?Kakaroto está morto. Ele não podia ter feito isso. Mais uma vez me humilhou salvando a minha vida. Maldição!?. Os pensamentos de Vegeta estavam confusos. ?Não tenho mais o que fazer neste planeta imprestável?. Saiu do banho. Os músculos ainda estavam doloridos desde a luta com o Cell. Havia passado uma semana que Gohan havia derrotado o monstro. Enquanto se vestia ele pensava: ?Maldito moleque, maldito Kakaroto, malditos terráqueos!? De repente, Vegeta ouviu um choro alto ?Aquele pirralho! O que ele quer??. Como o pequeno Trunks não parava de chorar, Vegeta foi ao quarto dele. Aproximou-se do berço e levantou o garoto com uma mão só. Trunks chorava ainda mais alto:
- Cale a boca maldito moleque! ? disse Vegeta furioso enquanto sacudia Trunks no ar.
Nesse momento, Trunks imaginado que Vegeta brincava com ele, parou de chorar e começou a gargalhar. ?Ãh, por que ele está sorrindo?? Era a primeira vez que Trunks sorria para Vegeta. Um sentimento novo, que ele não sabia explicar invadiu o coração do saiyajin. Ainda estava segurando o garoto no ar, quando Bulma entrou no quarto:
- Vegeta, o que está fazendo?! - Gritou ela arrancando o bebê das mãos dele. ? O que está pensando? Você vai machucar o Trunks desse jeito.
- Isso não é jeito de falar comigo mulher insolente! Esse pirralho não parava de berrar e você não veio pra calar a boca dele!
- E por isso você queria machucá-lo? ? falando para Trunks ? Papai te assustou bebê?
O pequeno Trunks sorria.
- Olha Vegeta, eu sei que você chateado com a morte de Goku... Mas nós somos a sua família... e estamos aqui.
Vegeta deu as costas para Bulma e saiu em direção ao seu quarto. ?Família...? ?Foi isso que o príncipe dos sayajins se tornou? Um chefe de família?? Quando pensava nisso sentia a raiva subir. ?Tudo culpa dessa terráquea estúpida. O que ela tinha que me fazia perder o controle?? Estava mergulhado em seus pensamentos sobre Bulma quando a própria entrou no quarto.
- O que você quer? ? disse ele em tom áspero.
- Só queria saber se você está com fome. ? respondeu ela, já acostumada com as grosserias dele. - É que os empregados já foram dormir e mamãe saiu com papai. Se você quiser eu preparo alguma coisa pra você.
- Não preciso de nada. ? disse ele secamente.
Ela se aproximou da cama inclinando-se sobre ele e olhando-o bem nos olhos disse:
- Mas eu preciso de você.
Vegeta ainda não estava acostumado com as iniciativas de Bulma. Vivia chamando-a de ?mulher vulgar?. Mas no fundo gostava que ela tomasse iniciativa, pois assim ele não teria que procurá-la quando sentia falta dela. Quantas vezes ele precisou se segurar para não ir atrás dela? ?Maldita mulher!? Ainda não entendia o porquê de Bulma despertar nele essas sensações estúpidas. Diante das palavras dela, ele não resistiu: agarrou-a com força e a lançou na cama. Os dois se amaram de forma intensa e logo depois adormeceram.
No meio da madrugada, Trunks começou a chorar. Bulma, sonolenta, levantou e foi atendê-lo. Vegeta a observava. ?Droga, fui um fraco de novo. Eu não consigo resistir a essa mulher. E ela ficou ainda mais linda depois que se tornou mãe.? Olhando para o teto começou a pensar em Trunks. ?Então quer dizer que esse pirralho estúpido vai se tornar aquele jovem insolente que gosta de desobedecer as minhas ordens? Hum, não vai ser tão ruim assim... Se ele for treinado adequadamente pode ser que se torne um guerreiro de verdade... Mas o que está dizendo Vegeta?!? Pensou ele cerrando os punhos. ?Você não tem nada pra fazer neste planeta. Ficar aqui está deixando você um fraco! Está resolvido: amanhã eu deixo este planeta, e não terei que aguentar mais nenhum terráqueo insolente e muito menos essa mulher e esse pirralho chorão.? Mergulhado nesses pensamentos, voltou a dormir.
Bulma acalentava Trunks. ?Esse Vegeta é mesmo um lunático. Como pôde segurar essa coisinha tão linda daquela forma? Se ele o machucasse, não sabia do que era capaz?. Embora ela já estivesse acostumada com o jeito orgulhoso de Vegeta, sabia de alguma forma que ele gostava dos dois, mas que jamais admitiria isso nem pra si mesmo. Ela mesma não entendia o porquê de amar aquele saiyajin.
- Papai vai um dia entender que nos ama Trunks. ? disse ela colocando-o de volta adormecido no berço. Olhando pra ele dormindo - Trunks, você vai ser um rapaz lindo quando crescer. Um destruidor de corações! ? disse ela rindo.
Ao voltar pro quarto de Vegeta, ela viu que ele voltara a dormir. A respiração estava pesada, indicando que dormia profundamente. ?Deve estar cansado ainda da batalha com o monstro do Cell? depois rindo pensou ?Mais cansado deve está ainda da batalha comigo aqui nesta cama?.
Bulma deitou com cuidado ao lado dele. Na verdade, eles não dividiam o mesmo quarto. Vegeta era orgulhoso demais para assumir que ela era a sua mulher. Só dormiam juntos quando ela sentia falta dele. Tinha a esperança que de ele a procurasse, mas depois que ela ficou grávida de Trunks isso jamais aconteceu. Ela achava que ele tinha ficado meio revoltado com ela por que não esperava se tornar pai. Isso frustrava os planos dele. ?Quais seriam os planos de Vegeta?? Pensou. Olhou para o lado. ?Eu não suportaria te perder Vegeta!?. Agarrando-se a ele, adormeceu.
No dia seguinte, Vegeta acordou com o canto dos pássaros. Isto já o deixou irritado. Mais irritado ainda ficou quando percebeu que Bulma estava dormindo agarrada a ele. Ele detestava demonstrações de afeto. Por outro lado, aquele perfume dela o enfeitiçava. Gostava de tê-la em seus braços, mas jamais admitiria isso. Desvencilhou-se cuidadosamente dela e foi tomar um banho. Na noite anterior tinha decidido ir embora, mas ainda não sabia exatamente pra onde. Não tinha pra onde voltar. O mais próximo de uma família que ele tinha eram Trunks e Bulma. Porém, não suportava a ideia de viver naquele planeta. Terminado o banho e já vestido, decidiu que se afastaria um tempo para pensar o que fazer da vida. Foi ao quarto de Trunks para olhá-lo. Ele ainda dormia. ?Ele poderia ser um ótimo guerreiro se fosse treinado desde agora?. Pensou. ?Isso não tem importância?. Passou pelo seu quarto e viu que Bulma ainda dormia. Precisava ficar longe dela. Quando estava perto dela sentia como se não pudesse se controlar. Ela representava a maior fraqueza dele.
- Isso não pode continuar! ? disse ele cerrando os punhos.
E saiu voando pelos céus.