Segunda chance

  • Finalizada
  • Poon
  • Capitulos 1
  • Gêneros Comédia

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Único.

    Homossexualidade

    Espero que gostem .^^.

    Obs : já foi postada no animespirit.

    ? Presta atenção no forno Yuka, se passar de dez minutos, o petit gateau passa do ponto! ? Gritei para a cozinheira que, em vez de cuidar do tempo, estava digitando alguma coisa no celular, o restaurante cheio e ela parada. Está difícil arrumar funcionários que preste hoje em dia. Voltei a atenção no molho madeira que eu estava fazendo.

    ? Yutaka-san. ? Uma voz baixa e receosa me chamou, virei em sua direção ? Um senhor está reclamando da comida, é aquele todo tatuado de novo. ? Shiroyama Yuu, um dos meus garçons me avisou. Suspirei pesado, se ele não gosta da minha comida, por que sempre volta?

    ? Yuka, cuide do molho para mim. ? Falei, desamarrando meu avental.

    ? Mas Yutaka-san, estou ocupada agora. ? Olhei para ela, estava desenformando os bolinhos.

    ? Você, ? Chamei meu garçom ? Cuide daquilo. ? Apontei para os bolinhos.? Não sei cozinhar senhor. ? Meu garçom avisou.

    ? É só desenformar. ? Falei passando por ele, indo em direção as portas duplas que dava em direção ao salão de meu restaurante. Passei por elas e já avistei o individuo sentado displicente em uma mesa, sozinho, não deixei de reparar em suas roupas. Enquanto todos os outros clientes estavam vestidos formalmente, o tatuado parecia que estava na praia, com uma camiseta preta que deixava seus braços a mostra, com calção e chinelo.Não costumo discriminar pessoas por suas roupas, mas meu restaurante não é um cachorrão de esquina.

    Parei na frente de sua mesa.

    ? O que é dessa vez Miyavi? ? Sim, eu já tinha decorado o apelido da criatura, graças à frequência com que o moreno vinha aqui, parando para pensar desde o dia da abertura não tem uma noite que ele não aparece. Pergunto-me o porquê, já que toda noite reclama de algo.

    ? A carne está um pouco queimada Kai. ? Disse calmo. Olhei para seu prato e este estava vazio.

    ? Que carne? ? Perguntei ríspido. Eu sei que tenho que ser educado com meus clientes, mas quando se trata dele, não existe regra.

    ? Eu já comi. ? Riu.

    Respirei fundo.

    ? Miyavi, hoje o restaurante está cheio, meus funcionários da cozinha são uma droga, estou uma pilha, então me poupe de suas brincadeiras essa noite.

    Já estava me virando quando ele falou.

    ? Então parece que eu vou ter que te dar uma mãozinha hoje, né?! ? Se levantou, me virou em direção à cozinha, senti sua mão no meu ombro me guiando de volta.

    ? Ei! Aonde pensa que vai?

    ? Te ajudar na cozinha. ? Me disse como se eu fosse retardado.

    ? Como se você entendesse alguma coisa. ? Tirei sua mão do meu ombro, me virando para si, mas ele só deu um sorriso de lado, passando por mim. Fiquei olhando na direção das portas duplas por onde o moreno tinha passado, ele não estava falando serio né? Fui atrás dele e encontrei o tatuado ajudando Shiroyama com os bolinhos.

    ? Miyavi isso aqui não é freelancer.

    ? Não vou cobrar. ? Sorriu pegando o sorvete do refrigerador.

    Fiquei observando o maior trabalhar. Às vezes perguntava alguma coisa para os meus funcionários, mas fora isso ele parecia bem seguro dentro da cozinha, como se já estivesse familiarizado com o ambiente. O jeito como cortava os legumes, mexia nas panelas e arrumava os pratos era quase gracioso, fazia muito tempo que eu não conhecia alguém tão bom na cozinha.

    Na verdade só conheci uma pessoa assim. Ishihara Takamasa.

    Na escola, podíamos escolher uma atividade extracurricular e como sempre gostei de cozinhar, escolhi culinária. Depois de duas aulas, ele apareceu.

    Sabe quando alguém tem o dom para alguma coisa? Pois é ele tinha o Dom. Toda vez que ele cozinhava alguma coisa, as alunas quase saiam nos tapas para provar.E eu fui jogado para escanteio. Nada que eu fazia ficava tão bom quanto o dele.

    Um dia, a nossa atividade era fazer um torta de morango, a minha ficou boa, mas a dele ficou digna de um profissional. Ninguém comeu a minha e a dele só sobrou um pedaço porque ele o guardou. Quando vi, achei que fosse para a mãe dele, fiquei com tanta raiva que no final do dia ia jogar a minha torta fora, mas antes dela cair no lixo, ele tirou-a das minhas mãos.

    ? Por que vai fazer isso? Ela parece ótima! ? Sorriu. Colocou minha torta em cima do balcão, empacotando-a. Antes de ir embora, abriu a mochila, tirando de lá um embrulho, estendeu-o a mim que peguei por reflexo.

    ? Sabia que você não pegaria um pedaço, então guardei para você. ? Me deu um beijo na bochecha e foi embora.

    Depois desse dia não conseguia mais parar de olhar para ele.

    Sempre o observava cozinhando nas aulas de culinária, nem ligava mais de sempre perder para o moreno, na verdade entrei até para o seu fã clube.

    Nos intervalos, olhava-o conversando com seus amigos. Às vezes seu olhar se encontrava com o meu e desviava para qualquer lugar, não passava um dia sem procurá-lo, era até engraçado o fato de alguns dias atrás eu nem sabia da sua existência e agora se ele faltasse aula, meu humor ficava insuportável.

    ? Devia falar com ele Kai. ? Meu melhor amigo, Takashima Kouyou, me disse quando meus olhos desviaram da nossa conversa para Ishihara mais uma vez.

    ? Falar o que? ? Respondi sem nem mesmo olhar para o Kou. Isso andava acontecendo muito ultimamente, mas fazer o que se para mim Takamasa fazendo gracinhas era mais interessante do que o coxudo do meu lado?

    ? Qualquer coisa ?Oi, meu nome é Yutaka e o seu?".

    ? Eu já sei o nome dele.

    ? Mas ele não sabe disso. Você podia agradecer pela torta. ? Só a menção desse dia me fez corar e abaixar a cabeça, o que não passou despercebido para o Takashima ? Quem sabe agradecer o beijo também. ? Me disse risonho. Alguém me diz por que eu fui contar para ele?

    ? Af! Kou para de falar besteiras. ? Dei um tapa em sua cabeça.

    ? Não é besteira, você não sabe até quando ele vai ficar estudando com a gente, depois vai se arrepender por não ter coragem.

    Depois desse dia fiquei pensando nas coisas que o Kouyou tinha me dito. Eu não sabia até quando ele ficaria na mesma escola que eu e faltava pouco mais de dois meses para o ano letivo acabar.

    Por fim decidi ir falar com ele.

    O esperei na aula de culinária, mas nesse dia ele não apareceu, nem no outro e no outro.

    Depois de duas semanas esperando por ele, perguntei para uma menina da sala dele o porquê de ele não estar vindo, ela me contou que ele tinha se mudado para outra cidade. E como o Kou falou, me arrependi de não ter ido falar com ele.

    ? Por que está me encarando desse jeito? ? Acordei de meus pensamentos com a voz de Miyavi.

    ? Você me lembra alguém. ? Um brilho diferente passou pelo seu olhar, ele abriu a boca para me falar alguma coisa, mas foi cortado pelo som de meu celular. Olhei o visor e vi o nome do loiro, acertou quem pensou ser o Takashima, ainda somos amigos e tenho a impressão que seriamos até ficarmos velhinhos.

    ? Fala rápido Kou que o restaurante está cheio.

    ? Ain, não tem mais tempo para os amigos é? ? Sua voz saiu falsamente magoada.

    ? Kou, eu estou na correria aqui o restaurante... ? Fui cortado pela voz do loiro.

    ? Eu sei... Eu sei, tô indo ai tá? Beijo. ? E desligou na minha cara.

    Algum tempo depois, o Kouyou, que se autodenominou de Uruha, entrou na cozinha gritando.

    ? Kaaaai? ? Todos os meus funcionários me encararam.

    ? Que foi Uruha? Não grite aqui dentro!

    ? Ai, e qual é a vantagem que eu tenho em ser melhor amigo do dono? ? Me deu um selinho. Não, não estamos tendo um caso, ele simplesmente me cumprimenta assim ? Você não liga mais para mim, então eu tive que vir aqui te ver. ? Sorriu sapeca me abraçando.

    Ouvi um barulho de alguma coisa quebrando e olhei na direção do som, vi que o tatuado tinha derrubado um prato.

    ? Gomen. ? Se desculpou pegando os cacos.

    ? Ah, tudo bem. ? Fui em sua direção no intuito de ajudá-lo mas o loiro me puxou para fora da cozinha.

    ? Você contratou o Ishihara? - Perguntou surpreso ? Por que não me contou? Fiquei pra segundo plano mesmo. ? Colocou a mão sobre o peito fazendo cara de choro, às vezes ele é muito dramático.

    ? Que Ishihara, Kou?

    ? Seu cozinheiro oras!

    ? Que cozinheiro? Não tem ninguém com esse nome trabalhando aqui.

    ? É? Então qual é o nome do cara que derrubou o prato? ? Perguntou sério.

    ? Miyavi.

    ? Miyavi é apelido. ? Parei para pensar, eu sabia que era apelido, mas nunca houve motivos para perguntar o nome dele. Diante do meu silêncio o loiro continuou ? Vou ter que falar, o nome dele é Ishihara Takamasa. ? Sorriu ? Parece que o destino resolveu te ajudar hein Kai.

    Um arrepio passou pelo meu corpo.

    ? E ainda diz que gostava dele, nem reconheceu o cara. Arregalei os olhos.

    ? Será que ele sabe quem eu sou?

    ? Creio que sim, você não mudou nada.

    ? Como foi que eu não o reconheci? Será que é por isso que todas as noites ele está aqui?

    ? Ah Kai, sua cabeça está a mil com a abertura do restaurante, ele também não tinha o cabelo multicolorido, nem tantos piercings e nem tantas tatuagens. Puxa, nem parece a mesma pessoa. ? Colocou a mão no queixo como se tivesse pensando ? Você sempre o idealizou sempre tão perfeito em tudo, agora ele aparece assim, seu cérebro se recusou a aceitar essa nova versão dele.

    Se Kouyou tinha razão ou não, eu não sabia dizer. Mas o fato é que o cara que me fez descobrir ser gay está nesse momento na minha cozinha, e mesmo depois de tanto tempo, eu não tinha coragem de enfrenta-lo.

    ?Eaí Kai, o que vai fazer? ? Eu não sabia, nunca nem se quer por um segundo passou por minha mente reencontrar ele, não sabia como agir.

    ? Vou fingir que não sei que é ele. ? o loiro me reprendeu com o olhar. Sim, sou covarde me julguem por isso.

    ? Vai jogar sua segunda chance no lixo.

    Não respondi.

    ? Bom é você quem sabe, mas se fosse eu, já estaria no colo dele faz tempo. ? Sorriu malicioso. ? Ô coisa boa. ? Suspirou quando Shiroyama passou correndo com a bandeja na mão.

    ? Pare de assediar meus empregados, Uruha.

    ? Não é assedio se ele gostar. ? Piscou indo atrás do moreno. Algumas coisas não mudam mesmo.

    O resto da noite passou agitada. Yuka queimou os bolinhos duas vezes, meus funcionários pareciam malucos, correndo de um lado para o outro, Yuu trabalhou em dobro coitado, atendendo os clientes e se esquivando das investidas de Takashima, que depois de um tempo coloquei para trabalhar também na intenção que ele parasse de incomodar o moreno e Ishihara parecia concentrado demais no pedidos.

    No final do expediente todos estavam exaustos, depois de muita insistência do Kou, Yuu aceitou ir embora com ele, nem vi Takamasa indo embora, fiquei por último para fechar o restaurante.

    Quando achei que teria descanso ao chegar no meu carro, encontrei o tatuado encostado nele.

    ? Precisa de carona Miyavi?

    ? Não, estou de moto. ? Apontou-me, virei na direção e vi uma preta encostada na calçada. Voltei meu olhar em sua direção, esperando uma resposta de minha pergunta muda.

    ? Você - Começou receoso ? E o loiro não tem nada né? Quando ele chegou, achei que sim, mas depois ele foi embora acompanhado.

    Passamos um curto período de tempo em silêncio até ele continuar.

    ? Acredita em destino? ? Não acompanhei a mudança de assunto, mas o colorido nem me deu tempo para pensar muito ? Tive uma chance de ficar com alguém que eu queria muito a alguns anos atrás, mas eu deixei passar, agora reencontrei essa pessoa. Acredita que foi destino? ? Meu sangue gelou, parecia que ele estava contando a minha história.

    Desencostou-se do carro e veio em minha direção, parou na minha frente ? Eu devia tentar alguma coisa com ela?

    Eu entendi a indireta, só dependia da minha resposta.

    ? Sim. ? Sussurrei. Meus olhos caíram sobre sua boca.

    Miyavi colocou sua mão na minha nuca, me puxando com força desnecessária para seu corpo. Seus lábios colaram-se aos meus, me obrigando a dar espaço para sua língua, retribui da mesma forma, com ânsia, com fome dele, matando a vontade que eu tinha há muito tempo. Levantei minha mão até sua nuca, agarrando seu cabelo, o puxando mais para mim. O tatuado mordeu meu lábio inferior me fazendo suspirar baixinho, sorriu terminando o beijo com vários selinhos, mas não se afastou de mim.

    ? Desculpe não ter coragem para fazer isso na escola. ? Sussurrou contra a minha boca.

    ? Não tem problema se você me recompensar agora. ? Sorri malicioso.

    ? Você não devia ter dito isso Yutaka. ? E colou sua boca na minha de novo. Talvez eu acabe gostando mais dessa sua versão do que da antiga.

    FIM


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