Skip Beat ( Caminhos Do Coração )

  • Finalizada
  • Aelita
  • Capitulos 39
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 7 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 17

    Capitulo 17

    Embaixo do sol escaldante os quatro se reuniram para pescar no Rio Takarada. Horas haviam se passado e eles estavam entediados e sem nenhum peixe no tanque deles.

    ?Odeio mosquitos.

    ?Maria-chan, você não vai pegar os peixes se ficar batendo a vara.

    ?Pelo menos ainda tenho uma isca no meu anzol.

    ?Mas eu ainda tenho uma...Droga.

    ?Vocês duas estão dormindo no ponto.

    ?Mas você também não pescou nenhum ? kyoko o lembrou desanimada

    ?Ainda ? ele disse confiante

    ? O que deu no vovô? Isso é programa de velho...

    ?Ei, eu escutei mocinha, saiba que pescar também é uma arte. ? Lory em sua 10ª fisgada

    ?Viram o que eu falei?

    ?Pelo menos alguém está se divertindo -" e pegando peixes " - Ei kyoko deixe-me ajudá-la.

    Ren recolhe a linha e põe outra isca no lugar. Ele ergue a vara e com sua força lança longe e a entrega para a jovem. Quando kyoko ia se sentar, ela sente um forte puxão e a linha do carretel começa a se desenrolar enquanto era puxada rapidamente para dentro do rio. A garota tentava segurar porém a linha continuava a se desenrolar mais. Eles logo puderam ver a sobra de um peixe enorme sob a água.

    ?Ah aquela é a carpa gigante! ? revela Maria

    ?Ajude ela Ren, Mogami-kun será puxada e como vê estou meio ocupado ? em sua 12ª fisgada ? o júnior dela fisgou minha isca.

    ? Eu não consigo segurar por muito tempo ? disse kyoko sem ar

    Ren largou sua vara e foi auxiliar kyoko. Ele chegou por trás e agarrou a vara, lhe ajudando a puxar o animal. Eles ficaram nesse entrave com o peixe até se cansarem, kyoko queria soltá-lo mas Ren lhe disse que daria conta sozinho e ela ficou de lado.

    Ele apoiou um pé na quina do barco e com o outro puxou seu corpo para trás. A força da tensão era tanta que chegava a entortar a vara e pouco a pouco a linha ia se enrolando de volta ao carretel e depois de alguns minutos já dava para ver a carpa na frente do barco, sempre relutante a cada puxada. Em um solavanco ele a puxou com toda sua força para dentro do barco, onde ela continuou a se debater por estar fora d'água. Depois de conseguir Ren se jogou no chão exausto e quando se virou de lado viu o presidente o aplaudindo.

    ?Ela dá quase 3 de mim! ? exclamou Maria

    ?Formidável, Ren. Foi bom trocar de linha, todas as outras arrebentavam quando fisgava essa danada, mas depois de um tempo ela começou a fugir de mim.

    ?Achamos uma profissão alternativa para você. ? gracejou kyoko

    Ele se levantou e sorriu, mas foi surpreendido quando kyoko correu para abraçá-lo e o agradeceu animada. Talvez aquela fosse a maior recompensa por tanto esforço, era o que ele pensara naquela situação. Estava aproveitando quando acabaram com o momento

    ?Ótimo, agora temos carpa para a semana inteira! ? disse Lory empolgado

    Só de ouvir isso o ator já ficou nauseado e seu estomago embrulhou ao imaginar uma semana comendo a mesma coisa. Kyoko o observou e entendeu o que passava em sua cabeça, ela cruzou seus braços e arqueou uma sobrancelha. Pelo visto, nem assim ele seria capaz de fugir das refeições.

    Começou a anoitecer e eles voltaram ao castelo. Depois do lanche o grupo se arrumou para uma noitada de filmes. Todos desceram a sala, vestidos em seus pijamas: Ren com uma calça moletom e uma regata branca, Kyoko com um mini-shorts vermelho e uma blusa rosa mostrando parte da barriga, Maria de camisola amarela e Lory com uma camisa azul-claro e calça moletom. Os três se sentaram no sofá enquanto Lory ligava o DVD.

    ?O chamado, O grito ou Espíritos?

    ?Esperaí, só tem filme de t-t-terror? ? Kyoko se encolhe com medo

    ?Que sem graça vovô, eu já vi todos esses! ? Maria bateu os pés emburrada

    ?Ah desculpe Maria, eu não sabia-" na verdade eu os peguei justamente por isso" - Peguei os mais famosos que eles tinham de terror na locadora.

    ?Mas por que terror Maria?

    ?Porque eu queria ficar agarradinha em você Ren!

    ?Ah, claro, como não pensei nisso. ? ele riu da pequena

    ?Mas meu plano furou graças ao vovô!- ela ralou

    ?Gomenasai Maria, eu pego outro para você amanhã. Hoje vai um desses mesmo, qual deles é o melhor?

    ?Acho que o chamado, o mais leve para a nee-san.

    ?E-eu não faço questão de filme e já que Maria-chan já viu todos...

    ?Muito bem, vou colocar o Chamado para Mogami-kun! ? ele corta a atriz

    ?Com licença chefe, o vizinho está lhe chamando e Maria-chan, seu pai está na outra linha.

    ?Ren vai colocando o filme, eu volto logo. ? ele saiu junto com Maria

    ?Hai. "Ele não poderia disfarçar melhor? Quero dizer, isso é um castelo, não há vizinhos!"

    Ele colocou o filme no aparelho e se deitou no sofá, ao seu lado estava kyoko encolhida no canto e cobrindo sua visão com a almofada. Os trailers passaram e depois de alguns minutos a tela ficou preta e surge a Samara subindo o poço.

    ?Ahh! Nãao! ? ela grita desesperada

    ? Ano, kyoko!

    ?Hmm? ? ela se vira para ele com medo

    ?Esse é só o menu do filme.

    ?E-eu sabia!- "por que tinha de ser terror meu Deus?"

    ?Pronto, agora começou ? "como assim o presidente arma mais essa pra cima de mim? Eu poderia até ficar feliz e agradecê-lo se essa situação não fosse tão forçada"

    Enquanto kyoko se contorcia de medo na outra ponta do sofá, Ren apenas bocejava e assistia entediado. Foi aí que apareceu uma imagem macabra da Samara e kyoko pulou quase caindo pra trás. Quando Ren se virou para o lado e viu kyoko chorando e tremendo de pavor. Ele encarou a atriz se ponderando qual a atitude mais sensata ou prudente, de nada adiantou, quando se viu já lhe acalmando em seus braços.

    ?Daijoubu kyoko, é só um filme, ela não existe.

    ?Eu estou com medo Ren, acho que vou quebrar Corn de tanto apertá-lo!

    ?Corn não quebraria tão facilmente, ele irá proteger você - " eu irei proteger você "

    ?Ren...

    ?O que foi?

    ?Nada, esquece, eu não poderia lhe fazer um pedido desses ? ela desviou o olhar ? "onde estou com a cabeça? Isso é mais que indecente"

    ?Pode falar kyoko

    ?É que você poderia me abraçar assim e segurar minha mão até o fim do filme? É-é s-só para que eu não fique com tanto m-medo! ? "estranho, sinto como se esse não fosse o único motivo, ah quem se importa, essa Samara me faz tremer só de olhar"

    ?Claro, só para você não ficar com medo ? "não se empolgue Ren, ela não tem segundas intenções como você" ? Sente aqui comigo ? "parece que o filme vai ficar bom daqui em diante"

    Ela se sentou totalmente sem jeito na frente dele entre suas pernas e abaixou a cabeça envergonhada e arrependida com o próprio pedido. O coração dela palpitou ainda mais quando Ren a puxou para apoiar suas costas no tronco dele. Seu espanto foi ainda maior quando sentiu seus braços a envolverem por detrás e suas mãos se entrelaçarem entre as delas. A jovem sentiu um calafrio pelo corpo, aquela situação era mais inquietante do que a vez em que dormira sobre ele.

    ?Quero ver a Samara lhe assustar outra vez ? ele segurou com firmeza suas mãos ? "eu não sou abusado, foi ela quem pediu, não tenho culpa dessa vez, se ela estivesse incomodada falaria, não falaria? Sem falar que já estivemos colados assim antes e ela não reclamou, se bem que era diferente, mas me precipitaria a pensar que ela possa gostar disso? Não ela só está assustada..."

    ?Estou bem agora ?"Toda vez que ele faz algo assim meu coração começa a bater... Quando ele me abraça dessa forma me faz esquecer tudo, sinto minhas forças voltarem, mas há os efeitos colaterais, que nem aquela vez que pensei que Corn havia desaparecido. Pensando bem, as vezes penso que Ren tem os mesmos poderes de Corn, será que causo o mesmo nele? Quem dera, ele mal se abre para mim, esse abraço deve ser só uma caridade, um aborrecimento para ele."

    ?Em que está pensando?

    ?Sempre quando estou com você fico apaziguada, é como se drenasse minhas preocupações, as vezes queria poder fazer mais por você.

    ?Não diga isso, você já fez demais por mim.

    ?Nani? O que por exemplo?

    ?Só de existir e estar comigo, só o seu sorriso são as melhores dádivas que posso receber.

    ?Isso... Você pensa tudo isso? ?ela pergunta comovida e corada ? " se não conhecesse Ren isso pareceria uma confissão"

    ?Tudo isso e muito mais ? ele disse carinhoso

    ?Ei, que melação é essa? ? perguntou Maria irritada

    Os dois deram um pulo e se desgrudaram rapidamente. A menina os encarou calada e com um olhar acusador sobre kyoko. O silêncio invadiu a sala e Ren resolveu quebrar o gelo entre os três.

    ?Como foi a conversa com seu pai Maria? ? perguntou fingindo que nada havia acontecido

    ?Foi boa. Perdi a vontade de ver o filme, vocês podem continuar a assistir - "se é que estavam assistindo"

    Maria avaliou a expressão dos dois enquanto kyoko ia falar algo porem foi cortada por Ren.

    ?Eu gostaria de ver até o final.

    ?E você nee-san, vai subir comigo?- ela fitou esperando sua decisão

    ?Eu...vou ficar aqui? ? soou como uma pergunta

    ?Está gostando do filme?

    ?Na verdade não muito.

    ?Então por que vai ficar? ? vendo-a procurar uma resposta e não obtendo sucesso ela resolveu prosseguir - também não ouvi mais seus gritos, será que a Samara não é tão medonha assim? Ou talvez os braços do Ren sejam aconchegantes demais para você notar qualquer coisa do filme?

    ?Sim, quer dizer, não! Eu vi tudo até agora, eu não estava, eu não...- ela começou a se embaralhar com as palavras

    ?Por que ficou nervosa nee-san? Eu peguei você no flagra? ? ela acusou

    ?Não Maria, eu não fiz nada, até parece! Por que você está falando isso? ? ela se defendeu convicta

    ?Mentirosa, traidora! Eu odeio você! ? ela proclamou exaltada

    A menina subiu as escadas correndo e foi até seu quarto, batendo a porta com força e fazendo o barulho ecoar por todo o castelo. Kyoko ficou perplexa. Quando se levantou Ren segurou sua mão, ainda sentido com sua resposta a Maria.

    ?Ren eu preciso me desculpar com ela. Maria confundiu tudo e agora está imaginando besteiras.

    ?Deixe-a imaginar. Ela já está grandinha, não posso mais alimentar essa paixão platônica que ela tem por mim.

    ?Mas Ren ela só tem 10 anos, é nessa fase que as meninas vivem amores platônicos. Uma desilusão muito forte poderia alterá-la para sempre, eu mesma fui um exemplo disso. ? ela se lembrou entristecida

    ?Tem razão ? ele a soltou ? Acho que devo me desculpar também, não gostaria que acontecesse o mesmo com ela, e o pior, que fosse por minha causa.

    ?Sim, mas deixe-me falar com ela primeiro e esclarecer tudo.

    Ren ergueu o olhar e lhe assentiu ir até Maria. Ele se afundou no sofá e ficou olhando para a tela da TV sem prestar atenção no filme correndo. O ator correu os dedos entre seu cabeço e deitou a nuca em uma almofada. Ele se sentiu muito mal por Maria, mas no fundo ele só queria continuar a ver o filme e abraçar kyoko, seria pedir demais? A essa altura dos acontecimentos até Maria já deveria saber, provavelmente se sentindo traída por duas pessoas as quais estimava muito. Mesmo que kyoko não entendesse a situação, a menina era esperta e mais rápida em captar esse tipo de coisa, na verdade era fácil para qualquer um ligar os pontos, ainda mais depois que ela escutara a conversa entre eles. O que o torturava era saber que para kyoko aquilo não passava de um grande mal entendido. Ele teria que fazer milagre durante aquela semana, mas se não conseguia nem fazê-la notar seus sentimentos, conseguiria fazê-la se apaixonar novamente? Uma música de suspense começou a tocar, já eram os créditos finais. O ator desligou o aparelho e passou pelo quarto de Maria, podia ouvir as vozes das duas conversando. Não se sentiu motivado a entrar ali ou no direito de escutá-las então foi ao seu quarto e se preparou para dormir. Já podia prever que o dia seguinte também não seria nada fácil.


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