Era noite. A lua escondia-se tímida atrás das nuvens. Julian olha para o céu.
? A lua está a querer revelar-se? esta vai ser uma bela noite?
Numa câmara subterrânea ouviam-se ruídos de fazer gelar o sangue. Várias pessoas devoravam restos de corpos humanos. Uma figura alta e esguia, escondida entre as sombras sorria com deleite. Ao seu lado estavam duas adolescentes. A figura sorri.
? Vamos começar o banquete.
Ele agarra uma das raparigas pelo pescoço com violência e rasga-lhe a camisola. Tira-lhe a roupa com rispidez. Os gritos de pânico da jovem faziam o homem ficar excitado. Ele morde-lhe um dos mamilos e coloca a mão entre as pernas dela.
? Agora? alimenta os meus filhos?
Ele atira a jovem para um espaço vazio à sua frente. Como um relâmpago, várias pessoas irrompem da escuridão e lançam-se à jovem. Começam a morder-lhe todo o corpo. Ela grita de dor e pânico. De repente fica silenciada. E a multidão acalma o ímpeto e fica a lamber o sangue que escorria das feridas da jovem. A outra olhava com um medo indescritível. O homem ri-se loucamente mostrando os caninos longos e aguçados. E agarra na jovem e coloca-a de frente para si.
? És mais bonita que a outra? antes de me alimentar de ti? vou estrupar-te?
Ele lambe o pescoço dela enquanto lhe aperta os seios. Ela grita.
? Deplorável.
O homem vira-se. Da escuridão Julian aparece. E olha de forma trocista para a cena à sua frente.
? Esperava enfrentar um vampiro não um pedófilo.
? Quem és tu como te atreves a entrar neste lugar?
Julian ri-se por momentos.
? Sou simplesmente alguém encarregue de limpar esta nojeira? este local está infestado de lixo.
? Seu?
O homem rosna. As pessoas olham para Julian. Ele assobia.
? Nada de especial? nenhum deles é um nosferatu. Não passam de meros sugadores de sangue insanos? parece que não vou ter tanta diversão quanto esperava.
? O mínimo que se pode fazer por alguém que deseja a morte é desejar-lhe uma lápide com um nome escrito. Como te chamas vagabundo idiota?
Julian saca de duas pistolas .45 ACP.
? O TEU PESADELO.
Ele atira sobre as pessoas infectadas pelo vampiro à sua frente. Ao serem atingidas na cabeça ou no peito desfazem-se em cinzas. O vampiro olha espantado.
? Mas? co? como?
Julian sorri largamente.
? Balas de prata devidamente abençoadas pelos nobres sacerdotes do Vaticano. Cometeste um grande erro ao desafiar Nosso Senhor. ?Do pó vieste ao pó retornarás?. ÁMEN
Ele continua a disparar sobre os outros. Alguns aparecem por trás dele. Num movimento rápido ele desfere um golpe com o braço direito que parte o pescoço a um e um pontapé no joelho que arranca a perna ao outro. Julian ri-se loucamente. O vampiro levanta-se.
? SEU?.
Lança uma barra de ferro a Julian que perfura o seu peito com violência. O vampiro sorri triunfante. Julian ri-se e olha para o vampiro com loucura no olhar.
? PATÉTICO.
A luz da lua invade a câmara subterrânea. Os olhos de Julian ficam vermelhos como sangue. Ele arranca a barra de ferro do seu peito e o ferimento regenera-se quase automaticamente.
? Mas? que raios és tu?
A velocidade de Julian era imperceptível. Ele surge atrás do vampiro como se tivesse sido teletransportado. Ele dá um soco violento na face do vampiro e dispara dois tiros precisos nos tornozelos dele. Os pés separam-se da perna esguichando sangue como um repuxo. A adolescente esconde-se com medo atrás do ?trono? do vampiro. Julian aproxima-se da sua vítima. O vampiro olha com medo.
? E consideras-te tu digno de desafiar o sagrado Vaticano? patético?
Julian agarra o vampiro pelo pescoço e eleva-o. Pega numa barra de ferro ao seu lado.
? E que todos os impuros sejam purificados pela punição divina.
Ele espeta a barra de ferro pela boca do vampiro que começa a sufocar no próprio sangue. O sangue começa a jorrar para fora da boca dele enquanto a barra de ferro se afunda no seu corpo.
? AMEN.
Julian larga o vampiro que pouco depois se desfaz em cinzas.
? Ei miúda.
A rapariga entra em sobressalto.
? Segue sempre em frente pelo caminho atrás de ti e sobe as primeiras escadas à tua direita. E ficarás de novo em liberdade.
Lágrimas correm pela face dela enquanto ela foge em pânico. Julian sorri.
? Jovens?
Puxa de um cigarro e acende enquanto caminha pelo subterrâneo. Quando volta à superfície olha a lua com prazer e acaba o seu cigarro. Pega num celular e faz uma chamada.
? Missão cumprida.
Do outro lado da linha Fellinni sorri com prazer.
? Divertiste-te?
? Demasiado fácil? mas foi um prazer atacar algo mais que meros terroristas baratos.
? Sabia que não resistirias? sendo tu aquele que ganha poder com a lua.
Julian ri e desliga o celular. Volta a olhar para a lua mais uma vez.
? Eu sabia? a lua não tardaria a mostrar-se? minha preciosa lua.
Ele vira-se e segue caminho por entre as ruas de Lyon. Preferindo os locais iluminados apenas pela sua preciosa lua.