Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
ESCUTE SEU CORAÇÃO
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
Capítulo XI
Atenas. Condomínio Olympus.
Shiryu acorda bem cedo, desce as escadas e encontra Arvanitakis já preparando o café.
(Shiryu) Bom dia.
(Arvanitakis) Bom dia, senhor.
(Shiryu) O mestre já acordou?
(Arvanitakis) Sim. Está lá fora, sentado no banquinho sob a árvore.
(Shiryu) Obrigado.
Shiryu dirige-se até onde Dohko está e senta-se ao lado dele.
(Dohko) Bom dia!
(Shiryu) Bom dia, mestre.
(Dohko) Então, como se sente agora que vai ser papai?
(Shiryu) Radiante. Ela tem tanta certeza de que está grávida que eu já comecei a sentir o bebê. E eu já o amo tanto, tanto, tanto.
(Dohko) Você tem o maior presente que um homem pode ter, Shiryu: a mulher amada. E agora vai ter um filho com ela.
(Shiryu) O senhor fala como se tivesse perdido as duas coisas.
(Dohko) Eu perdi.
(Shiryu) O senhor nunca me falou sobre isso.
(Dohko) É. Nunca. Era uma dor só minha. Mas agora mudou, Deixou de ser uma dor e virou uma lembrança. Agora consigo falar. Quer ouvir?
(Shiryu) Claro, Mestre.
Com o olhar voltado para o infinito, Dohko começa sua narrativa.
"Ela se chamava Yué e eu a vi pela primeira vez na feira de Rozan. Uma chinesinha vestida de azul, com flores no cabelo. Todos os dias de feira eu descia a montanha para tentar vê-la de novo. Demorou algum tempo até conseguir reencontrá-la. Enquanto os pais dela faziam as compras, eu acompanhava a menininha. Um pouco mais tarde, comecei meu treinamento e já não podia vê-la com tanta freqüência. Mas sempre que possível, lá ia eu descendo a montanha para vê-la. Tornei-me cavaleiro, fui para o Santuário. Mas sempre que voltava a Rozan, eu procurava a minha Yué. Namoramos às escondidas por algum tempo, até que um dia eu a pedi em casamento. Os pais dela não consentiram, obviamente. Disseram que não permitiriam que ela se casasse com um moleque sem posses, sem ouro, e que uma menina linda como Yué poderia arrumar um partido melhor, um homem mais velho. Naquele tempo funcionava assim, as meninas casavam-se com quem os pais mandavam e ponto. Mas Yué não era como as outras. Ela era corajosa, forte, decidida, sabia o que queria. Combinamos a fuga e na noite seguinte, fugimos.
(Dohko, batendo suavemente à janela de Yué) Abre, flor do campo.
(Yué, abrindo a janela, sussurrando) Vamos! Estou pronta. Dei um chá calmante para os meus irmãos. Só vão acordar quando já estivermos bem longe.
(Dohko) Tem certeza de que quer deixar sua família?
(Yué) Absoluta certeza. Não vou me casar com qualquer velho por um punhado de terra. Vou me casar com o homem que eu amo.
(Dohko) É essa sua coragem o que eu mais admiro em você. Seria uma excelente amazona.
(Yué, pulando a janela) Seria, sim! Mas agora vamos. E sem olhar para trás.
Naquela época, infelizmente, ainda não havia avião e a viagem teria de ser feita de carroça. Seriam meses viajando! Mas tivemos a preciosa ajuda de Shion. Ele nos trouxe para o Santuário através da telecinese. Os pais e os irmãos dela devem ter ficado anos se perguntando como sumimos daquela forma, sem deixar rastro, sem que ninguém nos visse na estrada. Quando chegamos, houve uma festa na casa de Libra e recebemos a aprovação do Mestre do Santuário. Depois, nos amamos a noite inteira naquela e em todas as outras noites que se seguiram, até a noite em que ela partiu. Ela era a visão mais linda que eu já tive na vida. Yué tinha cheiro de lavanda. Sempre e sempre. Não importava se estivesse suada, para mim, sempre havia um perfume de lavanda sobre a pele e os cabelos dela.
A noite em que ela me deixou aparentemente era uma noite como todas as outras. Yué estava com oito meses de gravidez. Estávamos felizes com a chegada do bebê. Ela usava um vestido branco com borboletinhas douradas bordadas. Alegre, ela servia o jantar. Shion estava conosco mais uma vez.
(Shion) Então já está ansioso?
(Dohko) Claro! Não vejo a hora do meu filho nascer.
(Yué) Ele vai ser cavaleiro de Athena como o pai, pode acreditar.
(Shion) Não tem medo? Esse não é um destino que as mães desejem para os filhos.
(Yué) Os filhos são do mundo, não são dos pais. E eu sei que ele vai ser cavaleiro como o pai dele.
(Dohko) Eu mesmo vou treiná-lo.
(Yué) Sim. Vai ser uma honra ser mãe de um cavaleiro de Athena. E ele vai ser o melhor.
(Dohko) O melhor sou eu, flor do campo!
(Yué) Ele vai ser o melhor depois de você. Bom, se for menina, vai ser amazona.
(Shion) Não. É menino.
(Dohko) Está vendo?
(Shion, repentinamente sério) Sim.
(Yué) Ah! Você pode vê-lo? Por que não disse antes, Shion?
(Shion, ainda sério) Sim, eu posso. (tentando parecer normal) Mas o jantar está delicioso!
(Yué) Ah, hoje eu caprichei. Dohko pediu jantar especial.
Após o jantar, Shion e eu fomos para a frente da casa de Libra, enquanto Yué cuidava da louça.
(Shion) Eu tenho que falar com você.
(Dohko) O que há? Eu notei que você ficou sério de repente.
(Shion) Ele está sofrendo.
(Dohko) Quem?
(Shion) O bebê.
(Dohko) Como assim? O que quer dizer?
(Shion) Eu o vi e ele está sofrendo. (perturbado) Está sofrendo muito. Precisamos de uma parteira agora mesmo. Temos que buscar ajuda.
(Dohko) Do que está falando? Está maluco? Yué está ótima, você acabou de vê-la. Como o bebê pode estar sofrendo?
(Shion) Ele está. Eu vi.
(Dohko) Não venha com maus agouros.
(Shion, antes de sair) Voltarei logo com a parteira.
(Dohko) Está louco! Completamente louco!
Shion foi embora. Pouco tempo depois Yué me apareceu com o vestido branco manchado de vermelho.
(Yué) Dohko... estou sangrando...
(Dohko, olhando perturbado para ela) Sangrando? Vou levá-la para o quarto e chamarei Shion.
(Shion, teletransportando-se, trazendo consigo a parteira) Eu já estou aqui. Trouxe a parteira.
(Dohko) Fique calma, Yué. Vai dar tudo certo.
(Yué) Eu não estou com medo. Você está comigo.
(Dohko) Sim, querida...
Passamos a madrugada inteira lutando contra o tempo. Nem a parteira sabia o que fazer, disse apenas que o bebê estava na posição errada. Em dado momento, Shion parou. Simplesmente parou. Ficou imóvel.
(Dohko) O que foi?
(Shion, sussurrando) Ele falou comigo... o seu filho...
(Dohko) O que ele disse?
(Shion, sussurrando, perturbado) Disse "Adeus, meu pai... Nos veremos numa outra vida..."
(Dohko) O que quer dizer? Ele morreu?
(Shion, com lágrimas grossas descendo pela face) É...
(Dohko) Não posso acreditar!
(Shion, impedindo-o de se aproximar de Yué) Não diga nada a ela. Deixe a parteira continuar até tirá-lo de dentro dela...
(Dohko) Eu não vou agüentar vê-lo.
(Shion) Vai, sim.
A parteira continuou seu trabalho tentando tirar fazer com que Yué expulsasse o corpo inerte que estava dentro do seu ventre. Quando enfim conseguiu retirar o bebê, um jorro escarlate veio junto e Yué foi ficando cada vez mais pálida, até que a cor lhe sumiu por inteiro e o brilho nos olhos foi-se apagando. Eu a abracei e ela me disse:
"Dohko, eu estou partindo, mas não estou com medo. Cumpri minha missão. Fui feliz, fui muito feliz. Nosso filho está me chamando. Agora vou para o céu com ele. Nós vamos cuidar de você. Nós o amaremos sempre e sempre. E um dia voltaremos a ficar juntos. Eu amo você."
E então, ela partiu. Foi como se cravassem milhões de espinhos no meu coração. Eu gritei, soquei a parede muitas vezes até que a mão sangrasse. Shion me segurou e quando eu me acalmei, ele nos levou a Rozan. Eu banhei Yué, vesti-a com seu melhor vestido, penteei-lhe os cabelos. Lavei o menino, enrolei-o numa manta e pus nos braços dela. Sozinho, cavei a cova onde enterrei os dois, logo atrás da casa onde você e Shunrei agora vivem. Não há indicação visível de que eles estão lá. Não para as outras pessoas. Mas eu sei exatamente onde é porque foi naquele lugar que plantei as flores.
A alma de Yué está lá o tempo todo, na casa que um dia seria dela, e não se espante com isso. Ela não é um espírito rancoroso. Ela é feliz. E ela protege vocês dois também, porque ela ama quem eu amo.
Muitos e muitos anos depois apareceu uma menininha de olhos grandes, engatinhando pela estrada, sujinha de terra, não se sabia de onde vinha, parecia ter brotado da terra como se fosse uma flor. E a chamei de Shunrei, flor do campo, que é como eu chamava Yué. Nesse momento, Yué estava ao meu lado e certamente sorriu."
Ao término da narrativa, Dohko e Shiryu estavam fortemente abraçados, as faces banhadas em lágrimas.
(Dohko) Quando Mu conheceu você, eu lhe perguntei se você era a reencarnação do meu filho.
(Shiryu) E?
(Dohko) E você não é. Mas eu o amo como se fosse. Não tem diferença. Pra mim, você é meu filho.
Suavemente, Shunrei se aproxima dos dois.
(Shunrei) Por que meus meninos estão chorando?
(Dohko) Por causa de histórias do passado, minha pequena.
(Shunrei, sentando-se entre os dois) Histórias?
(Dohko) Histórias tristes. Você só merece histórias de felicidade, querida. Só merece flores em seu caminho, por isso, não lhe contarei essas minhas histórias de sofrimento.
(Shunrei) Está bem. Não vou insistir. Meus meninos sabem o que é melhor pra mim.
(Shiryu, abraçando-a) É porque nós a amamos.
(Dohko) Agora vamos enxugar as lágrimas e tomar café. O dia está lindo e nós vamos ao Santuário!
(Shunrei) Já estou ansiosa!
(Dohko) Você vai gostar de conhecer o lugar.
(Shunrei) Tenho certeza que sim.
(Dohko) Arvanitakis vai nos levar assim que terminarmos de comer. Ainda não tive paciência pra aprender a dirigir.
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Tóquio.
Depois de levar Shun à escola, Ikki vai à academia de luta, treina um pouco e na hora de almoçar retorna para casa.
(Pandora) E então, arrumou um apartamento?
(Ikki, jogando-se no sofá) Não. Não tinha nenhum do meu interesse.
(Pandora) Não tinha ou você não procurou?
(Ikki) Sei lá.
(Pandora) Ikki! Você falou que ia ver isso!
(Ikki) Eu não quero, ok? Pronto. Eu ia enrolar você, mas vou ser bem direto. Não vou mudar daqui.
(Pandora) Aff... Então vamos ficar aqui com seu irmão e aquele encosto loiro? Sim, porque em breve aquele encosto se muda pra cá. Aposto quanto você quiser.
(Ikki) Por mim, tanto faz.
(Pandora) Certo... tudo bem. Se é assim que você quer. Mas estou em greve. Não faço mais nada, não lavo um copo, não faço sua comida, nada.
(Ikki) Ok, arrumo uma empregada. Mas me diz uma coisa, não fazer nada também inclui sexo?
(Pandora) Sexo? Ai... Talvez... mas isso de empregada é sério?
(Ikki) É, pode ser.
(Pandora) Ah, agora que você falou, eu quero!
(Ikki) Deixa que eu vejo isso , ok?
(Pandora) Do mesmo jeito que você procurou apartamento?
(Ikki) Não. Agora estou falando sério. Vou arrumar uma empregada.
(Pandora) Você? Procurando empregada? Como é que vai ser isso?
(Ikki) Eu me viro.
(Pandora) Não estou gostando.
(Ikki) Relaxa. Vou ver lá com os faxineiros da academia. Eles devem conhecer alguma mocinha que queira trabalhar.
(Pandora) Mocinha? Nada disso! Quero uma senhora casada, séria, religiosa, de preferência muçulmana, para andar toda coberta!
(Ikki) Ah, qual é? Se for pra ter uma empregada chata é melhor não ter!
(Pandora) Tá, tá. Pode ser nova, mas eu tenho que aprovar a sujeita!
(Ikki) E o Shun também! Ela vai ter que fazer as paradas vegetarianas dele.
(Pandora) Ah, é. (pensando) Por enquanto. Eu vou dar um jeito de nos mudarmos daqui. Ah, se vou!
(Ikki) Não tem almoço nessa casa hoje?
(Pandora) Claro que tem, seu chato. Mas se você não arrumar a empregada vai ficar sem jantar.
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Mais tarde, no Santuário...
(Dohko) Chegamos. Mas ainda não está tudo pronto, querida.
(Shunrei, fascinada) Esse lugar tem uma energia diferente. Será que podemos subir até a estátua?
(Dohko) Claro!
(Shiryu) Não acho uma boa idéia, Shunrei. Você está grávida.
(Dohko) Gravidez não é doença. É sinal de saúde! As fatalidades acontecem porque têm que acontecer.
(Shunrei) Além disso, estou acostumada a subir escadarias, né, Shi? Quantas vezes subi as de Rozan?
(Shiryu, ainda um pouco relutante) Está bem, então vamos.
Já lá em cima, Shunrei olha a estátua fixamente.
(Shunrei) É simplesmente fascinante.
(Dohko) Sim, querida.
(Shunrei) Eu me sinto estranha.
(Shiryu) Deve ter sido a subida. Eu falei que não devíamos. Levo você no colo na descida.
(Dohko) Calma. Estranha como Shunrei?
(Shunrei) É como se ao ver a estátua eu finalmente entendesse melhor a missão dos cavaleiros. É como se agora eu me sentisse parte dela. Não sei explicar direito. Acho que sinto alguma energia que vem da estátua.
(Dohko, sorrindo largamente) Que bom que agora entende.
(Shiryu) Você sente cosmo na estátua?
(Shunrei) Acho que sim. Eu sinto a estátua emitir alguma vibração. Não sei dizer exatamente o que é.
(Dohko) Você é sensível, pequena. Eu já havia percebido. Mas agora vamos voltar para casa. Quero passar mais tempo com vocês antes de irem embora.
(Shiryu e Shunrei) Claro!
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Mais tarde, periferia de Tóquio.
Ikki vai ao apartamento de Pani. Bate à porta. Ela abre.
(Ikki) E aí? Tudo legal?
(Pani, assustada) Erh... tudo... mas eu não estou em horário de trabalho ainda, senhor...
(Ikki) É justamente sobre trabalho que eu vim falar. Está afim de largar essa vida?
(Pani, esperançosa, olhos brilhando) Hã?
(Ikki) Opa, opa! Não é isso! Não vim propor casamento! Vim propor um trabalho honesto. Não que ser puta não seja honesto, cada uma faz o que quer com suas partes íntimas. E o que seria dos carentes sem as putas, né? Mas o caso é que eu acho que você não nasceu pra essa vida e quero te dar uma chance.
(Pani) Trabalho honesto, senhor?
(Ikki) É. Pra trabalhar na minha casa. Pago um bom salário, você vai ter casa, comida, pode estudar se quiser. E, importante, é só pra ser empregada. Não estou pensando em outras funções. Pode ficar tranqüila. Eu geralmente sou sacana, mas nesse caso estou sendo muito sincero. Só quero ajudar. E então?
(Pani) Eu adoraria! Tudo que eu quero na vida é trabalhar honestamente. Mas depois que meu pai morreu, eu tive que começar a me prostituir.
(Ikki) Então acabou. Arruma as coisas que eu vou levar você pra lá. Quando chegar faz cara de santa que é pra minha namorada não dar chilique. No caminho vou dando outras instruções.
(Pani) Certo!
(Ikki, pensando) Fiz uma boa ação. Vou pro céu! Hehehe!
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Noite.
Shun acaba de chegar do colégio.
(Shun, jogando-se no sofá) Oi, Pand.
(Pandora, sentada no sofá, impaciente) Oi.
(Shun) O Ikki está?
(Pandora) Saiu. Disse que ia arrumar uma empregada.
(Shun) Empregada?
(Pandora) É.
(Ikki, entrando em casa com Pani ao lado) Ué? Reunião?
(Shun) Não, eu só cheguei e sentei no sofá. Ela já estava aí. Vocês nem imaginam como estou cansado!
(Ikki) É até bom que você já esteja em casa. Pessoal, esta é a Pani, a nossa nova empregada.
(Pandora) Se eu aprovar, claro!
(Shun, sorrindo) Olá, Pani.
(Pani, olhando para o chão) Olá, senhor.
(Pandora) De onde você saiu?
(Pani) Sou coreana, senhora.
(Pandora) Já foi doméstica?
(Pani) Sim.
(Ikki, pensando) Até agora tudo bem. Tomara que tenha decorado tudo que mandei dizer.
(Pandora) Quantos anos tem?
(Pani) Dezoito.
(Pandora) Hummm... tem namorado?
(Pani) Sim, senhora... (hesitante) Nós vamos nos casar.
(Ikki, pensando) Isso aí garota! Fala que é doida pelo tal namorado.
(Pandora) Hummm... Ok, você fica por uma semana para testarmos sua eficiência. Se eu não gostar, rua!
(Pani) Sim, senhora.
(Ikki, pensando) Poxa! Não falou que era doida pelo namorado. Bom, pelo falou que tinha esse namorado. Espero que a Pand tenha engolido.
(Shun) Seja bem vinda, Pani.
(Pani) Obrigada, senhor.
(Ikki) Beleza, vou mostrar seu quarto.
(Pandora) Eu vou!
(Ikki) Tá, tá... pode ir.
Pandora leva Pani até seu quarto e Ikki se senta no sofá ao lado de Shun.
(Shun) O que você está aprontando dessa vez?
(Ikki) Eu? Aprontando? Pirou?
(Shun) A Pand falou em empregada hoje e hoje mesmo você apareceu com essa moça. Muito suspeito. Eu sou bobo, mas você não me engana, não.
(Ikki, rindo) O que é isso? Está desconfiando de mim?
(Shun) Estou.
(Ikki, olhando para os lados, sussurrando) Eu conheci a Pani numa parada aí.
(Shun) Ikki! Você está trazendo uma amante para dentro de casa?
(Ikki) Nãoooooo! Não é nada disso. A Pani é uma coitada. Eu só quero ajudar. Juro!
(Shun) Olha, eu não quero safadeza aqui. A June vem pra cá direto, você sabe.
(Ikki) Quer me dar lição de moral, moleque!? Estou dizendo que não tenho nada com a Pani! Só quero ajudá-la!
(Shun) Eu vou acreditar. Agora deixa eu te contar uma coisa.
(Ikki) Fala.
(Shun) A June foi lá na escola hoje.
(Ikki) Ih... bateu nas meninas que dão em cima de você?
(Shun) Não. Ela só foi lá pra se exibir sabe, pra todo mundo ver quem é minha namorada.
(Ikki) Pra todo mundo ver que sua namorada é alta, loira e gostosa.
(Shun) Ikki!
(Ikki) Desculpa. Sim, mas e daí?
(Shun) E daí que eu quase morri de vergonha.
(Ikki) A June é o tipo de mulher de armar barraco, abre o olho.
(Shun) Então, eu tenho que falar com ela, dizer que não gostei. Mas fico com medo de magoá-la
(Ikki) Que magoar o quê? Bota moral nela logo se não ela te faz de cachorrinho.
(Shun) Você e sua delicadeza! Aff... Ela vem aqui mais tarde, vamos conversar sobre isso. Agora deixa eu ir estudar logo, antes que ela chegue.
(Ikki) É, aproveita logo porque com aquele fogo todo ela não vai deixar você estudar.
(Shun) Ikki!
(Ikki) Só vê se não arruma filho, porque eu não vou cuidar de você e dele.
(Shun) Ah, vai procurar o que fazer!
Continua...