Baby's

Baby's:

Eu estou na casa da minha tia Mary em Londres até chegar o dia de eu ir ao internato Adalard Jones aqui, é o meu segundo ano lá, eu sou a it-girl da galera, mas ao contrário do que muita gente pensa, eu sou uma garota até simples não metida, meu pai é advogado e a minha mãe é estilista, foi por causa dela que eu me apaixonei totalmente pelo mundo da moda. Tem pessoas que nem chegam pra falar comigo pensando que eu sou boba como as outras garotas do Adalard Jones, eu me sinto meio mal, mas não vou mudar o meu estilo por causa delas, por mim que não falem comigo.

No ano passado eu conheci um garoto super lindo lá, o nome dele é Zayn Malik, é o terceiro ano dele no internato, ele é o badboy, as garotas babam por ele, por ele e pelos amigos com quem ele sempre anda, Harry, Louis, Niall, o Liam é o mais calmo e romântico, mesmo assim eu nunca troquei uma palavra se quer com algum deles, nem o Zayn parece ter olhado pra mim alguma vez na vida. Tá, eu admito, eu tenho uma certa quedinha pelo Zayn, mas é coisa platônica, porque as garotas com quem ele anda são aquelas que usam minissaias e que falam com a voz entojada, ele nunca olharia pra mim, uma ir-girl (substituo por essa palavra porque não gosto que me chamem de patricinha) e disléxia.

Sim, eu sou disléxia. Até o 8° ano eu usava um notebook nas salas de aula, porque eu tinha muita dificuldade de escrever no papel mesmo, eu aprendi a escrever meio (não totalmente) bem quando eu entrei no Teatro e comecei a fazer aulas de Hebraíco, Judaíco, Espanhol e Russo. O Teatro me ajudou muito, eu lia os textos sempre em voz alta e fazia histórias de brincadeira para teinar um pouco, as aulas que os meus pais me colocaram também me ajudaram, eu ia treinando as outras línguas escrevendo no meu caderno de estudo e hoje eu estou escrevendo como uma pessoa não disléxia, no caderno normal com uma caneta. Para uns isso é muito comum, mais para mim foi uma grande vitória.

Quando pequena eu sofria bulling por ter dislexia, eu sai por um tempinho da escola e entrei em outra com o ensino superior. Eu me sentia horrível, uma aberração por ser disléxia e não ter nenhum amigo, mas isso mudou com o tempo. Eu não sou diferente das outras pessoas por ser assim, eu sou uma garota normal, com um objetivo na vida. Ninguém lá do internato sabe que eu sou disléxia, menos os professores que até perguntam se eu não quero ter aulas particulares para ver se eu consigo gravar a matéria melhor. Eu não gosto dessa atenção todo, porque parece que as pessoas sentem pena de mim, e tudo o que eu menos quero é que sintam isso quando me olham. É o fim.

Bom, vocês devem estar se perguntando quem eu sou. Me chamo Baby Smith e essa sou eu, contando algumas coisinhas minha pra vocês me conhecerem melhor.

Subi para o quarto para arrumar minhas malas, cheguei lá e fiquei parada encostada na porta do quarto olhando em direção ao armário estilo vitoriano da minha tia, em cima dele tinha o perfume que a minha avó tinha mandado fazer para mim antes de falecer, eu sinto tanta a falta dela. Fui em direção ao armário e peguei o perfume, aspirei o cheiro de rosas dele e suspirei ''Que saudades de você vovó''. Pensei. Eu nunca usei esse perfume, pois sendo um presente dela pra mim eu tenho medo de gastar a minha lembrança dela.

Deixei tudo pronto e fui tomar um banho relaxante. Coloquei o meu pijama de flanela e me deitei na cama, virei para o lado e desliguei o abajur. Eu tive um sonho tão fofo em que eu estava dentro de um mar de rosas e elas ficavam sorrindo para mim.