Todos os direitos da história à Abel e Larissa. História feita de fan para fans, sem fim lucrativo. Plágio é crime! Crie vergonha na cara e dignidade em sua escrota vida e invente suas próprias estórias, se precisar de ajuda para isso pode contar comigo! ;}
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Tag: Terror/Horror.
Fanfic parte do projeto Contos de Elizabetha.
Capítulo único
J o g o M a c a b r o
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Elizabetha olhou para os lados, mas não viu saída. Não conseguia entender o que acontecera. Em um momento estava dormindo, seus pais haviam dado-lhe uma saudação de ?boa-noite? feliz e suave, como sempre faziam e, no outro, acordara com barulhos ensurdecedores que vinham da rua, e um pânico lhe assolara.
Tateou pelas paredes, duvidosa em acender a luz, e procurou pelos pais, mas eles não estavam no quarto, nem na casa, constatou, depois de verificar tudo e não achá-los. Desesperada, saiu para as ruas, olhando sem cessar de um lado para o outro.
Tudo estava vazio e escuro. Muito escuro. Liza tremeu. De medo. De frio. De desespero. Seu estômago revirou. Seus olhos cresceram quando captou, ao longe, um barulho estranho. Virou-se, pronta para correr, mas algo lhe disse que se mantivesse calma.
Manteu-se, obedeceu. Virou-se lentamente, atentando-se aos barulhos que pareciam vir de longe. Muito longe. Talvez quilômetros. Seus olhos azuis encheram-se de lágrimas. Onde estava mesmo? Por que tudo aquilo? Só queria poder abraçar seus pais e dormir aconchegada entre eles.
Há quanto tempo não fazia aquilo? Por que mesmo não fazia? Ah, sim, porque vivia alegado que era coisa de criança. Arrependia-se amargamente. Devia ter aconchegado-se a eles quando pôde.
?Elizabetha, filha, nunca desista antes de tentar.?
A voz maternal sussurrou-lhe ao ouvido, dando-lhe ânimo. Ouvindo-a, pôs-se a andar. Abraçava-se, pois a blusa regata e o short curto não eram capazes de vencer o vento gélido daquela noite. Estranhamente o clima estava bom quando se deitara, ameno, até um pouco abafado.
Então, o que havia acontecido naquelas três horas que dormira?
Não entendia.
Não queria entender.
Soluçando enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, caminhou pelas ruas à procura de algo, embora mal soubesse o quê. Seus passos eram arrastados e seus dentes tilintavam um no outro.
De repente um grito. Som de passos hesitantes, luzes piscando.
Um grito lhe veio à garganta, mas a imagem de sua mãe fê-la se aquietar. Ela vinha em sua direção, estranhamente balançava de um lado para o outro, mas a falta de luz impossibilitava que Liza visse-a com perfeição.
Foi necessário mais vários passos para que ela estivesse embaixo de um poste e, com horror, a garota descobrisse a figura pálida, magra e suja de sua mãe. Nada mais havia da jovem e sorridente, mas firme e segura advogada, e isso alarmou-a.
Esquecendo-se completamente da voz que lhe sussurrara anteriormente, tudo o que ela pôde fazer foi correr. As lágrimas que embaçavam seus olhos não a possibilitaram ver que ia para um beco sem saída, seguida por sua mãe e muitos outros zumbis.
Aterrorizada, fechou os olhos. Tampou os ouvidos. Nada via, nem ouvia.
?Já passou, já passou. Acalme-se, relaxe. O pior já foi, você está bem, está a salvo, está deitada. Nada lhe atingirá, amedrontará, nada te afligirá. Você é forte. E corajosa. Agora durma, nada te alcançará.?
E ela acreditou, fechou os olhos e esperou.