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Baron é o membro mais jovem do último clã de escudeiros do continente de Valavaris, os Granvarius. Desde pequeno sonhava com o dia em que se tornaria um guerreiro Granvariano e partisse com seu pai para explorar o continente. Após anos de treinamentos rigorosos, o dia de sua iniciação finalmente chegou. Esse dia ficaria marcado para sempre em sua alma, pois esse dia manchado de sangue, ele já mais esqueceu. Seu clã foi aniquilado pelo exército imperial do reino de Ametista e tudo o que restou para Baron foram lembranças e um súbito desejo de vingança.
Capitulo 1: O legado de Granvarius.
100 anos após a guerra santa que devastou o continente de Valavaris, o mundo de Gandania que pereceu em caos, começava lentamente a renascer das cinzas. Todas as raças que participaram da Guerra Negra retornaram para suas terras natais e regrediram seus territórios. O continente de Valavaris foi então dividido em Estados. O Estado dos humanos se dividiu em Pandoriam, Borondor e Priade. O Estado orc se dividiu em Akanda e Denariu. O Estado dos elfos se dividiu em Edenia e Astral. No entanto, a paz não perambulou as terras humanas. A luta constante por poder e soberania em Pandoriam não cessou. O principal Reino humano conhecido como Reino Ametista, expandia cada vez mais seus territórios atrás de riquezas. Logo, o Estado de Priade seria o próximo alvo do Rei Alastor 5°, que se denominava Imperador de Pandoriam. Priade se encontra entre Pandoriam e Borondor, é o menor Estado de Valavaris, pois abrigava apenas sobreviventes da guerra santa. Seus habitantes eram escravos, plebeus e renegados que viviam em suas pequenas vilas. Sobreviviam somente do que plantavam e caçavam. Gente humilde, simples, trabalhadores que se esforçavam ao máximo para sobreviver em terras quase inférteis. Prejudicados geograficamente por desertos e cadeias montanhosas, faziam o que podiam para permanecerem vivos.
Em Priade, se destacava uma pequena vila, chamada vila da Pedra por se localizar em meio ao deserto e próximo das cadeias montanhosas. Essa vila abrigava unicamente um clã de guerreiros renegados. O último clã de escudeiros, os Granvarius. Dotados de uma força, agilidade e resistência fora do comum, esse clã de guerreiros mortais participaram da elite humana na guerra passada. Sendo conhecidos por toda Valavaris como escudos de sangue, faziam a própria guarda Real do Rei Alastor 3° que liderava a força humana durante as campanhas da Guerra Santa. Contudo, como acusados do assassinato do Rei, foram caçados e mortos. Os poucos sobreviventes renegados fugiram para Priade e criaram a vila da Pedra. Durante 18 anos a vila permaneceu em paz, liderada por um antigo herói de guerra Granvariano chamado Baron. Baron era um guerreiro nato, um exímio caçador e estrategista nato. Todas as noites em volta a fogueira contava os feitos heroicos de seu clã e das maravilhas que existiam mundo a fora. Ele tinha um filho, o qual deu seu próprio nome, Baron, que não se separava de seu pai. Baron desde pequeno, sonhava ser um guerreiro igual o seu pai e em participar do grupo de guerreiros e caçadores da vila. Para isso ele deveria cumprir uma tarefa, caçar sozinho um urso do deserto, fora da vila. Baron filho tinha mais duas irmãs Liana de 12 anos e Fariz de 6 anos, sua mãe Elidia dizia que ele era igual seu pai, devido ao seu senso protetor em relação a família quando mais jovem, e isso o deixava lisonjeado. O dia finalmente chegou. Baron completava 18 anos e sua iniciação no clã de guerreiros finalmente chegara. Desde seus 5 anos de idade, Baron recebeu um treinamento impiedoso de seu pai. Aprendeu desde pequeno o que era certo e errado, o que era honra o que era a morte, o que era a vida e o significado real de força. Treinava manhãs, tardes, noites e às vezes dias inteiros sem descanso. Chegando ao limite de seu corpo e mente constantemente. Principalmente, aprendeu a importância de um escudeiro em batalha e pelo que lutar. Aprendeu a manejar diferentes escudos de todos os pesos e tamanhos, para defesa e para ataque. A se defender de machados, espadas, adagas, magias e flechas. Aprendeu principalmente como proteger seus companheiros de batalha. Em fim todos os anos de treinamento mostrariam finalmente o resultado. Era 4°lua da primavera e todos festejavam aquela noite, dançavam e cantavam musicas em quanto um Javali colossal era servido no banquete. Baron, então se despediu de seu pai, de sua mãe e irmãs e prometeu que eles teriam orgulho de ser sua família.
O jovem Baron saiu da vila da Pedra e caminhou durante 1 hora. Subiu a duna mais alta e sentou-se, deixou ao seu lado seu escudo de madeira e sua adaga abaixo dela, olhou para baixo e respirou fundo pensando em como estava sendo incrível aquele dia. O dia em que ele seria respeitado por toda a vila. Quando passos vorazes e sorrateiros sobre a areia se direcionaram em uma investida violenta. No exato momento da investida mortal do Urso do deserto, Baron girou para o lado, pegando seu escudo e rolando duna a baixo. Esquivando-se do Urso que saltou por cima de Baron. Agora estavam os dois frente a frente, humano e fera. Baron com seu um metro e setenta de altura e 65 kg e a fera de 2 metros de altura e seus 185 kg de puro desejo de carne humana. Baron puxou sua adaga, a segurando com sua mão esquerda, enquanto a direita empunhava seu escudo e seus olhos focavam os olhos de seu predador. O urso de pelos amarelos e olhos laranja fez seu primeiro movimento correndo em direção ao Baron ao mesmo tempo em que jogava areia para cima com suas patas, cegando Baron momentaneamente que só pode erguer seu escudo. O urso abocanhou o escudo e o jogou para seu lado, deixando o jovem Galvarianu em desesperado. Então, em como um flash do passado, lembrou algo que seu pai havia lhe dito ainda quando pequeno ?Quando encontrar um inimigo mais forte ou com uma vantagem sobre você se adapte ao ambiente e use a estratégia do inimigo a seu favor?. Foi nesse momento em que Baron teve uma ideia. Lentamente colocou a ponta de seu pé direito sobre a areia e quando o urso investiu novamente, Baron ergueu seu pé com força jogando areia sobre os olhos do urso. Urso que desnorteado aquele momento ficou vulnerável, dando tempo suficiente para Baron pegar seu escudo de volta. Após isso, ainda desnorteado o urso se tornou um grande alvo passivo de reações. Baron então correu como uma fera selvagem rumo a jugular do urso e com um simples e efetivo corte de lua crescente matou o urso. Como prova de seu feito. Tomou para si as garras do urso e as colocou em um cordão. Contente com o acontecido, seu único desejo agora era festejar com sua família. Ao chegar perto da vila, de longe viu o fogo que alcançara o céu e uma sinfonia de gritos que aclamavam pela vida. Baron corria o mais rápido que podia já cansado de seu duelo contra a fera. Ao chegar à entrada da vila caiu de joelhos. Seus olhos se tornaram vermelhos devido ao sangue por toda parte, seu coração pesava como noite de inverno. Ao mesmo tempo em que lagrimas corriam pelo seu rosto paralisado de um remorso profundo. Após alguns segundos, se ergueu e correu desesperadamente para sua casa, passando por corpos mutilados, órgãos, ossos expostos e poças de sangue. Na frente de sua casa, estava no chão seu pai ainda exalando seus últimos suspiros ainda vivo. Baron se ajoelhou perante se pai, o tomou nos braços e quase sem voz perguntou:
- Pai, onde estão mamãe e as meninas?
- Estão lá.
Apontou seu pai em direção a casa já consumida pelas chamas ao mesmo tempo e quem regurgitava sangue de sua boca.
- Pai quem fez isso com vocês?
Disse Baron ao mesmo tempo em que uma fúria consumia sua alma como o fogo em sua amada vila.
- Foi o império ametista.
- Pai, por que eles fariam isso?
- Você entenderá tudo mais tarde.
Com a mão tremendo entregou um pequeno mapa, feito em sangue na mão de seu filho, em quanto fazia força para respirar, disse suas ultimas palavras.
- Aqui está o segredo do legado do nosso clã.
Baron pegou o mapa, mas quando seu pai o entregara, sua vida já havia se extinguido.
To be continued...