Escute Seu Coração

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    10
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Capítulo XIV

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    ESCUTE SEU CORAÇÃO

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Capítulo XIV

    No aeroporto, Saga havia se informado sobre os hotéis-fazenda nas proximidades de Tóquio e escolhido um que julgara o melhor. Agora, dirigia para lá. Ou pelo menos tentava...

    (Agatha, sorrindo) Confesse que estamos perdidos.

    (Saga) Imagine! Não estamos!

    (Agatha) Claro que estamos! Já passamos por essa rua umas quatro vezes.

    (Saga) Ok. Estamos um pouco perdidos...

    (Agatha) Por que não esquecemos essa história de hotel-fazenda e ficamos em um hotel qualquer aqui mesmo na cidade?

    (Saga) Não vai ter o mesmo efeito, mas levando em conta o fato de eu ter pouco tempo, aceito a sugestão.

    Saga retorna para a cidade e eles se hospedam num hotel de luxo. Agatha se pergunta se o grego teria dinheiro para a suíte presidencial que escolhera, mas fica em silêncio. Saga abre a porta do quarto para ela.

    (Saga) Este vai ser nosso mundinho até segunda-feira. (pensando) Estou gastando mundos e fundos, mas tenho certeza de que vai valer a pena.

    (Agatha) Um mundinho bem VIP, diga-se de passagem.

    (Saga, fechando a porta) VIP como você merece, senhora Ross. (abraçando-a) Eu estava ansioso por esse momento.

    (Agatha, sussurrando) Eu também. Nem devia confessar isso, mas nunca pensei que um homem pudesse mexer tanto comigo.

    (Saga, beijando a nuca dela) Eu não sou como os outros.

    (Agatha, abrindo a camisa dele) Estou vendo que não.

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Rozan.

    Eiri e Shunrei estão na cozinha aprontando o jantar e fofocando. Mu e Shiryu conversam na sala, sob o olhar atento de Kiki.

    (Mu) E então, por que ficou tão tenso quando perguntou sobre o bebê?

    (Shiryu) Ah, Mu, eu ouvi uma história terrível sobre uma certa gravidez. Acho que estou meio paranóico.

    (Mu, rindo) Não fique assim. Você tem que curtir a espera pelo seu filho. A filha da Eiri nem é minha, mas estou esperando-a como se fosse e tem sido intenso! Não desperdice isso pensando bobagens. O bebê está ótimo.

    (Shiryu, hesitante) Se você diz...

    (Mu) É, digo. Não tem com que se preocupar. Mas vocês foram rápidos, não?

    (Shiryu, corando) É. Achamos que aconteceu já na primeira noite.

    (Mu) É o que parece. Sabe, estou me interessando por gravidez, parto, bebês. Quando fui ao médico com Eiri, fiquei fascinado por tudo isso.

    (Shiryu) Será que temos aqui um futuro obstetra? Dohko me falou que os outros dourados já estão começando a faculdade.

    (Mu) Estão sim, mas Eiri não quer sair daqui agora. Então, nada de faculdade no momento, no futuro, talvez!

    (Shiryu) Você seria o melhor médico do mundo, saberia como o bebê está só de olhar para a barriga.

    (Mu) É verdade.

    (Shiryu, muito corado) Mu, eu queria perguntar uma coisa pra você... (olhando para Kiki) Kiki, será que você pode ver se o jantar vai demorar muito?

    (Kiki) Claro, Shiryu!

    (Shiryu) Agora sim. Acho que você já deve ter perguntado isso ao médico da Eiri. Será que fazer... fazer... fazer você-sabe-o-quê prejudica o bebê?

    (Mu, rindo) Definitivamente, não. Não se preocupe com isso. O bebê nem vai saber.

    (Shiryu, ainda corado) Bom... Muito bom...

    (Mu, rindo) Depois de provar é difícil ficar sem, não é?

    (Shiryu, vermelhíssimo) É...

    Enquanto isso, na cozinha...

    (Eiri) Então, como é fazer amor num iate de luxo?

    (Shunrei, coradíssima, pensando se deveria comentar esse tipo de detalhe com Eiri) Essa é uma coisa muito íntima...

    (Eiri) Ah, conta! Eu não vou contar pra ninguém. Nem conheço ninguém. E se conhecesse, não sei falar chinês.

    (Shunrei, rindo, muito envergonhada) É maravilhoso! Nós fizemos no iate e em todos os lugares possíveis... ai, que vergonha!

    (Eiri) Uau! Eu e Mu também estamos numa espécie de lua-de-mel. É estranho, pois nos conhecemos há menos de um mês e eu estou grávida de outro, mas mesmo assim tem sido tudo muito bom. Mu é maravilhoso em todos os aspectos.

    (Kiki, entrando na cozinha) O Shiryu mandou perguntar se o jantar vai demorar!

    (Eiri) Não, não. Já vou servir. (falando mais alto) Meninos, o jantar está na mesa, queiram vir se sentar, por favor!

    Os dois casais e Kiki sentam-se à mesa. A comida de Eiri não é lá uma maravilha, mas todos estão tão felizes que esse detalhe não é importante. Depois da refeição, Shiryu e Shunrei finalmente vão para casa. Mu teletransporta as malas para lá.

    (Shunrei, jogando-se no sofá) Estou muito, muito cansada.

    (Shiryu, sentando-se ao lado dela e abraçando-a) Eu também.

    (Shunrei, apoiando a cabeça no peito dele) Foi tudo lindo na lua-de-mel, mas é tão bom estar em casa, não é?

    (Shiryu) Ah, sim. Não existe nenhum lugar como a nossa casa.

    (Shunrei) Que tal um banho?

    (Shunrei) Acho que isso é tudo que eu quero.

    Shiryu e Shunrei tomam banho juntos. Depois, ainda molhados, eles vão para o quarto terminar o que tinham começado debaixo do chuveiro...

    (Shiryu) Vai ser nossa primeira vez na nossa cama.

    (Shunrei, sorrindo) É. Agora já não fico mais envergonhada.

    (Shiryu) Perguntei a Mu se isso poderia machucar o bebê.

    (Shunrei) Claro que não, amor. Ele fica muito protegido aqui dentro!

    (Shiryu) É, mas sei lá, achei melhor tirar a dúvida.

    (Shunrei) Agora que já sabe que não isso não o machuca, vem cá.

    (Shiryu, beijando-a) Claro...

    Depois de fazerem amor, o casalzinho permanece abraçado.

    (Shiryu) Shu, eu estava pensando em irmos a Tóquio na próxima semana. Preciso conversar com Saori. (com a mão sobre o ventre dela) E também serviria para contarmos a novidade. O que acha?

    (Shunrei) Para mim está ótimo!

    (Shiryu) Então fica combinado assim.

    (Shunrei) Vamos aproveitar e marcar uma consulta com um oftalmologista.

    (Shiryu, resignado) Não vai adiantar...

    (Shunrei) Já conversamos sobre isso e já está decidido: você vai. Não aceito um não. Faça isso por seu filho.

    (Shiryu) Está bem. Por falar em médico, é bom descer amanhã para começar o pré-natal.

    (Shunrei) Aham. Estou ansiosa por isso! Quero saber tudinho sobre a gravidez! Reparou que eu não estou enjoando com freqüência? Eu tenho enjôos, mas achei que teria mais.

    (Shiryu) É verdade. Será que isso é normal?

    (Shunrei) Deve ser! De qualquer forma, amanhã saberemos! Agora vamos dormir?

    (Shiryu) Sim. Estou morto, florzinha.

    Ainda abraçados, eles adormecem.

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Tóquio.

    Domingo à noite.

    Casa de Agatha.

    (Angélica, sentada no sofá, com cara de cansada ) O que será que a chefinha está fazendo agora?

    (Celina, sentada no chão, pintando as unhas de vermelho) Sexo, obviamente! O que mais ela vai fazer trancafiada num hotel com aquele maluco grego? Conversar? Eu não conversaria.

    (Angélica) Você não é nem um pouco romântica.

    (Celina) Romantismo é para as bobas!

    (Violet, deitada no tapete) Deixa estar. Quando você se apaixonar, vai ficar boba também.

    (Celina) Eu não vou me apaixonar.

    (Violet) Angie, já decidiu o que vai mandar para o Shura?

    (Angélica) Nããããããooooo! Que dúvidaaaa! Não deu tempo de saber o que ele gosta! E você?

    (Violet) Eu também não sei! Lily, vem cá ajudar!

    (Lily, sentada numa poltrona, lendo) Eu? Não sei nada sobre essas coisas, mana.

    (Violet) Ajuda assim mesmo!

    (Angélica) Chama a June! Ela sabe tudo de homem!

    (Rose, sentada na varanda, fazendo a sobrancelha) Sabe nada! O namorado dela gosta de pelúcia da Hello Kitty...

    (June, vindo da cozinha) O que tem o Shun?

    (Rose) Só estou dizendo que ele devia sair do armário, June.

    (June, partindo pra cima de Rose) Repete, sua perua pink!

    (Rose) Seu namoradinho tem a maior cara de gay, tá bom?

    (June, dando uma chave de braço nela) Ele é muito mais homem que os idiotas que saem com você!

    (Rose, sufocando) Não parece...

    (Violet) Parou, galera! Solta ela, June!

    (June) Só quando ela retirar o que disse.

    (Lily, nervosa) Ela não vai fazer isso! Eu conheço a Rose. Solta ela, June!

    (Celina, puxando June) Deixa ela, loira! Não vale a pena!

    (June, soltando o pescoço de Rose) Se falar de novo do meu namorado, eu mato você.

    (Rose, esfregando o pescoço) Devia ter procurado um namorado menos fresco.

    June ameaça avançar de novo, mas Angélica e Celina seguram-na.

    (Lily) Quando Agatha chegar eu vou contar tudo.

    (Rose) Cala a boca, magricela! Vai contar coisa nenhuma! Eu arrebento você se abrir o bico!

    (Violet) Não vai encostar um dedo nela!

    (Celina) Isso aí! Vai ter que passar por cima da gente pra encostar nela.

    (Angélica) Ô, vocês têm certeza de que não são latinas? Vai ter sangue quente assim lá embaixo da linha do Equador!

    E as meninas passam o resto do dia emburradas...

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    No hotel onde Saga e Agatha estão hospedados, um jantar especial é servido no quarto. Os pratos mais caros do menu, o melhor vinho, tudo à luz de velas. Saga estava de terno e gravata, barba bem feita, cabelos penteados. Agatha vestia um vestido amarelo, com um decote generosíssimo nas costas. Quando já estavam degustando a sobremesa...

    (Agatha) Acho que vou ligar para minhas meninas.

    (Saga) Elas estão bem, Agatha. Não se preocupe.

    (Agatha) Você não sabe como elas são.

    (Saga, com cara de menino abandonado) Não liga, por favor...

    (Agatha) Pedindo assim com jeitinho, eu deixo pra lá.

    (Saga) Ótimo. (retirando do bolso uma caixinha com alianças) Então, senhora Ross, gostaria de se tornar a senhora Livieratos?

    (Agatha, perplexa) Casar?

    (Saga) Isso mesmo. Quer se casar comigo?

    (Agatha) Eu não sei! Tudo está indo rápido demais! E depois, não depende só de mim.

    (Saga) Claro que depende!

    (Agatha) Onde iríamos morar?

    (Saga, enfático) Iremos morar na minha casa em Atenas.

    (Agatha) Grécia? Nunca pensei em morar lá.

    (Saga) Comece a pensar, então. Será sua nova casa.

    (Agatha) Pare de falar como se eu já tivesse aceitado. Eu não quero me irritar com você, Saga.

    (Saga) Mas eu sei que você vai aceitar.

    (Agatha) Eu não posso. As meninas...

    (Saga, interrompendo-a) As meninas? Agatha, pelo que sei vocês vivem mudando de um lugar para o outro. Além disso, tenho certeza de que se você falar em Atenas elas vão aceitar no mesmo minuto. Você bem sabe que elas estão de chamego com os dourados.

    (Agatha) Eu não gosto de coisas decididas assim, sem pensar.

    (Saga) Ok. Não precisa aceitar agora. Pode me dar a resposta amanhã.

    (Agatha) Certo. Agora vamos terminar a sobremesa ali na cama?

    (Saga, sorrindo sedutoramente) Vamos.

    Mesmo depois de fazerem amor, Agatha ainda está meio irritada com a proposta de casamento repentina.

    (Saga, deitado na cama, Agatha deitada em seu peito) Não vai me contar o verdadeiro motivo de não aceitar meu pedido?

    (Agatha) Verdadeiro motivo? Do que está falando? Não tem um "verdadeiro motivo".

    (Saga) Eu sou maluco, mas não sou bobo. Você está apaixonada por mim, já me deu provas mais do que suficientes. Uma mulher como você não se deixaria "seqüestrar" por um homem de quem não gostasse. Se está aqui, é porque me ama. Sei que há algo que não lhe deixa aceitar meu pedido. O que é?

    (Agatha, virando-se para o lado para esconder que chorava) Não há nada.

    (Saga) Pode me contar. Eu sei que há um segredo, vejo a tristeza nos seus olhos. E eu quero acabar com essa tristeza.

    (Agatha) Ninguém pode acabar com ela.

    (Saga) Então, realmente há algo.

    (Agatha, virando-se para ele) Eu tive uma filha.

    (Saga) Hum... e onde ela está?

    (Agatha, chorando) Foi levada pelo pai quando completou um ano. Isso foi há mais de treze anos... Eu fiquei sabendo que ele a tinha levado para a África, não se sabe exatamente qual país, Quênia talvez. Depois tive notícias de que ele tinha ido para o Marrocos e, mais tarde, para a China. Há pouco tempo, descobri que ele tinha vindo com ela para o Japão. Quando procurei por notícias dele, descobri que tinha sofrido um acidente junto com a minha pequena. Disseram-me que morreram ambos. Mas não há registro dos óbitos. Eu preciso achar o túmulo dela! Eu quero ter um lugar para chorar! Agora entende por que não posso ir para Atenas?

    (Saga) Acha que quando ele a levou, continuou usando o mesmo nome que você deu a ela? Se eu fosse ele, não usaria.

    (Agatha) Eu já pensei nisso... mas eu preciso tentar.

    (Saga) Essa é uma história muito confusa. Além disso, não quero desencorajá-la, mas me parece uma busca vã, Agatha.

    (Agatha) Eu sei! Mas eu preciso de uma razão para continuar vivendo!

    (Saga) Por que não vive por si mesma? Pela sua própria felicidade?

    (Agatha) É uma postura muito egoísta, não?

    (Saga) Não. Que razão tem em buscar um túmulo?

    (Agatha) É a minha filha! É a minha Michelle!

    (Saga) Não é.É o túmulo dela. Então, não vai se casar comigo por causa de um túmulo?

    (Agatha, resoluta) É.

    (Saga) Muito bem, e se eu achar o túmulo da sua filha?

    (Agatha) Como?

    (Saga) Se eu achar, você se casa comigo?

    (Agatha) Não... eu quero ficar perto dela.

    (Saga) Eu descubro onde a sua filha está enterrada, nós nos casamos e levamos os restos mortais para sepultar em Atenas, certo?

    (Agatha, hesitante) Você não vai conseguir.

    (Saga) Eu vou. Sabe, houve uma época em que eu desejei ser o dono do mundo e eu quase consegui.

    (Agatha) Não entendi.

    (Saga) É uma longa história... fica para o nosso próximo encontro. Agora durma. Amanhã tenho de devolver você para o mundo real

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Dia seguinte, bem cedo.

    Saga deixa Agatha em casa. As meninas, que tinham perdido o campeonato, recebem os dois ansiosas para saber as novidades e para mandarem os presentes de seus namorados dourados. No final das contas, Celina também decide mandar algo para Máscara da Morte. Saga pega os pacotes com os presentes e se despede de Agatha com um beijo cinematográfico, sob os olhares das meninas.

    (Saga) Eu amo você, Agatha. E vou cumprir minha promessa, você vai ver.

    (Agatha, com os olhos marejados) Eu espero que sim.

    Saga vai embora. As meninas puxam Agatha para o quarto e...

    (Todas juntas) Conta tudo!

    Continua...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!