Todos os direitos da história à Abel e Larissa. História feita de fan para fans, sem fim lucrativo. Plágio é crime! Crie vergonha na cara e dignidade em sua escrota vida e invente suas próprias estórias, se precisar de ajuda para isso pode contar comigo! ;}
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Tag: Sobrenatural.
Fanfic parte do projeto Contos de Elizabetha.
Capítulo único
V i s i t a N o t u r n a
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Ela sabia que havia ouvido algo, que não era obra de sua imaginação. Desceu lentamente os degraus da mansão, a fim de procurar o dono daqueles ruídos. Abriu a porta e se expôs ao frio da madrugada, dando a volta na mansão para que chegasse até embaixo de sua janela.
A neve encobria o chão e a fazia tremer de frio. Envolta no casaco de peles negro, com o pijama fino e pantufas de coelho, a menina de longos cabelos loiros e olhos azuis como o céu diurno chegou à parte de trás da mansão, olhando hesitante para o local de onde vinham os sons.
Na neve, um amontoado marrom-escuro se destacava. Ele se mexia levemente e fazia pequenos sons como de resmungos. Olhando para os lados, ela procurava ver se estava vendo coisas, mas não, aquilo era real, muito real. Com passos incertos foi em direção ao amontoado.
?Elizabetha, nunca deixe a sua curiosidade guiá-la.?
A voz doce, porém firme e meio severa de sua mãe alertou-a sobre o perigo, ela sabia que a filha cogitaria ceder, como toda mãe sabe.
A bela garota ignorou a voz mental e se pôs a poucos passos do algo desconhecido, se assustando quando, num rompante, ele ergueu-se. Assustada, gritou, mas sua voz foi engolida pela imensidão atrás de si, enquanto, em desespero, dava passos vacilantes para trás, tropeçando em um galho e caindo no chão.
O amontoado marrom-escuro ergueu-se lenta e majestosamente, ficando em apenas duas patas e uivou, esticando-se totalmente. Atônica, Liza só conseguia fitá-lo, um misto de medo e maravilha fê-la se encolher, esperando que ele não a notasse.
O pelo escuro brilhava diante da luz da lua, que aparecera aquela noite depois de várias repletas de nuvens, enquanto os olhos prateados lembravam a própria lua, derretida, líquida.
Tudo aquilo aconteceu em um segundo, pois no outro os olhos cor de prata fitavam-na curiosos. Liza se encolheu ainda mais, perguntando-se o que era aquilo. Parecia um cão, mas era muito grande para o ser. Quando um segundo uivo tirou-a de seu devaneio, o estranho ser já estava a sua frente, olhando-a nos olhos.
Iria gritar, mas a voz não saiu da garganta. O que acontecia? O que era aquilo? A grande boca abriu, deixando à mostra as longas presas. Engolindo em seco, Liza descobriu: era um lobo.
Ele ergueu a cabeça ao ouvir algo ao longe e, como se ela não existisse, pulou, disparando para dentro da floresta.
?Acalme-se Liza. Lobos não existem. É só um pesadelo, uma alucinação. Relaxe, volte para cama, amanhã nada terá acontecido. Continue desacreditado em seres místicos, você é uma dama, deve agir como tal. Sim, isso, vá para o quarto, deite na cama, feche os olhos. O mal já passou, podes esquecer o dispensável.?
Mas ela sabia que nunca poderia esquecer-se dos olhos cor de prata lhe fitando tão de perto.