Escute Seu Coração

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    10
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Capítulo IX

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    ESCUTE SEU CORAÇÃO

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Capítulo IX

    Moscou.

    Apartamento de Hyoga.

    As malas sobre a cama denunciam que o dono da casa fará uma viagem no mínimo muito longa. Aaron Knighter, o produtor de cinema, havia acertado tudo nos Estados Unidos: o apart-hotel, a transferência da agência russa para uma americana, a matrícula nos cursos de inglês e de artes cênicas. Aaron havia inclusive arrumado alguns trabalhos para Hyoga. O vôo para Los Angeles partirá logo mais. Hyoga liga para Seiya. Seika atende.

    (Hyoga) Oi, Seika. O Seiya está?

    (Seika) Ele está cochilando no sofá.

    (Hyoga) Acorde-o, por favor.

    (Seika) Vou colocar o telefone no ouvido dele e você mesmo o acorda, ok?

    (Hyoga) Está bem.

    Seika aproxima o telefone do ouvido de Seiya.

    (Hyoga) Acorda, vagabundooooooooooooooo!

    (Seiya, sobressaltando-se) Aiiii! O quê? Onde? Quem é?

    (Hyoga) Sou eu, idiota.

    (Seiya) Eu quem, mais idiota ainda?

    (Hyoga) Hyoga!

    (Seiya) Aaaaaaaaaaah! O que foi? Não tem o que fazer? Que idéia é essa de acordar os outros na base do grito?

    (Hyoga) É só para avisar que estou mudando hoje.

    (Seiya) Ih, já?

    (Hyoga) É. O curso começa na próxima semana. Estou indo logo para me adaptar, arrumar as coisas.

    (Seiya) Pô, boa sorte.

    (Hyoga) Obrigado...

    Hyoga desliga o telefone e liga para Shun.

    (Shun) Então você já está de partida?

    (Hyoga) Já.

    (Shun) Continuo torcendo pra dar tudo certo. Tenho certeza de que você vai ser um sucesso no cinema, o novo galã de Hollywood.

    (Hyoga) Não exagera, Shun. Se por hora eu conseguir uma ponta num filme, já vai ser ótimo.

    (Shun) Você vai conseguir um protagonista, acredite.

    (Hyoga) Você está tão otimista que é capaz de me convencer. E o namoro, como vai?

    (Shun) Muito bem. A Ju tem passado bastante tempo aqui em casa, ela está até fazendo aulas de piano comigo.

    (Hyoga) Piano? Não é muito o gênero da June.

    (Shun) Eu já percebi que ela só quis fazer porque está com ciúmes da minha professora, mas mesmo assim é uma boa desculpa para passarmos mais tempo juntos. Eu fico o dia todo na escola e só nos vemos à noite.

    (Hyoga) Bom, boa sorte com ela também. Agora vou ter que desligar.

    (Shun) Espera. O Ikki quer falar com você.

    (Hyoga) Tá.

    (Ikki) Ê, pato, boa sorte. Se conhecer alguma atriz gostosa, pode dar meu telefone sem pestanejar.

    (Hyoga, rindo) Ah, claro. Bom, até outro dia.

    (Ikki) Até, cara. Se cuida.

    Após falar com os irmãos, Hyoga fecha as malas. A campainha toca, ele atende. É o taxista. Ele pede ao homem que desça com as malas, pega uma caixa embrulhada em papel pardo, fecha a porta e desce. Lá embaixo, ele entra no táxi, acomoda o pacote cuidadosamente no banco de trás.

    (Hyoga) Para o aeroporto. Mas antes passe no Correio. Tenho que mandar um presente para a pessoa mais importante do mundo.

    S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

    Tóquio.

    Enquanto isso, na casa do Seiya, ele tenta avançar o sinal...

    (Shina) Quantas vezes eu vou ter que dizer que isso só vai acontecer quando eu quiser?

    (Seiya) O que você quer? Casar? Então vamos casar agora mesmo!

    (Shina) Você é um moleque! Não vou me casar com você!

    (Seiya) Então o que quer que eu faça?

    (Shina) Quero que tome jeito e pare de agir como um moleque.

    (Seiya) Eu não sou moleque! Pelo menos não o tempo todo.

    (Shina) Então por que não arruma logo o que fazer? Hyoga vai se bandear para os lados de Hollywood, Shun está estudando, Shiryu casou. Até o Ikki, que não bate muito bem da bola, está lutando. Só você que é vagabundo, não trabalha, não estuda, só come, dorme, joga vídeo game e pensa naquilo que eu não vou dar pra você enquanto você não tomar jeito.

    (Seiya) Mas meu amoreco, Shinazinha linda...

    (Shina, irritada) Não me chame de Shinazinha.

    (Seiya) É que eu estou curtindo a vida! Depois eu vou abrir um negócio!

    (Shina) Então abre logo esse negócio!

    (Seiya, emburrado) Ainda vou pensar em alguma coisa.

    (Shina, saindo de perto dele) Pense logo. O tempo está passando.

    Seika está estudando no quarto. No caderno dela está escrito: "Shaka, meu lindinho", "Shaka e Seika", "Shaka é tudo de bom", "Vou casar com o Shakinha", "Saudade do loirinho", "Meu loirinho lindo", "Meu coraçãozinho é do Shakinha"...

    (Seika, consigo) Aff... não consigo estudar! Eu só penso no meu loirinho! (correndo para a sala) Seiyaaaaaaaaaaa! Quero voltar para a Grécia!

    (Seiya) Quê?

    (Seika) Grécia! Atenas! Estou morrendo de saudade do Shakinhaaaaaaaa! Não quero mais morar no Japão!

    (Seiya) Agüenta firme. Eu também não tô legal, sacou?

    (Seika) É a Shina, não é?

    (Seiya) É. Eu gosto dela, mas ela é muito linha dura, se é que você me entende.

    (Seika) Eu entendo. Shakinha também é assim.

    (Seiya) Que bom que ele é!

    (Seika) Deixa de ser machista! A mesma coisa que você quer fazer com a Shina eu quero fazer com o Shaka.

    (Seiya) Seikaaaaaaaaaaaaa! Não fala assim!

    (Seika) Agora já falei! Pronto!

    (Seiya) Hoje passa. Sabe o que ela me disse? Que é pra eu tomar jeito.

    (Seika) Ah, nisso ela tem razão, né? Não dá pra ficar sem fazer nada, mano. O Shakinha está na faculdade!

    (Seiya) Shakinha, Shakinha, Shakinha. Você só sabe falar no ser meditador?

    (Seika) E você só sabe pensar em coisas obscuras com a "Shinazinha"?

    (Seiya) Tá, tá. Você me ajuda a deixar de ser moleque?

    (Seika) Claro! Ajudo no que você precisar.

    (Seiya) Preciso de uma idéia. Quero abrir um negócio.

    (Seika) Vou pensar em alguma coisa, mas não prometo nada. A saudade do Shakinha me perturba demais.

    (Seiya) E a teimosia da Shina me deixa doido. Tesão acumulado, mana.

    (Seika) É isso e também dor de cotovelo por ser o único virgem do grupo.

    (Seiya) Seikaaaaaaaaaaa! Não me lembre desse fatoooooooo.

    (Seika) Desculpa. Eu morrendo de saudade do meu santinho loiro e você com uma namorada linha dura. Não temos muita sorte.

    (Seiya) É, não temos.

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    Casa de Shun e Ikki.

    Pandora e Ikki acabam de fazer amor.

    (Pand, deitada sobre o peito de Ikki) Ikki, por que não vamos para uma casa só nossa?

    (Ikki) Por que isso agora?

    (Pandora) Não é você que vive dizendo que odeia andar em bando? Então, vamos embora. Pode ser até um apê no mesmo prédio, mas só nosso.

    (Ikki) Ah, Pand, deixa quieto.

    (Pandora) Vamos, Ikki. Eu não agüento mais morar com seu irmão.

    (Ikki) O que você tem contra ele?

    (Pandora) Bom, quase nada. (pensando) Se eu falar ele me mata... (para Ikki) Mas aquela loira lutadora vive aqui. Eu detesto ficar cruzando com ela.

    (Ikki) Tá com ciúme!

    (Pandora) Daquela camaleoa loira bombada? Nem pensar! Sou mais eu, meu querido.

    (Ikki) Está com ciúme, sim! Relaxa. Ela é gostosa, mas eu nunca pegaria a mulher do meu irmão!

    (Pandora) Ikki! Pensei que você ia dizer: "Pand, eu nunca trairia você".

    (Ikki, hesitante) É, isso também.

    (Pandora) Aff. Esquece. Eu queria tanto um lugar só nosso. Promete que vai pensar nisso?

    (Ikki) Prometo. Tenho que falar com o Shun. Ele é meio bebê chorão, você sabe.

    (Pandora) Você sempre diz que ele tem que crescer.

    (Ikki) Ele cresceu bastante nos últimos meses, está namorando sério, está estudando. Mas mesmo assim, eu sinto que ele ainda precisa de mim.

    (Pandora) Precisa de umas boas palmadas, isso sim.

    (Ikki) Pode ser, mas disso a loira se encarrega.

    (Pandora) Ah, Ikki, eu queria tanto que ficássemos só nós dois, numa casinha só nossa...

    (Ikki) Tem paciência, tá?

    (Pandora) Está bem. Vai para a academia hoje?

    (Ikki) Hum... Eu estou com vontade de treinar outras coisas.

    (Pandora) De novo?

    (Ikki) É...

    (Pandora) Então vem, ogrinho.

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    Atenas.

    Shiryu e Shunrei chegam ao porto e despedem-se de Elli e Christos.

    (Shunrei, abraçando Elli) Esperamos vê-los em breve!

    (Elli) Nós também!

    (Christos) Boa viagem de volta!

    (Elli) Escrevam quando o bebê nascer!

    (Shunrei) Escreveremos!

    Na saída do porto, Dohko os espera.

    (Dohko, abraçando-os) Meus queridos! É tão bom vê-los!

    (Shiryu e Shunrei) Mestre!

    (Dohko) Que bronzeado é esse, garotos? Pareceriam nativos das ilhas se não tivessem esses olhinhos orientais!

    (Shiryu) Passamos muitos dias sob o sol, sem fazer nada, só namorando.

    (Dohko) Humm. Essa parte é muito boa! Vamos?

    (Shiryu, abrindo a porta do carro para Shunrei) Claro.

    (Shunrei, entrando no carro) Quer dizer que finalmente vou conhecer o Santuário?

    (Dohko) Se quiser ir lá, pequena, tudo bem. As obras ainda não estão concluídas, porém já dá para ter uma idéia. Só que antes vocês vão conhecer a minha casa no Condomínio Olympus!

    (Shunrei) Uau! O condomínio dos dourados!

    (Dohko) Ah, é lindo!

    No Condomínio Olympus...

    (Dohko) Este é o portão de entrada. Minha casinha é a segunda à direita. Sou vizinho de Shaka e de Milo. Em frente fica a casa de Mu.

    (Shiryu) E o senhor tem dormido bem? Milo deve fazer altas festas.

    (Dohko) Não, ele está muito comportado ultimamente.

    (Shiryu) Jura? Mu contou que ele estava sonhando em entrar na faculdade para trazer as colegas para festinhas em casa.

    (Dohko) É, ele estava, mas as coisas mudam. E quando elas mudam, geralmente tem mulher no meio. As mulheres são seres fascinantes!

    (Shiryu, descendo do carro e olhando para Shunrei) Elas são.

    (Dohko) Esta é a minha casinha!

    Shunrei e Shiryu olham a casa: ampla, dois pavimentos, pintada de branco, com portas, janelas e telhado vermelhos. Em frente à casa, uma árvore, com banquinhos sob ela. Dohko mandara plantar uma árvore já adulta pois, não queria esperar que uma mudinha crescesse. No jardim, havia também um parquinho.

    (Dohko) Não é linda a minha casinha?

    (Shunrei) Sim!

    (Shiryu) Parquinho, Mestre?

    (Dohko) Claro! Vamos entrando, vamos.

    Na sala, um sofá vermelho e sobre ele, grandes almofadas coloridas. Numa mesa de centro, havia muitas fotos do casamento de Shiryu e Shunrei. Depois de mostrar a sala, ele leva o casal ao cômodo preferido de Shunrei: a cozinha.

    (Dohko) Bem melhor que aquela de Rozan, não acha, pequena?

    (Shunrei) Oh, sim! Muito mais moderna!

    (Dohko, subindo a escada) Agora vamos subir! Quero que vejam os quartos. (no andar de cima) Este é o meu quarto. (mostrando um cômodo amplo, claro, com poucos móveis) Bem simples.

    Dohko os leva ao outro quarto.

    (Dohko) Este é o quarto de vocês!

    (Shunrei e Shiryu) Nosso?

    (Dohko) Claro! Terão que vir me visitar sempre! E sobre o parquinho, Shiryu, é para os meus netos.

    (Shiryu) Ah, então não vai demorar muito para o parquinho ter uso.

    (Shunrei, com a mão sobre o ventre) Já tem um netinho a caminho, Mestre.

    (Dohko, abraçando-os) Eu sabia que o netinho viria logo!

    (Shiryu) Bom, ainda não confirmamos, mas sentimos que estamos grávidos.

    (Shunrei) É! Eu tenho certeza!

    (Dohko) Então você está grávida. A ciência não é nada perto do que o nosso coração é capaz de sentir. (fechando os olhos) Eu sinto ele aqui. Não posso vê-lo como Mu, mas sinto a presença de mais alguém além de nós. Só pode ser o bebê.

    (Shunrei) Sim.

    (Shiryu) Nós quatro somos uma família muito especial.

    (Dohko) Somos sim. Não são os laços de sangue que nos unem. Somos unidos exclusivamente pelo amor. É isso que nos faz fortes, é isso que faz nossa pequena família muito forte.

    Abraçados, os três choram.

    Continua...


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