Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
ESCUTE SEU CORAÇÃO
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
Capítulo X
Atenas.
Condomínio Olympus. Casa de Dohko.
Ainda muito emocionados com o reencontro, Shiryu, Shunrei e Dohko descem para a sala de jantar.
(Dohko) Agora vamos jantar! Vocês devem estar cansados e com fome!
(Shunrei) Ah, sim! Mas eu estou meio enjoada...
(Shiryu) Mesmo assim você tem que comer alguma coisinha. Você não pode ficar com fome.
(Shunrei) Está bem, amor, comerei alguma coisa.
Na sala de jantar, a mesa estava arrumada e a comida servida.
(Shunrei) Nossa! Que lindo! Foi o senhor quem preparou?
(Dohko) Claro que não, querida. Eu não levo jeito para essas coisas. Talvez com algum esforço eu conseguisse, mas... Tudo isso é obra do meu novo secretário para assuntos domésticos, já que o que cuidava da Casa de Libra anteriormente morreu há séculos. Dois séculos, para ser mais exato. (Shiryu e Shunrei riem) Arvanitakis. (Ao ouvir seu nome, Arvanitakis aparece na cozinha) Ele era criado de Saga quando o maluquete ocupava o trono do Grande Mestre e agora é meu secretário. Não gosto de chamar de criado, é muito antigo. Ele é meu funcionário, recebe salário e tudo mais. (para o criado) Arvanitakis,estes são meus filhos do coração.
(Arvanitakis) Muito prazer, senhores.
(Shiryu e Shunrei, sorrindo) Igualmente, Arvanitakis.
(Shunrei) Cuide bem do Mestre, hein!
(Arvanitakis) Claro, senhorita.
(Dohko) Senhora, Arvanitakis. Shunrei é uma senhora casada e grávida! Meu netinho vem aí!
(Arvanitakis) Perdão, senhora. Congratulações pelo bebê.
(Dohko) Já falei que ele não precisa ser tão formal, mas ele insiste. Bom, vamos nos sentar e comer!
(Shiryu) Claro.
Arvanitakis se retira.
(Shunrei) Ele não vai jantar conosco?
(Dohko) Não adianta, querida. Ele não vem. Nem quando estou sozinho consigo convencê-lo a sentar-se à mesa comigo.
(Shunrei) Seria tão bom se ele aceitasse! Pelo menos faria companhia ao senhor.
(Dohko) É, também penso assim. Um dia ainda convenço esse teimoso. Mas o que eu gostaria mesmo é de ter vocês dois por perto outra vez.
(Shiryu) Mestre, o senhor sabe que nós também gostaríamos.
(Dohko) Sei. Mas sei também que você vai ajudar a deusa a cuidar da Fundação GRAAD.
(Shiryu) É, já está decidido. Não é justo deixar tudo nas costas da Saori. Além disso, é o nosso patrimônio também, meu e dos meus irmãos.
(Dohko) Claro. E por isso vocês dois se mudarão para Tóquio?
(Shiryu) Sim. Mas não se preocupe. Rozan será sempre o nosso lugar. Foi lá que tudo começou e é lá que tudo vai terminar.
(Dohko) Terminar?
(Shiryu) Ainda nem nos mudamos para Tóquio, mas temos planos de retornar para Rozan no futuro. Se eu puder escolher o lugar onde quero morrer, que seja lá.
(Dohko) O que é isso? Sua mulher gerando a vida e você falando em morte? Você é muito trágico, Shiryu! Só a vida interessa neste momento!
(Shiryu) Eu sei, mas sempre se deve pensar no futuro.
(Dohko) Sim, pensar nas coisas boas do futuro, não em quando vai morrer! Shunrei, você tem que fazer esse cabeça-dura ser menos trágico!
(Shunrei) Claro, Mestre! Estou tentando. Mas o senhor sabe como ele é...
(Dohko) E como sei! Mas nada de coisas trágicas agora! Não aprendeu nada durante a lua-de-mel? (Shiryu ruboriza violentamente) Opa... não estou falando disso... Falo de viver o imediato!
(Shiryu) Ah, sim...
(Shunrei) Deixe comigo, Mestre. Eu vou dar um jeito nele!
(Dohko) Eu sei que vai, querida! Bom, mas quando vocês retornarão a Rozan?
(Shiryu) Amanhã à noite.
(Dohko) Excelente. Então amanhã cedo faremos uma visita ao Santuário. Que tal?
(Shunrei) Finalmente vou conhecer o Santuário da deusa por quem meu maridinho tanto lutou!
(Shiryu) Senti uma ponta de sarcasmo nessa frase...
(Shunrei) Ah, não vou enganar você. Já me acostumei, mas não gosto muito disso de você ser cavaleiro, lutar pela deusa, salvar o mundo. É um objetivo nobre, mas eu sofro muito. Eu sei que é o seu destino, aceito, mas não posso dizer que acho ótimo. De qualquer forma, vou gostar de conhecer esse lugar.
(Dohko) Essa é a minha menina!
(Shiryu) Por isso que eu a amo tanto. Sempre sincera. (beijando-a) Continue sempre assim, minha florzinha, clara, límpida.
(Shunrei) Você também. Promete que sempre vai ser sincero?
(Shiryu) Eu prometo.
Depois do jantar, Shiryu e Shunrei recolhem-se ao quarto que Dohko aprontara especialmente para eles.
(Shunrei, sobre Dohko) Ele está tão feliz, não é?
(Shiryu) Sim. Acho que nunca o vi tão feliz!
(Shunrei) Nem eu. (com a mão sobre o ventre) Que bom que ele gostou da novidade! Imagine quando o bebê nascer!
(Shiryu) Ele vai chorar muito. E eu também! Sei que não vou conseguir me controlar quando olhar a carinha do nosso filho.
(Shunrei) Eu também vou acabar chorando. Sou uma manteiga derretida, você sabe.
(Shiryu) É, eu sei! Parece que estou vendo o bebê nascendo, dando seu primeiro chorinho, e nós dois com expressões emocionadas, olhando pra ele e chorando junto.
(Shunrei) Ainda falta tanto e eu já estou ansiosa para ter nosso pequenino nos braços, colocá-lo pra mamar no meu seio. Deve ser tão bom!
(Shiryu) Sim... e é injusto. Só você vai poder ter essa emoção.
(Shunrei) Aaaah... verdade.
(Shiryu) Mas eu vou estar sempre do seu lado.
(Shunrei) Eu sei, meu amor. Shi, eu estava pensando numa coisa.
(Shiryu) Quê?
(Shunrei) Quando voltarmos a Rozan, iremos ao médico em Jiangxi para começarmos o acompanhamento da gravidez. Então, nós vamos aproveitar a oportunidade e procuraremos um bom oftalmologista. Eu quero saber exatamente o que está acontecendo com a sua visão.
(Shiryu) Para quê, Shu? Ele vai dizer que vou ficar cego outra vez.
(Shunrei) Quem garante que ele vai dizer isso? Dohko acabou de dizer para você não ser pessimista. Você vai ao médico!
(Shiryu, relutante) Shunrei...
(Shunrei) Não tem discussão. Eu não vou deixar você ficar cego de novo sem ao menos tentar fazer alguma coisa.
(Shiryu) E se ele disser que eu vou ficar cego novamente?
(Shunrei) Uma coisa de cada vez. Vamos esperar para ver o que o médico vai dizer. Depois decidiremos o que fazer. O que eu sei é que não vou deixar você desistir. Nós não vamos desistir.
(Shiryu) Está bem. Você venceu.
(Shunrei, sorrindo) Assim que eu gosto de ver!
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Rozan.
Dia seguinte, bem cedo.
Mu entra na casa de Shiryu radiante de alegria. Encontra Eiri e Kiki civilizadamente sentados no sofá. Ela lê o livro sobre gravidez que Mu lhe dera de presente dias atrás, enquanto o menino brinca com algumas pedrinhas, fazendo-as aparecer e desaparecer com seu poder de telecinese.
(Mu) Bom dia, meus queridos!
(Eiri e Kiki, juntos) Bom dia!
Eiri se levanta e abraça Mu. Kiki continua brincando com as pedras.
(Mu) Como estão?
(Eiri) Bem. Nós conversamos e o Kiki entendeu que estou numa fase delicada, por isso acabo não dedicando tanta atenção a ele.
(Kiki, sério) É. Ela me convenceu que o problema não é comigo... (pensando) Essa Eiri é doida.
(Mu) Que bom! Tenho uma novidade para vocês!
(Eiri) Novidade?
(Kiki, ansioso) O que é?
(Mu) Me acompanhem, por favor.
Eiri e Kiki prontamente o acompanham. Os três começam a descer a montanha.
(Eiri) Por que estamos descendo, amor?
(Mu) Não vamos descer toda a montanha. É só um pouco.
Depois de mais alguns minutos de descida, Mu pára em frente a uma casa.
(Mu) Esta é a nossa casa!
(Eiri) O quê?
(Mu) Não podemos ficar o tempo todo na casa de Shiryu e Shunrei! Ainda mais agora que já estão voltando da lua-de-mel! Comprei essa casinha para nós três morarmos! Não é linda?
(Eiri, abraçando Mu) Sim! É linda!
(Mu) Vamos entrar.
A casa que Mu comprara era simples, porém ampla e arejada. Na frente, uma pequena varanda coberta onde poderão passar as tardes. Dentro, móveis simples, porém de bom gosto, e uma cozinha de azulejos com estampas de bambu.
(Mu) Foi uma sorte ter conseguido convencer o dono a vendê-la.
(Eiri) É verdade! Mu, estou tão emocionada!
(Mu) Eu sabia que você ia gostar!
(Eiri) Em Moscou eu morava num apartamento de luxo, no bairro mais nobre da cidade, mas estou sentindo que aqui terei verdadeiramente um lar. Em Kohoutek foi quase assim, mas logo o encanto se desfez.
(Mu) Eu nunca vou deixar que o encanto se desfaça. Nós vamos ser felizes!
(Eiri) Sim! Eu, você e a pequenina.
(Kiki, emburrado) E eu!
(Eiri) E você também! Me desculpe!
(Kiki, ainda emburrado) Tá.
(Mu) Vamos ver os quartos! Um pra nós dois, um para a nossa menininha e outro pro Kiki, claro!
(Kiki, sussurrando) Não vou ficar aqui por muito tempo.
(Eiri) O que disse?
(Kiki) Nada, nada!
(Eiri) Ah, Mu, é tão fascinante!
(Mu) Que bom que gostou! E você, Kiki, gostou do seu quarto?
(Kiki, melhorando o humor ao ver o quarto enorme que passaria a ser seu) Sim!
(Mu) Ótimo! Então nos mudaremos agora mesmo!
(Eiri) Meu amor, meu amor, meu amor! Você é a melhor coisa que podia acontecer na minha vida!
(Mu) Você que é!
(Kiki, dando de ombros) Que meloso...
(Mu) Vamos, Kiki! Temos que trazer nossas coisas. Eiri, você já pode ficar aqui. Voltaremos logo.
(Eiri) Está bem! Não demorem, meninos!
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Tóquio.
Shun, Ikki e Pandora estão tomando café.
(Shun) Ikki, estou atrasadíssimo. Me leva na escola?
(Ikki) Levar você na escola? Desde quando eu sou seu motorista?
(Shun) É só um favor!
(Pandora) Leva ele. Não custa nada, né, Ikki?
(Ikki) Ai, eu sabia que não devia ter acordado cedo hoje.
(Shun) Hum... é estranho mesmo... Por que acordou tão cedo?
(Ikki) Eu vou dar uma olhada em apartamentos.
(Shun) Apartamentos? Está pensando em se mudar?
(Ikki) Apenas uma idéia. E, diga-se de passagem, não é minha.
(Shun) Foi você, né, Pand?
(Pandora) Claro! Quero ter privacidade com meu namorado.
(Shun) Ikki, não vai.
(Ikki) Relaxa. E vamos logo, se não você não chega no horário.
(Shun) Vamos, sim.
(Ikki, beijando Pandora) Até mais tarde.
(Pandora) Até. Espero que traga ótimas notícias.
Ao ouvir a frase, Shun resmunga baixinho: "Chaaaaaaata".
No elevador...
(Shun) É sério isso de se mudar?
(Ikki) A Pand botou isso na cabeça.
(Shun) Por que ela inventou isso agora?
(Ikki) Sei lá. Acho que está com ciúme da June.
(Shun) Ciúme da Ju? Imagina!
(Ikki) Eu já falei pra ela que não encostaria um dedo na sua namorada, mas mesmo assim ela quer se mandar.
(Shun) E você?
(Ikki) Eu não quero. Estou bem lá contigo.
(Shun) Ufa, que alívio. Não vai, não, Ikki. Por favor.
(Ikki) Eu não vou, ok? Mas vou enrolar a Pand um pouco, dizer que estou vendo apartamento e tal. Agora entra no carro e vamos embora.
Ikki sai a toda velocidade. Shun chega ao colégio em cima da hora.
(Shun) Valeu, mano!
(Ikki, rindo) Vai lá! (pensando) É tão difícil admitir, mas como eu amo esse moleque!
Shun assiste às aulas como sempre, sentado na primeira cadeira da primeira fila, quietinho, copiando tudo que o professor diz e sem sequer olhar para o lado. No intervalo para o almoço, ele se dirige ao refeitório junto com os outros estudantes e se senta numa mesa qualquer. Duas meninas se aproximam, sentam ao lado dele e perguntam sobre a aliança que ele está usando. Tímido, ele responde que está namorando sério. De repente, a algazarra do refeitório dá lugar ao silêncio quase absoluto, somente sons de passos ecoam no corredor. A porta do refeitório se abre. Uma moça loira, de óculos escuros, vestindo um casaco de veludo vinho, com flores bordadas do lado direito, top preto e calça jeans bastante justa, entra. A passos largos, ela se aproxima da mesa onde Shun está sentado. Todos os alunos acompanham o trajeto da moça. Olhando com desdém para a menina sentada ao lado de Shun, ela diz "Dá licença" e senta ao lado dele.
(June, alto, sorrindo) Oi, meu amor!
(Shun, vermelho como um pimentão) Oi, Ju.
(June, para os demais alunos sentados à mesa) Olá, queridos. Eu sou a June, namorada do Shun.
Na mesa ao fundo, onde se concentra um grupo de meninos, ouve-se um sonoro "Hã?". June volta a face para eles...
(June) O que foi?
(Shun, ainda vermelho) Ju, não esperava que você viesse me ver no colégio.
(June, bem alto) APROVEITEI A FOLGA NO TREINO DE TAE KWON DO PARA VIR VÊ-LO. VOCÊ CONTOU PARA OS SEUS COLEGAS QUE A SUA NAMORADA É CAMPEÃ DE TAE KWON DO?
(Shun, ficando roxo de vergonha) Ahr... acho que esqueci de falar desse detalhe.
(June) Como foi esquecer isso? Um detalhe tão importante da minha personalidade!
(Shun, muito envergonhado) Pois é, como fui esquecer?
(June) Não vai me apresentar suas (desdenhosa) amigas?
(Shun) Ah, claro, claro.
E Shunzinho apresenta June aos colegas. O grupinho de rapazes na mesa ao fundo ainda babava pela loira quando o sinal do fim do intervalo soou.
(Shun, recuperado da vergonha) Ju, vou ter que voltar para a aula.
(June) Aaaah, que pena! Então tá, meu fofo. (beijando-o) Vejo você à noite, ok?
(Shun) Claro, minha linda
Shun se dirige à sala de aula sob os olhares incrédulos dos colegas, que se perguntavam onde ele tinha arrumado uma namorada tão estonteante. Enquanto isso, June retorna pelo mesmo corredor por onde havia entrado. Na porta da escola, longe dos olhares curiosos, ela comemora.
(June) Yes! Consegui o que eu queria! Agora essas mini-mocréias japinhas sabem com quem estão lidando! Quero ver alguma delas ter coragem de deixar mais bilhetinhos no caderno do meu amor! E de quebra, ainda deixei o Shun cheio de moral! Hehehehe!
Continua...