Capítulo 2
O túnel
- A questão é que, o que?
- Bem... Deixa pra lá.
- Deixa pra lá nada! Agora me fala!
Gerard estava muito diferente agora, sei lá, meio estranho. Decidi dar adeus e voltei para o trabalho, o dia passou lentamente, mas mesmo assim foi bom, senti que algo estava acontecendo ou pelo menos poderia vir a acontecer. O dia não demorou muito pra passar, não voltei a falar com ele naquele dia mas tudo terminou bem, com exceção do meu olho doendo.
No outro dia
- Acordem vagabundos! ? Nossa... Será que tudo vai começar de novo, hoje realmente estou cansada de tudo isso, hoje precisa acontecer algo, precisa mesmo acontecer algo!
Levantei ainda com sono, meu olho doía do dia anterior e provavelmente o curativo precisava ser refeito. Não deu tempo nem de bocejar que logo estávamos sendo surrados para fora da barraca.
O sol estava forte, meu olho machucado começou a lacrimejar, mas mesmo assim estava bem.
Fui até meu lugar favorito, não vi Gerard em lugar algum... Onde será que ele estava? Será que havia se machucado ou algo do tipo? Não tenho certeza de nada, mas tanto faz.
- Como isso cansa. *suspiro*.
A câmara de punição havia sido aberta, algo estava para aparecer. De repente só pude ver um senhor caindo, ufa... Imaginei que seria Gerard, mas afinal, por sorte minha e azar do sujeito não era ele. Voltei a trabalhar, olhava meus pais constantemente, eles pareciam felizes e ao mesmo tempo tristes de tudo. Por enquanto a única coisa que me salvaria de tudo seria meu bom comportamento no trabalho da construção da Torre do Paraíso, isso eu não garanto totalmente.
O dia aos poucos foi escurecendo, logo chegou a noite e com isso todos deveriam voltar a suas respectivas barracas. Porém, dessa vez decidi trocar de cama e dormi perto da saída da barraca. Pude ouvir vários sons durante a melancólica noite e por fim, ouvi algo que realmente me interessou: Os guardas discutiam sobre alguém ter desaparecido.
Será que eles estavam falando de Gerard? Fiquei espionando o tempo todo até que ouvi alguns sons de panelas e frigideiras seguidos de leves grunhidos. A escuridão tomou conta de tudo e só pude ouvir algumas vozes, mas entre elas estava uma em si que pude reconhecer: Era a voz de Gerard, ele havia aparecido novamente.
- Vem Erza, preciso falar com você, e rápido! ? Disse isso enquanto quase me arrancava o braço, mas estava tudo bem.
Eu e mais três amigos de Gerard fomos correndo até um pequeno buraco próximo às minas, logo estávamos dentro daquele imenso labirinto. A única coisa que nos salvava da escuridão total era uma lamparina que Gerard havia trazido consigo.
- Certo, para que exatamente estamos aqui?
- Bem... A princípio esperamos que você tenha um plano.
- Certo, mas vocês querem um plano para o que exatamente?
- Você não contou para ela Gerard?
- Certo, vou falar no que estamos pensando. ? Ele tinha um toque tão confiante, mesmo sendo mais novo do que eu passava uma serenidade, não dá para explicar ? Continuando, a princípio pensamos que você, Erza, poderia ter uma ideia de como fugir do sistema R.
- Não há rachaduras ou coisas do tipo para podermos passar entre a fenda, então deve ter uma saída por dentro das minas ou por dentro da torre...*ofegante* Vamos vasculhar as minas juntos em dois grupos, eu e Gerard vamos por aqui e vocês dois por ali, certo?
- Sim Erza.
Eu e Gerard seguimos pelo túnel mais largo iluminados apenas pela luz de uma lamparina pega de um dos guardas da tenda onde eu dormia, tínhamos também as panelas nas quais eles haviam usado para abater os dois guardas.
- Está frio aqui não concorda Gerard? *abraça a si mesma*
- Bem... Um pouco talvez, você é muito friorenta às vezes. *risos*
- Hehehe...*trêmula*
Seguimos adentro do Túnel, ele era sujo havia muitos carrinhos de mão e várias pás e outros objetos como picaretas e peneiras, em alguns lugares havia uma pequena brasa sobrevivente das lamparinas deixadas de lado em seguida que começava a anoitecer.
