a lua-de-mel? A viagem foi boa? Soube que tinha iate! Tá podendo, hein?

    (Shiryu) Uma pergunta de cada vez, Seiya!

    (Seiya) Eu pergunto tudo de uma vez e você responde de uma em uma!

    (Shiryu, rindo) Ok. A lua-de-mel foi ótima, as ilhas gregas são maravilhosas, a comida de lá é simplesmente divina e...

    (Seiya, interrompendo) Ilhas? Comida? Sei... Até parece que você prestou atenção em alguma ilha.

    (Saori) Seiya, não seja indiscreto.

    (Seiya) Ô, desculpa, aí, Saori. (sussurrando) Depois a gente fala sobre isso, né? (em tom normal) Mas então, o que vamos fazer nesses dias que vocês vão passar aqui?

    (Shiryu) Terei praticamente todas as manhãs ocupadas com os exames.

    (Seiya) Exames?

    (Shiryu) Sim. Farei outra cirurgia nos olhos.

    (Seiya) Para quê?

    (Shiryu) Estou perdendo a visão gradativamente, mas o médico disse que é possível estabilizar essa perda.

    (Seiya) Ah, beleza... Relaxa, vai dar tudo certo, não tenho nenhuma dúvida!

    (Shunrei) Eu também não, Seiya!

    (Seiya) Isso aí! Tem que ser otimista!

    (Shunrei) Todos os dias eu tenho que lembrar Shiryu dessa palavrinha.

    (Seiya) É uma maravilha ser otimista! Ter pensamentos pessimistas é antecipar as sensações ruins. Não lembro onde li isso, mas é verdade! Eu só penso em coisa boa! Mas já que você não pode de manhã, vamos fazer as paradas de noite.

    (Shiryu) Tudo bem, desde que não seja muito tarde.

    (Seiya) Aff... marcamos cedo. Vamos ligar para o Ikki? A essa hora ele está na academia, arrebentando os moleques.

    Academia.

    Ikki imobiliza facilmente um dos lutadores da equipe que treina com ele. Um empregado se aproxima do tatame e diz a Ikki que Seiya está ao telefone.

    (Ikki, imobilizando o sujeito) Putz. O baixinho só telefona nas piores horas. (soltando o sujeito) Segura a onda que eu volto já pra arrebentar você mais um pouco.

    (Ikki, ao telefone) Fala, Seiya. Acabou de estragar meu treinamento.

    (Seiya) Deixa de ser chato! Olha quem está aqui!

    (Ikki) Isso é um telefone, idiota. Como eu vou ver quem está aí?

    (Seiya) Dããããã! Eu vou passar o telefone pra ele!

    (Ikki) É o Shiryu, né?

    (Seiya) Como adivinhou?

    (Ikki) O pato gelado acabou de ir para os EUA, Shun está na escola, o imbecil do Seiya está falando comigo. Só pode ser o Shiryu. Passa logo pra ele.

    (Seiya, passando o telefone para Shiryu) Assim não tem graça!

    (Shiryu) Olá, Ikki!

    (Ikki) E aí, cara! Tudo bem?

    (Shiryu) Tudo ótimo e com você?

    (Ikki) Estou legal.

    (Shiryu) Seiya e eu estamos querendo marcar alguma coisa pra hoje. Que tal?

    (Ikki) Beleza. Por que não vão jantar lá em casa? Se for pra sair o Shun não vai querer. Você sabe, ele é CDF, não sai dia de semana. Mas se for em casa, ele não tem como escapar.

    (Shiryu) Será que não vamos atrapalhá-lo?

    (Ikki) Nada. Quase toda noite aquela namorada dele vai "dar uns pegas" nele. Ele já sabe como é, então estuda antes da maluca chegar. Sorte que o moleque é inteligente, precisa estudar pouco. Se fosse o Seiya...

    (Shiryu, rindo) Eu vou contar isso pra ele.

    (Ikki) Conta. Ele já está acostumado. Hehe! Mas então, vão jantar lá em casa hoje à noite, né?

    (Shiryu) Será que não vamos dar trabalho demais a Pandora?

    (Ikki, irônico) Não, não. Agora temos uma empregada.

    (Shiryu) Hum... por que esse tom irônico ao falar da moça?

    (Ikki, rindo) Depois explico.

    (Shiryu) Não quero nem imaginar do que se trata. Entamos combinados, até mais tarde!

    (Ikki) Até. Levem a Saori. Ela fica aí enfiada nessa mansão, pensando no estúpido do namorado dela. Vai ser bom sair um pouco.

    (Shiryu) Acha mesmo que é assim?

    (Ikki)Você sabe que não. Ela pensa é no outro estúpido: o Seiya.

    (Shiryu, disfarçando) Claro. Bom, nos veremos mais tarde.

    (Ikki) Ok.

    Shiryu desliga o telefone.

    (Shiryu, para Shunrei, Seiya e Saori) Jantaremos na casa de Ikki e Shun hoje. Nós todos, você também Saori.

    (Saori) Ah, que bom! Finalmente conhecerei a casa nova deles.

    (Seiya) Então vou pra casa falar paras as moças se arrumarem. Nos vemos no apê dos manos! Tchau, Saori.

    (Saori) Até mais tarde, Seiya.

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Los Angeles.

    Intervalo das aulas no curso de Hyoga. Ele e Rumiko estão na biblioteca.

    (Rumiko) O que acha de Shakespeare?

    (Hyoga) Nunca li, não acho nada.

    (Rumiko) Nunca leu nada dele? Nunca viu nenhum filme de Romeu e Julieta? Nunca viu Hamlet?

    (Hyoga) Não.

    (Rumiko) Inacreditável!

    (Hyoga) Onde eu morava não tinha nem televisão. Além disso, eu não tinha muito tempo para filmes. Acho que vou escolher algum clássico grego para o trabalho.

    (Rumiko) Grego? Daqueles antigões?

    (Hyoga) É.

    (Rumiko) Você é bem excêntrico. É russo, fala japonês, gosta de clássicos gregos. Só falta dizer que fala grego!

    (Hyoga) Eu falo!

    (Rumiko) Nooossaaaaa! Onde aprendeu?

    (Hyoga) Aprendi com meu mestre. Ele também me ensinou um pouco de francês.

    (Rumiko) Uau! Mas mestre de quê?

    (Hyoga) Digamos que de artes marciais.

    (Rumiko) Hum... Sabe, eu tenho vontade de conhecer a Grécia. Você já esteve lá?

    (Hyoga) Sim, mas não pude conhecer muita coisa. Digamos que estive lá a trabalho.

    (Rumiko) Uau! Mas você é só um adolescente. Como pode ter aprendido tantas coisas em tão pouco tempo?

    (Hyoga)Você nem imagina o que mais eu aprendi nessa vida. Bom, vou pegar alguns clássicos para examinar. Você vai levar Shakespeare mesmo?

    (Rumiko) Eu vou! Romeu e Julieta! Quer me ajudar fazendo o Romeu?

    (Hyoga) Pode ser.

    (Rumiko) Ah, excelente! Erh... Hyoga... você vai fazer alguma coisa hoje à noite?

    (Hyoga) Vou, sim.

    (Rumiko) Que pena! Ia convidá-lo para um show que vai ter aqui perto.

    (Hyoga) Fica para uma próxima oportunidade.

    (Rumiko) Está bem. Agora temos que voltar para a aula!

    (Hyoga) Sim, já estamos atrasados!

    (Rumiko) Aham!

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Tóquio.

    Ikki acaba de chegar em casa.

    (Ikki) E aí, Pani, cadê a Pand?

    (Pani) A senhora ainda não voltou das compras.

    (Ikki) Está torrando meu dinheiro... Ô, Pani, arruma a mesa bem bonita que a galera vem jantar aqui. Dez pessoas, contando conosco.

    (Pani, nervosa) O que eu devo fazer pro jantar?

    (Ikki) Nada não. Encomendei num restaurante. Só arruma direito. Quando a Pand chegar, avisa que estou no quarto.

    (Pani) Sim, senhor.

    (Ikki) Erh, Pani, está gostando do trabalho?

    (Pani) Sim, senhor! Estou muito feliz aqui.

    (Ikki) Ótimo. Era isso que eu queria. Já decidiu se vai estudar?

    (Pani) Ainda não, senhor.

    (Ikki) Acho bom decidir logo. Vai querer ser doméstica a vida toda?

    Ikki se afasta sem ouvir a resposta de Pani.

    (Pani, sorrindo) Trabalhar aqui já é muito mais do que eu poderia esperar.

    Continua...


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