Apenas Uma Chance

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Tem Onde Dormir Hoje?

    Álcool, Drogas, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Yo! Sou novo no site, mas não em escrever fics. Espero que gostem desta pequena introdução.

    Saí do restaurante na qual repentinamente resolvi ir. Minha cabeça estava a mil com o que vi, sinceramente decidir me declarar para Sakura foi uma, não, foi a pior das decisões que tomei em minha vida. Não sei dizer quando esse sentimento começou, ou se tornou tão grande como está agora, talvez quando a conheci quando tinha meus dezesseis anos. O problema é que só vim me dar conta que a amo cinco anos depois, aos meus vinte e um. Não posso chorar, não devo! Afinal a culpa foi minha não foi? Achar que ela não fosse encontrar outro alguém para fazê-la feliz e me esperar de braços abertos foi idiotice de minha mente.

    Droga, a vontade de retornar e espancar a cara do Uchiha me consome cada vez mais! Puxei meu celular e vasculhei minha lista de contatos rapidamente, precisava conversar que alguém que ao menos me acalmasse um pouco. Passando pela lista de nomes com a inicial ?H? encontrei a pessoa aparentemente certa para me dar um conselho: Hatake Kakashi, sendo assim, parei na calçada e seleciono a opção chamar.

    Subitamente recebo um jato de água de vala em meu rosto, raios! Maldito carro, tinha de passar em uma poça bem ao meu lado?! Deus, que dia miserável. E para piorar meu celular ficou molhado, ótimo, algum idiota me lembre de comprar outro. Caminhando mais alguns metros comecei a ver as nuvens se agruparem calmamente, a chuva estava vindo para derramar as lágrimas que meus olhos não permitiam rolar. Esfreguei minhas têmporas calmamente, suspirando recomecei meu trajeto que agora tinha como destino a parada de ônibus mais próxima.

    A cada passo a cena de Sasuke beijando a mulher dos meus sonhos assolava meus pensamentos, imaginar o que aqueles dois iriam fazer depois daquele almoço me fazia retornar a minha infância ao desejar que um meteoro caísse acidentalmente em cima de uma certa cabeleira alaranjada (N/A: Qualquer semelhança com Todo Mundo Odeia o Chris não é mera coincidência...). Olhando para o céu, que agora estava cinza, acabo declarando guerra ao amor, uma guerra que lutaria e muito provavelmente perderia dolorosamente, balanço a cabeça e atravesso a rua sem nem me dar o trabalho de olhar para os lados.

    As primeiras gotas de água começavam a cair vagarosamente e entravam em contato com minhas mãos, as únicas áreas que minha blusa de manga comprida dava o privilégio de permanecer descoberta. Para tentar minimizar o iminente frio, coloco as mãos nos bolsos ao mesmo tempo em que sinto uma leve brisa bagunçar os meus cabelos loiros e de formato idêntico as de meu querido pai. Que ironia, logo eu, que sou tido como uma pessoa hiperativa, estava neste grau de desilusão, maldito amor, eu te odeio!

    Virando a esquina pude notar a parada aparentemente vazia, isso mesmo, ?aparentemente? pois havia um casal aos beijos e abraços, sentei-me no banco e esperei meu ônibus chegar enquanto observava de soslaio a cena melosa protagonizada pelos pombinhos ao meu lado. Santo Cristo (N/A²: ?...com a Winchester 22...?), presenciar duas pessoas falando que amam um ao outro, beijando-se apaixonadamente e rindo como se a vida fosse a coisa mais bela que existe não é uma coisa boa, isto é, não quando você acaba de sofrer a pior desilusão de sua vida! Felizmente pude ver um condução se aproximando, e o melhor: Era a minha. Bem, pelo menos isso...

    ? Aonde você vai descer garoto? ? perguntou o motorista

    ? No centro ? o encarei ? por quê?

    ? É meu aniversário ? disse ele de forma sorridente mas meio sarcástica ? fui liberado mais cedo e esta vai ser minha última viagem. Veja, o ônibus está vazio.

    Olhei para o fundo do veículo, realmente tudo estava deserto.

    ? Certo ? respondi forçando um sorriso e caminhando para dentro ? feliz aniversário então.

    O homem me lançou um singelo sorriso e acelerou o ônibus. Segurei-me nos ferros da condução e andei até a última fileira de bancos, na qual eu julgava estar vazia, engando meu pois assim que cheguei mais perto pude notar um cobertor meio surrado cobrindo alguma coisa. Dei uma leve exclamação de surpresa e recuei um pouco. Olhei para o motorista mas não quis lhe perturbar enquanto dirigia, retornei minha atenção ao ?troço? que ali se encontrava, seja o que for que aquele pano escondia estava se mexendo como se... Respirasse?! Mais uma vez assustei-me e sentei alguns bancos a frente do que quer que fosse.

    Alguns minutos se passaram e ainda estava intrigado com o que estava bem atrás de mim naquele momento, vez ou outra olhava como canto dos olhos para ver se algo não surgia, sempre fui um pouco paranoico, poderia ser uma assaltante não? A chuva se fazia mais forte agora, e junto com ela vinha também o som dos grossos pingos de água que batiam na janela freneticamente. Ouço um gemido feminino vindo da mesma direção em que o objeto de minha desconfiança se encontrava, não aguentava mais minha própria curiosidade e resolvi puxar o lençol e ver de uma vez por todas o que se escondia sobre ele.

    Calmamente levei minha mão ao local e agarrei o tecido de forma cuidadosa, comecei a puxá-lo lentamente. Quando o pano estava quase revelando uma parte do que tinha debaixo de si, uma pálida e pequena mão o puxou de volta, recuei um pouco mas não desisti e fiz como antes novamente, a mão rapidamente retornou o lençol para sua posição original. Suspirei e novamente tentei retirar o tecido, mas desta vez apliquei um pouco mais de força sobre o mesmo.

    Como esperado por mim, o lençol foi levado ao chão revelando uma figura bizarra: Uma garota com os cabelos cobrindo sua face. Ela estava encolhida no banco e abraçando as próprias pernas como se estivesse com medo de algo ou alguém, a analisei por uns segundos, possuía roupas velhas e rasgadas, bem sujas, sapatos com solas tão finas de tão gastas que estavam, usava uma touca marrom surrada e sem vida, sua calça era a única peça de roupa que estava mais conservada, não que isso queira dizer que ela estava em melhores condições que as outras.

    Agora acompanhava o rastro de seu cabelo, mesmo estando claro que ela era uma menina de rua seu cabelo era brilhoso e não exalava nenhum odor mal cheiroso, eram de cor azulada e longos como os de minha mãe. A garota começou a soluçar, cada vez mais alto, droga, devo a ter assustado da forma como tirei seu cobertor. Teria de me desculpar logo.

    ? Desculpe ? falei um pouco sem graça ? não sabia que era você que estava aí.

    ? T-Tudo bem ? ela elevou seus olhos de forma que seu nariz e boca ficassem cobertos por seus joelhos ? por quê me acordou?

    Reparei em seus olhos, devo confessar que me perdi naquela linda visão. Seus orbes eram de uma cor exótica: Eram prateados, lindos como a lua que ilumina nossas noites estreladas, pisquei algumas vezes para poder respondê-la.

    ? Bem, fiquei curioso com o que estaria debaixo deste pano. ? respondi com uma mão na nuca ao mesmo tempo que apanhava seu lençol do chão e lhe devolvia

    ? Garoto, já chegamos nos centro ? o motorista parou o ônibus e se virou, quando viu que estava conversando com a garota arregalou os olhos ­? Hinata, você ainda está aqui?

    ? S-Sim tio Teuchi ? a menina, que aparentemente se chamava Hinata, olhou para a janela e não conteve uma expressão de surpresa ­? onde estamos?

    ? No centro! ? respondeu o motorista que se chamava Teuchi

    ? Meu deus ? Hinata exclamou, apanhou algo do chão parecido com equipamentos de engraxate, e depois saiu pela porta aberta do condução ? eu dormi enquanto vinha para cá! Vou voltar andando, obrigada tio! ? depois de se despedir, ela saiu correndo

    ? Não entendi nada ? virei-me para Teuchi ? quem é ela, e o que fazia aqui?

    ? Você nunca a viu? ? indagou o motorista

    ? Não ando muito de ônibus senhor. ? respondi um pouco encabulado

    O motorista suspirou levemente e se preparou para responder minha pergunta.

    ? Seu nome é Hinata Hyuuga ? começou ? é uma moradora de rua que trabalha como engraxate num parque próximo daqui. Ela ?mora? num local um pouco distante de lá, então sempre que posso, lhe dou uma carona para ela não se cansar muito.

    ? Entendo... ? vendo que cheguei em minha arada desci do ônibus, neste momento me lembrei que pulei a catraca e não paguei a passagem

    ? Bem, acho que já vou ? falou Teuchi no mesmo instante em que puxava minha carteira ? não precisa me pagar.

    ? O quê?! ? exclamei surpreso

    ? Desde que Hinata começou a andar neste ônibus, você foi a única pessoa que não ficou com receio de falar com ela ? arregalei os olhos ? além do mais, você me parece um bom rapaz.

    ? Oh! Obrigado senhor! ? disse sorrindo

    Teuchi também sorriu e depois de se despedir retornou para seu posto já levando seu veículo para outro destino. Segundo o mesmo exemplo, comecei a rumar para meu apartamento. Conforme andava, as lembranças do meu começo de dia retornavam com força total e me minavam da mais pura raiva. Sim, no final das contas não superaria isso tão cedo.

    A chuva já havia passado e olhei para meu relógio de pulso, este que marcava exatas 18:00 da noite. Suspirei, queria voltar mais cedo para ter mais tempo de ?curtir? minha fossa em meu quarto. Retirando estes devaneios de minha cabeça, redirecionei minha atenção para meu caminho, as ruas já estavam um pouco desertas, ou melhor, sem um pingo de gente, de certa forma isso me fazia bem, as vezes um homem tem de ficar sozinho com apenas Deus e suas ideias lhe fazendo companhia.

    Minha sombra me fazia lembrar-me de meu pai, Minato Namikaze, que era um dos maiores empresários do Japão e quem sabe até do mundo! Lembro dos domingos que passávamos junto de meu tio Jiraiya, das risadas que ele me fazia dar quando fazia alguma coisa engraçada apenas para me ver sorrir... Sinto saudades.

    Minha mãe, Kushina Uzumaki, também me faz muita falta, meu jeito me lembra dela, sua personalidade marcante foi herdada por mim! Sempre adorava quando ela lia a mesma e chata história para me fazer dormir nas noites em que haviam tempestades, do seu abraço carinhoso que recebia quando tinha pesadelos, até mesmo as broncas de uma criança entrando na puberdade me faziam muita falta. Meus pais morreram quando fomos visitar meu primo Nagato, o avião em que estávamos teve uma falha mecânica e um incêndio se propagou na aeronave, isso acabou queimando muitos dos paraquedas que estavam a bordo, eu consegui salvar um mas meus pais me disseram para pular só, disseram que eles viriam depois de mim! Mas quando cheguei no chão, eles não vieram, e tudo o que me lembro foi de chorar antes de uma pedra acertar minha cabeça e me fazer desmaiar... Para a criança de onze anos que era na época, foi um tremendo trauma que tenho até hoje: Nunca mais viajei de avião desde aquele dia.

    Pensei que a chuva havia retornado, mas não, eram minha lágrimas que finalmente se libertaram e agora rolavam livremente sobre minha séria face. Enxuguei-as com as duas mãos e senti algo em meus pés, agachando-me pude ver do que se tratava. Era um pincel, aparentemente sujo de graxa de sapato, secando o resto de minhas lágrimas, observei o objeto novamente, ele me faziam lembrar de alguém. Alguns segundos pensando e me lembrei, este pincel provavelmente é daquela garota do ônibus, Hinata!

    Olhei me volta para ver se a encontrava, mas não a avistei. Sendo assim resolvi seguir meu caminho, tendo em vista que era o mesmo feito por ela quando saiu do ônibus. Passados alguns minutos caminhando, pude ver uma figura ajoelhada aparentemente procurando algo.

    ? Com licença ? disse assim que a reconheci ? você perdeu isto?

    ? Hum ? Hinata levantou-se e sorriu ao ver o pincel em minha mão ? o-obrigada, moço.

    ? Por nada. ? respondi sorrindo

    ? Onde o senhor encontrou? ? encarei os orbes de lua, orbes que transmitiam sofrimento e inocência

    ? Ali atrás. ? falei apontando para o local onde estava anteriormente

    ? M-Mais uma vez agradeço ? Hinata guardou o pincel ? se eu perdesse este, não teria como comprar outro!

    ? Foi um prazer ajudar. ? falei um pouco encabulado

    ? Bem, melhor eu ir ? disse começando a andar, mas antes se virou para mim ? até outra hora, senhor...

    ? Naruto ? respondi ? me chamo Naruto Uzumaki.

    ? Prazer, meu nome é Hinata... ? a cortei

    ? Hyuuga ? ela se espantou e depois sorriu ? o senhor Teuchi me contou.

    ? Até, senhor Uzumaki ? disse sorridente

    Hinata se despediu e rumou para algum lugar desconhecido. Estava atravessando a rua para ir para meu prédio, até que algo me passou pela cabeça. Bem, poderia ser uma consequência do meu estado emocional naquele momento, mas de qualquer forma, a situação daquela garota me preocupava. Pelo que pude notar ela ainda não perdeu sua ingenuidade, coisa rara de se ver hoje em dia, um sentimento de raiva brotou em meu peito ao imaginar algum aproveitador tirando vantagem da menina. Movido com a intensão de protegê-la, resolvi fazez uma das coisas mais impensadas da minha vida.

    ? Hinata ? gritei do outro lado da rua a fazendo me fitar ? tem onde dormir hoje?


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